domingo, 6 de fevereiro de 2011

Movimentos

Sobrepreço na compra de remédios, um mal nacional

Autor(es): Agência o globo :
O Globo - 30/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/30/sobrepreco-na-compra-de-remedios-um-mal-nacional
 
De Norte a Sul do país, prefeituras são flagradas por auditores pagando até 264% mais que o valor de mercado

Carolina Benevides e
Maiá Menezes

Auditorias da Controladoria-Geral da União (CGU) realizadas anualmente em vários municípios têm constatado que a compra superfaturada de medicamentos é recorrente em todo o Brasil. Segundo a CGU, o sobrepreço atinge cidades tão distantes quanto Machadinho D"Oeste, em Rondônia; Casimiro de Abreu, no Rio; Itaparica, na Bahia; e Nova Andradina, em Mato Grosso do Sul.

Uma auditoria realizada em 2010 em Colônia de Leopoldina, Alagoas, mostrou que o medicamento Neo Fedipina 10mg com 30 comprimidos foi comprado por um preço 264,84% mais caro que a média. No Distrito Federal, dados mostram que, entre 2006 e 2009, dos R$105 milhões analisados pela CGU, quase R$23 milhões, pouco mais de 21% do total, foram desperdiçados.

O Tribunal de Contas da União (TCU) também se debruça sobre o tema. Um relatório de 2010 aponta que o Ministério da Saúde paga mais caro quando compra medicamentos para o programa Farmácia Popular. Segundo o TCU, quatro medicamentos tiveram diferença superior a 1.000% quando comparadas as compras da Farmácia Básica e da Farmácia Popular. No caso do Captopril 25mg, para hipertensão, a diferença chegou a 2.500%.

Em Goioerê (PR), sobrepreço consumia 15% do orçamento

Diretora-presidente do Observatório Social do Brasil (OSB), que reúne 57 observatórios espalhados em 13 estados, Roni Enara conta que o superfaturamento é a irregularidade mais comum encontrada nas licitações:

- Nas cidades em que trabalhamos, o sobrepreço aparece como a irregularidade mais recorrente, e isso não é só quando falamos da Saúde. Os dados da CGU, com quem temos parceria, também mostram que o problema não atinge só uma determinada região. Não é errado afirmar que o país perde muito, ainda que a gente não consiga calcular o tamanho do prejuízo. Costumo exemplificar o problema lembrando da cidade de Goioerê, no Oeste do Paraná - diz Roni.

De acordo com ela, em Goioerê o superfaturamento consumia 15% do orçamento:

- É uma cidade de 30 mil habitantes, com orçamento de R$38 milhões. Em 2009, o observatório analisou as licitações, e, a partir daí, a prefeitura pôde economizar R$4 milhões - conta Roni, lembrando que os observatórios conseguem muitas vezes fazer com que as prefeituras reduzam o desperdício ou que recebam de volta quantias gastas desnecessariamente.

Foi o que aconteceu em Maringá, no Paraná, em 2006. Um levantamento do Observatório Social do município, o primeiro a ser criado no Brasil, mostrou que a prefeitura pagou 900% a mais na compra do medicamento AAS. O valor a ser pago era R$6.750. No entanto, o cheque entregue para a empresa fornecedora foi de R$60.750.

- A prefeitura fez o cheque sem checar se o valor colocado em ata era o correto. Entramos em contato com o Ministério Público, que ainda apura a responsabilidade por negligência funcional ou intencional, conseguimos fazer com que a empresa devolvesse o dinheiro com correção e a prefeitura abriu uma sindicância interna - diz Roni.

A partir de um levantamento, ela pôde constatar que, em 2004, a prefeitura de Maringá fez compras 422% mais caras do que em 2006, quando o observatório passou a atuar. Foram gastos R$510.956, em 2004, e R$97.914,60, em 2006.

No DF, a CGU só descobriu o superfaturamento depois de a conta já ter sido paga, e a Polícia Federal ter começado a investigar, na Operação Caixa de Pandora. Segundo a Controladoria, os medicamentos excepcionais foram comprados com recursos federais, e o sobrepreço ocorreu porque as empresas que venceram as licitações cobraram ICMS, imposto que o Conselho Nacional de Política Fazendária isenta no caso da compras desse tipo de medicamento. Polícia Federal investiga dez municípios paraenses

Em novembro de 2010, a CGU voltou a trabalhar em parceria com a PF. Dessa vez, o sobrepreço atingiu prefeituras do Estado do Pará. Em dez municípios paraenses, incluindo a capital, Belém, foram cumpridos 59 mandados de busca e apreensão. A investigação, que está em andamento, já mostrou que as licitações não eram competitivas e que havia direcionamento, sobrepreço dos itens adquiridos e falta de controle do estoque.

- Profissionalizar a gestão é fundamental para que o superfaturamento seja reduzido. A corrupção é um problema, mas a falta de gestão, a compra feita de modo errado, a licitação que não segue a lei, tudo isso causa muito prejuízo. Com a participação da sociedade e vontade política, o sobrepreço pode ser combatido - diz Roni.

Quinze milhões de alunos estudam em escolas sem biblioteca no país

Autor(es): Agência o globo : Demétrio Weber
O Globo - 30/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/30/quinze-milhoes-de-alunos-estudam-em-escolas-sem-biblioteca-no-pais
 
Segundo Censo Escolar, 70% dos estudantes não têm laboratório de ciências

BRASÍLIA. Na volta às aulas, milhões de alunos de todo o país vão estudar este ano em escolas onde não há laboratório de ciências, biblioteca, laboratório de informática ou quadra de esportes. O Censo Escolar do Ministério da Educação (MEC) mostra que, no ano passado, 27 milhões de estudantes de ensino fundamental e médio (70% do total) frequentavam estabelecimentos sem laboratório de ciências. A inexistência de bibliotecas era realidade para 15 milhões (39%), enquanto 9,5 milhões (24%) estavam matriculados em escolas sem laboratório de informática, e 14 milhões (35%), em unidades sem quadra esportiva.

Os dados foram divulgados pelo MEC em dezembro e consideram tanto a rede pública quanto a privada. No ensino médio, menos da metade das escolas tinha laboratório de ciências. Nas séries finais do ensino fundamental, a situação era mais grave: só 23% delas estavam equipadas. Nas séries iniciais do fundamental, apenas 7% dos estabelecimentos tinham laboratório de ciências.

"Os alunos possivelmente terão prejuízo na formação"

Falando em nome do Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed), a secretária de Mato Grosso, Rosa Neide Sandes de Almeida, diz que as deficiências na infraestrutura prejudicam a aprendizagem. Ela culpa a falta de investimentos em governos anteriores, tanto em nível federal quanto estadual e municipal, mas ressalva que a situação começou a mudar na última década:

- Os alunos possivelmente terão um prejuízo significativo na sua formação. Isso com certeza tem consequências para o nível de escolaridade que a gente oferece à nossa população. O Brasil ainda está fazendo o dever de casa em aspectos primários da escola - diz Rosa Neide.

A falta de infraestrutura preocupa a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O coordenador do Grupo de Trabalho de Educação da SBPC, Isaac Roitman, considera a situação vergonhosa e defende o lançamento de um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) específico para recuperar escolas e formar professores. Até hoje, nenhum brasileiro foi agraciado com o prêmio Nobel.

- Deveria ser prioridade para quem pensa no futuro do Brasil - disse Roitman, por e-mail.

O consultor do movimento Todos pela Educação e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE), Mozart Neves Ramos, critica a falta de padrões mínimos para o funcionamento de escolas. Segundo ele, o poder público deveria estabelecer critérios e fazer a certificação das escolas.

Em maio, o CNE aprovou parecer definindo padrões de qualidade para a rede pública, o que exigiria aumentar investimentos em educação. O parecer só vale se for homologado pelo ministro Fernando Haddad, o que ainda não ocorreu. Segundo o MEC, o texto permanece em análise.

- A gente não pode oferecer escola de qualquer jeito. É preciso dizer quais são os insumos que se espera que uma escola tenha - diz Mozart.

Ele chama a atenção para outro ponto: não basta ter laboratórios e bibliotecas, é preciso que professores e alunos utilizem os recursos:

- O pior de tudo é que, mesmo nas escolas que têm laboratórios, eles são pouco usados - diz Mozart.

Em escola no DF, computadores sem uso
O Distrito Federal, unidade da Federação que lidera rankings de avaliação do MEC, não foge à realidade revelada pelo censo. O Centro de Ensino Fundamental Fercal, na cidade-satélite de Sobradinho, não tem biblioteca nem laboratório de informática. A escola recebeu 20 computadores do MEC no ano passado, mas dez máquinas permanecem nas caixas, e as demais não são usadas.

O vice-diretor Samuel Wvilde diz que a rede elétrica não suporta o funcionamento simultâneo dos computadores. Há um projeto de reconstrução da escola. Os livros de literatura ficam guardados junto com o material esportivo. O resto do acervo foi transferido para outra escola, onde está sem uso. O centro atende a 1,1 mil alunos de ensino médio e dos anos finais do fundamental.

A Escola Classe Engenho Velho, com 420 alunos, não tem biblioteca nem laboratório de informática. A vice-diretora Susan Fernandes conta que o MEC já ofereceu computadores três vezes, mas a doação foi recusada porque o prédio não tem sala disponível. Os livros de literatura ficam guardados em caixas, que são levadas pelos professores para as salas de aulas.

O MEC informa que investiu R$774 milhões na compra e distribuição de computadores capazes de beneficiar 30 milhões de alunos, entre 2004 e 2010.

ProUni chega a recorde de inscritos

O Estado de S. Paulo - 26/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/26/prouni-chega-a-recorde-de-inscritos
 

Rafael Moraes Moura - O Estado de S.Paulo
Após atraso no início das inscrições, o Programa Universidade Para Todos (ProUni) chegou ontem a um número recorde: até as 19 horas, o sistema registrava 980.218 candidatos para disputar 123.170 bolsas de estudo, espalhadas por 1,5 mil instituições privadas de ensino superior. No ano passado, foram 822 mil candidatos. O prazo da primeira etapa de inscrições estava previsto para terminar ontem, às 23h59.
No primeiro dia de inscrição pela internet, na sexta-feira passada, estudantes enfrentaram problemas com a senha e lentidão no sistema. Ontem, segundo o Ministério da Educação (MEC), a navegação ocorria sem problemas, mas internautas voltaram a se queixar pelo microblog Twitter. "Que saco esse site do prouni pqp.....tem link "increver-se" dae o cara clica e nao aparece !@#$!@$!@$3 nenhuma pra se inscrever", escreveu Nícolas Batista (@nico1x0). "Poxa, o sistema do ProUni poderia facilitar mais e filtrar por curso né?! Que perereca!", criticou Douglas Lima (@limadoug).
A primeira chamada dos candidatos será nesta sexta-feira. Uma segunda rodada de inscrições deve ocorrer de 21 a 24 de fevereiro para aqueles que não foram chamados ou não concluíram a inscrição.
Para se candidatar às bolsas, os candidatos deveriam ter participado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em 2010 e obtido no mínimo 400 pontos na média das cinco notas (ciências da natureza, ciências humanas, linguagens, matemática e redação), além de não ter zerado a redação. E deveriam ter cursado todos os anos do ensino médio em escola pública ou em escola particular como bolsista integral.
Segundo o MEC, as 176 vagas não preenchidas na primeira chamada do Sisu eram voltadas à "política afirmativa" para beneficiar candidatos com deficiência, indígenas e professores da rede pública de educação básica. Entre 13 e 17 de fevereiro, os alunos poderão incluir o nome na lista de espera do Sisu - essas vagas deixam de ser reservadas.

MEC avalia 34% das graduações como insatisfatórias

Valor Econômico - 14/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/14/mec-avalia-34-das-graduacoes-como-insatisfatorias
 
Quase 34% dos cursos universitários avaliados pelo Ministério da Educação (MEC) foram classificados como insatisfatórios em 2009. Ao todo, 1.696 graduações obtiveram nota 1 ou 2 no Conceito Preliminar de Curso (CPC), em escala que vai de 1 a 5. O indicador avalia a qualidade de ensino a partir do resultado do Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade), a titulação e o regime de trabalho do corpo docente e a infraestrutura oferecida. Os resultados 1 e 2 são considerados insatisfatórios; 3, razoável; 4 e 5, bons.
Foram avaliados 6.804 cursos de 22 áreas. A maioria deles (51,47%) foi considerada razoável, com nota 3, e 15% atingiram CPC 4 e 5. Apenas 5,5% obtiveram a nota máxima, que garante conceito de excelência ao programa. Das 25 instituições que conseguiram nota 5, 10 são públicas e 15, particulares.
Todos os cursos com nota inferior a 3 serão visitados por comissões de supervisão do MEC. A partir do diagnóstico, o ministério e a instituição de ensino superior firmam protocolo de compromisso com medidas para sanar as deficiências, como a redução das vagas e a proibição de novos ingressos.
O ministro Fernando Haddad disse que os cursos mal avaliados - com notas 1 e 2 - não poderão assinar contratos com o Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior (Fies). Cerca de 25% dos cursos se enquadram nessa situação. "Se os cursos não têm qualidade, não podem receber dinheiro público", afirmou Haddad.
Ao menos 15 faculdades perderam a autonomia universitária por causa do baixo desempenho no CPC. Foram punidas as instituições que apresentaram conceitos insatisfatórios em 2007, 2008 e 2009. Com o fim da autonomia, elas não podem criar cursos ou aumentar o número de vagas até apresentarem resultado satisfatório nas próximas edições da avaliação.
O MEC também divulgou o Censo da Educação Superior de 2009, que mostra recuo de 2% nas matrículas das universidades públicas em relação a 2008, para 1,523 milhão de ingressos. No total, as matrículas do ensino superior, público e privado, atingiram 5,9 milhões em 2009, crescimento de 2,5% em relação ao ano anterior. Entre 2002 e 2009, as matrículas cresceram cerca de 70%, de 3,5 milhões para 5,9 milhões.


Chacina de Unaí à espera da Justiça

Autor(es): Alessandra Mello
Correio Braziliense - 28/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/28/chacina-de-unai-a-espera-da-justica
 

Há exatos sete anos, três fiscais do trabalho e um motorista eram assassinados brutalmente, em um crime que chocou o país. Mandantes e executores ainda não foram julgados. Manifestação, hoje, vai exigir uma data para o júri
 
Helba Soares da Silva, 47 anos, perdeu o marido, o auditor fiscal do trabalho, Nelson José da Silva, de forma brutal. Vítima de um crime de destaque internacional, Nelson e outros dois auditores, Eratóstenes de Almeida Gonçalves e João Batista Soares Lage, além do motorista Ailton Pereira de Oliveira, foram tocaiados em uma estrada rural de Unaí, a 153km de Brasília, e fuzilados, em plena luz do dia. Apesar da repercussão, a Chacina de Unaí, como o caso ficou conhecido nacionalmente, até hoje não foi julgada em nenhuma instância. E o crime completa hoje sete anos.

“Estou esperançosa que finalmente este ano os acusados sejam julgados. Durante todos esses anos eles tiveram acesso à mais ampla defesa, ao contrário do que aconteceu com meu marido, que foi assassinado brutalmente, de forme fria e cruel, sem nenhuma chance de se defender”, afirma a comerciante Helba. Até hoje a viúva de Nelson mora em Unaí e, de vez em quando, tem de se encontrar com o principal acusado da chacina, o prefeito reeleito da cidade, Antério Mânica (PSDB). Considerado um dos maiores produtores de feijão do país, o prefeito e seu irmão, Norberto Mânica, também fazendeiro, eram alvos freqüentes de fiscalizações para coibir exploração de trabalhadores rurais, a maioria delas realizadas por Nelson.

“Logo após o crime, minha família quis que eu me mudasse da cidade, temendo represálias, mas recusei. Não ia sair fugida, abandonar minha casa e a minha vida. Não fiz nada de errado. Ao contrário, fui uma das principais vítimas de um crime horrível”, afirma Helba. Nos primeiros anos, ela conta que sempre que se encontrava com Antério fazia um escândalo. “Xingava mesmo, partia para cima, brigava. Agora, isso não acontece mais, pois ele não vai nos locais onde sabe que pode me encontrar”, relata Helba, que participa hoje, em Belo Horizonte, de uma manifestação em frente ao prédio da Justiça Federal para exigir a marcação do julgamento.

Segundo a viúva, no início do processo, quando começaram os sucessivos adiamentos em função dos recursos, a família ficou muito apreensiva. “Mas a demora teve um lado bom, que acabou ajudando o processo, pois conseguimos novas provas e testemunhas que reforçam a tese da acusação. Mas já passou da hora de o julgamento acontecer.” A reportagem não conseguiu localizar o prefeito de Unaí para falar sobre o assunto.

Em dezembro, segundo a presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais do Trabalho (Sinait), Rosangela Rassy, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) apreciou o últimos dos recursos impetrados pelos acusados para tentar impedir que o processo seja analisado pela Justiça Federal na capital mineira. “Todas as nossas expectativas são positivas no sentido de que o julgamento aconteça este ano. Durante sete anos trabalhamos para que esse julgamento fosse realizado, mas os réus se locupletaram da estrutura da Justiça brasileira, que permite diversos recursos, para tentar adiar o julgamento. Mas, como todos os recursos já foram julgados e negados, queremos que o júri aconteça o mais ráp ido possível, pois se trata de um crime de homicídio.”

Durante cinco anos, a defesa dos acusados entrou com dezenas de recursos na Justiça Federal, Supremo Tribunal Federal (STF) e STJ para tentar transferir o julgamento para Patos de Minas. O evento de hoje vai pedir que o julgamento dos nove acusados seja marcado com urgência, já que todos os recursos dos réus foram apreciados e negados em instâncias superiores. Cinco mil balões brancos serão liberados durante o ato, que comemora também o Dia Nacional de Combate ao Trabalho Escravo, instituído na mesma data da chacina, como forma de homenagem aos fiscais assassinados.


Os acusados

» Antério Mânica (PSDB)
Prefeito reeleito de Unaí e um dos maiores produtores de feijão do país era um dos alvos da fiscalização do Ministério do Trabalho. Foi acusado de ser um dos mandantes da chacina

Acusação: Homicídio triplamente qualificado e frustração fraudulenta de direitos assegurados na legislação trabalhista

» Norberto Mânica
Fazendeiro, irmão de Antério, também alvo de fiscalizações por parte dos auditores

» Hugo Alves Pimenta
Empresário cerealista é acusado de ser mandante das execuções dos auditores e do motorista

» José Alberto de Castro

» Francisco Elder Pinheiro

» Erinaldo de Vasconcelos Silva

» Rogério Alan Rocha Rios

» Willian Gomes de Miranda

Acusação: Homicídio triplamente qualificado e formação de quadrilha

» Humberto Ribeiro dos Santos

Acusação: Formação de quadrilha e favorecimento pessoal (os crimes estão prescritos)


Principais capítulos

2004

» 28 de janeiro — Quatro funcionários do Ministério do Trabalho — os auditores fiscais Nelson José da Silva, João Batista Lages, Erastótenes de Almeida Gonçalves e o motorista Ailton Pereira de Oliveira — são assassinados, em uma emboscada, quando se dirigiam para uma fiscalização em fazendas em Unaí.

» 26 de julho — O crime é desvendado e sete pessoas são presas.

» 30 de agosto — O Ministério Público Federal oferece denúncia contra o fazendeiro Norberto Mânica, Hugo Alves Pimenta, José Alberto de Castro, Francisco Elder Pinheiro, Erinaldo de Vasconcelos Silva, Rogério Alan Rocha Rios, Willian Gomes de Miranda e Humberto Ribeiro dos Santos por participação no crime. A investigação é mantida para apurar a participação de outros suspeitos.

» 31 de agosto — O juiz da 9ª Vara da Justiça Federal, Francisco de Assis Betti, à época em Belo Horizonte, recebe a denúncia do Ministério Público e marca interrogatório dos réus.

» 20 de setembro — O MPF inclui um novo réu na denúncia como mandante dos crimes, Antério Mânica, o irmão de Norberto, à época prefeito, que foi reeleito. Juiz recebe o aditamento.

» 10 de dezembro — O juiz Assis Betti dá a sentença de pronúncia e determina o julgamento de todos os réus pelo Tribunal do Júri. Um dos réus, eleito prefeito de Unaí em outubro daquele ano, mas que ainda não havia sido diplomado, também é mandado a júri. Após a diplomação, o processo é desmembrado. Como prefeito, Antério tem foro privilegiado e o processo é remetido ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região. O processo original, porém, continua tramitando na primeira instância com relação aos demais réus.

2006 
» 9 de junho — Hugo Alves Pimenta, que se encontrava em liberdade, é novamente preso porque tentava comprar o silêncio dos pistoleiros.

» 17 de julho — Norberto Mânica é preso porque tentava obstruir as investigações por meio de compra de testemunhas.

» 28 de novembro — O Superior Tribunal de Justiça (STJ) concede habeas corpus a Norberto Mânica e ele é solto.

» 19 de dezembro — O TRF nega pedido de Norberto Mânica para que o julgamento acontecesse em Patos de Minas, mantendo a competência do julgamento com a 9ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte.

2008

» 28 de janeiro — No dia em que a chacina completa quatro anos, o TRF publica decisão inadmitindo os recursos especial e extraordinário. O processo contra Antério Mânica é suspenso até que todos os acusados pela execução do crime sejam julgados.

» 1º a 6 de fevereiro — Os réus Norberto Mânica, Hugo Alves Pimenta e José Alberto de Castro entram com agravo de instrumento no STJ contra a decisão do TRF da 1ª Região, que negou seguimento aos recursos especial e extraordinário.

» 13 de junho — Publicada decisão do ministro Napoleão Nunes Maia, do STJ, negando provimento ao agravo de Norberto Mânica.

» 20 de junho — Norberto Mânica interpõe agravo regimental contra essa decisão do STJ (que negou provimento ao seu agravo de instrumento).

» 5 de agosto — Publicada decisão do ministro Napoleão Nunes Maia, do STJ, negando provimento ao agravo de Hugo Alves Pimenta.

» 26 de agosto — Hugo Alves Pimenta interpõe agravo regimental contra essa decisão do STJ (que negou provimento ao seu agravo de instrumento).

2009

» 17 de março — O ministro Napoleão Nunes Maia Filho, relator, nega provimento ao agravo regimental interposto por Norberto Mânica. O ministro Felix Fischer pede vista dos autos.

» 23 de junho — A 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) manteve decisão da ministra Cármen Lúcia Antunes Rocha que arquivou um recurso (agravo de instrumento) interposto por Noberto Mânica. A turma negou, por unanimidade, agravo regimental interposto contra ato da relatora.

» 29 de agosto — O ministro Jorge Mussi, do STJ, dá provimento ao recurso de agravo de instrumento interposto por José Alberto de Castro e determina a subida do recurso especial que não havia sido conhecido pelo TRF da 1ª Região.

» 10 de dezembro — Mussi dá provimento ao recurso de agravo regimental interposto por Hugo Alves Pimenta e determina a subida do recurso especial que não havia sido conhecido pelo TRF da 1ª Região.

2010

» 16 de dezembro — O STJ nega provimento aos recursos especiais interpostos por Hugo Alves Pimenta e por José Alberto de Castro.

2011

» 28 de janeiro — A Chacina de Unaí completa 7 anos. Em virtude dos diversos recursos interpostos pelos advogados dos réus, sobretudo dos mandantes, os autos do processo ainda não retornaram à 9ª Vara da Justiça Federal em Belo Horizonte para julgamento pelo Tribunal do Júri. Atualmente, apenas os executores do quádruplo homicídio estão presos. Com mais uma derrota, a esperança das famílias é que o julgamento em primeira instância finalmente aconteça.

Cresce crédito ao campo no Brasil

Valor Econômico - 26/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/26/cresce-credito-ao-campo-no-brasil
 
O Ministério da Agricultura liberou em dezembro cerca de R$ 9 bilhões dos recursos destinados à agricultura empresarial, referentes ao Plano Safra 2010/11. O volume é 37% superior ao registrado no mesmo período do ano passado, segundo o próprio ministério.
Nos seis primeiros meses da safra - julho a dezembro - as contratações acumuladas alcançaram R$ 50,8 bilhões. O volume de crédito concedido representa um crescimento de 18,6% em comparação aos seis primeiros meses da temporada passada (2009/10).
De acordo com o ministério, as aplicações nos programas destinados a custeio e comercialização já ultrapassaram R$ 30 bilhões, enquanto os financiamentos para investimentos somam R$ 12 bilhões. Outros R$ 4,6 bilhões foram aplicados no setor agroindustrial e R$ 2,3 bilhões no financiamento a investimentos e capital de giro de cooperativas. Diante do resultado, a expectativa do governo é que as liberações na safra 2010/11 superem as do ciclo passado.






Nenhum comentário:

Postar um comentário