segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
#18SÓ
Quando retornaram pra casa apareceu uma ocasião num #nEVENTREMINDER comum a ambos. Marcaram pelo chat do próprio programa.
#171DESPEDIDA
Destroçados, dormiram com os respectivos correios-eletrônicos adicionados. Não se lembravam bem um do outro. Por quê?
#16AMARELOPRETOVERDE
Apenas surpreso de sua leitura, sem segundas intenções. Ela, ainda, depois: vc é 1 trepada ou 1 estrepada?
#15ELAÔNIBUS1ENCONTRO
Na saída do clínico-geral, perguntou-lhe quem era o especialista que cheira buceta. "O ginecologista". Amanhã, na agenda.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
#11MÉTODOABRASIVO
Vc sabe quais tuas obrigações tributárias enquanto militar do meu regime patrimonial
#7QUARTOPODER
Analistas julgam precipitadas as afirmações do Autor sobre o declínio da Terceira Revolução Industrial
#6NUMAQUADRAESQUECIDADAUNIVERSIDADE
Este romance pratica um idioma novo, cuja sintaxe está a anos-luz do discurso conhecido na prosa
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
#5 DIVULGAÇÃO
"Autor bissexto escreve romance ao mesmo tempo em que o vai postando no Twitter". "Em tempo real, sem mudar uma vírgula".
#4 O TÍTULO
Desculpe, mas não entendi o título (me responde no msn)
So close to dignity,
Mankind
Mancada
So close to dignity,
Mankind
Mancada
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
#2 TITLE
"Constatar que a concepção literária do 'Blogromance' entra em crise revela verdades profundas da gossip de celebridades", diz pesquisa do periódico inglês Financial Times
#1 WHAT'S HAPPENING?
Why not? Back to the "Express Romance", insuspeitadamente, fortunaly for those romance's killers.
Estressed Expressed Amorance
Estressed Expressed Amorance
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
Finanças
Brasil tem 63 mil milionários, com R$ 371 bi aplicados
ESP, 8/fev/11
Os brasileiros de alta renda - aqueles com pelo menos R$ 1 milhão em aplicações - fecharam 2010 com R$ 371 bilhões investidos nos bancos, segundo dados divulgados hoje pela Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) sobre o mercado de private banking. Na comparação com o ano anterior, houve crescimento de 23% no total de ativos aplicados. O private banking corresponde à área dos bancos que atua na gestão de patrimônio e consultoria de investimentos.
Houve crescimento tanto no volume de recursos investidos nos bancos quanto no número de brasileiros milionários. O presidente do Comitê de Private Banking da Anbima, Celso Portásio, destaca que a alta é puxada pela expansão da economia, que gera aumento da renda e aquece o setor empresarial. Com isso, aumentam as fusões e aquisições e as aberturas de capital, gerando novos milionários no País. Geralmente, são famílias que vendem ações de empresas ou participações em companhias fechadas. No ano passado, houve alta de 11% no total de milionários no Brasil, para 63.224 pessoas.
Os produtos preferidos dos milionários para aplicar recursos são fundos de investimento, que ficaram com R$ 162,2 bilhões dos ativos desses investidores em 2010. Papéis de renda fixa, como títulos públicos emitidos pelo governo, respondem por R$ 118,6 bilhões. Já as ações de empresas lançadas na Bolsa ficam com R$ 68,2 bilhões. Os recursos restantes estão investidos em outros produtos, como poupança e planos de previdência, segundo o levantamento da Anbima.
Risco
Portásio destaca que os milionários preferem aplicações um pouco mais arriscadas, quando comparados com o investidor comum. Um exemplo são os fundos multimercados, que respondem por 50,7% das aplicações dos endinheirados em fundos de investimento. Na média geral do setor, a participação desses fundos, que aplicam em ações, renda fixa, câmbio e derivativos, é de 28%.
A distribuição nacional dos recursos dos milionários indica que São Paulo, maior cidade do País, concentra a maior parte das aplicações, com 55,3% dos recursos. No Rio de Janeiro, estão 18,3%, em Minas Gerais e no Espírito Santo, 5,8%. O Sul responde por 13%, seguido pelo Nordeste, com 5,5%, e pelo Centro-Oeste, com 1,8%. O Norte apresentou número muito pequeno de clientes de alta renda (0,3%).
Portásio avalia que a participação maior de São Paulo é natural, pois o Estado tem a maior riqueza do País. No entanto, outras regiões estão mostrando crescimento na participação dos recursos, como Rio de Janeiro, Centro-Oeste e Norte.
Os dados da Anbima foram coletados com os próprios bancos. Esta é a primeira vez que a entidade divulga informações anuais do mercado de private banking. O objetivo da entidade é fazer estatísticas regulares desse mercado, que até o ano passado não tinha dados consolidados. Ao todo, 22 bancos passaram informações à Anbima.
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Indústria e Comércio
No Brasil Econômico: "Onde o sonho do pleno emprego não chegou"
Publicada em 07/02/2011 pelo Brasil Econômico. Autora: Elaine Cotta
http://www.relacoesdotrabalho.com.br/profiles/blogs/no-brasil-economico-onde-o?utm_source=twitterfeed&utm_medium=twitter
"Desemprego nas capitais do Nordeste é superior ao dobro do registrado na Região Sul
O desemprego de 6,7% registrado no ano passado fez ressurgir entre os economistas a discussão de que o Brasil, finalmente, pode ter atingido o tão almejado pleno emprego. Mas essa é uma afirmação cercada de controvérsias.
Embora a atual taxa possa ser considerada baixa, ela sozinha não faz um retrato real do mercado de trabalho brasileiro, ainda cheio de imperfeições. Entre elas estão a elevada informalidade e as desigualdades que persistem entre regiões, homens e mulheres, além das dificuldades enfrentadas pelos jovens para conseguir o primeiro emprego.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2010, apenas 56,9% do total de trabalhadores tinham carteira assinada. O restante era informal ou trabalhava por conta própria. O setor de construção, um dos que mais empregaram no ano passado, é também o mais informal: apenas 36,8% de seu contingente tem carteira assinada.
Desigualdades Essas discrepâncias se acentuam quando se olha, por exemplo, para a Região Nordeste, onde o nível de desemprego e informalidade é superior ao das demais regiões. Nas duas capitais pesquisadas pelo IBGE, Recife e Salvador - o instituto não mensura o nível de emprego em outras capitais do Nordeste e nem no Norte, o desemprego ainda é de 8,7% e 11%, respectivamente.
É uma realidade bem distinta da de Porto Alegre, onde o desemprego no ano passado foi de apenas 4,5% - o menor do Brasil. A Região Nordeste também é a que paga os menores salários - cerca de 30% abaixo da média nacional.
O sonho do pleno emprego também fica distante quando se olha para a situação dos jovens e das mulheres. A taxa de desemprego feminino em 2010 foi de 8,5%, enquanto a dos homens ficou em 5,2%. As mulheres também continuam ganhando menos, com salários que são apenas 72,3% do rendimento masculino -apesar de, na média, elas estudarem mais que eles.
Primeiro emprego Entre os jovens que fazem parte da População Economicamente Ativa (PEA) a situação não é diferente.
Mesmo com o nível de escolaridade maior, os brasileiros que tentam entrar no mercado de trabalho enfrentam muita dificuldade. Na faixa que compreende os trabalhadores que têm entre 18 e 24 anos, o desemprego chega a 15%. A situação piora entre os mais jovens - de 15 a 17 anos -, que enfrentam uma taxa de desemprego que bate os 25,8%.
"Ao mesmo tempo em que falta mão de obra qualificada para alguns setores, não há vagas para quem optou por concluir o ensino universitário", analisa Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios. Ele lembra que no Brasil a relação entre escolas e empresas é quase inexistente, o que dificulta a entrada dos jovens no mercado de trabalho.
"O Brasil tem carência de técnicos, graduados ou não, mas esses mesmos técnicos, na maioria das vezes, saem da escola completamente despreparados para o mercado de trabalho", conclui Leite. E há luz no final do túnel? "Sou otimista, mas desde que o país vença o gargalo da falta de qualificação o quanto antes", diz.
"Para isso, será necessário que as empresas adotem uma nova postura, com maior participação na formação do que será o trabalhador brasileiro do futuro."
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Para o IBGE, a População Economicamente Ativa (PEA) é de apenas 22 milhões de pessoas, ante 190 milhões de habitantes do país.
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Isso acontece porque a pesquisa de emprego e renda abrange apenas seis capitais, consideradas as mais representativas para a economia nacional."
"Desemprego nas capitais do Nordeste é superior ao dobro do registrado na Região Sul
O desemprego de 6,7% registrado no ano passado fez ressurgir entre os economistas a discussão de que o Brasil, finalmente, pode ter atingido o tão almejado pleno emprego. Mas essa é uma afirmação cercada de controvérsias.
Embora a atual taxa possa ser considerada baixa, ela sozinha não faz um retrato real do mercado de trabalho brasileiro, ainda cheio de imperfeições. Entre elas estão a elevada informalidade e as desigualdades que persistem entre regiões, homens e mulheres, além das dificuldades enfrentadas pelos jovens para conseguir o primeiro emprego.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2010, apenas 56,9% do total de trabalhadores tinham carteira assinada. O restante era informal ou trabalhava por conta própria. O setor de construção, um dos que mais empregaram no ano passado, é também o mais informal: apenas 36,8% de seu contingente tem carteira assinada.
Desigualdades Essas discrepâncias se acentuam quando se olha, por exemplo, para a Região Nordeste, onde o nível de desemprego e informalidade é superior ao das demais regiões. Nas duas capitais pesquisadas pelo IBGE, Recife e Salvador - o instituto não mensura o nível de emprego em outras capitais do Nordeste e nem no Norte, o desemprego ainda é de 8,7% e 11%, respectivamente.
É uma realidade bem distinta da de Porto Alegre, onde o desemprego no ano passado foi de apenas 4,5% - o menor do Brasil. A Região Nordeste também é a que paga os menores salários - cerca de 30% abaixo da média nacional.
O sonho do pleno emprego também fica distante quando se olha para a situação dos jovens e das mulheres. A taxa de desemprego feminino em 2010 foi de 8,5%, enquanto a dos homens ficou em 5,2%. As mulheres também continuam ganhando menos, com salários que são apenas 72,3% do rendimento masculino -apesar de, na média, elas estudarem mais que eles.
Primeiro emprego Entre os jovens que fazem parte da População Economicamente Ativa (PEA) a situação não é diferente.
Mesmo com o nível de escolaridade maior, os brasileiros que tentam entrar no mercado de trabalho enfrentam muita dificuldade. Na faixa que compreende os trabalhadores que têm entre 18 e 24 anos, o desemprego chega a 15%. A situação piora entre os mais jovens - de 15 a 17 anos -, que enfrentam uma taxa de desemprego que bate os 25,8%.
"Ao mesmo tempo em que falta mão de obra qualificada para alguns setores, não há vagas para quem optou por concluir o ensino universitário", analisa Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios. Ele lembra que no Brasil a relação entre escolas e empresas é quase inexistente, o que dificulta a entrada dos jovens no mercado de trabalho.
"O Brasil tem carência de técnicos, graduados ou não, mas esses mesmos técnicos, na maioria das vezes, saem da escola completamente despreparados para o mercado de trabalho", conclui Leite. E há luz no final do túnel? "Sou otimista, mas desde que o país vença o gargalo da falta de qualificação o quanto antes", diz.
"Para isso, será necessário que as empresas adotem uma nova postura, com maior participação na formação do que será o trabalhador brasileiro do futuro."
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Para o IBGE, a População Economicamente Ativa (PEA) é de apenas 22 milhões de pessoas, ante 190 milhões de habitantes do país.
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Isso acontece porque a pesquisa de emprego e renda abrange apenas seis capitais, consideradas as mais representativas para a economia nacional."
Movimentos
80% da Mata Atlântica do País é privada
Mata Atlântica tem 80% de sua área em terras privadas, mostra estudo | ||||
O Estado de S. Paulo - 05/02/2011 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/5/80-da-mata-atlantica-do-pais-e-privada | ||||
Mais ameaçado dos biomas brasileiros, 80% dos remanescentes da Mata Atlântica estão concentrados nas mãos de proprietários privados, o que torna o bioma mais suscetível a desmatamentos - principalmente se for adiante a proposta de alteração do Código Florestal, que tramita no Congresso Nacional. Há no País pelo menos 17 milhões de hectares que descumprem as premissas do atual Código Florestal e podem ser recuperados. São áreas de preservação permanente (APPs), como margens de rios e topos de morros e de reserva legal nas propriedades agrícolas. Caso seja reduzida a área destinada à proteção permanente, como prevê a proposta do deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), o País não cumprirá os compromissos internacionais firmados em outubro na Convenção de Biodiversidade da ONU, realizada em Nagoya, no Japão. É o que mostra o estudo Convenção sobre Biodiversidade Biológica - Metas 2010 Mata Atlântica, elaborado pela ONG WWF-Brasil e o Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica e apresentado ontem, em São Paulo. "O principal desafio hoje para a recuperação da Mata Atlântica é reverter a proposta de mudança no Código Florestal. Se isso ocorrer, como querem entidades ligadas ao agronegócio, não cumpriremos a meta firmada em Nagoya de proteger 17% do bioma até 2020", afirma Cláudio Maretti, superintendente de conservação do WWF-Brasil. Ele explica que na situação atual o País já não cumpriria o acordo, pois o bioma está restrito a 7,9% da cobertura original, num total de 102 mil km². Quando o Brasil foi descoberto, em 1500, a Mata Atlântica cobria nada menos que 1,3 milhão de km², em toda a sua extensão. O bioma é importante também por abrigar 65% das espécies ameaçadas de extinção no Brasil - muitas são endêmicas, ou seja, só existem no bioma. Reservas privadas. Para o WWF-Brasil, uma das maneiras de aumentar a proteção do bioma é estimular a criação de unidades de conservação em áreas privadas. Hoje existem 627 reservas privadas (RPPNs) de Mata Atlântica em todo o País, que protegem 0,1% do bioma. Parques nacionais e estaduais somam apenas 2,3% da área protegida da Mata Atlântica. "Os proprietários privados são fundamentais para se resguardar o que resta da floresta. Mas praticamente não existe política pública para incentivar a criação de reservas particulares", diz Luciana Simões, coordenadora do Programa Mata Atlântica do WWF-Brasil. Ela também defende o uso de ferramentas econômicas para estimular a preservação, como o pagamento a agricultores que preservarem seus remanescentes de floresta. Só em São Paulo, existem73 mil hectares de remanescentes de Mata Atlântica que podem ser transformados em áreas de proteção. Segundo Clayton Ferreira Lino, presidente do Conselho Nacional da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, há no Estado áreas ainda intocadas do bioma. É o caso da mata que abriga as nascentes do Rio Paranapanema, na região de Capão Bonito, no sudeste do Estado. "É uma área bastante preservada, que abriga nascentes e espécies ameaçadas de extinção, como o cachorro-vinagre. Também há um casal de onças-pintadas vivendo lá", diz. Lino explica que a Reserva da Biosfera da Mata Atlântica é hoje a maior dentre todas as 564 Reservas da Biosfera reconhecidas pela Unesco em 109 países. "A Mata Atlântica está entre as 35 áreas prioritárias do mundo." Outro levantamento divulgado nesta semana, pela ONG Conservação Internacional, apontou a Mata Atlântica como o quinto mais ameaçado do mundo, atrás apenas de florestas localizadas na Nova Zelândia, Indonésia, Malásia e Filipinas. Militares articulam criação de partido político
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E os da Europa?
Após listar os nove erros de Hosni Mubarak, a revista Foreign Policy enumerou os oito aliados que prejudicam a imagem dos EUA como defensor da democracia e das liberdades individuais. São autocratas que desrespeitam os direitos humanos e são acusados de corrupção no Oriente Médio, África, Ásia Central e Sudeste Asiático. Veja a lista:
Rei Abdullah – Arábia Saudita
Chefe de uma das últimas monarquias absolutas do planeta, o rei Abdullah governa a Arábia Saudita desde 2005. O país, que controla um quinto das reservas mundiais de petróleo e tem nos EUA seu principal cliente, não tem sistema judiciário, nem Parlamento. A lei islâmica é aplicada em todas as instâncias da sociedade e as mulheres sofrem particularmente com isso. Não há liberdade religiosa, e dissidentes são frequentemente presos e torturados.
Ali Abdullah Saleh – Iêmen
Saleh tomou o poder no Iêmen em 1979 – quando o país ainda era dividido pela Guerra Fria – e desde a unificação, em 1991, governa todo o país. As eleições parlamentares foram adiadas indefinidamente e Saleh frequentemente reprime com violência separatistas do sul. O país é considerado por muitos analistas como institucionalmente instável. Nos últimos dias, manifestantes foram às ruas, a exemplo do que aconteceu no Egito e na Tunísia, para pedir a saída do ditador. Saleh prometeu não concorrer mais à reeleição.
Rei Abdullah II – Jordânia
A Jordânia, ao lado do Egito e da Arábia Saudita, é um dos principais aliados americanos no Oriente Médio e desempenha um papel especial na mediação do conflito entre israelenses e palestinos. O estado de exceção foi suspenso no país em 1989 e o parlamento voltou a funcionar, mas há denúncias de fraudes e perseguição a partidos islâmicos. Após os protestos no Egito e na Tunísia, o rei dissolveu o gabinete e nomeou um novo primeiro-ministro.
Meles Zenawi – Etiópia
Após vencer as eleições de 2010 com 99,6% dos votos, o partido de Zenawi foi acusado pela Human Rights Watch de cercear o espaço da oposição e a liberdade de imprensa. O governo também é acusado de distribuir ajuda humanitária para conseguir apoio político. A Casa Branca criticou a votação, mas manteve a ajuda de US$ 583,5 milhões por ano.
Yoweri Museveni- Ruanda
O primeiro-ministro do país gerou polêmica após o parlamento propor uma lei que pune o homossexualismo com a pena de morte. O premiê também foi criticado após comprar um avião de US$ 50 milhões em um país cuja maioria das pessoas vivem com menos de US$ 1 por dia.
Usbequistão – Islam Karimov
Único presidente da história do Usbequistão, Karimov assumiu o poder com a queda da União Soviética, em 1991. Ele baniu partidos políticos, principalmente os islâmicos, e passou a censurar a imprensa e opositores. O Usbequistão frequentemente é listado como um dos países que mais usa a tortura no mundo.
Casaquistão – Nursultan Nazarbayev
Outra ex-república soviética da Ásia Central, o Casaquistão também é governado pelo mesmo presidente desde 1991. E Nazarbayev não dá sinais de que vai deixar o poder. Em janeiro, o Parlamento convocou um referendo para ‘pular’ as eleições de 2012 e 2017 e estender o mandato do presidente para 2020.
Nguyen Tan Dung – Vietnã
Com o fim da Guerra Fria, Vietnã e EUA, que lutaram uma sangrenta guerra nos anos 1960 e 1970, se reaproximaram. Mas o partido comunista continua no poder. Nos últimos anos, ativistas de direitos humanos foram presos e perseguidos. O premiê Nguyen Tan Dung ganhou um segundo mandato no último
Monde arabe : l'agonie d'un système
LE MONDE ECONOMIE | 07.02.11 | 18h01
Pour Lahcen Achy, économiste au Carnegie Middle East Center à Beyrouth, "si le domino égyptien tombe, la contagion ne pourra plus être arrêtée. Mais il n'y aura plus d'effet de surprise : tout se jouera alors sur la capacité des gouvernements à anticiper sur la révolte en réformant à temps".
C'est ce qu'ont amorcé le roi Abdallah II de Jordanie en changeant de premier ministre, le président Assad de Syrie en annonçant des réformes politiques ou économiques, tout comme le gouvernement d'Alger qui espère ainsi désamorcer l'appel général à manifester le 12 février.
Car la "contagion" n'est pas que le résultat d'une appartenance culturelle commune au "monde arabe", démultipliée par les technologies de communication, mais aussi d'une histoire économique et sociale partagée.
Tous les pays de la région MENA (acronyme de Middle East et North Africa - Moyen-Orient et Afrique du Nord) ont franchi au cours des trente dernières années une étape de développement économique et social qui les a menés au seuil du statut d'"économies émergentes" intégrées, selon des modalités variées, à l'économie mondiale, tout comme l'ont fait nombre de pays asiatiques et latino-américains.
LA PREMIERE DES CRISES SOCIOPOLITIQUES DES EMERGENTS
Si la crise financière de 2008 signe le déclin des pays riches, la crise arabe est la première des crises sociopolitiques des pays émergents : c'est pourquoi elle est surveillée de près à Pékin, New Delhi, Johannesburg et Brasilia. Même si aucun déterminisme économique ne peut rendre compte de la variété des situations, et a fortiori prédire l'avenir.
"Un des points communs entre les pays arabes est d'avoir érigé l'économie politique au-dessus de l'économie", note Samir Aita, président du Cercle des économistes arabes et rédacteur en chef de l'édition arabe du Monde diplomatique.
Après la décolonisation, le modèle de l'Etat-providence s'était imposé, "généralisant l'éducation, l'électrification des campagnes, les infrastructures". Mais les institutions de l'Etat ont été rapidement confisquées par des "systèmes de pouvoir" dynastiques, claniques ou politiques.
"Pour maintenir leur réseau de clientèle, ils ont accaparé différentes rentes : la rente pétrolière, puis d'autres, dans la téléphonie, l'immobilier, le tourisme", poursuit M. Aita, donnant naissance à des régimes politiques qu'il qualifie de "monarchies non-constitutionnelles" ou de "républiques à vie, héréditaires".
Dans les années 1990, ces pays se sont lancés, suivant les recommandations du Fonds monétaire international (FMI), dans l'ajustement structurel, qui s'est traduit par la dégradation des services publics et des infrastructures. "Enfin, ajoute M. Aita, un modèle de libéralisation économique à la Dubaï s'est imposé, avec des accords de libre-échange, une course aux zones franches de production, l'appel aux investisseurs étrangers, la spéculation immobilière..."
La région MENA a alors connu une croissance moyenne de 5 % sur la période 2000-2010, bien supérieure à celle des pays occidentaux. Sans que les minorités au pouvoir depuis trente ans abandonnent leur action prédatrice, au contraire renforcée par l'ouverture aux échanges économiques.
"Les citoyens pauvres de ces pays payent le prix fort de la corruption au travers de coûts de projets plus élevés (10 % en moyenne), d'une croissance plus faible et de barrières à l'entrée qui limitent la concurrence, et donc la baisse des prix", observeFadi Halout, vice-président du cercle des économistes arabes. "Le potentiel réel de ces pays se situe autour de 7 % à 8 %", ajoute Bénédict de Saint-Laurent, conseiller scientifique d'Anima, une agence de promotion des investissements dans la zone.
DES RESSOURCES LIMITEES
Mais tous ces pays ne disposent pas des mêmes atouts, ce que reflètent le niveau et les modalités de leur insertion dans l'économie mondiale. "Un autre point commun est que leurs ressources sont limitées : l'eau, les terres arables ou aménageables manquent. Le "pays utile" est souvent limité au littoral", observe Hakim Ben Hammouda, économiste d'une grande organisation internationale.
Les uns disposent de la manne pétrolière (Algérie, Arabie saoudite, Libye, Yémen) mais doivent importer la quasi-totalité des produits alimentaires et des biens de consommation ; les autres produisent en partie de quoi nourrir leur population (Maroc, Tunisie, Egypte), mais doivent importer leur énergie.
Bref, rares sont ceux qui présentent une balance commerciale harmonieusement répartie entre les différents secteurs d'activité.
Ces déséquilibres structurels, couplés au fonctionnement du système politique, ne permettent pas de générer une croissance suffisante pour absorber les millions de jeunes, éduqués et qualifiés, dans des pays qui viennent tout juste de connaître leur "transition démographique".
"L'Egypte, par exemple, est passée d'environ 18,5 millions d'habitants vers 1945 à plus de 85 millions aujourd'hui, et devrait atteindre 111 millions en 2030. C'est comme si la France était passée de 40 millions d'habitants en 1945 à 184 millions en 2010 !", note M. de Saint-Laurent. La population active augmente de 2,2% à 3,7% par an selon les pays.
Certains ont bien lancé des -politiques de diversification -économique. Mais les industries (agroalimentaire, textile) restent majoritairement tournées vers l'exportation et la sous-traitance -plutôt que vers un marché intérieur trop limité, même si des tentatives de remonter la chaîne de valeur au sein du commerce international apparaissent, avec l'automobile au Maroc ou les pièces pour l'aéronautique en Tunisie.
Mais la majorité des emplois demeurent peu qualifiés et mal payés.
Certes, en Tunisie, au Maroc, en Egypte, quelques entreprises puissantes ont vu le jour à la faveur de cette diversification. Mais "leur structure - ce sont des groupes familiaux et verticaux, afin de contrôler toute la chaîne de valeur - bride la capacité d'innovation et de développement du tissu économique ", observe M. de Saint-Laurent, pour qui ces économies souffrent d'abord du manque de PME, alors que le potentiel existe.
La dépendance aux marchés mondiaux - avec le prix du pétrole, la sous-traitance, le tourisme - a rendu les pays arabes beaucoup plus sensibles que leurs homologues asiatiques et latino-américaines au choc de la crise mondiale : les prix ont flambé, la croissance s'est effondrée, les pouvoirs sont contestés par une jeunesse qualifiée et nombreuse. Le "modèle" économique pourrait ne pas y survivre : il n'est pas sûr que les réserves financières des Etats pétroliers et la main de fer des pouvoirs en place suffiront pour y résister.
D'autant que les alternatives se dessinent.
LA TURQUIE ET SA TRANSITION REUSSIE
Les regards de la jeunesse arabe sont moins tournés vers l'Iran et ses mollahs que vers la Turquie et sa transition réussie.
A partir des mêmes prémices, le pays est arrivé à se débarrasser, par la voie démocratique, d'un pouvoir militaro-clanique, à s'ouvrir aux marchés internationaux en diversifiant son industrie et en remontant la chaîne de valeurs, ce qui lui a permis de générer une nouvelle classe d'entrepreneurs dynamiques appuyée à la fois sur de grands groupes et un tissu de PME très actifs à l'international.
Aujourd'hui, ce sont les investisseurs et les entreprises turques qui conquièrent les marchés de la région, tant dans les grands équipements (aéroports du Caire, de Tunis et de Dubaï) que sur les marchés de biens de consommation.
La réticence du président de la République française, Nicolas Sarkozy, et de la chancelière allemande, Angela Merkel, à ouvrir les portes de l'Union à la Turquie a réorienté la stratégie politique et économique de ce pays et de ses entreprises vers ses anciens sujets de l'Empire ottoman. Des accords de libre-échange ont ainsi été signés avec le Maroc, la Syrie, la Jordanie.
L'Europe a soutenu jusqu'au bout des pouvoirs moribonds dont les rivalités nationalistes ont fait échouer l'Union pour la Méditerrannée. Elle persévère dans cette erreur historique en négligeant ceux qui pourraient bien modeler le renouveau du monde arabe.
Antoine Reverchon et Adrien de TricornotFinanças
Em 2 anos, dívidas de Estados e municípios crescem 215%
Autor(es): Ribamar Oliveira | De Brasília |
Valor Econômico - 07/02/2011 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/7/em-2-anos-dividas-de-estados-e-municipios-crescem-215 |
As operações de crédito realizadas por governos estaduais e prefeituras em 2009 e em 2010, com autorização do Ministério da Fazenda e do Senado Federal, bateram recorde e atingiram R$ 18,77 bilhões, com um crescimento de 215% em relação aos dois anos anteriores, quando ficaram em R$ 5,96 bilhões, de acordo com dados da Secretaria do Tesouro Nacional (STN). O aumento do endividamento e a queda da receita tributária em decorrência da crise financeira internacional são os motivos principais para os Estados e municípios não terem alcançado as metas de superávit primário nos últimos dois anos, segundo análise feita por fontes da área econômica. O superávit é a economia que o setor público faz para pagar parte das despesas com juros das dívidas. Com os recursos dos empréstimos, os governadores e prefeitos fizeram obras, o que prejudicou a obtenção da meta fiscal. Pela metodologia de cálculo do superávit, uma despesa, mesmo sendo investimento, é computada como déficit. A queda da receita tributária em 2009, em decorrência da recessão econômica, reduziu os pagamentos dos Estados e municípios à União por conta dos contratos de renegociação das dívidas. A resolução 43/2001 do Senado determina que esses pagamentos não podem exceder a 11,5% da receita corrente líquida. Como a receita líquida diminuiu em 2009, os pagamentos também caíram. O superávit primário dos Estados e municípios é estimado pelo governo federal, todo ano, em 0,95% do Produto Interno Bruto (PIB). Essa projeção é feita com base nos pagamentos que eles são obrigados a fazer por força dos contratos de renegociação de seus débitos com a União. Mas, nos últimos dois anos, essa estimativa não se concretizou. Em 2009, o superávit primário ficou em 0,75% do PIB, segundo o Banco Central, computados nesse resultado o saldo das empresas estaduais e municipais - o descumprimento da meta foi, portanto, de 0,2 ponto percentual do PIB. Naquele ano, o que mais pesou foi a queda da arrecadação. Em 2010, mesmo com a recuperação das receitas tributárias, principalmente a do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), o esforço fiscal dos Estados e municípios piorou. Segundo o Banco Central, o superávit primário obtido por essas unidades da federação no ano passado foi de 0,64% do PIB - uma queda de 0,31 ponto percentual em relação à meta. A explicação é que governadores e prefeitos gastaram muito. Além da receita tributária maior, eles utilizaram os recursos obtidos com as operações de crédito para ampliar os gastos. Não foi, portanto, apenas o governo federal que gastou muito no ano eleitoral. Os Estados e municípios seguiram o mesmo caminho. A crise financeira internacional de 2008 provocou uma recessão no Brasil e em algumas das principais economias do mundo. Por conta da menor atividade econômica, as receitas tributárias desabaram em 2009. Para compensar os Estados e municípios, o governo federal aumentou as suas transferências e facilitou a obtenção de empréstimos por parte dos governos estaduais e prefeituras, antes muito rígidas. Para isso, o governo Lula criou o Programa Emergencial de Financiamento dos Estados (PEF). O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) foi autorizado a conceder empréstimos destinados a investimentos. Os recursos repassados aos Estados não poderiam financiar despesas correntes. No início, o limite dessas operações foi de R$ 4 bilhões. Em outubro de 2009, por meio da resolução 3.794, o Conselho Monetário Nacional (CMN) ampliou o limite em mais R$ 6 bilhões. O governo federal autorizou também empréstimos do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal (CEF) para programas de saneamento básico, construção de moradias e para investimentos no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, obteve R$ 606 milhões do PAC-Favelas, empréstimo concedido pela CEF. A maior operação de crédito feita de 2009 a 2010 foi para o Estado de Goiás, que obteve R$ 3,898 bilhões. Desse total, no entanto, R$ 3,728 bilhões foram concedidos pela Caixa Econômica Federal para o pagamento de dívidas da Companhia Energética de Goiás (Celg). Ou seja, não foram utilizados em investimentos. Outros R$ 170,59 milhões foram concedidos a Goiás pelo BNDES, no âmbito do PEF. Em julho de 2010, a prefeitura do Rio de Janeiro foi autorizada a fazer uma operação de crédito com o Banco Mundial, no valor de R$ 1,045 bilhão, destinada à reestruturação e recomposição do principal de suas dívidas renegociadas com a União. Com essa operação, o Rio reduziu o seu custo de endividamento e ampliou o espaço para novos empréstimos. Nos últimos dois anos, o Estado de São Paulo foi beneficiado com operações de crédito no montante de R$ 2,65 bilhões. Os recursos obtidos foram utilizados pelo governo paulista em investimentos de infraestrutura e na aquisição de máquinas, equipamentos e veículos, entre outras destinações. Em 2009 e 2010, o Estado do Rio de Janeiro foi autorizado a contratar operações de crédito no montante de R$ 1,9 bilhão, enquanto o governo da Bahia ficou com R$ 1,3 bilhão. Em 2007 e 2008, os Estados e municípios foram autorizados a fazer operações de crédito no montante total de R$ 5,96 bilhões, de acordo com dados da Secretaria do Tesouro Nacional. A rigor, o governo federal começa a facilitar a obtenção de empréstimos por parte de governadores e prefeitos a partir de 2008, quando as operações atingiram R$ 5,5 bilhões. Em 2007, elas ficaram em apenas R$ 488,3 milhões. Este ano, as operações de crédito deverão continuar em ritmo intenso, principalmente para as 12 cidades-sede da Copa de 2014 e respectivos Estados. O CMN autorizou o BNDES a abrir linha de financiamento de R$ 4,8 bilhões para a construção dos estádios, e de R$ 8 bilhões para projetos de mobilidade social. Muito pouco desses recursos foi liberado até agora. |
Commodities
Aumenta concentração na indústria de café do Brasil
Autor(es): Alexandre Inacio | De São Paulo |
Valor Econômico - 07/02/2011 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/7/aumenta-concentracao-na-industria-de-cafe-do-brasil |
Em meio ao crescente aumento de consumo de café no país, a indústria brasileira nunca esteve tão concentrada. No ano passado, quando cada brasileiro consumiu mais de 6 quilos por ano, as dez maiores companhias do país responderam, juntas, por 75,2% das vendas no mercado doméstico, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). O resultado representa um crescimento de 2,3 pontos percentuais ao já concentrado mercado de 2009, quando os dez maiores grupos respondiam por 72,9% da industrialização total de café. Apesar do crescimento relativamente pequeno de um ano para outro, os números ganham outra proporção quando comparados aos do início da década. Entre 2003 e 2010, a concentração na indústria de café quase dobrou. Segundo as estatísticas da Abic, em 2003 as dez maiores empresa detinham, em conjunto, 43,1% do mercado, ante os atuais 75,2% do ano passado. O aumento na concentração do segmento não representou grandes mudanças nas posições das líderes. As principais alterações que ocorreram foram nos negócios fechados exatamente entre elas próprias. Caso da fusão entre Três Corações e Santa Clara Alimentos, que criou a Três Corações Alimentos, atual segunda colocada do ranking nacional. Foi essa união que ameaçou pela primeira vez em uma década a liderança da Sara Lee. Mesmo com a união entre os dois grandes grupos, a maior responsável pela concentração foi exatamente a Sara Lee. Depois de ter assumido na década passada o controle de Café do Ponto, Seleto, Caboclo e Pilão, o grupo americano comprou, em 2008, o paulista Moka, então o 9º no ranking, e no ano passado adquiriu a paranaense Damasco, até então a quarta maior indústria do país. Essa forte presença no segundo maior mercado consumidor de café do mundo não impediu a Sara Lee de reestruturar neste ano seus negócios em nível global. Com uma atuação importante no varejo e food service americano, o grupo decidiu recentemente se dividir em duas empresas, uma para atuar independentemente no segmento em bebidas e outra em varejo. Ainda sem nome definido, a companhia de bebidas, onde estão incluídos os negócios de café, teve um faturamento estimado no ano passado de US$ 4,6 bilhões. Com receita de US$ 4,1 bilhões os negócios de varejo ficarão concentrados na empresa que manterá o nome Sara Lee no processo de divisão, que será concluído em 2012. "Existem regiões como a grande São Paulo onde essa concentração é mais expressiva. No interior, as marcas regiões ainda conseguem algum espaço e a concentração é menor, mas é muito provável que isso aumente ainda mais nos próximos anos", afirma Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic. Diante do movimento dos grandes grupos, Herszkowicz acredita que a tendência é que empresas de médio porte se fundam em grupos maiores para ganhar musculatura e disputar espaço no varejo. Essa seria, segundo ele, uma das formas de sobreviver, apesar de a gestão familiar ser um fator que ainda limite esse tipo de negociação. Outra possibilidade é a compra de indústrias pequenas pelas médias. |
Defensivo irregular chega a 11%
Valor Econômico - 07/02/2011 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/7/defensivo-irregular-chega-a-11 |
Levantamento realizado pelo Ministério da Agricultura indica que das 650 marcas de defensivos analisadas em 2010, 74 apresentaram irregularidades - desde problemas no rótulo a usos não autorizados. Com isso, o governo considera que 88,6% dos produtos estavam dentro dos padrões determinados. A pesquisa do Ministério da Agricultura surge dias depois de o Ibama ter divulgado seu primeiro relatório sobre a venda de agrotóxicos no país em 2009. Segundo o Ibama, 88% deles são perigosos, muito perigosos ou altamente perigosos. Apenas 12% foram considerados "pouco perigosos". |
Estoques de fertilizantes têm leve queda
Autor(es): Fernando Lopes | De São Paulo |
Valor Econômico - 07/02/2011 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/7/estoques-de-fertilizantes-tem-leve-queda |
Os estoques de matérias-primas intermediárias para a produção de fertilizantes disponíveis nas indústrias confirmaram as expectativas e encerraram 2010 em um patamar ligeiramente inferior ao de 2009. Ainda que a diferença apurada seja mínima (0,5%), o resultado consolidou a recuperação do segmento depois da crise de 2008, quando uma paradeira no mercado - também influenciada pelos reflexos do debacle do banco Lehman Brothers nos EUA - enxugou o crédito, paralisou as vendas e ampliou os estoques. Em 31 de dezembro daquele ano, apontam estatísticas da associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), os estoques alcançaram 6,404 milhões de toneladas, 45,6% a mais que no fim de 2007. As indústrias tiveram que carregá-los, e por conta disso tanto a produção nacional quanto as importações recuaram em 2009. Mas os estoques também diminuíram, para 3,470 milhões de toneladas em 31 de dezembro, e o movimento permitiu a recuperação do segmento em 2010. Conforme a Anda, as entregas das misturadores de adubos - companhias que fabricam o produto final a partir da mistura de nutrientes - às revendas no país somaram 24,516 milhões de toneladas, 9,4% mais que em 2009, a produção nacional de fertilizantes intermediários cresceu 11,6%, para 9,340 milhões de toneladas, e as importações desses produtos atingiram 15,270 milhões de toneladas, um salto de 38,6% em relação ao ano anterior. As vendas se recuperaram, e a dependência das importações voltou a superar 60%, como tradicionalmente acontece. Por ter entre os sócios empresas de capital aberto com ações negociadas em bolsa, a Anda não faz mais projeções. Mas, no segmento, a expectativa é de que 2011 seja mais um ano de crescimento, sobretudo em virtude dos preços elevados, nos mercados internacional e doméstico, da maior parte das commodities agrícolas produzidas no país, em um movimento que também tem valorizados as cotações do próprio insumo, que depende de derivados do nitrogênio e, por isso, guarda estreita relação com as oscilações do petróleo. "Diferentemente do que aconteceu em 2009, os preços dos fertilizantes dispararam no fim de 2010", afirmou recentemente ao Valor Alexandro Alves, assessor técnico para cana-de-açúcar e bioenergia da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). Ele reforça informações da indústria de que há produtores de grãos do Estado que, capitalizados pela remuneradora colheita atual estão tentando antecipar as compras de fertilizantes visando o plantio da próxima safra de verão, que só começará em setembro no país. |
Preço em real das exportações do agronegócio caiu 7% em 2010
Entretanto, os embarques tiveram uma valorização de 11,7% em dólar
por Globo Rural OnlineDe 2009 para 2010, o preço médio em real das exportações (Índice de Atratividade-Agro/Cepea) do agronegócio caiu 7%, mesmo com a valorização média de 11,7% em dólar dos produtos no mercado internacional. O problema foi a taxa de câmbio efetiva real do agronegócio, que valorizou 16%. Em volume, o aumento foi de 7,23% na comparação de 2010 com 2009, conforme os Índices de Exportação do Agronegócio calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), daEsalq/USP.
No ano, os únicos produtos com atratividade em expansão, no comparativo com 2009, foram: açúcar (13,36%), papel e celulose (10,43%), álcool (7,74%), carne suína (4,71%), carne bovina (2,66%) e café (1,85%). Todos os demais tiveram perda de atratividade, com destaque para farelo de soja (-37,46%), soja em grãos (-18,59%) e madeira e mobiliário (-12,71%). Frutas, óleo de soja, suco de laranja e carne de frango apresentaram retração entre 6% e 10%.
Quanto aos destinos das exportações brasileiras do agronegócio, o Cepea aponta que União Europeia, Estados Unidos e China continuam como os principais, com a diferença de que a pauta de produtos exportados para os europeus e norte-americanos é muito mais diversificada; já as compras da China no agronegócio brasileiro são concentradas - em torno de 90% - nos produtos do complexo da soja.
Dos produtos exportados, os do complexo sucroalcooleiro, do complexo soja e as carnes aparecem na dianteira em termos de receita. Em 2010, o açúcar foi o produto de maior destaque, com crescimento de quase 17% do volume e de 36% dos preços em dólar – comparações sobre as médias de 2009.
Na avaliação dos pesquisadores responsáveis por esses índices, desde o início de 2010, o agronegócio nacional parece ter superado a crise, apesar da forte valorização cambial, que tem prejudicado o faturamento em real do setor. Para o início do ano de 2011, espera-se uma pequena redução nas quantidades exportadas, já que os principais produtos embarcados encontram-se em fase de entressafra. "Contudo, pode ocorrer um aumento ainda maior para os preços em dólar, já que a demanda pelos produtos brasileiros segue aquecida", comenta o professor Geraldo Barros, coordenador do Cepea.
Segundo ele, fatores que apontam para a manutenção dos preços em níveis altos são: do lado da demanda, o forte crescimento dos países em desenvolvimento e dados positivos sobre a atividade econômica dos países desenvolvidos; do lado da oferta, eventos climáticos podem trazer redução do volume a ser colhido na próxima safra em vários países considerados como importantes exportadores de produtos agrícolas.
No ano, os únicos produtos com atratividade em expansão, no comparativo com 2009, foram: açúcar (13,36%), papel e celulose (10,43%), álcool (7,74%), carne suína (4,71%), carne bovina (2,66%) e café (1,85%). Todos os demais tiveram perda de atratividade, com destaque para farelo de soja (-37,46%), soja em grãos (-18,59%) e madeira e mobiliário (-12,71%). Frutas, óleo de soja, suco de laranja e carne de frango apresentaram retração entre 6% e 10%.
Quanto aos destinos das exportações brasileiras do agronegócio, o Cepea aponta que União Europeia, Estados Unidos e China continuam como os principais, com a diferença de que a pauta de produtos exportados para os europeus e norte-americanos é muito mais diversificada; já as compras da China no agronegócio brasileiro são concentradas - em torno de 90% - nos produtos do complexo da soja.
Dos produtos exportados, os do complexo sucroalcooleiro, do complexo soja e as carnes aparecem na dianteira em termos de receita. Em 2010, o açúcar foi o produto de maior destaque, com crescimento de quase 17% do volume e de 36% dos preços em dólar – comparações sobre as médias de 2009.
Na avaliação dos pesquisadores responsáveis por esses índices, desde o início de 2010, o agronegócio nacional parece ter superado a crise, apesar da forte valorização cambial, que tem prejudicado o faturamento em real do setor. Para o início do ano de 2011, espera-se uma pequena redução nas quantidades exportadas, já que os principais produtos embarcados encontram-se em fase de entressafra. "Contudo, pode ocorrer um aumento ainda maior para os preços em dólar, já que a demanda pelos produtos brasileiros segue aquecida", comenta o professor Geraldo Barros, coordenador do Cepea.
Segundo ele, fatores que apontam para a manutenção dos preços em níveis altos são: do lado da demanda, o forte crescimento dos países em desenvolvimento e dados positivos sobre a atividade econômica dos países desenvolvidos; do lado da oferta, eventos climáticos podem trazer redução do volume a ser colhido na próxima safra em vários países considerados como importantes exportadores de produtos agrícolas.
Preço da terra bate recorde no Brasil
As terras mais valiosas do país estão no sul, onde houve alta de até 92,3% de janeiro a dezembro de 2010, e no sudeste
por Agência EstadoDe carona não só no aumento dos preços dos alimentos, que atingiram em janeiro as maiores cotações em 21 anos no mundo, o valor das terras no Brasil disparou. No fim de 2010, o preço médio da terra alcançou níveis recordes e a maior valorização anual desde 2008, revela pesquisaInforma Economics / FNP.
No sudeste, nordeste e norte, o preço do hectare chegou a dobrar em algumas regiões entre janeiro e dezembro de 2010. Em áreas do sul do país, houve alta de até 92,3% no mesmo período, como nas terras de pastagens de Cerro Azul (PR). A maior variação ocorreu em Aripuanã (MT), no centro-oeste. Lá a cotação do hectare de mata de difícil acesso, destinada a reserva florestal, subiu 105,6%, de R$ 170 para R$ 350 por hectare.
Mas as terras mais valiosas do país estão no sul e sudeste, regiões dotadas de melhor infraestrutura. Quem liderou o ranking das terras mais caras em 2010 foram as várzeas para arroz em Rio do Sul (SC). O hectare fechou o ano valendo R$ 43 mil, alta de 23% em 12 meses. Na sequência, estão Ribeirão Preto e Sertãozinho (SP), onde um hectare custava em dezembro de 2010 R$ 24 mil, com alta de 20% em um ano.
O levantamento, que mapeou os preços à vista de negócios fechados em 133 microrregiões do Brasil, mostra que o movimento de alta de preços das terras em 2010 foi generalizado: de áreas de mata e pastagem às terras roxas para café, cana e grãos.
Na média do país, o preço de um hectare atingiu no último bimestre de 2010 R$ 5.017, com alta de 9,1% em relação a janeiro de 2010, índice que é quase o dobro do registrado em 2009 (5%). Descontada a inflação oficial de 2010, de 5,91%, o aumento real do preço da terra foi de 3,2%.
No sudeste, nordeste e norte, o preço do hectare chegou a dobrar em algumas regiões entre janeiro e dezembro de 2010. Em áreas do sul do país, houve alta de até 92,3% no mesmo período, como nas terras de pastagens de Cerro Azul (PR). A maior variação ocorreu em Aripuanã (MT), no centro-oeste. Lá a cotação do hectare de mata de difícil acesso, destinada a reserva florestal, subiu 105,6%, de R$ 170 para R$ 350 por hectare.
Mas as terras mais valiosas do país estão no sul e sudeste, regiões dotadas de melhor infraestrutura. Quem liderou o ranking das terras mais caras em 2010 foram as várzeas para arroz em Rio do Sul (SC). O hectare fechou o ano valendo R$ 43 mil, alta de 23% em 12 meses. Na sequência, estão Ribeirão Preto e Sertãozinho (SP), onde um hectare custava em dezembro de 2010 R$ 24 mil, com alta de 20% em um ano.
O levantamento, que mapeou os preços à vista de negócios fechados em 133 microrregiões do Brasil, mostra que o movimento de alta de preços das terras em 2010 foi generalizado: de áreas de mata e pastagem às terras roxas para café, cana e grãos.
Na média do país, o preço de um hectare atingiu no último bimestre de 2010 R$ 5.017, com alta de 9,1% em relação a janeiro de 2010, índice que é quase o dobro do registrado em 2009 (5%). Descontada a inflação oficial de 2010, de 5,91%, o aumento real do preço da terra foi de 3,2%.
Alta de alimentos e boa safra fazem preço da terra disparar
Preço da terra bate recorde no Brasil | ||||||||
Autor(es): Márcia De Chiara | ||||||||
O Estado de S. Paulo - 06/02/2011 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/6/alta-de-alimentos-e-boa-safra-fazem-preco-da-terra-disparar | ||||||||
Alta no preço dos alimentos leva cotação da terra a dobrar, em um ano, em algumas das principais regiões produtoras do País De carona não só no boom dos preços dos alimentos, que atingiram em janeiro as maiores cotações em 21 anos no mundo, o valor das terras no Brasil disparou. No fim de 2010, o preço médio da terra alcançou níveis recordes e a maior valorização anual desde 2008, revela pesquisa Informa Economics / FNP, obtida com exclusividade pelo "Estado". No Sudeste, Nordeste e Norte, o preço do hectare chegou a dobrar em algumas regiões entre janeiro e dezembro de 2010. Em áreas do Sul do País, houve alta de até 92,3% no mesmo período, como nas terras de pastagens de Cerro Azul (PR). A maior variação ocorreu em Aripuanã (MT), no Centro-Oeste. Lá a cotação do hectare de mata de difícil acesso, destinada a reserva florestal, subiu 105,6%, de R$ 170 para R$ 350 por hectare. Terras mais caras. Mas as terras mais valiosas do País estão no Sul e Sudeste, regiões dotadas de melhor infraestrutura. Quem liderou o ranking das terras mais caras em 2010 foram as várzeas para arroz em Rio do Sul (SC). O hectare fechou o ano valendo R$ 43 mil, alta de 23% em 12 meses. Na sequência, estão Ribeirão Preto e Sertãozinho (SP), onde um hectare custava em dezembro de 2010 R$ 24 mil, com alta de 20% em um ano. O levantamento, que mapeou os preços à vista de negócios fechados em 133 microrregiões do Brasil, mostra que o movimento de alta de preços das terras em 2010 foi generalizado: de áreas de mata e pastagem às terras roxas para café, cana e grãos. Na média do País, o preço de um hectare atingiu no último bimestre de 2010 R$ 5.017, com alta de 9,1% em relação a janeiro de 2010, índice que é quase o dobro do registrado em 2009 (5%). Descontada a inflação oficial de 2010, de 5,91%, o aumento real do preço da terra foi de 3,2%. "Todos os segmentos do agronegócio estão bons", afirma a agrônoma Jacqueline Bierhals, gerente da consultoria e responsável pela pesquisa. Ela observa que a valorização das terras foi desencadeada pela explosão dos preços agropecuários, mas houve outros ingredientes que potencializaram a alta. Com mais dinheiro no bolso, em razão dos resultados positivos das últimas safras, os produtores de médio e pequeno portes voltaram a investir, expandindo as áreas de produção e impulsionando os preços das terras. "Hoje o produtor não tem mais necessidade de pôr o imóvel à venda para pagar os funcionários." Ela cita Santa Catarina, onde predominam as pequenas propriedades, como o Estado com a maior valorização média do preço da terra em 12 meses, de 22%. A tendência de alta mais intensa em áreas menores é confirmada por Atilio Benedini Neto, da Benedini Imóveis, que atua na região de Ribeirão Preto. "Hoje os grandes compradores de terras são os médios e pequenos produtores que, capitalizados, compram cinco alqueires para expandir a produção." Áreas menores são vendidas rapidamente, diz. Só neste ano ele já fechou três negócios e a velocidade de vendas não é maior porque a oferta de terras na região é escassa. "O mercado é comprador." Minério e energia. Também o avanço de atividades que exigem áreas extensas, como exploração mineral e parques eólicos, por exemplo, passou a disputar e valorizar a terra voltada para o agronegócio, diz Jacqueline. No ranking de valorização de terras, depois de Santa Catarina e do Amapá (20%) está o Rio Grande do Norte, com aumento médio de 16% do preços em 12 meses. Segundo Jacqueline, fazendas de camarão, exploração de salinas, parques eólicos e atuação da Petrobrás valorizaram as terras do litoral. Um exemplo da valorização das terras do agronegócio impulsionada por outras atividades ocorre no Cerrado mineiro, onde se produz café. Em Patrocínio (MG), o hectare saiu de R$ 15 mil para R$ 25 mil em um ano, segundo o corretor Damião Cosme Machado, da Imobiliária Central. Além do aumento de 80% do preço do café em 12 meses, ele aponta a chegada da Vale na região, comprando 3 mil hectares para exploração de minérios como fator de alta do preço da terra. Corretor há 20 anos, Machado diz que nunca viu o preço subir tanto em tão pouco tempo. "O preço da terra é recorde e o do café também." De seis meses para cá, ele vendeu quatro fazendas para cafeicultores da região, uma delas à vista. Em apenas dois anos, produtor vê dobrar preço da terra em SP
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Siderurgia volta a crescer na Europa
Autor(es): Assis Moreira | De Bruxelas | |||
Valor Econômico - 07/02/2011 http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/7/siderurgia-volta-a-crescer-na-europa | |||
A indústria siderúrgica na Europa diz que vai continuar a combater a alta de preço do minério de ferro e prevê problemas com importações baratas originárias da Turquia e da China, mas no geral avalia que as perspectivas em 2011 são boas graças ao desempenho da Alemanha. "Os produtores de aço europeus já ganharam dinheiro no ano passado e vão continuar lucrando este ano", diz Gordon Moffat, diretor-geral da Eurofer, representante de um setor que atingiu faturamento de € 190 bilhões no ano passado. A Eurofer projeta expansão de 4% no consumo real de aço em 2011 e 2012 - inferior aos 5,1% global e metade da alta de 9% prevista nas Américas. A retomada vem após o desmoronamento da produção, demanda e exportações em 2008/2009. Apesar da melhora, o consumo continuará inferior aos níveis de antes da pior recessão global dos últimos tempos. As importações caíram bastante comparadas a 2006/08. A Europa produz 200 milhões de toneladas de aço e a capacidade é de 240 milhões. A utilização continua abaixo do nível pré-crise (95%). Mas, em entrevista ao Valor, Moffat insiste na "enorme diferença" entre a realidade e a percepção da opinião pública sobre a situação econômica da Europa. O setor aposta na Alemanha, locomotiva da Europa, "que está em pleno boom". Sua indústria registra o maior crescimento desde a reunificação do país. Os nórdicos e França não ficam muito atrás. "A situação é bem diferente daquela de países periféricos em crise", argumentou. Os setores que mais utilizam aço mostram recuperação. A demanda do produto para construção, que representa 27% do consumo total de aço na Europa, pode crescer ligeiramente este ano depois de ter provocado queda geral do consumo nos últimos três anos. Investimentos estão sendo retomados nas indústrias de máquinas e equipamentos, também sustentando o consumo de aço. Antes o crescimento era baseado nas exportações, com encomendas enormes da China, do Brasil e outros, mas agora há também mais demanda interna. "A recuperação da indústria manufatureira está substituindo a reposição de estoque como principal fator de crescimento do consumo de aço", afirmou. Os produtores europeus estão espremidos entre alta dos custos das commodities e o fraco poder de barganha com grandes clientes, como o setor automotivo. Para o diretor da Eurofer, o maior problema do setor é a alta do preço do minério de ferro. Moffat pode falar horas sobre o tema, queixando-se da concentração de 70% da produção e comércio nas mãos da Vale, BHP Billiton e Rio Tinto. "Há problemas sérios de concentração, que provoca volatilidade de preços e é muito perigosa. Mas até agora as companhias siderúrgicas repassaram os preços", disse. A queixa é geral sobre o novo sistema trimestral de preço do minério de ferro, que substitui o reajuste anual. "Na crise, o preço do aço caiu 50%, mas o minério de ferro subiu 100%. Isso não é normal", insiste. A Eurofer continua ameaçando os três grandes produtores. Primeiro, abriu queixa formal junto à Comissão Europeia contra a fusão bilionária da BHP e Rio Tinto, que foi adiante após Bruxelas sinalizar sua oposição ao novo grupo com US$ 120 bilhões de faturamento anual. A UE não abriu investigação sobre preços, mas monitora o mercado. "A UE mostrou que não aceitará nova fusão, mais concentração, que já foi longe demais no minério de ferro", comemora Moffat, sem porém esperar preços menores por parte das três grandes. "Elas têm tanto poder que podem impor a cotação. Se um comprador não está contente, outros estão prontos a comprar, sobretudo os chineses, com apetite enorme pela commodity." A siderurgia europeia enfrenta também crescente concorrência de produtores baratos. Mas a maior preocupação no momento é a Turquia, e não a China. "Os turcos são um problemas para nós, assim como são para os brasileiros", diz Moffat. A Turquia negocia sua eventual adesão a UE. E parte da discussão é o acordo de reestruturação de seu setor siderúrgico. Os turcos dizem ter excesso de capacidade de 11 milhões de toneladas de produção longa, mas penúria de aço plano. E seu projeto é de aumentar a capacidade atual de 38,5 milhões de toneladas por ano para 51 milhões em 2015. "Vai sobrar muito aço. Eles vão exportar para a Europa?" Com a China, o momento é de trégua. As importações procedentes da China caíram mais de 80% comparadas ao pico de 2007. Mas o poder chinês continua assustando os europeus. Moffat lembra que a China, nos anos 80, produzia 30 milhões de toneladas e passou hoje para 650 milhões, três vezes mais que a Europa e seis vezes mais que os Estados Unidos e o Japão. O mercado siderúrgico mundial aumentou 70% desde 1980 por causa da China. Sua capacidade é enorme. Pequim argumenta que é para servir a demanda interna. Mas admite ter 150 milhões de toneladas, três vezes mais que a produção brasileira, para exportação. Os europeus acreditam, porém, que é próximo das 200 milhões de toneladas. Em alguns anos, a China multiplicou as exportações de aço para a Europa de 300 mil para 12 milhões de toneladas por ano. Em 2006, a UE reagiu com três investigações antidumping contra o aço chinês. Só uma foi aprovada. "Os chineses estavam em outra frente de briga também com os EUA. E entenderam que teriam o mercado fechado. Para evitar mais tensão com a Europa, tiveram a inteligência de frear as exportações, mas não sem antes espernear muito e ameaçar industriais europeus instalados na China." Hoje, Pequim exporta de 6 a 8 milhões de toneladas para a Europa, 25% das importações totais da UE, comparado a 36% em 2007. "Depois da crise, eles tomaram o rumo dos mercados emergentes, como o do Brasil. São muito comerciantes. Aceitam margens tão baixas que ninguém na Europa ou no Brasil jamais vai aceitar. Se encontram oportunidades num mercado, logo decidem inundá-lo." Para Moffat, a evidência é que os chineses têm capacidade de fazer desmoronar os mercados. Por isso, sugere adoção de instrumentos comerciais, como antidumping, mas também diálogo com Pequim. "Não se deve tratar os chineses como idiotas, porque eles são hábeis. Vamos ter problemas com eles de novo no futuro." Ainda mais que a Europa está perdendo exportações para a China no Brasil e outros mercados. O problema não é maior, segundo Moffat, porque a Europa foca na venda de produtos de valor agregado, e os chineses em produtos de massa. Com relação ao Brasil, o interesse dos europeus continua sendo grande. O diretor da Eurofer estima que três quartos da siderurgia brasileira é europeia, para se beneficiar do minério de ferro local. "Apesar do problema cambial, uma ou duas mais estao interessadas em se instalar no Brasil. Outra possibilidade é a Rússia, com minério mais próximo", diz, sem revelar nomes. No geral, diz Gordon, "todo mundo vai ter lucro na siderurgia na Europa". Atribui isso ao fato de o setor ter passado por forte reestruturação nos anos 80, se modernizou e diz não depender mais de subsídios. Também vê mais apoio dos políticos pela siderurgia na Europa depois da crise global, que desestabilizou particularmente a Grã-Bretanha, país que apostou no setor de serviços financeiros. "Estamos no começo de uma reindustrialização da Europa. Antes alguns políticos falavam que era loucura o setor siderúrgico, longe do minério de ferro. Agora, existe mais consciência de que a siderurgia é essencial para uma indústria moderna. E não temos alternativa. Vamos deslocar nossa indústria pesada para o Brasil? O que fazer com o emprego? Temos que aceitar o mundo como ele é." Para Gordon Moffat, a reindustrialização europeia vai causar pânico nos ambientalistas, mas insiste que a mudança climática precisa de solução industrial e técnica. "A eficiência energética necessitará de turbinas, equipamentos ambientais para reduzir as emissões e para isso é preciso ter aço." Excedente cria incerteza sobre recuperação global
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