quinta-feira, 31 de março de 2011

Quadrinhos



Apenas 11 mil escolas públicas são integrais

Autor(es): agencia o globo: Wagner Gomes
O Globo - 30/03/2011
Para educadores, Brasil dependerá de capital humano importado caso não invista no setor

SÃO PAULO. Das 250 mil escolas públicas do país, só 11 mil têm ensino integral, com pelo menos sete horas de aula por dia. É pouco para um país que pensa em crescimento contínuo da atividade econômica, na avaliação de educadores que participaram ontem do Seminário Internacional sobre Educação Integral, em São Paulo. Para eles, o Brasil terá de investir muito nessa área se não quiser depender de capital humano importado.
- Esta será uma década estratégica para o Brasil. Temos 98% da população entre 7 e 14 anos com acesso ao ensino fundamental. É um avanço, se considerarmos os 30% do meio do século passado, mas não satisfaz. Temos que formar capital humano para acompanhar o crescimento do país nos próximos anos - disse Maria de Salete Silva, coordenadora do programa educacional do Unicef no Brasil.

Um programa do Ministério da Educação (MEC), o Mais Educação, criado em 2007, amplia o repasse de recursos para escolas com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) abaixo da média nacional e que queiram aumentar a jornada de estudos. Mas ele não pode ser único com esse propósito no país, afirmou Maria de Salete. Segundo ela, é preciso articular novos programas.

Isabel Santana, gerente da Fundação Itaú Social, disse que a classe média supre a jornada reduzida de ensino com cursos extras e atividades complementares, porém os mais pobres não têm a mesma condição. Uma pesquisa da Fundação Itaú Social, com Unicef e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação (Cenpec), divulgada no seminário, faz um estudo sobre as perspectivas da educação integral. O levantamento analisou 16 experiências brasileiras na área, envolvendo a sociedade civil, como a Casa da Arte de Educar, no Rio de Janeiro. O projeto, no Morro dos Macacos e na Mangueira, virou referência. Em Palmas (TO), 70% do ensino fundamental são integrais. Escolas de Belo Horizonte, em Minas Gerais, estenderam o ensino para outras áreas públicas, como parques e até igrejas, que já realizavam algum tipo de ensino.
- Estamos apenas no começo do caminho. Cada região está criando um modelo e uma maneira de melhorar o ensino. O Brasil não vai enriquecer se não investir também em educação, a exemplo do que estão fazendo outros países em desenvolvimento. Falta capital humano e não podemos importar pensadores. O governo federal não consegue fazer tudo sozinho. Aliás, não é função dele. Estados, municípios e sociedade precisam ajudar - disse Maria da Silva Quintino, coordenadora de projetos da Fundação Itaú Social.

Dilma quer ''padrão da iniciativa privada'' no Incra

Autor(es): João Domingos
O Globo - 30/03/2011
 

Petista indicado por parlamentares do Paraná, Celso Lacerda assume órgão responsável pela reforma agrária com a promessa de ""qualificar a gestão""

A presidente Dilma Rousseff orientou o novo presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lacerda, a mudar a gestão da autarquia, com ênfase para resultados e menos burocracia. Isso ficou claro no discurso de posse de Lacerda, ontem, em Brasília.
"No governo Lula, começamos a melhorar. No governo Dilma, vamos qualificar a gestão do Incra, nos padrões da iniciativa privada, com gastos cada vez menores e produtividade cada vez maior", disse Lacerda. Ele afirmou que recebeu a determinação da presidente quando foi convidado a assumir o cargo.
Indicado pela senadora Gleise Hoffmann (PT-PR) e pelo deputado Doutor Rosinha (PT-PR), Lacerda não é funcionário de carreira. Milita no PT desde 1994 e, ao contrário do que circulou nos corredores da instituição, não pertence à corrente esquerdista Democracia Socialista, à qual estão ligados o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, e o deputado Rosinha.
O próprio ministro não parece estar disposto a adotar um discurso radical em defesa da reforma agrária. Indagado sobre sua posição a respeito da atualização dos índices de produtividade das propriedades - o que é defendido pela esquerda e repudiado pelo agronegócio -, Florence foi esquivo: "A presidente Dilma determinou que a Embrapa faça esse índice. E a Embrapa é subordinada ao Ministério da Agricultura e não ao MDA. Portanto, não cabe a mim ficar falando qual deve ser o índice. Eu sou um funcionário do governo e devo obediência ao que a presidente determinar."
No discurso de posse, além de dizer que o Incra precisará ter gestão semelhante à da iniciativa privada, Lacerda disse que cumprirá todas as diretrizes fixadas por Dilma, como não apresentar metas de assentamento que não possam ser cumpridas. "Não queremos nada inalcançável".
Lacerda considera que com os R$ 4 bilhões de orçamento para este ano será possível cumprir as metas estabelecidas pela presidente, mesmo sabendo que deverão ocorrer cortes entre 17% e 20% nos recursos.
Mesmo com o discurso dos dirigentes do MDA e do Incra a respeito das ordens da presidente para que seja mudada a gestão da autarquia, este é um dos mais importantes feudos do PT. Das 30 superintendências no País, 26 são dominadas pelo partido.

Queda na renda britânica

Valor Econômico - 30/03/2011
 
A renda disponível dos britânicos caiu 0,8% no ano passado, o maior recuo desde 1977. O dado se refere à renda total dos cidadãos descontados os impostos e já com a correção da inflação. Alguns economistas dizem que este ano a renda disponível pode diminuir ainda mais, para cerca de 2%. Desde 1981, o país não registrava um declínio na renda. Naquele ano, a queda foi 0,2%. Em 2009, a renda real teve um aumento de 1,1%. O governo fez uma revisão de seus cálculos para o Produto Interno Bruto de 2010. Em vez de um recuo de 0,6%, o recuo foi de 0,5%.

Resultado financeiro eleva ganho da Copel em 2010

Autor(es): Ana Luísa Westphalen | De São Paulo
Valor Econômico - 30/03/2011
 

A companhia paranaense de energia Copel registrou lucro líquido de R$ 987,8 milhões no ano passado, marcando um crescimento de 24,8% em relação ao ganho apurado em 2009. A melhora no resultado financeiro líquido, de um ganho de R$ 6,7 milhões para R$ 348 milhões, explica parte importante da alta.
No acumulado de 2010, a estatal alcançou receita líquida de R$ 6,9 bilhões, montante 10,4% superior na comparação anual. O incremento reflete o avanço de 7,5% na receita de fornecimento de energia elétrica, resultado do crescimento do consumo, do fim do desconto tarifário para os consumidores que pagavam as faturas em dia e do repasse tarifário médio de 2,46% a partir de junho.
O consumo do mercado cativo subiu 5,2% no ano passado, com destaque para as classes industrial e comercial, com aumento de 5,8% e 6,3%, respectivamente. A empresa também registrou incremento de 15,7% na receita de venda de gás (fornecido pela Compagas), principalmente para o segmento industrial.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) foi 6,8% inferior ao apurado em 2009, totalizando R$ 1,47 bilhão.
As despesas operacionais da Copel avançaram 14,6%, alcançando R$ 5,97 bilhões no ano passado. A companhia destacou o acréscimo de 8,6% no custo de energia elétrica comprada para revenda, em função da maior despesa com aquisição de energia em leilões.
Durante 2010, a empresa investiu R$ 1,34 bilhão. Para este ano, são planejados aportes de R$ 2,06 bilhões, dos quais R$ 933,3 milhões serão destinados para distribuição e outros R$ 860,4 milhões para geração e transmissão.

Preço da comida no atacado aumenta 3,2%

Preço da comida no atacado aumenta 3,2%

Autor(es): Márcia De Chiara
O Globo - 30/03/2011
 
Mesmo com a entrada da safra, os preços dos produtos agropecuários recebidos pelos produtores paulistas dispararam este mês e voltaram para o mesmo nível de novembro de 2010, quando a produção ainda estava no campo e havia escassez de oferta. Na terceira quadrissemana deste mês, o Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista, apurado pela Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, subiu 3,2%.
O resultado está 0,4 ponto porcentual acima da quadrissemana anterior e supera em 1,4 ponto porcentual o indicador da mesma quadrissemana do mês passado. Dos 18 preços de produtos agropecuários pesquisados, 11 aumentaram este mês e 7 tiveram um pequeno recuo.
O grande destaque de alta foi o feijão, que ficou 29,92% mais caro na terceira quadrissemana deste mês e tem peso importante nos índices de inflação ao consumidor. No ranking das maiores altas estão também a laranja para mesa (17,01%), tomate (16,17%), café (11,30%), ovos (10,08%) e frango (5,78%).
Para o pesquisador José Sidney Gonçalves, pesquisador do Instituto de Economia Agrícola e responsável pelo indicador, essa alta de preço no atacado vai se transformar em inflação para o consumidor nos próximos 15 dias. Mas ele ressalva que o tamanho do repasse da elevação do preço do atacado para o varejo deverá ser menor.
"Os preços dos alimentos estão subindo principalmente pela pressão de demanda e pela falta de resposta da produção", explica Gonçalves.
Ele observa que a elevação das cotações ocorre mesmo com o início da safra de vários produtos agrícolas, época de maior produção, quando, portanto, as cotações deveriam cair. "Há uma expectativa de escassez formada e isso impulsiona os preços." De certa forma, esse raciocínio contraria a explicação aceita pelo mercado e difundida pelo governo de que a inflação das commodities agropecuárias ocorre somente por causa das elevadas cotações no mercado externo.
Feijão. Um exemplo típico é o feijão. O preço da saca de 60 quilos, que atingiu R$ 200 em setembro do ano passado e fez a inflação ao consumidor disparar, recuou para R$ 50 no início deste ano. Agora já está em R$ 80 e, segundo o pesquisador, deverá atingir novamente R$ 150 ou R$ 200 nos próximos meses.
O que sustenta a nova escala do preço do feijão é a falta de produto. "A safra atrasou e a produção entrou no mercado de uma só vez, o que fez recuar o preço. Mas, agora, a expectativa é de que o produtor, descapitalizado na última safra, reduza a área de plantio da safra da seca."
Disparada
29,92%
foi a alta do preço do feijão ao produtor na terceira quadrissemana deste mês no Estado de São Paulo

Indústria de SP cresceu 2% em fevereiro

Autor(es): Anne Warth
O Estado de S. Paulo - 30/03/2011
 
A indústria paulista mostrou forte expansão em fevereiro, apesar das medidas para conter o consumo adotadas pelo governo desde o fim do ano passado. De acordo com o Indicador de Nível de Atividade (INA), divulgado ontem pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), o setor teve crescimento de 2% em relação a janeiro, já descontadas as diferenças sazonais entre os dois períodos.
Foi a maior alta para meses de fevereiro de toda a série, iniciada em 2002. Na comparação com igual período de 2010, o índice subiu 7,1% e acumulou no ano crescimento de 4,02%,
O diretor do departamento de pesquisas e estudos econômicos da Fiesp, Paulo Francini, se disse surpreso com o resultado, porque "a indústria vinha andando meio de lado nos últimos meses". Para ele, o INA do mês passado refletiu o bom desempenho das vendas reais, que cresceram 5,3% ante janeiro.
Na avaliação de Francini, as vendas tiveram desempenho acima do esperado porque o carnaval este ano ocorreu em março, o que aumentou o número de dias úteis em fevereiro. Ele disse que o modelo de dessazonalização usado pela entidade teoricamente compensa esse fato, mas argumentou que "a variável de vendas reais é muito afetada por esse tipo de questão".
"A indústria vendeu mais porque teve mais tempo para vender", afirmou o diretor da Fiesp. Para ele, o dado não é uma indicação de que a atividade econômica continue mais aquecida do que o Banco Central gostaria.
Alto astral. De qualquer forma, a confiança dos industriais paulistas aumentou para 55,9 pontos em março, ante 54,0 em fevereiro, de acordo com a pesquisa Sensor, da Fiesp. É o melhor resultado desde maio de 2020, quando atingiu 57,5 pontos.
O crescimento foi influenciado pelos itens vendas - que subiram de 54,2 pontos, em fevereiro, para 60,5 - e estoque, que passou de 47,8 para 56,4 pontos.
Na pesquisa Sensor, que mede as expectativas dos empresários para a economia brasileira nos próximos meses, 50 pontos indicam estabilidade. Acima disso, há otimismo e abaixo, pessimismo.
Em março, o único item a registrar queda foi emprego, de 51,9 pontos, em fevereiro, para 47,1 este mês. Os demais, tirando vendas e estoque, registraram estabilidade. Entre eles, estão itens como mercados e investimentos.
Os dados do INA mostraram que o total de salários reais pagos em fevereiro pelo setor cresceu 3,4% em relação a janeiro e 3,5% sobre fevereiro de 2010.
Sobe e desce
PAULO FRANCINI
DIRETOR DA FIESP
"Como o carnaval ocorreu em março, muitas compras foram antecipadas para fevereiro. Por isso, podemos esperar uma queda de atividade neste mês, que abrigou o feriado"

Guerra fiscal chega ao iogurte e Danone prevê aumento de preços

Autor(es): Cynthia Malta | De São Paulo
Valor Econômico - 30/03/2011
 

Os efeitos da guerra fiscal entre os governos tucanos de São Paulo e Minas Gerais chegaram ao mercado de iogurtes. A Danone, líder do segmento, com 37% das vendas nacionais, está estudando de que forma vai reajustar os preços, numa faixa entre 4% e 14%, caso os dois Estados mantenham os decretos que beneficiam os fabricantes locais em detrimento de produtos feitos fora de suas fronteiras.
"Não quero pensar em aumento de preço. Mas se não conseguir adiar a aplicação do decreto, terei que parar a produção", diz o presidente da Danone no Brasil, Mariano Lozano. Os iogurtes da Danone saem da fábrica com o preço sugerido ao varejo estampado na embalagem e, seguindo Lozano, não haveria tempo hábil de mudar sua política de preços, negociá-la com o varejo e fazer os ajustes na produção para cumprir a nova lei, que entra em vigor na sexta-feira.
Ontem à tarde, o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alimentos (Abia), Edmund Klotz, reuniu-se com o secretário da Fazenda de São Paulo, Andrea Calabi, e propôs o adiamento, por 60 a 90 dias, do decreto 56.855, editado há dez dias. Esse decreto entra em vigor em 1 º de abril e retira o iogurte da cesta básica - ou seja, o ICMS para iogurte sobe de 7% para 18% (para a indústria) e 12% (para o varejo) - no caso de empresas que não produzem no Estado de São Paulo. É o caso da Danone, que possui fábricas em Minas Gerais e no Ceará, e da Batavo (marca da BRFoods), com produção no Paraná e Pernambuco.
O decreto paulista, em tese, beneficia a Nestlé e a Vigor, que produzem iogurte em São Paulo. A Nestlé, que possui cerca de 20% das vendas nacionais de iogurte, informou ontem que não fará reajustes de preços, nem em São Paulo, nem em Minas Gerais - a empresa produz iogurtes e outros derivados de leite nos dois Estados.
O decreto assinado pelo governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, foi editado 63 dias depois de o governador mineiro Antonio Anastasia publicar o decreto 45.515, em 16 de dezembro.
A lei mineira, entre outras medidas, aumentou a tributação para leite UHT (ICMS de 15%), leite fermentado, bebidas lácteas e iogurte (ICMS de 18%), mas manteve a alíquota de ICMS em 7% para produtos feitos em Minas Gerais.
A Itambé, por causa do decreto mineiro, cancelou um investimento de R$ 20 milhões que seria feito em Brodósqui (SP), e decidiu ampliar a fábrica de Pará de Minas (MG) - o investimento, neste caso, é de R$ 100 milhões nos próximos dois anos e deve aumentar a capacidade de processamento de leite longa vida de 10 milhões para 20 milhões de litros mensais e de 5 mil toneladas para 10 mil toneladas mensais a capacidade de iogurte. Na época do anúncio da nova lei, o governo mineiro explicou que estava reagindo a um decreto editado em 2008 pelo então governador, também tucano, José Serra.
O presidente da Danone no Brasil calcula que as empresas que não produzem iogurte em São Paulo, para absorver o impacto do aumento do ICMS de 7% para 18%, teriam que aumentar o preço ao consumidor em 14%. E mesmo aqueles que têm produção em São Paulo teriam, em teoria, que reajustar seus preços em 4%. Lozano estima que 60% dos iogurtes vendidos no mercado paulista venham de fora do Estado. Em Minas Gerais, a Danone é beneficiada, já que tem fábrica em Poços de Caldas. Mas Lozano lamenta o decreto mineiro pois, em sua visão, os regulamentos dos dois Estados brecam um movimento importante de aumento do consumo de iogurtes pela população de menor renda. Desde 2005, quando o iogurte entrou para a cesta básica [com ICMS de 7%], a indústria estava investindo e segurando custos para não elevar os preços, observou.
De fato, a inflação oficial medida pelo IBGE, mostra que desde junho de 2006 o IPCA subiu 26,17% e o preço do iogurte ao consumidor teve alta de 9,94%. Nos últimos doze meses, o iogurte subiu 3,9% e o IPCA, 6%.
O secretário da Fazenda de São Paulo ouviu a proposta da Abia e informou, segundo apurou o Valor, que estudaria o pedido de adiamento do decreto paulista. Calabi ficou também de fazer consultas junto ao governo mineiro.

Fevereiro tem superávit de R$2,6 bi

Fevereiro tem superávit de R$2,6 bi

O Globo - 30/03/2011
Despesas caem R$13,5 bi frente a janeiro. No ano, receitas crescem 17,7%


BRASÍLIA. Diante do compromisso de uma política fiscal mais austera, o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) apertou o cinto e realizou um superávit primário (economia para pagar os juros da dívida) de R$2,6 bilhões em fevereiro, resultado bem superior ao déficit de R$1,81 bilhão obtido no mesmo período do ano passado. Houve uma redução de R$13,5 bilhões nas despesas em relação a janeiro, sendo R$6 bilhões com gastos discricionários, R$2,4 bilhões com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e R$2,2 bilhões com pessoal e encargos.
Segundo o secretário do Tesouro, Arno Augustin, o dado de fevereiro mostra a melhora da situação fiscal do país. Ele adiantou o quadro de março:
- Há uma melhora gradativa do primário. Essa é uma tendência para os próximos meses. Março do ano passado também teve um déficit (de R$4,5 bilhões) e eu já adianto que, este ano, o resultado será positivo.

O secretário reafirmou que o setor público cumprirá, em 2011, a meta cheia de superávit de R$117,9 bilhões (R$81,8 bilhões do Governo Central e R$36,1 bilhões de estados e municípios) sem recorrer ao abatimento do PAC. Em 2009 e 2010, a equipe econômica só conseguiu fechar suas contas descontando da meta parte dos investimentos com o programa. Foi preciso cobrir rombos nas contas de estados e municípios.

- Desta vez, asseguro que esse cenário não vai se repetir, até porque, em 2010, havia medidas de estímulo econômico em vigor que tornaram difícil para os estados e municípios cumprir a meta. Isso não voltará a ocorrer agora - disse o secretário.

Efeitos do corte só devem aparecer em março ou abril
No acumulado do ano, o superávit primário do Governo Central está em R$16,8 bilhões. As receitas acumuladas no período somam R$126,5 bilhões, o que representa um crescimento nominal de 17,7% em relação a 2010. Já as despesas, de R$109,6 bilhões, crescem num patamar um pouco mais baixo, de 15,7%. O primário acumulado no primeiro bimestre representa 73,4% da meta fixada para o quadrimestre, de R$22,9 bilhões.

Até fevereiro, os desembolsos com o custeio da máquina pública subiram 30,6%, ritmo maior que o registrado nos investimentos: 25,2%. Augustin disse, porém, que esse resultado é sazonal
e que não mostra uma tendência. Ele estima que as despesas de custeio fechem o ano com alta igual ou menor a 11,3% (projeção para o PIB nominal).

Os gastos com pessoal tiveram alta nominal de 10,9% este ano em relação a 2010. Essa é uma das principais áreas de ajuste do governo: ao definir um corte de R$50 bilhões no Orçamento, a equipe econômica suspendeu, por exemplo, a realização de concursos públicos. Os efeitos da tesourada só serão notados nas contas em março ou abril. (Martha Beck)




Superavit cai 81% em fevereiro

Autor(es): Rosana Hessel
Correio Braziliense - 30/03/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/3/30/superavit-cai-81-em-fevereiro
 

Economia do governo para o pagamento de juros da dívida somou apenas R$ 2,6 bilhões ante os R$ 14,3 bilhões de janeiro.
 
As desconfianças do mercado financeiro em relação ao compromisso do governo de cumprir a meta de superavit primário de 3% do Produto Interno Bruto (PIB) aumentaram ontem. A economia para o pagamento de juros da dívida feita pelo governo central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou economia para o pagamento de juros da dívida de apenas R$ 2,6 bilhões, saldo 81,8% menor do que os R$ 14,3 bilhões de janeiro. Apesar da queda, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, considerou o resultado bom, já que, em fevereiro do ano passado, houve deficit. No acumulado do ano, o superavit saltou de R$ 4,2 bilhões para R$ 16,8 bilhões.

Na avaliação de Augustin, não há por que os analistas desconfiarem do governo, pois há uma clara tendência de melhora nas receitas com impostos para este ano, o que ajudará no cumprimento da meta cheia de superavit, correspondente a R$ 117 bilhões quando se considera todo o setor público (além da União, estados, municípios e estatais). “A meta de superavit para o primeiro quadrimestre, de R$ 22,9 bilhões, já está quase próxima de ser atingida. Portanto, estamos tranquilos”, afirmou, ressaltando que a parcela que cabe ao governo central na economia global é de R$ 81 bilhões. “O fato de, em um mês específico, o valor do superavit ser um pouco maior ou menor não é relevante. O importante é a tendência no ano. E, com dois meses cumpridos, os dados são muito positivos”, emendou.

Para o secretário, o corte de R$ 50 bilhões no Orçamento deste ano e a queda na concessão de subsídios dados pelo governo contribuíram para o resultado positivo nas contas públicas. Isso, a despeito de os gastos com custeio para a manutenção da máquina pública terem crescido 30,6% em fevereiro. Os investimentos também aumentaram (25,2%), somando R$ 6,8 bilhões no primeiro bimestre. “Estamos confiantes que o Brasil cumprirá a meta cheia do primário sem o abatimento de PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e de outros investimentos”, destacou. Ou seja, o Tesouro não lançará mão de artifícios contábeis, como fez em 2010, para mostrar um saldo positivo maior do que foi na realidade. O mercado financeiro, porém, está mais cético do que nunca. Para especialistas, se o superavit do ano chegar a 2,5% já será uma vitória.

Restos a pagar
O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, garantiu que não está nos planos do governo reduzir os investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “Não avaliamos que a redução do PAC seja provável neste ano. Pelo contrário, os desembolsos estão 52% maiores do que em 2010”, disse. Foram gastos R$ 3,5 bilhões. No entanto, a maior parte desse montante é de restos a pagar. Quando se compara os R$ 519,4 milhões liberados em fevereiro deste ano com o mesmo período do ano passado, a queda foi de 82,38% e de 57% na comparação com o mês anterior.

Caixa Econômica é destaque

Valor Econômico - 30/03/2011
 
 
O setor bancário ganha um concorrente de peso na área de financiamentos a projetos de infraestrutura. A Caixa Econômica Federal, que estreou apenas em 2009 (em posições modestas) no ranking de "project finance" produzido pela Anbima desde 2001, aparece em destaque no ano de 2010. O banco estatal assumiu a liderança entre os emprestadores, com desembolso de R$ 838 milhões para 10 projetos (ver gráfico). Esse mesmo desempenho rendeu à Caixa o 4º lugar entre os assessores financeiros, atividade considerada mais nobre, que envolve a definição da estrutura de capital do financiamento. O primeiro lugar na assessoria financeira de financiamentos coube ao Santander.
Rogério Tavares, superintendente nacional de saneamento e infraestrutura da Caixa, projeta para 2011, por baixo, o dobro do volume de financiamentos a projetos de infraestrutura desembolsado em 2010. Estão no forno dois grandes projetos na área de transporte, oito de energia e três operações no setor de saneamento, alguns, inclusive, sem envolver recursos do BNDES. Em 2010, todos os dez projetos nos quais a Caixa esteve envolvida eram ligados a projetos de energia renovável. "Assinamos no ano passado cerca de R$ 4 bilhões para serem contratados neste ano", acrescenta.
A Caixa tornou-se agente repassador do BNDES em 2005, quando participou do primeiro "project finance", de uma rodovia. De lá para cá, a diretoria decidiu que atuação nesse segmento deveria ser ampliada. "Não fazíamos antes porque não havia uma decisão de cima para apoiar outros segmentos que não fossem saneamento e transporte urbano", diz. "Seguramente, vamos manter a liderança como emprestador e, como assessor, esperamos subir um pouco mais."
Participam do ranking Anbima projetos estruturados por meio de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE) e que registraram o primeiro desembolso em 2010.

BC aperta o crédito, mas consumo cresce

Autor(es): Victor Martins
Correio Braziliense - 30/03/2011
 

Embora os juros tenham atingido 43,8%, o maior nível desde agosto de 2009, operações chegam a R$ 69,7 bilhões, com alta de 3,7%.
 
Apesar dos esforços do Banco Central (BC) para pôr um freio no consumo, o brasileiro não se intimidou frente à piora das condições de crédito. Mesmo com os juros nas operações para pessoas físicas tendo alcançado 43,8% ao ano, o maior nível desde agosto de 2009, em fevereiro as famílias pegaram R$ 69,7 bilhões emprestados para saciar seus anseios por mercadorias e serviços, um volume 3,7% superior ao de janeiro. Nem o aperto na taxa básica (Selic), que subiu de 10,75% ao ano para 11,75% em 2011, nem as medidas prudenciais anunciadas em dezembro do ano passado conseguiram reduzir o ímpeto por financiamentos. A despeito da vontade do presidente do BC, Alexandre Tombini, o crédito total se expandiu 21% em 12 meses.

Os números são fortes, mas o BC ainda acredita que o ritmo de expansão do crédito vai diminuir. A certeza deriva das expectativas de desaquecimento da economia, tanto que a autoridade monetária reduziu de 15% para 13% a projeção de alta do estoque financiado em 2011. “Estamos esperando uma desaceleração”, afirmou o chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel. Por enquanto, isso não passa de uma esperança. Até mesmo o financiamento de veículos, justamente o que o BC mirou com mais força quando adotou medidas para apertar o crédito, registrou elevação nas concessões. Entre janeiro e fevereiro, a linha obteve um incremento de 12,6%. Empréstimos pessoais seguiram ritmo semelhante, avançando 13,9% — os imobiliários, 34,6%.

Desconto
O bancário Jean Charlles de Lima, 36 anos, e a mulher, Thays de Lima, 26, fazem parte dos brasileiros que não recuaram diante das medidas para conter o consumo. “Ainda não sentimos o aumento dos juros. Ainda não afetou nosso bolso. Por isso, continuamos comprando”, admitiu Thays. “Quando dá, compro à vista. Mas, se não há desconto quando pago em dinheiro, acho que vale a pena parcelar.” Ontem, eles saíram à procura de uma cama nova, que será parcelada. “Costumamos dividir em até 10 vezes. Estamos trocando a mobília de casa. Então, devo financiar pelo menos uma parte da mercadoria”, explicou Jean Charlles.

A também bancária Ione Barbosa Caixeta, 35 anos, se preocupa com os juros, mas ainda não percebeu a elevação dos encargos e o encurtamento dos prazos. “Pago em, no máximo, três parcelas”, disse. A preferência dela é de sempre dividir as compras de maior valor. O servidor público Paulo Amaral, 52, reclama que é obrigado a comprar no crédito, já que muitas lojas não aceitam cheques. “Sinto que é a única opção. Além disso, são muitos benefícios. Alguns lugares dividem em 12 vezes sem juros”, afirmou.

Os dados preliminares de março, contabilizados até o dia 17, mostram os juros ficando mais pesados e, ainda assim, o brasileiro comprando bastante. A média diária de concessões, por exemplo, avançou 4,5% na primeira quinzena, dando prosseguimento ao ritmo de consumo das famílias. Em fevereiro, elas haviam ficado em 8,9%. As taxas também avançaram no período, registraram alta de 1,5 ponto percentual. No mês passado, o incremento foi de 0,7 ponto percentual.

Para Nicola Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), as medidas do BC tiveram efeito apenas parcial. “A renda do brasileiro continua alta, o mercado de trabalho apresentou certa acomodação, mas em um patamar elevado, e muitas financeiras, devido à grande quantidade de dinheiro em circulação, conseguiram manter boas condições para os consumidores”, justificou. “A dúvida, agora, é saber onde mais o BC vai apertar, já que os juros chegaram à lua”, ponderou Douglas Uemura, da LCA Consultores.

Calote
A inadimplência subiu 0,1 ponto percentual entre janeiro e fevereiro. Com essa leva alta, o calote atingiu 4,7% das operações de crédito. Após reduzir os prazos de financiamento e a quantidade de dinheiro disponível para empréstimos e elevar os juros básicos, o Banco Central estimava um reflexo maior. “Esperávamos alguma reação da inadimplência, mas ela vem ocorrendo de forma moderada. Esse avanço ainda não preocupa”, explicou o chefe-adjunto do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel.

Cheque especial ainda muito caro
O cheque especial foi uma das poucas modalidades de crédito que registraram, ao mesmo tempo, recuo nas concessões — de 0,5 % entre janeiro e fevereiro — e na taxa de juros, que encolheu 5,2 pontos percentuais. O movimento, segundo especialistas, se explica porque a modalidade é a que tem um dos encargos mais altos do país, de 167,4% ao ano. Para não pagar esse valor astronômico, os brasileiros estão migrando para opções mais em conta, como o consignado (empréstimos com desconto no contracheque), que cobra 28,9% ao ano.

AIE estima US$ 1 tri de receita para Opep

Autor(es): Sylvia Pfeifer, Javier Blas e David Blair | Financial Times, de Londres
Valor Econômico - 30/03/2011
 
A Opep, cartel dos produtores de petróleo, está a caminho de registrar US$ 1 trilhão em receitas de exportações neste ano, pela primeira vez, se os preços do petróleo permanecerem acima de US$ 100 o barril, segundo a Agência Internacional de Energia (AIE).
O cartel tem sido um dos principais beneficiários do encarecimento do petróleo, cujo preço subiu, nas últimas semanas, em meio a revoltas civis no Oriente Médio e norte da África. Na terça-feira, o tipo Brent foi negociado a US$ 115 o barril, quando os ministros de Relações Exteriores reuniram-se em Londres para explorar opções para o futuro da Líbia se Muamar Gaddafi deixa o poder.
Fatih Birol, economista-chefe da AIE, disse que nova avaliação da agência regulamentadora e fiscalizadora dos países ricos em petróleo mostrou que o número de barris exportados pela Opep em 2011 será ligeiramente inferior ao de 2008, quando as receitas do petróleo chegaram a US$ 990 bilhões.
No entanto, se o preço médio permanecer em torno de US$ 100 o barril, ainda assim as receitas da Opep com o petróleo atingirão um recorde de US$ 1 trilhão este ano. A estimativa é baseada na produção total da Opep, inclusive gás natural líquido.
"Seria a primeira vez na história da Opep em que as receitas do petróleo terão atingido US$ 1 trilhão. Isso se deve principalmente ao encarecimento e maior produção (de petróleo)", disse Birol. "No entanto, a Arábia Saudita tem feito esforço substancial para acalmar os mercados de petróleo aumentando a produção e impedindo os preços de subir mais", acrescentou.
Muitos dos maiores produtores da Opep já estão usando os ganhos resultantes dos altos preços para aumentar os gastos públicos, em parte para evitar agitação popular. O rei Abdullah da Arábia Saudita anunciou, no mês passado, um pacote de US$ 35 bilhões de novos benefícios.
Mas essa benevolência implica que o país agora precisa de um petróleo a US$ 83 por barril para equilibrar o orçamento nacional deste ano, segundo Leônidas Drollas, economista-chefe do Centro de Estudos de Energia Mundial, em Londres. Dez anos atrás, o reino poderia equilibrar seu orçamento com preços inferiores a US$ 30.
Birol disse que o petróleo mais caro "começou a prejudicar a economia mundial", acrescentando estar "muito preocupado com os países da OCDE.

Inflação: as razões do Banco Central

Cristiano Romero
Valor Econômico - 30/03/2011
Analistas importantes do mercado financeiro acham que o Banco Central (BC) está tomando riscos demais na sua estratégia gradualista de combate à inflação. A política pode dar certo e, em meados do ano que vem, o IPCA, que está girando em torno de 6% em 12 meses, volta à meta de 4,5%. O risco de as coisas não ocorrerem como o previsto, prenunciam esses analistas, é grande. O BC acha que não. Julga, inclusive, que está sendo conservador quanto ao impacto das medidas macroprudenciais sobre o crédito, a atividade econômica e, portanto, sobre a inflação.
O BC, como já deixou claro em mais de uma oportunidade seu presidente, Alexandre Tombini, acredita que parte da alta da inflação neste momento decorre de uma pressão de demanda. Por isso, considera que, ao adotar medidas para encarecer o crédito, ataca um dos suportes do crescimento da demanda.
Nas suas projeções de inflação, o BC tem levado em conta os efeitos dos aumentos de recolhimento compulsório feitos em dezembro e janeiro. Estimou que essas medidas têm impacto equivalente ao da elevação da taxa básica de juros (Selic) em 0,75% ao ano. O banco não tem considerado, no entanto, os resultados de outras medidas macroprudenciais.
    Peso das expectativas diminui nas projeções
É certo que o aumento da exigência de capital, dos bancos, nas operações com empréstimo consignado e financiamento de veículos em prazos mais longos terá efeito sobre o custo do crédito. Outras iniciativas adotadas, como a exigência de pagamento mínimo de 15% das faturas de cartão de crédito e as elevações do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre empréstimos externos e compras com cartão no exterior, também deverão ajudar nessa direção.
Algumas instituições financeiras, principalmente os bancos de varejo, vêm informando ao BC que sentiram rapidamente os efeitos dessas medidas sobre suas operações de crédito. Enquanto em 2010, o volume de crédito da economia cresceu 20,6%, este ano, segundo estimativa do governo, deve avançar 13%. No Relatório de Inflação que será divulgado hoje pelo BC, há uma avaliação das ações tomadas até agora sobre o crédito.
Um outro ponto crítico para o BC diz respeito às expectativas de inflação. Estas não param de se deteriorar. O último Boletim Focus mostrou que o mercado já espera IPCA de 6% este ano e de 4,91% em 2012. Quando a autoridade monetária não consegue gerenciar as expectativas, elas se convertem em inflação no futuro.
As projeções de inflação são uma variável-chave no processo decisório do Comitê de Política Monetária (Copom). Assim como outros indicadores, as expectativas quanto ao comportamento do IPCA - captadas junto ao mercado pelo Boletim Focus - influenciam essas projeções. A novidade é que o BC diminuiu o peso das expectativas nas suas projeções.
A justificativa é que as expectativas estão muito influenciadas pela inflação corrente (ou passada). O BC não divulga os pesos que dá a cada indicador nas projeções que faz. Alega, apenas, que os pesos mudam de tempos em tempos, mas não em razão de interesses escusos e, sim, em função de procedimentos econométricos normais.
A taxa de câmbio, por exemplo, tem hoje um peso menor nas projeções do que tinha no passado, quando só variava para cima. A produção industrial também não está sendo usada como o melhor indicador de atividade, afinal, não cresce desde abril, o que não impediu a economia brasileira de se expandir 7,5% em 2010. O BC sustenta que continua dando o mesmo tratamento às expectativas, mas o desafio, argumenta-se, é como estimá-las.
Ademais, o BC julga que as expectativas têm piorado a partir de uma visão equivocada do que o governo está fazendo para enfrentar a inflação. A divergência entre BC e mercado começou no segundo semestre do ano passado, quando, às vésperas da eleição, o Copom decidiu mudar o rumo da política monetária. Em setembro, o mercado esperava, em sua maioria, que o Comitê elevasse a taxa Selic em 50 pontos básicos, o que não ocorreu.
A análise do BC é que o Brasil sofreu as consequências de um choque brutal de preços de commodities ocorrido lá fora. A estimativa é que, de cada 15% de aumento nos preços desses produtos, há impacto de 1 ponto percentual na inflação brasileira. O rebate no IPCA ocorreria, portanto, avalia o governo, independentemente do aumento dos juros.
As commodities subiram fortemente no último trimestre do ano passado e seguiram aumentando em janeiro e fevereiro deste ano, mas nas últimas semanas já estariam estabilizando. O BC avalia que o fato de a alta dos preços ter ocorrido principalmente no caso dos alimentos aumentou a sensação de descontrole inflacionário, elevando o pessimismo dos analistas.
Por fim, o BC acha que uma parte dos agentes econômicos se posicionou, no fim do ano passado, de forma muito cética quanto ao interesse e à capacidade do governo recém-eleito de combater a inflação. Essas vozes estariam fazendo um barulho que só amplia a desconfiança num momento em que a inflação está, de fato, elevada - o governo acredita que essa situação perdurará até agosto, quando o IPCA de 12 meses deverá superar os 6,5%, o teto do regime de metas.
O BC aposta que está no caminho certo. O mundo está hoje num momento muito mais complexo do que estava em 2006, antes da crise financeira internacional. A liquidez nos mercados financeiros mundiais é gigantesca; existem problemas fiscais sérios em economias avançadas; o Oriente Médio e o Norte da África vivem momento de ebulição política, com impactos no preço do petróleo, enfim, o risco de perturbação em várias frentes aumentou de forma considerável.
O mercado duvida das intenções do governo brasileiro na área fiscal, o que na prática significa prever que o setor público não fará a sua parte para conter a demanda agregada e, assim, auxiliar o Copom no combate à inflação. Já o BC projetava, desde o Relatório de Inflação de setembro de 2009, que haveria uma "consolidação fiscal" em 2011.


LCA vê eficácia na estratégia do BC de combate à inflação

Sergio Lamucci | Valor
30/03/2011 16:51

SÃO PAULO - O economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges, não compartilha do ceticismo de boa parte do mercado em relação à estratégia adotada pelo Banco Central (BC) de combate à inflação. Para ele, as medidas macroprudenciais adotadas pelo BC, que restringiram o crédito, já mostraram “efeitos nítidos” sobre empréstimos e financiamentos, equivalendo a um aumento de 1,8 ponto 

SP sobe no ranking de produção de artigos científicos

Valor Econômico - 30/03/2011
 
São Paulo é agora a única cidade do Hemisfério Sul entre as 20 que mais produzem artigos científicos no mundo, diz estudo da Royal Society, academia nacional de ciência britânica. um novo estudo. A capital paulista subiu 21 posições desde 1996 no ranking divulgado pela academia.
A subida da capital paulista só não foi tão expressiva como a de algumas cidades chinesas - Nanquim, por exemplo, ganhou 66 posições na pesquisa. Além de São Paulo e Nanquim, a lista tem outras quatro cidades chinesas, cinco americanas, as cinco principais capitais europeias, Moscou, Toronto, Seul e Tóquio.
No que se refere ao crescimento chinês, o relatório sugere uma revisão da previsão de que o país ultrapassaria os EUA em número de artigos publicados depois de 2020. Agora, a estimativa é que isso acontecerá já em 2013.
Ao conseguir centralizar o rápido crescimento da atividade científica brasileira, diz a Royal Society, São Paulo se destaca entre as cidades em ascensão, especialmente por causa da Fapesp, órgão que fomenta a pesquisa no Estado.
Os britânicos ressaltam que a Constituição paulista obriga o Estado a repassar 1% da sua receita tributária ao órgão e cita o seu diretor científico, Carlos Henrique de Brito Cruz, dizendo que "provavelmente nenhuma outra agência de fomento no mundo inteiro tem tal segurança e autonomia"".
Eles estão preocupados, porém, com "as reduções significativas no orçamento de ciência em 2011"" do país. O Ministério da Ciência e Tecnologia deve ter um corte de cerca de R$ 1,7 bilhão. "É preocupante, mas em São Paulo 65% do dinheiro para a ciência é estadual, contra uma média de 20% no resto do país"", diz o diretor da Fapesp.

Porto de Santos terá estudo para melhorar logística

Autor(es): Fernanda Pires | Para o Valor, de Santos
Valor Econômico - 30/03/2011
 
De olho nos projetos de infraestrutura necessários para agilizar o fluxo de cargas nos acessos ao porto de Santos, o governo alemão está financiando um estudo que listará alternativas de obras a serem licitadas pela Secretaria de Portos (SEP).
Ontem, o ministro alemão do Transporte, Construção e Desenvolvimento Urbano, Peter Ramsauer, esteve em Santos acompanhado de uma comitiva composta por representantes de instituições financeiras e de empresas, como a Siemens, interessadas em participar das soluções para o maior porto da América Latina.
Entre as obras destacadas como essenciais, estão um túnel ligando as duas margens do porto (Santos e Guarujá); plataformas logísticas para regular o tráfego na retaguarda do porto; um sistema hidroviário, para utilizar o potencial fluvial da região e equilibrar a matriz de transporte - hoje, 85% das cargas movimentadas em Santos chegam ou saem de caminhão - e um sistema de monorail, espécie de teleférico para transportar contêineres pelos 800 metros da Serra do Mar, entre Santos e São Paulo.
O levantamento será financiado pelo banco KFW, no valor de € 600 mil. Segundo o assessor especial da SEP, José Newton Gama, a opção por desenvolver os estudos junto a instituições alemãs é resultado do conhecimento daquele país.

Ibama permite apenas o uso emergencial de produtos

Valor Econômico - 30/03/2011
 
O crescimento sem controle de gramíneas e árvores exóticas fora de seus ambientes naturais levou o Paraná e Santa Catarina a pedirem ao Ibama uma autorização temporária para a aplicação de herbicidas em suas áreas estaduais de conservação. A requisição culminou com a portaria de nº 14, de maio do ano passado, que permitiu o uso restrito de três princípios ativos (triclopir éster butoxi etílico, Imazapir e glifosato) para a restauração florestal em casos emergenciais.
Os dois Estados foram os primeiros do país a elaborar uma lista oficial de espécies exóticas da fauna e flora em seus territórios. Em Santa Catarina são 46 espécies de plantas, entre pinus, acácias, madressilvas e um variado leque de capins. No Paraná são 54 plantas, incluindo o bambu da Ásia. São Paulo seguiu o exemplo e está em fase de elaboração de uma lista semelhante.
Segundo especialistas em restauração de florestas, os diferentes tipos de capim que se alastram de forma generalizada pelas unidades de conservação do país são um dos principais entraves para o desenvolvimento de espécies nativas. Apenas no Sudeste foram localizados exemplares de cinco espécies - capim estrela, gafanhoto, gordura, colonião e a braquiária. "Só cortar as espécies exóticas é inócuo porque a eficiência é baixa e o custo alto", afirma Sílvia Renate Ziller, diretora-executiva do Instituto Hórus, organização não governamental com sede em Florianópolis envolvida na discussão.
Em São Paulo, por exemplo, o custo para limpeza e manutenção de áreas reflorestadas pode chegar a R$ 15 mil por hectare nos três primeiros anos, incluindo os gastos com mão de obra.
Por esse motivo, a portaria do Ibama é considerada um avanço para a gestão de unidades de conservação e coloca o Brasil na mesma direção de países como Estados Unidos e Canadá, onde essa prática é adotada há bastante tempo. Isso porque, apesar de não haver normativa que proíba o uso de herbicidas em áreas de conservação ambiental, tampouco havia no país produtos específicos determinados com o objetivo de restauração florestal.
O Instituto Hórus fechou recentemente uma parceria técnica com a multinacional Dow AgroSciences para a utilização de herbicidas em pesquisas para recomposição de florestas. É uma etapa fundamental no processo de inclusão de agrotóxicos nas áreas protegidas. "Não temos a recomendação pronta. Estamos avaliando a eficiência, utilizando e adaptando esses produtos às áreas brasileiras", explica Paulo Costa, gerente de marketing da Dow AgroSciences no Brasil.
A empresa requisitou ao Ibama no ano passado o registro permanente de três herbicidas para comercialização em áreas não agrícolas. De acordo com Costa, a expectativa é que o registro saia em até quatro anos.

Bancos mais competitivos na captação externa

Competição maior e volume recorde
Autor(es): Cristiane Perini Lucchesi | De São Paulo
Valor Econômico - 30/03/2011
 

O Brasil aumentou em 53,5% a captação de recursos externos no ano passado, chegando ao recorde de US$ 62,8 bilhões. No cenário de ampla liquidez externa que foi direcionada para o país, os bancos que lideraram as operações de captação internacional em 2009 - HSBC, Santander e J.P. Morgan - repetiram a performance em 2010 e mantiveram-se à frente no "Ranking Valor de Captações Externas".
Mas a competição aumentou entre os bancos e a diferença entre eles ficou mais apertada. A movimentação no ranking foi maior da quarta posição para baixo. A começar pelo Deutsche Bank, que teve crescimento de mais de 200%, encostou no terceiro colocado e desbancou o Citi, que caiu da quarta para a 12ª posição. O quinto colocado, o BNP Paribas, surpreendeu por ter sido a institui- ção financeira que mais cresceu, em valores, nos empréstimos e títulos liderados.
 
 
 
As eleições presidenciais não atrapalharam em nada e o Brasil captou US$ 62,827 bilhões no mercado externo em 2010, recorde histórico absoluto e aumento de 53,58% na comparação com 2009. No cenário de ampla liquidez externa que foi direcionada para o país, bancos vencedores na crise financeira de 2008 conseguiram destaque e mantiveram-se na frente do "Ranking Valor de Captações Externas", que completa hoje dez anos de existência.
Os três primeiros colocados em 2009 - HSBC, Santander e J.P. Morgan, nessa ordem - mantiveram suas posições em 2010. Mas a competição cresceu, e muito, e a diferença entre um banco e outro ficou mais apertada.
Ao liderar US$ 19,5 bilhões em empréstimos sindicalizados (com a participação de vários bancos) e títulos de dívida no exterior em 2010, o HSBC conseguiu o título de bicampeão: foi o primeiro colocado pela segunda vez consecutiva. Um dos maiores bancos britânicos em valor de mercado, que não precisou recorrer à ajuda do governo de seu país para sobreviver em meio à crise, o HSBC foi líder também em importantes sub-rankings. Foi o primeiro em "Bônus", que exclui os empréstimos, e em "Número de operações", ao liderar 33 transações, mais do que o dobro em relação às 15 realizadas em 2009. Ganhou também o sub-ranking de "Bônus corporativo", que exclui República e empréstimos externos.
O Santander segurou sua segunda posição pelo terceiro ano consecutivo, ao liderar operações de US$ 18,13 bilhões. Conseguiu também a primeira colocação nos sub-rankings de "Bônus corporativo do setor não financeiro" e "Empréstimos do setor não financeiro", que são os bônus e empréstimos para empresas não financeiras. Foi o primeiro ainda em "Empréstimos do setor privado". O J.P. Morgan teve destaque, ao liderar US$ 14,339 bilhões em captações externas, mantendo a terceira colocação.
A movimentação maior no ranking, na verdade, aconteceu da quarta posição para baixo. O Deutsche Bank teve crescimento surpreendente e encostou no terceiro colocado, ao liderar um total de US$ 14,15 bilhões, diferença de menos de US$ 200 milhões em relação ao J.P. Morgan. O crescimento foi de mais de 200% na comparação com os US$ 4,32 bilhões de 2009, quando o Deutsche ficou com a décima colocação. O alemão desbancou o americano Citi, que caiu da quarta para a décima segunda posição.
Além do crescimento surpreendente, o Deutsche liderou os sub-rankings de "Bônus corporativo do setor público", que exclui transações da República e de empresas e bancos privados, "Bônus corporativo do setor financeiro", que exclui o governo federal e empresas não financeiras, e "Bônus em outras moedas que não o dólar", como papéis no exterior denominados em reais, euros, ou até mesmo em francos suíços, o primeiro da história do Brasil, feito pelo Banco Votorantim.
O quinto colocado BNP Paribas também surpreendeu pelo aumento no volume liderado de transações de captação externa de dívida. O francês foi a instituição financeira que mais cresceu em valores dos empréstimos e títulos liderados, que passaram de US$ 3,851 bilhões em 2009 para US$ 13,892 bilhões em 2010, um aumento de mais de US$ 10 bilhões. Além disso, o BNP saiu na frente no importante sub-ranking de "Empréstimos", que exclui os bônus, ao conseguir o mandato sozinho para distribuir transações de grande porte como da Embraer, de US$ 1 bilhão, e do Banco Votorantim, de US$ 350 milhões. Mas foi o empréstimo de € 4,324 bilhões para a República para construção de submarinos, com a garantia da Coface, fechado em 2009, com desembolso no início de 2010, que puxou o banco mais para cima no ranking, passando da décima primeira posição para a quinta. O "Ranking Valor de Captações Externas" inclui um empréstimo nos seus dados na data de seu primeiro desembolso.
O grupo Itaú, o sexto colocado no ranking de 2010, merece especial atenção. O banco voltou à primeira colocação como líder no sub-ranking de "Captações por líder nacional" e conseguiu a sexta colocação no ranking geral. Liderou US$ 13,765 bilhões, um aumento de quase 200% na comparação com os US$ 4,62 bilhões de 2009. O mais inusitado, no entanto, foi a importância que o Itaú conquistou no mercado de títulos de dívida: esteve à frente de um volume de emissão de eurobônus que nenhuma instituição nacional jamais conseguiu, ficando à frente de um total de US$ 10,987 bilhões, aumento de quase 150% na comparação com os US$ 4,5 bilhões de 2009.
Com a crise de 2008, os bancos nacionais passaram a assumir posições mais relevantes no mercado de captações externas. Seus custos de captação mais baixos do que muitos bancos estrangeiros tornaram os brasileiros competitivos em linhas em dólar. Mas, participação tão relevante no mercado de eurobônus, que exige real capacidade de distribuição junto ao investidor fora do país, é bem mais raro.
O americano Bank of America Merrill Lynch também teve aumento expressivo no total liderado, passando de US$ 5,95 bilhões para US$ 13,085 bilhões, alta de 120%, o que lhe garantiu a manutenção na sétima posição, apesar do aumento da competição. O britânico Standard Chartered, décimo sexto colocado no ranking geral, obteve a primeira posição no sub-ranking "Empréstimos do setor público", que exclui República e empresas e bancos privados. O espanhol BBVA, por sua vez, foi o banco que mais galgou degraus, passando da trigésima segunda posição para a décima sétima, subindo quinze colocações. O BTG Pactual também subiu bastante no ranking geral, passando da trigésima para a décima oitava posição.
Entre os tomadores de dívida, os destaques foram o Grupo Votorantim - considerando-se também o banco -, que foi o líder em captações durante 2010. O segundo lugar ficou para as Organizações Odebrecht, incluída a Braskem. Se forem excluídas as empresas financeiras, o grupo Odebrecht foi o que mais realizou captações no mercado internacional em 2010, com transações emblemáticas, como o primeiro "project bond" puro lançado por uma empresa brasileira, no qual o fluxo de pagamento dos bônus vem apenas do próprio projeto. Os maiores emissores/tomadores de dívida - incluída a terceira colocada, a Fibria, que levantou mais de US$ 3 bilhões - realizaram, principalmente, gerenciamento de passivos: buscaram o mercado externo para melhorar o perfil de sua dívida e diversificar fontes de financiamento.
Os bancos captaram volumes recordes no exterior, na procura de recursos de longo prazo para ampliar o crédito no mercado interno, que cresceu 20%. Entre as empresas financeiras, o Itaú foi o banco que mais captou no mercado internacional.
Os investidores externos quiseram pegar carona no crescimento do Brasil, de 7,5% em 2010, bem superior ao dos países ricos, e compraram até mesmo papéis perpétuos, sem vencimento final.

quarta-feira, 30 de março de 2011

Vale rendeu 3.019% após privatização

Autor(es): agencia o globo:Lucianne Carneiro e Danielle Nogueira
O Globo - 29/03/2011
 
Ganho de ADRs desde 1997 foi muito superior ao da concorrente Rio Tinto


Os investidores que compraram os recibos de ações da Vale negociados na Bolsa de Nova York (os ADRs, American Depositary Receipt) tiveram um ganho em dólar (incluindo a distribuição de dividendos) de 3.019% entre junho de 1997 e janeiro de 2011, muito acima dos 1.323% pagos pela Rio Tinto no mesmo período, segundo levantamento feito pelos professores do Departamento de Economia da PUC-Rio Vinicius Carrasco e João Manoel Pinho de Mello.

Os economistas compararam o desempenho da Vale com a mineradora australiana porque ambas têm exposição semelhante ao minério de ferro. O objetivo, diz Carrasco, era mostrar os ganhos da gestão privada na Vale.

- Mesmo com suposições cautelosas, como para o impacto no aumento da produção, vimos o enorme valor da privatização - afirma Carrasco.

Na próxima quinta-feira, conselheiros da Vale se reunirão para fecharem uma posição oficial sobre a saída do presidente da empresa, Roger Agnelli. A reunião extraordinária deve ocorrer na sede da companhia, no Rio. Ontem, representantes da Previ (fundo de pensão dos funcionários do Banco do Brasil), do BNDES e da Mitsui se reuniram para acertar os detalhes do encontro. Os três são acionistas da Valepar, holding que controla a Vale, e têm cadeiras no Conselho de Administração.

A reunião de ontem serviu para esclarecer a decisão, tomada em encontro na última sexta-feira, do qual nem BNDES nem Mitsui participaram. Estavam presentes apenas o presidente do Conselho de Administração do Bradesco, Lázaro Brandão; o presidente da Previ, Ricardo Flores; e o ministro da Fazenda, Guido Mantega. Na ocasião, o Bradesco, que detém 21,21% das ações da Valepar, cedeu às pressões do governo e decidiu pela saída de Agnelli, conforme antecipou o colunista do GLOBO Ancelmo Gois. Juntos, governo (por meio do BNDES) e fundos patrocinados por estatais detêm 60,51% do capital da Valepar. Daí a importância da aliança com o Bradesco para atingir o mínimo de 75% dos votos para eleger ou destituir o presidente.

O Ibovespa, referência do mercado, caiu ontem 0,85%, aos 67.192 pontos, sob influência do mercado externo. As ações ordinárias da Vale (com voto) caíram 0,66% e as preferenciais (sem voto), 0,87%. E o dólar subiu 0,12%, a R$1,662, com dois leilões do Banco Central no mercado à vista, um no mercado a termo e um swap cambial reverso (que equivale a compra de dólares no mercado futuro).

O lucro da CSN caiu 4% em 2010, para R$2,5 bilhões. No quarto trimestre, despencou 39% frente a igual período de 2009, a R$450 milhões.