Autor(es): agencia o globo: Wagner Gomes |
O Globo - 30/03/2011 |
Para educadores, Brasil dependerá de capital humano importado caso não invista no setor SÃO PAULO. Das 250 mil escolas públicas do país, só 11 mil têm ensino integral, com pelo menos sete horas de aula por dia. É pouco para um país que pensa em crescimento contínuo da atividade econômica, na avaliação de educadores que participaram ontem do Seminário Internacional sobre Educação Integral, em São Paulo. Para eles, o Brasil terá de investir muito nessa área se não quiser depender de capital humano importado. - Esta será uma década estratégica para o Brasil. Temos 98% da população entre 7 e 14 anos com acesso ao ensino fundamental. É um avanço, se considerarmos os 30% do meio do século passado, mas não satisfaz. Temos que formar capital humano para acompanhar o crescimento do país nos próximos anos - disse Maria de Salete Silva, coordenadora do programa educacional do Unicef no Brasil. Um programa do Ministério da Educação (MEC), o Mais Educação, criado em 2007, amplia o repasse de recursos para escolas com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) abaixo da média nacional e que queiram aumentar a jornada de estudos. Mas ele não pode ser único com esse propósito no país, afirmou Maria de Salete. Segundo ela, é preciso articular novos programas. Isabel Santana, gerente da Fundação Itaú Social, disse que a classe média supre a jornada reduzida de ensino com cursos extras e atividades complementares, porém os mais pobres não têm a mesma condição. Uma pesquisa da Fundação Itaú Social, com Unicef e o Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação (Cenpec), divulgada no seminário, faz um estudo sobre as perspectivas da educação integral. O levantamento analisou 16 experiências brasileiras na área, envolvendo a sociedade civil, como a Casa da Arte de Educar, no Rio de Janeiro. O projeto, no Morro dos Macacos e na Mangueira, virou referência. Em Palmas (TO), 70% do ensino fundamental são integrais. Escolas de Belo Horizonte, em Minas Gerais, estenderam o ensino para outras áreas públicas, como parques e até igrejas, que já realizavam algum tipo de ensino. - Estamos apenas no começo do caminho. Cada região está criando um modelo e uma maneira de melhorar o ensino. O Brasil não vai enriquecer se não investir também em educação, a exemplo do que estão fazendo outros países em desenvolvimento. Falta capital humano e não podemos importar pensadores. O governo federal não consegue fazer tudo sozinho. Aliás, não é função dele. Estados, municípios e sociedade precisam ajudar - disse Maria da Silva Quintino, coordenadora de projetos da Fundação Itaú Social. |
quinta-feira, 31 de março de 2011
Apenas 11 mil escolas públicas são integrais
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