quinta-feira, 31 de março de 2011

Preço da comida no atacado aumenta 3,2%

Preço da comida no atacado aumenta 3,2%

Autor(es): Márcia De Chiara
O Globo - 30/03/2011
 
Mesmo com a entrada da safra, os preços dos produtos agropecuários recebidos pelos produtores paulistas dispararam este mês e voltaram para o mesmo nível de novembro de 2010, quando a produção ainda estava no campo e havia escassez de oferta. Na terceira quadrissemana deste mês, o Índice Quadrissemanal de Preços Recebidos pela Agropecuária Paulista, apurado pela Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo, subiu 3,2%.
O resultado está 0,4 ponto porcentual acima da quadrissemana anterior e supera em 1,4 ponto porcentual o indicador da mesma quadrissemana do mês passado. Dos 18 preços de produtos agropecuários pesquisados, 11 aumentaram este mês e 7 tiveram um pequeno recuo.
O grande destaque de alta foi o feijão, que ficou 29,92% mais caro na terceira quadrissemana deste mês e tem peso importante nos índices de inflação ao consumidor. No ranking das maiores altas estão também a laranja para mesa (17,01%), tomate (16,17%), café (11,30%), ovos (10,08%) e frango (5,78%).
Para o pesquisador José Sidney Gonçalves, pesquisador do Instituto de Economia Agrícola e responsável pelo indicador, essa alta de preço no atacado vai se transformar em inflação para o consumidor nos próximos 15 dias. Mas ele ressalva que o tamanho do repasse da elevação do preço do atacado para o varejo deverá ser menor.
"Os preços dos alimentos estão subindo principalmente pela pressão de demanda e pela falta de resposta da produção", explica Gonçalves.
Ele observa que a elevação das cotações ocorre mesmo com o início da safra de vários produtos agrícolas, época de maior produção, quando, portanto, as cotações deveriam cair. "Há uma expectativa de escassez formada e isso impulsiona os preços." De certa forma, esse raciocínio contraria a explicação aceita pelo mercado e difundida pelo governo de que a inflação das commodities agropecuárias ocorre somente por causa das elevadas cotações no mercado externo.
Feijão. Um exemplo típico é o feijão. O preço da saca de 60 quilos, que atingiu R$ 200 em setembro do ano passado e fez a inflação ao consumidor disparar, recuou para R$ 50 no início deste ano. Agora já está em R$ 80 e, segundo o pesquisador, deverá atingir novamente R$ 150 ou R$ 200 nos próximos meses.
O que sustenta a nova escala do preço do feijão é a falta de produto. "A safra atrasou e a produção entrou no mercado de uma só vez, o que fez recuar o preço. Mas, agora, a expectativa é de que o produtor, descapitalizado na última safra, reduza a área de plantio da safra da seca."
Disparada
29,92%
foi a alta do preço do feijão ao produtor na terceira quadrissemana deste mês no Estado de São Paulo

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