'Dança das cadeiras' ameaça política agrícola
Autor(es): Mauro Zanatta | De Brasília |
Valor Econômico - 12/01/2011 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/12/danca-das-cadeiras-ameaca-politica-agricola |
As esperadas mudanças no segundo escalão e nas empresas estatais ameaçam deixar o setor rural sem alguns de seus principais formuladores na política agrícola. No momento em que produtores e industriais reclamam mais mediação do Estado, além de uma ampla reforma das regras de financiamento e comercialização, estão no jogo político cargos-chave nos ministérios da Agricultura, Fazenda, Desenvolvimento Agrário, na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Banco do Brasil. A pressão dos alimentos sobre os índices de inflação nos próximos meses, a administração de uma nova safra recorde e as gestões do setor privado por recursos e subsídios exigirão planejamento e sintonia fina na execução das políticas públicas para o setor em 2011. E a "dança das cadeiras" na Esplanada dos Ministérios, alertam dirigentes do setor de forma reservada, pode comprometer um ano de bons resultados. "Não é hora para mudanças bruscas", diz um líder ruralista. "Ganhamos dinheiro em 2010, fomos bem. Mas essa área é sensível. Não queremos ver esses cargos como moeda de troca de partidos", afirma um dirigente. No Ministério do Desenvolvimento Agrário, o secretário de Agricultura Familiar, Adoniram Sanches Peraci, deixou o posto para assumir cargo no escritório regional da FAO, braço das Nações Unidas na área, em Santiago do Chile. Em seu lugar, deve assumir o coordenador internacional do ministério, Laudemir Müller. Peraci foi responsável pela abertura do MDA às grandes cooperativas agropecuárias, que têm milhares de médios produtores associados. Antes, apenas cooperativas de pequenos produtores tinham acesso a subsídios e programas com juros baixos operados pelo MDA. A difícil troca de ministros já tinha causado questionamentos de movimentos sociais da agricultura familiar e da reforma agrária. Um dos principais formuladores do governo na área, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Edilson Guimarães, também deve deixar o posto ocupado desde 2006. Há fortes pressões do PMDB para instalar um afilhado em seu lugar. Está cotado o superintendente de Operações Comerciais da Conab, João Paulo de Moraes Filho, que se tornou próximo do ministro Wagner Rossi e do presidente da empresa, Alexandre Magno Aguiar. Mas a bancada na Câmara se movimenta para indicar nomes. Na Conab, o diretor de Política Agrícola, Silvio Porto, luta para virar presidente. Apoiado por ministros do PT, movimentos sociais e parte do setor privado, Porto responde pela "costura" das políticas na agricultura familiar. Mas a briga partidária pode comprometer essa formulação setorial, sobretudo no Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), que deve ter orçamento de R$ 2 bilhões. O secretário-executivo da Agricultura, Gerardo Fontelles, um dos mais respeitados especialistas do governo, também deve ceder o cargo a um nome mais próximo de Rossi. O principal cotado é o atual chefe de gabinete do ministro, Milton Elias Ortolan. Mas a bancada na Câmara quer emplacar o deputado Silas Brasileiro (PMDB-MG). No Banco do Brasil, uma disputa de bastidores pela vice-presidência de Agronegócios também pode "esterilizar" outro preparado formulador da política agrícola. O atual ocupante, o ex-ministro Luís Carlos Guedes Pinto, enfrenta a candidatura do secretário-adjunto de Política Econômica da Fazenda, Gilson Bittencourt, cujo preparo técnico o credencia para reivindicar o posto. Ele tem apoio de ministros do PT, mas a bancada ruralista é contrária ao seu nome. |
Exportação de carne suína tem queda de 11% em 2010
Autor(es): Alda do Amaral Rocha | De São Paulo | ||||||||
Valor Econômico - 12/01/2011 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/12/exportacao-de-carne-suina-tem-queda-de-11-em-2010 | ||||||||
O setor exportador de carne suína fechou 2010 com exportações de 540,4 mil toneladas, um recuo de 11,04% sobre o ano anterior e também abaixo da estimativa feita em dezembro passado. Naquela ocasião, a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) havia previsto vendas externas de 560 mil toneladas do produto. Segundo a Abipecs, a oferta ajustada à demanda externa, a forte expansão do consumo interno, a valorização do real, a alta dos preços nos mercados interno e externo e a maior concorrência internacional influenciaram as exportações de carne suína em 2010. Enquanto os volumes caíram, a receita com as exportações cresceu 9,32%, saindo de US$ 1,23 bilhão, em 2009, para US$ 1,34 bilhão no ano passado. Os números mostram uma recuperação de 22,9% nos preços médios na exportação, mas, conforme a Abipecs, os valores ainda estão aquém dos preços obtidos no período de janeiro a outubro de 2008, antes do início da crise financeira mundial. Segundo a Abipecs, a Rússia foi o principal mercado para a carne suína brasileira em 2010, com a importação de 233,9 mil toneladas ou 43,30% do total. O segundo maior importador foi Hong Kong, com 99,7 mil toneladas ou 18,46% do total. Outra razão para a queda nas exportações de carne suína no ano passado foi a perda de competitividade do Brasil, em mercados como a Rússia. Com a valorização do real ante o dólar, concorrentes como os EUA e países da União Europeia ficaram mais competitivos, argumenta a associação. Para Pedro de Camargo Neto, presidente da Abipecs, este ano deve ser novamente de demanda forte no mercado interno para a carne suína. Para as exportações, a previsão é alcançar 600 mil toneladas. "Precisamos abrir mercados de preços mais altos", disse. Segundo ele, a expectativa é concluir processos de abertura de mercados em países como Coreia, Japão e também com União Europeia. A Coreia, um desses mercados de bons preços, enfrenta atualmente uma epidemia de febre aftosa e precisa de carne suína importada. O país negocia a abertura de seu mercado à carne suína de Santa Catarina, mas o processo está paralisado pois a Coreia aguarda uma resposta do governo brasileiro em relação ao trânsito indevido de carne bovina gaúcha no Estado. Como Santa Catarina é reconhecida como livre de aftosa sem vacinação, o trânsito de produto de Estados com status diferente não é permitido. Transformação do CTC em S.A. deve ser decidida hoje
Ferrovia levará 50% mais açúcar a Santos
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