Rendimento, no entanto, ficou em 6,9%, o pior desde 1967 e pouco acima da inflação
BRASÍLIA. O brasileiro reiterou a confiança na velha caderneta de poupança em 2010: o volume de depósitos superou os saques em R$38,68 bilhões. Trata-se da maior captação líquida já registrada, segundo dados divulgados pelo Banco Central (BC), com base no levantamento, que tem início em 1995.
A preferência dos poupadores não parece ter sido retribuída pela rentabilidade. De acordo com cálculos da consultoria Economatica, a remuneração da caderneta deve fechar 2010 próxima de 6,9%, o pior rendimento desde 1967 e pouco acima da inflação ao consumidor (o IPCA do ano passado será divulgado hoje, e a projeção é de 5,35%).
- A inflação aumentou e a TR (Taxa Referencial), usada para corrigir a poupança, não acompanhou. De todo modo, o Brasil cresceu muito no ano passado, com aumento da massa salarial e dos empregos com carteira. Isso se refletiu nos depósitos da poupança, que ainda é o instrumento tradicional de economizar do brasileiro - disse Carlos Thadeu de Freitas, economista-chefe da Confederação Nacional do Comércio e ex-diretor do BC.
IGP-DI subiu 0,38% em dezembro e 11,30% no ano
O resultado das captações de 2010 é 27,1% superior ao de 2009, quando os ingressos líquidos chegaram a R$30,41 bilhões. Durante todo o ano passado, os depósitos na caderneta de poupança atingiram R$1,16 trilhão, contra retiradas de R$1,12 trilhão. O saldo total de recursos depositados na caderneta de poupança ficou em R$378,7 bilhões no fim de 2010. Em 2009, o saldo era de R$319 bilhões.
Os números do BC também mostram que a poupança teve ingressos líquidos em todos os meses do ano passado. Isso só havia acontecido em 2007, quando a caderneta havia batido o seu segundo maior volume de captações (R$33,37 bilhões).
A inflação medida pelo Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna (IGP-DI) desacelerou mais que o esperado em dezembro, mas encerrou 2010 com taxa elevada. O IGP-DI subiu 0,38% em dezembro, ante alta de 1,58% em novembro, informou a Fundação Getulio Vargas (FGV). Em 2010, a elevação foi de 11,30%, após queda de 1,43% em 2009, que havia sido a primeira nos 65 anos de história do índice.
Obama põe executivo de Wall Street como seu chefe de gabinete
Valor Econômico - 07/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/7/obama-poe-executivo-de-wall-street-como-seu-chefe-de-gabinete |
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Obama apresenta William Daley como novo chefe de gabinete da Casa Branca
O presidente dos EUA, Barack Obama, nomeou William Daley, 62, um executivo do JPMorgan Chase, como seu novo chefe de gabinete [o equivalente a ministro da Casa Civil]. A nomeação foi considerada um gesto de conciliação com o mundo corporativo americano e uma clara evidência de que o governo deve se dirigir para o centro depois da derrota nas eleições legislativas do ano passado. "Poucos americanos podem contribuir com tanta experiência para esta função quanto Bill", disse Obama sobre Daley em sua apresentação. "Mais do que isso, sei que ele é alguém que se importa profundamente com seu país." Daley, que foi secretário de Comércio durante o governo de Bill Clinton, não representa entretanto uma mudança radical no círculo íntimo do presidente. Ele sucederá Rahm Emanuel, que irá concorrer à prefeitura de Chicago. Richard Daley, irmão de William e atual prefeito de Chicago, anunciou ano passado que não concorreria à reeleição, cargo que também foi ocupado pelo pai dos dois. Chicago é também a base política de Obama, o que serviu para estreitar ainda mais as relações do presidente com o clã Daley. O novo chefe de gabinete também é uma pessoa próximo do principal conselheiro político de Obama, David Axelrod. Mas o mais importante para o mundo corporativo é a experiência de Daley no JPMorgan e no grupo de telecomunicações SBC, depois renomeado AT&T, que pode significar uma mudança no relacionamento frágil do círculo de Obama com os empresários. A Câmara de Comércio dos EUA reagiu positivamente e disse que Daley era "uma indicação forte". A escolha marca uma tomada de rumo do governo em direção ao centro, num momento em que Obama se prepara para trabalhar com uma maioria republicana na Câmara. Daley advertiu os democratas no fim de 2009 que eles estavam levando adiante uma agenda "muito mais à esquerda do que a maioria do eleitores" e que poderiam estar se arriscando a redesenhar o mapa político se o partido não parasse de vilanizar os democratas de centro. Ele também se mostrou crítico no passado ao ímpeto regulatório do sistema financeiro que o governo adotou, assim como à reforma do sistema de saúde - a principal vitória legislativa de Obama. Como chefe de gabinete, um dos primeiros testes de Daley será ajudar a Casa Branca a defender a reforma da saúde. Daley também deve enfrentar críticas da ala mais à esquerda do Partido Democrata por causa de seus laços com Wall Street. Outra grande mudança na Casa Branca inclui a esperada indicação hoje de Gene Sperling, um funcionário graduado do Tesouro, como substituto de Larry Summers como o principal conselheiro econômico de Obama. Sperling é muito respeitado em Washington como economista, mas é visto mais como um político, ou seja, como um conciliador, do que como um intelectual intimidador, como era o caso de seu antecessor. Outro problema para sua nomeação para presidir o Conselho Econômico Nacional, uma posição que já ocupou durante o governo Clinton, deve ser a remuneração de quase US$ 900 mil que recebeu de uma assessoria dada ao Goldman Sachs em 2008. Analistas entretanto acham que o clima no país já não está tão negativo em relação aos banqueiros quanto no auge da crise, em 2008, e que a relação de Sperling com o Goldman pode não pesar tanto em sua imagem. (Com agências internacionais)
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