segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Commodities

Aumenta concentração na indústria de café do Brasil

Autor(es): Alexandre Inacio | De São Paulo
Valor Econômico - 07/02/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/7/aumenta-concentracao-na-industria-de-cafe-do-brasil


Em meio ao crescente aumento de consumo de café no país, a indústria brasileira nunca esteve tão concentrada. No ano passado, quando cada brasileiro consumiu mais de 6 quilos por ano, as dez maiores companhias do país responderam, juntas, por 75,2% das vendas no mercado doméstico, de acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Café (Abic). O resultado representa um crescimento de 2,3 pontos percentuais ao já concentrado mercado de 2009, quando os dez maiores grupos respondiam por 72,9% da industrialização total de café.
Apesar do crescimento relativamente pequeno de um ano para outro, os números ganham outra proporção quando comparados aos do início da década. Entre 2003 e 2010, a concentração na indústria de café quase dobrou. Segundo as estatísticas da Abic, em 2003 as dez maiores empresa detinham, em conjunto, 43,1% do mercado, ante os atuais 75,2% do ano passado.
O aumento na concentração do segmento não representou grandes mudanças nas posições das líderes. As principais alterações que ocorreram foram nos negócios fechados exatamente entre elas próprias. Caso da fusão entre Três Corações e Santa Clara Alimentos, que criou a Três Corações Alimentos, atual segunda colocada do ranking nacional. Foi essa união que ameaçou pela primeira vez em uma década a liderança da Sara Lee.
Mesmo com a união entre os dois grandes grupos, a maior responsável pela concentração foi exatamente a Sara Lee. Depois de ter assumido na década passada o controle de Café do Ponto, Seleto, Caboclo e Pilão, o grupo americano comprou, em 2008, o paulista Moka, então o 9º no ranking, e no ano passado adquiriu a paranaense Damasco, até então a quarta maior indústria do país.
Essa forte presença no segundo maior mercado consumidor de café do mundo não impediu a Sara Lee de reestruturar neste ano seus negócios em nível global. Com uma atuação importante no varejo e food service americano, o grupo decidiu recentemente se dividir em duas empresas, uma para atuar independentemente no segmento em bebidas e outra em varejo.
Ainda sem nome definido, a companhia de bebidas, onde estão incluídos os negócios de café, teve um faturamento estimado no ano passado de US$ 4,6 bilhões. Com receita de US$ 4,1 bilhões os negócios de varejo ficarão concentrados na empresa que manterá o nome Sara Lee no processo de divisão, que será concluído em 2012.
"Existem regiões como a grande São Paulo onde essa concentração é mais expressiva. No interior, as marcas regiões ainda conseguem algum espaço e a concentração é menor, mas é muito provável que isso aumente ainda mais nos próximos anos", afirma Nathan Herszkowicz, diretor-executivo da Abic.
Diante do movimento dos grandes grupos, Herszkowicz acredita que a tendência é que empresas de médio porte se fundam em grupos maiores para ganhar musculatura e disputar espaço no varejo. Essa seria, segundo ele, uma das formas de sobreviver, apesar de a gestão familiar ser um fator que ainda limite esse tipo de negociação. Outra possibilidade é a compra de indústrias pequenas pelas médias.

Defensivo irregular chega a 11%

Valor Econômico - 07/02/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/7/defensivo-irregular-chega-a-11

Levantamento realizado pelo Ministério da Agricultura indica que das 650 marcas de defensivos analisadas em 2010, 74 apresentaram irregularidades - desde problemas no rótulo a usos não autorizados. Com isso, o governo considera que 88,6% dos produtos estavam dentro dos padrões determinados. A pesquisa do Ministério da Agricultura surge dias depois de o Ibama ter divulgado seu primeiro relatório sobre a venda de agrotóxicos no país em 2009. Segundo o Ibama, 88% deles são perigosos, muito perigosos ou altamente perigosos. Apenas 12% foram considerados "pouco perigosos".

Estoques de fertilizantes têm leve queda

Autor(es): Fernando Lopes | De São Paulo
Valor Econômico - 07/02/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/7/estoques-de-fertilizantes-tem-leve-queda


Os estoques de matérias-primas intermediárias para a produção de fertilizantes disponíveis nas indústrias confirmaram as expectativas e encerraram 2010 em um patamar ligeiramente inferior ao de 2009. Ainda que a diferença apurada seja mínima (0,5%), o resultado consolidou a recuperação do segmento depois da crise de 2008, quando uma paradeira no mercado - também influenciada pelos reflexos do debacle do banco Lehman Brothers nos EUA - enxugou o crédito, paralisou as vendas e ampliou os estoques.
Em 31 de dezembro daquele ano, apontam estatísticas da associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), os estoques alcançaram 6,404 milhões de toneladas, 45,6% a mais que no fim de 2007. As indústrias tiveram que carregá-los, e por conta disso tanto a produção nacional quanto as importações recuaram em 2009. Mas os estoques também diminuíram, para 3,470 milhões de toneladas em 31 de dezembro, e o movimento permitiu a recuperação do segmento em 2010.
Conforme a Anda, as entregas das misturadores de adubos - companhias que fabricam o produto final a partir da mistura de nutrientes - às revendas no país somaram 24,516 milhões de toneladas, 9,4% mais que em 2009, a produção nacional de fertilizantes intermediários cresceu 11,6%, para 9,340 milhões de toneladas, e as importações desses produtos atingiram 15,270 milhões de toneladas, um salto de 38,6% em relação ao ano anterior. As vendas se recuperaram, e a dependência das importações voltou a superar 60%, como tradicionalmente acontece.
Por ter entre os sócios empresas de capital aberto com ações negociadas em bolsa, a Anda não faz mais projeções. Mas, no segmento, a expectativa é de que 2011 seja mais um ano de crescimento, sobretudo em virtude dos preços elevados, nos mercados internacional e doméstico, da maior parte das commodities agrícolas produzidas no país, em um movimento que também tem valorizados as cotações do próprio insumo, que depende de derivados do nitrogênio e, por isso, guarda estreita relação com as oscilações do petróleo.
"Diferentemente do que aconteceu em 2009, os preços dos fertilizantes dispararam no fim de 2010", afirmou recentemente ao Valor Alexandro Alves, assessor técnico para cana-de-açúcar e bioenergia da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg). Ele reforça informações da indústria de que há produtores de grãos do Estado que, capitalizados pela remuneradora colheita atual estão tentando antecipar as compras de fertilizantes visando o plantio da próxima safra de verão, que só começará em setembro no país.


Entretanto, os embarques tiveram uma valorização de 11,7% em dólar

por Globo Rural Online
De 2009 para 2010, o preço médio em real das exportações (Índice de Atratividade-Agro/Cepea) do agronegócio caiu 7%, mesmo com a valorização média de 11,7% em dólar dos produtos no mercado internacional. O problema foi a taxa de câmbio efetiva real do agronegócio, que valorizou 16%. Em volume, o aumento foi de 7,23% na comparação de 2010 com 2009, conforme os Índices de Exportação do Agronegócio calculados pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), daEsalq/USP

No ano, 
os únicos produtos com atratividade em expansão, no comparativo com 2009, foram: açúcar (13,36%), papel e celulose (10,43%), álcool (7,74%), carne suína (4,71%), carne bovina (2,66%) e café (1,85%). Todos os demais tiveram perda de atratividade, com destaque para farelo de soja (-37,46%), soja em grãos (-18,59%) e madeira e mobiliário (-12,71%). Frutas, óleo de soja, suco de laranja e carne de frango apresentaram retração entre 6% e 10%

Quanto aos destinos das exportações brasileiras do agronegócio, o Cepea aponta que União Europeia, Estados Unidos e China continuam como os principais, com a diferença de que a pauta de produtos exportados para os europeus e norte-americanos é muito mais diversificada; já as compras da China no agronegócio brasileiro são concentradas - em torno de 90% - nos produtos do complexo da soja. 

Dos produtos exportados, os do complexo sucroalcooleiro, do complexo soja e as carnes aparecem na dianteira em termos de receita. Em 2010, o açúcar foi o produto de maior destaque, com crescimento de quase 17% do volume e de 36% dos preços em dólar – comparações sobre as médias de 2009


Na avaliação dos pesquisadores responsáveis por esses índices, desde o início de 2010, o agronegócio nacional parece ter superado a crise, 
apesar da forte valorização cambial, que tem prejudicado o faturamento em real do setor. Para o início do ano de 2011, espera-se uma pequena redução nas quantidades exportadas, já que os principais produtos embarcados encontram-se em fase de entressafra. "Contudo, pode ocorrer um aumento ainda maior para os preços em dólar, já que a demanda pelos produtos brasileiros segue aquecida", comenta o professor Geraldo Barros, coordenador do Cepea. 

Segundo ele, fatores que apontam para a manutenção dos preços em níveis altos são: do lado da demanda, o forte crescimento dos países em desenvolvimento e dados positivos sobre a atividade econômica dos países desenvolvidos; do lado da oferta, eventos climáticos podem trazer redução do volume a ser colhido na próxima safra em vários países considerados como importantes exportadores de produtos agrícolas.


Preço da terra bate recorde no Brasil


As terras mais valiosas do país estão no sul, onde houve alta de até 92,3% de janeiro a dezembro de 2010, e no sudeste

por Agência Estado
De carona não só no aumento dos preços dos alimentos, que atingiram em janeiro as maiores cotações em 21 anos no mundo, o valor das terras no Brasil disparou. No fim de 2010, o preço médio da terra alcançou níveis recordes e a maior valorização anual desde 2008, revela pesquisaInforma Economics / FNP. 

No sudeste, nordeste e norte, o preço do hectare chegou a dobrar em algumas regiões entre janeiro e dezembro de 2010. Em áreas do sul do país, houve alta de até 92,3% no mesmo período, como nas terras de pastagens de Cerro Azul (PR). A maior variação ocorreu em Aripuanã (MT), no centro-oeste. Lá a cotação do hectare de mata de difícil acesso, destinada a reserva florestal, subiu 105,6%, de R$ 170 para R$ 350 por hectare. 

Mas as terras mais valiosas do país estão no sul e sudeste, regiões dotadas de melhor infraestrutura. Quem liderou o ranking das terras mais caras em 2010 foram as várzeas para arroz em Rio do Sul (SC). O hectare fechou o ano valendo R$ 43 mil, alta de 23% em 12 meses. Na sequência, estão Ribeirão Preto e Sertãozinho (SP), onde um hectare custava em dezembro de 2010 R$ 24 mil, com alta de 20% em um ano. 

O levantamento, que mapeou os preços à vista de negócios fechados em 133 microrregiões do Brasil, mostra que o movimento de alta de preços das terras em 2010 foi generalizado: de áreas de mata e pastagem às terras roxas para café, cana e grãos. 

Na média do país, o preço de um hectare atingiu no último bimestre de 2010 R$ 5.017, com alta de 9,1% em relação a janeiro de 2010, índice que é quase o dobro do registrado em 2009 (5%). Descontada a inflação oficial de 2010, de 5,91%, o aumento real do preço da terra foi de 3,2%.


Alta de alimentos e boa safra fazem preço da terra disparar

Preço da terra bate recorde no Brasil
Autor(es): Márcia De Chiara
O Estado de S. Paulo - 06/02/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/6/alta-de-alimentos-e-boa-safra-fazem-preco-da-terra-disparar
Alta no preço dos alimentos leva cotação da terra a dobrar, em um ano, em algumas das principais regiões produtoras do País

De carona não só no boom dos preços dos alimentos, que atingiram em janeiro as maiores cotações em 21 anos no mundo, o valor das terras no Brasil disparou. No fim de 2010, o preço médio da terra alcançou níveis recordes e a maior valorização anual desde 2008, revela pesquisa Informa Economics / FNP, obtida com exclusividade pelo "Estado".

No Sudeste, Nordeste e Norte, o preço do hectare chegou a dobrar em algumas regiões entre janeiro e dezembro de 2010. Em áreas do Sul do País, houve alta de até 92,3% no mesmo período, como nas terras de pastagens de Cerro Azul (PR). A maior variação ocorreu em Aripuanã (MT), no Centro-Oeste. Lá a cotação do hectare de mata de difícil acesso, destinada a reserva florestal, subiu 105,6%, de R$ 170 para R$ 350 por hectare.
Terras mais caras. Mas as terras mais valiosas do País estão no Sul e Sudeste, regiões dotadas de melhor infraestrutura. Quem liderou o ranking das terras mais caras em 2010 foram as várzeas para arroz em Rio do Sul (SC). O hectare fechou o ano valendo R$ 43 mil, alta de 23% em 12 meses. Na sequência, estão Ribeirão Preto e Sertãozinho (SP), onde um hectare custava em dezembro de 2010 R$ 24 mil, com alta de 20% em um ano.
O levantamento, que mapeou os preços à vista de negócios fechados em 133 microrregiões do Brasil, mostra que o movimento de alta de preços das terras em 2010 foi generalizado: de áreas de mata e pastagem às terras roxas para café, cana e grãos.
Na média do País, o preço de um hectare atingiu no último bimestre de 2010 R$ 5.017, com alta de 9,1% em relação a janeiro de 2010, índice que é quase o dobro do registrado em 2009 (5%). Descontada a inflação oficial de 2010, de 5,91%, o aumento real do preço da terra foi de 3,2%.
"Todos os segmentos do agronegócio estão bons", afirma a agrônoma Jacqueline Bierhals, gerente da consultoria e responsável pela pesquisa. Ela observa que a valorização das terras foi desencadeada pela explosão dos preços agropecuários, mas houve outros ingredientes que potencializaram a alta.
Com mais dinheiro no bolso, em razão dos resultados positivos das últimas safras, os produtores de médio e pequeno portes voltaram a investir, expandindo as áreas de produção e impulsionando os preços das terras. "Hoje o produtor não tem mais necessidade de pôr o imóvel à venda para pagar os funcionários."
Ela cita Santa Catarina, onde predominam as pequenas propriedades, como o Estado com a maior valorização média do preço da terra em 12 meses, de 22%.
A tendência de alta mais intensa em áreas menores é confirmada por Atilio Benedini Neto, da Benedini Imóveis, que atua na região de Ribeirão Preto. "Hoje os grandes compradores de terras são os médios e pequenos produtores que, capitalizados, compram cinco alqueires para expandir a produção." Áreas menores são vendidas rapidamente, diz.
Só neste ano ele já fechou três negócios e a velocidade de vendas não é maior porque a oferta de terras na região é escassa. "O mercado é comprador."
Minério e energia. Também o avanço de atividades que exigem áreas extensas, como exploração mineral e parques eólicos, por exemplo, passou a disputar e valorizar a terra voltada para o agronegócio, diz Jacqueline.
No ranking de valorização de terras, depois de Santa Catarina e do Amapá (20%) está o Rio Grande do Norte, com aumento médio de 16% do preços em 12 meses. Segundo Jacqueline, fazendas de camarão, exploração de salinas, parques eólicos e atuação da Petrobrás valorizaram as terras do litoral.
Um exemplo da valorização das terras do agronegócio impulsionada por outras atividades ocorre no Cerrado mineiro, onde se produz café. Em Patrocínio (MG), o hectare saiu de R$ 15 mil para R$ 25 mil em um ano, segundo o corretor Damião Cosme Machado, da Imobiliária Central. Além do aumento de 80% do preço do café em 12 meses, ele aponta a chegada da Vale na região, comprando 3 mil hectares para exploração de minérios como fator de alta do preço da terra.
Corretor há 20 anos, Machado diz que nunca viu o preço subir tanto em tão pouco tempo. "O preço da terra é recorde e o do café também." De seis meses para cá, ele vendeu quatro fazendas para cafeicultores da região, uma delas à vista.

Em apenas dois anos, produtor vê dobrar preço da terra em SP

Autor(es): José Maria Tomazela
O Estado de S. Paulo - 06/02/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/6/em-apenas-dois-anos-produtor-ve-dobrar-preco-da-terra-em-sp
 Valorização, porém, praticamente paralisou os negócios de compra e venda de imóveis rurais no sudoeste do Estado

Acostumado a investir parte da renda na aquisição de terras para ampliar o cultivo, o grupo agrícola de Rodrigo Furtado, de Itapetininga, no sudoeste paulista, está há quase dois anos sem fazer negócio. Quando a última compra, uma fazenda de mais de 500 hectares, foi efetivada, o preço da terra agrícola na região girava em torno de R$ 30 mil o hectare. "Agora, quando há terra em oferta, chegam a pedir até R$ 60 mil", disse Furtado.

Ele atribui a valorização de até 100% em dois anos ao bom momento vivido pelo agronegócio, com as principais commodities em alta. O grupo é produtor de batata, soja, milho, feijão e trigo.
De acordo com o empresário rural, apesar de existir oferta, os negócios não se concretizam. "As pessoas até colocam preço na terra, mas a impressão é de que não querem vender." Segundo ele, o mercado está comprador, mas o alto preço emperra os negócios. "Muita gente passou a ver na venda de terra uma oportunidade de ganhar dinheiro."
O engenheiro agrônomo Rodolfo Cyrineu, dono de uma empresa de consultoria rural em Itapetininga, conta que muitos proprietários preferem arrendar as terras em vez de vender. Ele conta que barrou alguns negócios porque a fazenda pretendida não atendia ao projeto do comprador.
Faltam terras. Produtores ligados à Cooperativa Hollambra, em Paranapanema, têm dificuldade para ampliar a produção de soja, milho e algodão por falta de terra.
Com a boa renda das lavouras, os proprietários do entorno não se deixam seduzir pelas boas ofertas. No ano passado, um produtor do bairro Caputera, em Itapeva, depois de perder dinheiro com o feijão, vendeu uma área de 55 hectares. Logo depois fez uma boa colheita de soja e se arrependeu do negócio. O adquirente, um holandês, recorreu à Justiça.
DUAS RAZÕES PARA...
A alta de preços de terras no País
1. Elevação das cotações dos produtos agropecuários. Em um ano, a soja subiu 36% no mercado internacional, o milho 60%, o algodão 100%, o açúcar 16%. No mercado interno, o preço da laranja dobrou e o café arábica subiu 40%.
2. Maior procura por terras para outras finalidades, como exploração mineral, parques de energia eólica, fazendas de camarão, por exemplo.

FAO apoia proposta francesa de regular os preços dos alimentos

Autor(es): Lisandra Paraguassu
O Estado de S. Paulo - 05/02/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/5/fao-apoia-proposta-francesa-de-regular-os-precos-dos-alimentos
O Fundo das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês) apoiou ontem as intenções francesas de criar mecanismos para regular o mercado internacional de alimentos e conter a especulação. Em uma entrevista conjunta na sede da entidade, em Roma, o diretor-geral Jacques Diouf e o ministro da agricultura francês, Bruno Le Maire, afirmaram que a alta instabilidade dos mercados pode levar a protestos violentos em regiões mais pobres.
Na última quinta-feira, a FAO revelou que o índice criado pela organização acompanhar o preço internacional de alimentos chegou ao seu maior valor em 21anos, após sete meses seguidos de alta. Tanto o ministro francês quanto Diouf afirmaram ser a especulação a principal causa da alta recorde e, sem ações incisivas, a perspectiva, afirmaram, é de manutenção da alta.
"Estamos vivendo um momento de risco e precisamos tomar atitudes juntos para evitar uma crise e fazer um planejamento de longo prazo", disse Le Maire na entrevista, transmitida pela Internet pelo FAO. "Não queremos brigar com os mercados, mas melhorar a maneira que os mercados funcionam. A agricultura deve estar no centro das discussões do G-20."
Embora menos enfático, Diouf concordou com a necessidade de estabilizar o mercado de alimentos, mas preferiu destacar a necessidade de investimentos agrícolas.
Ocupando a presidência do G-20, a França tem defendido mecanismos de intervenção no mercado de alimentos, como estoques internacionais ou controle de preços, e tem pressionado instituições internacionais como a FAO para obter subsídios que referendem suas ideais.


Siderurgia volta a crescer na Europa

Autor(es): Assis Moreira | De Bruxelas
Valor Econômico - 07/02/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/7/siderurgia-volta-a-crescer-na-europa

A indústria siderúrgica na Europa diz que vai continuar a combater a alta de preço do minério de ferro e prevê problemas com importações baratas originárias da Turquia e da China, mas no geral avalia que as perspectivas em 2011 são boas graças ao desempenho da Alemanha.
"Os produtores de aço europeus já ganharam dinheiro no ano passado e vão continuar lucrando este ano", diz Gordon Moffat, diretor-geral da Eurofer, representante de um setor que atingiu faturamento de € 190 bilhões no ano passado.
A Eurofer projeta expansão de 4% no consumo real de aço em 2011 e 2012 - inferior aos 5,1% global e metade da alta de 9% prevista nas Américas. A retomada vem após o desmoronamento da produção, demanda e exportações em 2008/2009.
Apesar da melhora, o consumo continuará inferior aos níveis de antes da pior recessão global dos últimos tempos. As importações caíram bastante comparadas a 2006/08. A Europa produz 200 milhões de toneladas de aço e a capacidade é de 240 milhões. A utilização continua abaixo do nível pré-crise (95%).
Mas, em entrevista ao Valor, Moffat insiste na "enorme diferença" entre a realidade e a percepção da opinião pública sobre a situação econômica da Europa.
O setor aposta na Alemanha, locomotiva da Europa, "que está em pleno boom". Sua indústria registra o maior crescimento desde a reunificação do país. Os nórdicos e França não ficam muito atrás. "A situação é bem diferente daquela de países periféricos em crise", argumentou.
Os setores que mais utilizam aço mostram recuperação. A demanda do produto para construção, que representa 27% do consumo total de aço na Europa, pode crescer ligeiramente este ano depois de ter provocado queda geral do consumo nos últimos três anos.
Investimentos estão sendo retomados nas indústrias de máquinas e equipamentos, também sustentando o consumo de aço. Antes o crescimento era baseado nas exportações, com encomendas enormes da China, do Brasil e outros, mas agora há também mais demanda interna.
"A recuperação da indústria manufatureira está substituindo a reposição de estoque como principal fator de crescimento do consumo de aço", afirmou.
Os produtores europeus estão espremidos entre alta dos custos das commodities e o fraco poder de barganha com grandes clientes, como o setor automotivo.
Para o diretor da Eurofer, o maior problema do setor é a alta do preço do minério de ferro. Moffat pode falar horas sobre o tema, queixando-se da concentração de 70% da produção e comércio nas mãos da Vale, BHP Billiton e Rio Tinto.
"Há problemas sérios de concentração, que provoca volatilidade de preços e é muito perigosa. Mas até agora as companhias siderúrgicas repassaram os preços", disse. A queixa é geral sobre o novo sistema trimestral de preço do minério de ferro, que substitui o reajuste anual. "Na crise, o preço do aço caiu 50%, mas o minério de ferro subiu 100%. Isso não é normal", insiste.
A Eurofer continua ameaçando os três grandes produtores. Primeiro, abriu queixa formal junto à Comissão Europeia contra a fusão bilionária da BHP e Rio Tinto, que foi adiante após Bruxelas sinalizar sua oposição ao novo grupo com US$ 120 bilhões de faturamento anual. A UE não abriu investigação sobre preços, mas monitora o mercado.
"A UE mostrou que não aceitará nova fusão, mais concentração, que já foi longe demais no minério de ferro", comemora Moffat, sem porém esperar preços menores por parte das três grandes. "Elas têm tanto poder que podem impor a cotação. Se um comprador não está contente, outros estão prontos a comprar, sobretudo os chineses, com apetite enorme pela commodity."
A siderurgia europeia enfrenta também crescente concorrência de produtores baratos. Mas a maior preocupação no momento é a Turquia, e não a China. "Os turcos são um problemas para nós, assim como são para os brasileiros", diz Moffat. A Turquia negocia sua eventual adesão a UE. E parte da discussão é o acordo de reestruturação de seu setor siderúrgico. Os turcos dizem ter excesso de capacidade de 11 milhões de toneladas de produção longa, mas penúria de aço plano. E seu projeto é de aumentar a capacidade atual de 38,5 milhões de toneladas por ano para 51 milhões em 2015. "Vai sobrar muito aço. Eles vão exportar para a Europa?"
Com a China, o momento é de trégua. As importações procedentes da China caíram mais de 80% comparadas ao pico de 2007. Mas o poder chinês continua assustando os europeus.
Moffat lembra que a China, nos anos 80, produzia 30 milhões de toneladas e passou hoje para 650 milhões, três vezes mais que a Europa e seis vezes mais que os Estados Unidos e o Japão.
O mercado siderúrgico mundial aumentou 70% desde 1980 por causa da China. Sua capacidade é enorme. Pequim argumenta que é para servir a demanda interna. Mas admite ter 150 milhões de toneladas, três vezes mais que a produção brasileira, para exportação. Os europeus acreditam, porém, que é próximo das 200 milhões de toneladas.
Em alguns anos, a China multiplicou as exportações de aço para a Europa de 300 mil para 12 milhões de toneladas por ano. Em 2006, a UE reagiu com três investigações antidumping contra o aço chinês. Só uma foi aprovada. "Os chineses estavam em outra frente de briga também com os EUA. E entenderam que teriam o mercado fechado. Para evitar mais tensão com a Europa, tiveram a inteligência de frear as exportações, mas não sem antes espernear muito e ameaçar industriais europeus instalados na China."
Hoje, Pequim exporta de 6 a 8 milhões de toneladas para a Europa, 25% das importações totais da UE, comparado a 36% em 2007. "Depois da crise, eles tomaram o rumo dos mercados emergentes, como o do Brasil. São muito comerciantes. Aceitam margens tão baixas que ninguém na Europa ou no Brasil jamais vai aceitar. Se encontram oportunidades num mercado, logo decidem inundá-lo."
Para Moffat, a evidência é que os chineses têm capacidade de fazer desmoronar os mercados. Por isso, sugere adoção de instrumentos comerciais, como antidumping, mas também diálogo com Pequim. "Não se deve tratar os chineses como idiotas, porque eles são hábeis. Vamos ter problemas com eles de novo no futuro."
Ainda mais que a Europa está perdendo exportações para a China no Brasil e outros mercados. O problema não é maior, segundo Moffat, porque a Europa foca na venda de produtos de valor agregado, e os chineses em produtos de massa.
Com relação ao Brasil, o interesse dos europeus continua sendo grande. O diretor da Eurofer estima que três quartos da siderurgia brasileira é europeia, para se beneficiar do minério de ferro local. "Apesar do problema cambial, uma ou duas mais estao interessadas em se instalar no Brasil. Outra possibilidade é a Rússia, com minério mais próximo", diz, sem revelar nomes.
No geral, diz Gordon, "todo mundo vai ter lucro na siderurgia na Europa". Atribui isso ao fato de o setor ter passado por forte reestruturação nos anos 80, se modernizou e diz não depender mais de subsídios.
Também vê mais apoio dos políticos pela siderurgia na Europa depois da crise global, que desestabilizou particularmente a Grã-Bretanha, país que apostou no setor de serviços financeiros.
"Estamos no começo de uma reindustrialização da Europa. Antes alguns políticos falavam que era loucura o setor siderúrgico, longe do minério de ferro. Agora, existe mais consciência de que a siderurgia é essencial para uma indústria moderna. E não temos alternativa. Vamos deslocar nossa indústria pesada para o Brasil? O que fazer com o emprego? Temos que aceitar o mundo como ele é."
Para Gordon Moffat, a reindustrialização europeia vai causar pânico nos ambientalistas, mas insiste que a mudança climática precisa de solução industrial e técnica. "A eficiência energética necessitará de turbinas, equipamentos ambientais para reduzir as emissões e para isso é preciso ter aço."

Excedente cria incerteza sobre recuperação global

Valor Econômico - 07/02/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/2/7/excedente-cria-incerteza-sobre-recuperacao-global

A situação da indústria siderúrgica mundial é "flutuante e difícil", apesar da leve recuperação ocorrida no ano passado, segundo o Comitê de Aço da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
Para o comitê, indústria e governos enfrentam situação incerta sobre o futuro do setor. Considera que a capacidade mundial excedente, de 300 milhões de toneladas em 2010, pode ameaçar sua solidez econômica. No curto e médio prazo, as perspectivas são cautelosas também por riscos de degradação da economia mundial.
A demanda global de aço pode aumentar 5,3% em 2011, segundo a Associação Mundial de Aço. A taxa de expansão mais forte deve ocorrer na Rússia e ex-repúblicas soviéticas, com 11%; seguido pelas Américas com 9%; Europa com mais de 5%; e na Ásia 4,1%.
A retomada do consumo de aço, impulsionada pela expansão da atividade industrial, e uma forte alta nos preços de matérias-primas deverão manter os preços elevados em 2011.
Outro fator é o abastecimento mundial de matérias-primas para a siderurgia, com adoção de restrições a exportação pela Índia e Malásia, além de taxas na Índia, China, Vietnã e Argentina.
A China aumentou sua presença no comércio global de aço, mas analistas não acreditam que o país se tornará um grande exportador no curto prazo, pelo menos até que os gastos em infraestrutura no país diminuam.
Para a consultoria sueca Raw Materials Group, o crescimento da produção global de aço deverá ficar em 3,4% entre 2010/20, a metade da expansão média de 6,8% registrada entre 2000/07.

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