Valor Econômico - 30/03/2011 |
O crescimento sem controle de gramíneas e árvores exóticas fora de seus ambientes naturais levou o Paraná e Santa Catarina a pedirem ao Ibama uma autorização temporária para a aplicação de herbicidas em suas áreas estaduais de conservação. A requisição culminou com a portaria de nº 14, de maio do ano passado, que permitiu o uso restrito de três princípios ativos (triclopir éster butoxi etílico, Imazapir e glifosato) para a restauração florestal em casos emergenciais. Os dois Estados foram os primeiros do país a elaborar uma lista oficial de espécies exóticas da fauna e flora em seus territórios. Em Santa Catarina são 46 espécies de plantas, entre pinus, acácias, madressilvas e um variado leque de capins. No Paraná são 54 plantas, incluindo o bambu da Ásia. São Paulo seguiu o exemplo e está em fase de elaboração de uma lista semelhante. Segundo especialistas em restauração de florestas, os diferentes tipos de capim que se alastram de forma generalizada pelas unidades de conservação do país são um dos principais entraves para o desenvolvimento de espécies nativas. Apenas no Sudeste foram localizados exemplares de cinco espécies - capim estrela, gafanhoto, gordura, colonião e a braquiária. "Só cortar as espécies exóticas é inócuo porque a eficiência é baixa e o custo alto", afirma Sílvia Renate Ziller, diretora-executiva do Instituto Hórus, organização não governamental com sede em Florianópolis envolvida na discussão. Em São Paulo, por exemplo, o custo para limpeza e manutenção de áreas reflorestadas pode chegar a R$ 15 mil por hectare nos três primeiros anos, incluindo os gastos com mão de obra. Por esse motivo, a portaria do Ibama é considerada um avanço para a gestão de unidades de conservação e coloca o Brasil na mesma direção de países como Estados Unidos e Canadá, onde essa prática é adotada há bastante tempo. Isso porque, apesar de não haver normativa que proíba o uso de herbicidas em áreas de conservação ambiental, tampouco havia no país produtos específicos determinados com o objetivo de restauração florestal. O Instituto Hórus fechou recentemente uma parceria técnica com a multinacional Dow AgroSciences para a utilização de herbicidas em pesquisas para recomposição de florestas. É uma etapa fundamental no processo de inclusão de agrotóxicos nas áreas protegidas. "Não temos a recomendação pronta. Estamos avaliando a eficiência, utilizando e adaptando esses produtos às áreas brasileiras", explica Paulo Costa, gerente de marketing da Dow AgroSciences no Brasil. A empresa requisitou ao Ibama no ano passado o registro permanente de três herbicidas para comercialização em áreas não agrícolas. De acordo com Costa, a expectativa é que o registro saia em até quatro anos. |
quinta-feira, 31 de março de 2011
Ibama permite apenas o uso emergencial de produtos
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