quarta-feira, 4 de maio de 2011

Superávit da balança comercial cresce 132%

Superávit da balança comercial sobe 132%
Autor(es): Raquel Landim
O Estado de S. Paulo - 03/05/2011
Com a alta do preço das commodities, exportações cresceram 31% nos quatro primeiros meses do ano, enquanto as importações subiram 27%

Os preços elevados das commodities garantiram um superávit para a balança comercial de US$ 5 bilhões nos primeiros quatro meses do ano, com exportações de US$ 137,8 bilhões e importações de US$ 106,6 bilhões. Na comparação entre janeiro e abril de 2010, as exportações cresceram 31,3%, as importações 27,1%, e o superávit avançou 132%.
Dados divulgados ontem pelo Ministério do Desenvolvimento apontam resultados recordes para o comércio exterior em abril: exportações de US$ 20 bilhões e importações de US$ 18,3 bilhões. A média diária das exportações atingiu mais de US$ 1 bilhão pela primeira vez na história.
Animado com os bons resultados, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, revisou a meta de exportações para US$ 245 bilhões em 2011, uma alta de 21% em relação ao total vendido pelo País em 2010. A meta anterior do ministério era de US$ 228 bilhões.
"Não temos uma preocupação com a quantidade, que é confortável, mas com a qualidade das exportações", disse Pimentel. "Queremos exportar mais bens industriais. Não podemos exportar postos de trabalho."
Ele afirmou que o real forte "não ajuda", mas admitiu que "os empresários vão ter que conviver com o câmbio por algum tempo, apesar de não ser confortável". Segundo ele, o governo vai anunciar medidas de apoio ao exportador este mês, no bojo da nova política industrial.
Uma das preocupações do governo é com o espaço que as commodities ganharam nas exportações. No primeiro quadrimestre, as vendas de básicos cresceram 47,3%, acima da alta de 15,9% dos manufaturados. A fatia dos básicos no total das exportações atingiu 46,4%, contra 37,4% dos manufaturados.
Apenas o minério de ferro representou 15,8% dos embarques do País. O Brasil vendeu US$ 11,3 bilhões de minério, US$ 6,3 bilhões mais que janeiro a abril de 2010. "Só o que ganhamos a mais no minério de ferro representa todo o superávit. Dependemos apenas de um produto", diz José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
Desindustrialização. Apesar de crescerem em ritmo mais fraco que as exportações, as importações também estão subindo com vigor. As compras externas de bens de consumo chegaram a US$ 11,9 bilhões no quadrimestre, um aumento de 34,8% em relação a janeiro a abril de 2010.
Conforme os dados divulgados ontem, a importação de produtos prontos avança mais rápido que a de matérias-primas, que subiu 21,3%. Para os especialistas, é um sinal de que o câmbio tornou mais rentável produzir fora e trazer o produto acabado.
"As importações de bens de consumo cresceram junto com o consumo. Não vejo desindustrialização no Brasil. Não temos redução de produção, nem de produtividade. Pode haver problemas em setores específicos, mas não é generalizado", disse Alessandro Teixeira, secretário executivo do ministério.

Básicos sustentam superávit comercial de US$ 5 bi

Valor Econômico - 03/05/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/5/3/basicos-sustentam-superavit-comercial-de-us-5-bi
 
No primeiro quadrimestre o Brasil teve superávit comercial de US$ 5 bilhões. O saldo foi resultado de exportações de US$ 71,4 bilhões e de importações de US$ 66,4 bilhões. Os dois valores são recordes para o período. A exportação foi sustentada pelos básicos, cuja participação saltou para 46,4% no acumulado de janeiro a abril deste ano. No mesmo período do ano passado essa fatia era de 41,3%.
O minério de ferro segurou as exportações do primeiro quadrimestre, atingindo US$ 11,3 bilhões. O valor significa um terço da exportação total de básicos e 15,8% das vendas totais ao exterior. No mesmo período do ano passado a fatia do minério de ferro era de 9,2% das exportações brasileiras. Com o desempenho, o minério de ferro ganha nas exportações uma participação maior do que o total de semimanufaturados. Essa classe de produto ficou com fatia de 13,9% das vendas ao exterior no primeiro quadrimestre.
O preço foi o que propiciou o grande avanço do minério de ferro. O valor exportado do produto aumentou em 129% em abril, na comparação com o mesmo mês do ano passado. No período a venda em volume cresceu 22% enquanto o preço teve elevação de 88%. Outro básico que também teve elevação do valor exportado no período foi a soja em grão. Com US$ 4 bilhões vendidos ao exterior no primeiro quadrimestre, o grão teve aumento de 22,8% no valor médio diário exportado, na comparação com os primeiros quatro meses do ano passado. Em abril a quantidade de soja exportada teve elevação de 9% em relação ao mesmo mês de 2010 enquanto preço subiu 30%.
Alessandro Teixeira, secretário executivo do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), diz que o Brasil tem competitividade para exportação de produtos naturais e agrícolas, mas há uma preocupação para elevar a venda de produtos brasileiros de maior valor agregado.
Segundo o ministro de Desenvolvimento, Fernando Pimentel, a nova política industrial a ser divulgada no próximo mês deve conter medidas para gerar maior competitividade para as indústrias. "Não temos um problema de quantidade nas exportações, mas sim um problema de qualidade." Os manufaturados perderam espaço na pauta brasileira de exportações, chegando a uma participação de 37,5% no primeiro quadrimestre. No mesmo período do ano passado a fatia era de 42,5%.
Entre os manufaturados um dos destaques de desempenho foram as máquinas e aparelhos de terraplanagem. Em abril o aumento no valor exportado foi de 97%, na comparação com o mesmo mês de 2010. Nesse caso, foi o volume que pesou. A quantidade exportada no período aumentou em 60% enquanto o preço teve elevação de 23%.
As importações brasileiras no primeiro quadrimestre cresceram puxadas principalmente por bens de capital e bens de consumo, com crescimento de 30,1% e 34,8%, respectivamente, levando em conta a média diária, na comparação com o acumulado dos primeiros quatro meses do ano passado. Com o desempenho, a fatia dos bens de capital na importação total cresceu, no período, de 21,3% para 21,8%. A dos bens de consumo cresceu de 16,9% para 17,9%.
Para Teixeira, os números não significam desindustrialização porque não há indicação de queda de produtividade e de produção industrial. Segundo ele, os bens de capital importados são bens não fabricados no país e a compra de bens de consumo reflete o crescimento do mercado doméstico. Entre os maiores fornecedores do Brasil, destaca-se a China, cujas vendas ao Brasil aumentaram em 35,8% levando em conta a média diária do primeiro quadrimestre, na comparação com o mesmo período do ano passado. Na mesma base de comparação as importações com origem nos Estados Unidos cresceram 27,9%. A média diária de compras da Argentina, outro importante exportador ao Brasil, cresceu no período 21,9%.

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