O mercado de trabalho voltou a apresentar expressiva melhora em dezembro, com mais um recorde de baixa na desocupação, com taxa de 5,3% na média das seis regiões metropolitanas analisadas pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Além do desemprego mais baixo da série iniciada em 2002, a pesquisa de dezembro mostra recorde para a população ocupada, que atingiu 22,450 milhões de pessoas, e o nível mais baixo da população desocupada, que ficou em 1,251 milhão de pessoas. Na média do ano, a taxa de desocupação foi de 6,7%, a menor desde o início da série, enquanto o contingente médio de ocupados foi de 22,019 milhões de pessoas, uma alta de 3,5% frente a 2009, no maior crescimento na série desde 2003. Entre 2003 e 2010 o contingente de ocupados subiu 18,9%. "O contingente de ocupados em 2010 teve maior alta desde 2003, o que mostra que país se recuperou da crise", frisou o gerente da PME, Cimar Azeredo, lembrando que a média anual para o nível de ocupação também foi recorde, de 53,2%. Azeredo destacou que o nível de ocupação entre 2003 e 2010 cresceu "com qualidade", baseado na expansão da carteira assinada no setor privado. Em 2010, na média, os trabalhadores com carteira assinada no setor privado representaram 46,3% da população ocupada nas seis regiões metropolitanas da PME. No total, esse contingente somou 10,191 milhões de pessoas, uma alta de 7,2% frente a 2009 e um crescimento de 38,7% na comparação com a média de 2003. Em contrapartida, os funcionários sem carteira no setor privado caíram de 15,5% na população ocupada em 2003 para 12,1% no ano passado. Também caíram, como fatia da população ocupada, os funcionários públicos sem carteira assinada, passando de 1,5% da população ocupada em 2003 para 1,3% em 2010, os empregados por conta própria, de 20% em 2003 para 18,4% em 2010, os trabalhadores domésticos (de 7,6% para 7,3%), os empregadores (de 5,5% para 4,5%), e os outros trabalhadores (de 1% para 0,5%). Azeredo observou que a inflação em alta contribuiu para que a recuperação do rendimento médio real dos trabalhadores ocupados nas seis regiões metropolitanas analisadas pela PME ficasse abaixo do esperado um ano depois da crise financeira internacional. Em 2010 o rendimento médio real ficou em R$ 1.490,61, apenas 3,8% acima dos R$ 1.436,69 médios de 2009. O avanço está em linha com a alta de 3,2% registrada pelo rendimento entre 2008 e 2009. "A inflação tem peso para o progresso do rendimento ter sido mais tímido do que se poderia esperar. A inflação funciona como uma espécie de barreira para o rendimento", disse Azeredo. "Mas há vários fatores. A própria formalização pode contribuir para a queda do rendimento." Ele lembrou que em dezembro o rendimento médio real ficou em R$ 1.515,10, 0,7% abaixo dos R$ 1.526,36 de novembro. O gerente da PME ressaltou que São Paulo ainda apresentou, em 2010, o maior rendimento médio real, com R$ 1.615,73 de média anual. A diferença para as demais regiões metropolitanas está, no entanto, regredindo, já que o rendimento na maior região metropolitana do país cresceu apenas 0,4% no ano passado e 13,1% desde 2003, o menor nível entre as regiões pesquisadas.
Desemprego em 2010 é o menor em 8 anos: 6,7%
Autor(es): A gência o globo : Cássia Almeida |
O Globo - 28/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/28/desemprego-em-2010-e-o-menor-em-8-anos-6-7 |
|
Rendimento de R$1.490 é recorde, mas inflação começa a corroer ganho. Falta de mão de obra qualificada preocupa
RIO, SALVADOR e PORTO ALEGRE. O ano de 2010 foi o melhor para o mercado de trabalho brasileiro. Essa avaliação foi unânime entre analistas. A taxa de desemprego, o rendimento, o emprego formal, as diferenças regionais, de gênero e raça estão no melhor patamar histórico, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego, divulgada pelo IBGE. A parcela de desempregados na força de trabalho foi de 5,3% em dezembro, abaixo dos 5,7% de novembro e bem inferior aos 6,8% de dezembro de 2009. Em 2010, a taxa média de desemprego ficou em 6,7%, contra 8,1% de 2009 e 12,5% em 2003. Já o rendimento subiu 3,8% no ano, mas recuou 0,7% frente a novembro de 2010, efeito do avanço da inflação nos últimos meses.
Com taxa tão baixa, a ponto de os economistas estarem avaliando se o país já está no piso do desemprego, Cimar Azeredo, gerente da pesquisa do IBGE, diz que ainda é cedo para classificar a situação atual no mercado de trabalho de pleno emprego:
- É cedo para falar de pleno emprego. Como falar disso num país onde as diferenças regionais são tão grandes?
Ele se refere às altas taxas que ainda persistem em capitais nordestinas, como em Salvador, onde a média da taxa de desemprego em 2010 ficou em 11%, e em Recife, em 8,7%. Desemprego que acompanha há oito meses Antônio Carlos dos Santos, de 25 anos. Ele retornou ao Serviço Municipal de Intermediação de Mão de Obra de Salvador pela sétima vez, desde que seu contrato como técnico em informática terminou na empresa onde trabalhava, para tentar uma vaga como vigilante, com salário de R$990:
- O mercado de trabalho (de informática) é menor e muito mais exigente. Por isso, fiz um curso de vigilante que terminei em novembro. Ainda espero conseguir esta vaga.
Desemprego em Porto Alegre chegou a 3%
Em situação inversa vem Porto Alegre, onde o desemprego alcançou apenas 4,5% no ano e chegou a 3% em dezembro. Joseane de Oliveira Machado, de 26 anos, ajudou a baixar a estatística. Está empregada desde outubro em uma casa de massas no centro de Porto Alegre. A jovem é testemunha do aumento da oferta de emprego na capital gaúcha. Na primeira entrevista, conseguiu a vaga:
- Foi muito rápido! Em dois dias eu estava trabalhando.
Assim como Joseane, mais 743 mil trabalhadores conseguiram vaga formal. Das ocupações criadas em 2010, 91,8% foram com carteira assinada. Na Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese, a situação se repete. Dos 765 mil empregos criados, 95% foram com carteira.
A participação desses trabalhadores protegidos no total de ocupados foi recorde em todas as atividades econômicas e em todas as regiões. O exemplo mais marcante foi a construção civil. De 2003 a 2010, a parcela de empregados formais subiu de 25,5% para 36,8%, na maior alta entre os ramos econômicos:
- Houve reestruturação forte no mercado de trabalho na construção civil - constatou Marcia Quintslr, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.
No total de ocupados, a participação dos que têm carteira assinada passou de 39,7% em 2003 para 46,3%. Na indústria, o setor mais formal da economia, essa parcela subiu de 60,7% em 2003 para 66,7% em 2010:
- E vimos reduções importantes no emprego sem carteira e doméstico. Foram menos 66 mil no trabalho doméstico. Isso significa que o mercado criou alternativas para entrada no mercado desses trabalhadores - afirmou Sérgio Mendonça, economista do Dieese.
Diante dessa situação, Cristiano Souza, economista do Banco Santander, diz que a pressão da falta de mão de obra, principalmente qualificada, vai continuar este ano. E o ritmo de melhora vai diminuir. O banco projeta taxa de desemprego média em 2011 de 7%.
"A inflação funcionou como uma barreira ao rendimento"
Para Sérgio Mendonça, do Dieese, ainda não há um apagão de mão de obra generalizado no mercado. Mas a situação preocupa em algumas áreas:
- Com 6,7% de desemprego pelo IBGE e 11,9% pelo Dieese, não dá para dizer que haja um gargalo. Há falta de engenheiros, carpinteiros, soldadores. São situações pontuais.
O rendimento médio real também alcançou seu maior nível no ano passado. Chegou a R$1.490,61, uma alta de 3,8% frente a 2009. Um aumento semelhante ao captado em 2009, de 3,2%, quando o mercado de trabalho sofria as consequências da crise global, e a taxa de desemprego média subira de 7,9% para 8,1%. Segundo Azeredo, do IBGE, o aumento da inflação teve o seu papel nesse "progresso mais tímido" no rendimento:
- Havia uma expectativa de que iria aumentar ainda mais o rendimento no ano passado. A inflação funcionou como uma barreira ao progresso do rendimento - afirmou Azeredo.
Alta forte do emprego faz massa salarial subir 7,6%
Autor(es): João Villaverde e Luciana Otoni | De São Paulo e Brasília |
Valor Econômico - 19/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/19/alta-forte-do-emprego-faz-massa-salarial-subir-7-6 |
|
A forte geração de empregos com carteira assinada nos últimos anos, que culminou com a geração de 2,5 milhões de vagas no ano passado, combinada com a ampliação nos rendimentos reais levou a massa salarial real a acumular no ano passado o quinto ano consecutivo de avanço expressivo - salto de 7,6% entre 2009 e 2010. O aumento leva em conta o estoque de emprego registrado nas pesquisas do Ministério do Trabalho e o rendimento médio real por trabalhador no setor privado, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O mercado de trabalho poderia ter registrado saldo de um milhão de vagas a mais não fosse a precária qualificação da mão de obra. A estimativa, feita por técnicos do Ministério do Trabalho, foi revelada pelo ministro Carlos Lupi em entrevista ao Valor. Para Lupi, que aposta em novo recorde no Caged neste ano - saldo de três milhões de empregos - o grande desafio do país está em ampliar a qualificação dos trabalhadores. Os gastos do governo federal, por meio de recursos do Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), com programas de qualificação foram 73% menores sob o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010) na comparação com os gastos feitos durante o governo Fernando Henrique Cardoso (1995-2002), quando, porém, o saldo de empregos formais foi 150% inferior. Segundo o ministro, os dados "levam em conta apenas os gastos do Codefat". Ele disse que o Ministério implementa gastos mais elevados, mas o não soube informar quanto foi gasto em qualificação durante os últimos anos. A alta no emprego em 2010 contou com uma manobra contábil do Ministério do Trabalho, que ontem divulgou números "inflados" de geração de vagas no ano passado ao incorporar no resultado final as informações dadas pelas empresas fora da data oficial de coleta (dia 6 do mês subsequente). De janeiro a novembro, um saldo de 387 mil registros foi feito fora da data limite. Em outros anos, o governo nunca incorporou esse registro fora de data nas estatísticas do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). O ministério, tradicionalmente, faz essa correção na divulgação da Relação Anual de Informações Sociais (Rais). Desta vez, eles foram antecipados e permitiram atingir a meta, lançada por Lupi no início de 2010, de gerar 2,5 milhões de empregos formais. Junto com essa "mudança", o governo, também pela primeira vez, não liberou todos os dados do Caged no seu site até às 21 horas de ontem. Sem considerar o adiantamento excepcional de empregos, o saldo de empregos formais em 2010 foi de 2,1 milhões, dado que considera o corte de 407,5 mil postos de trabalho em dezembro. Com o corte de 153 mil vagas em dezembro, a indústria de transformação fechou o ano com saldo de 536 mil postos de trabalho formais, representando 21,3% do total de empregos gerados no ano - resultado superior ao de 2008 e 2009, quando o setor sofria os reveses da crise mundial. No entanto, o desempenho tímido do setor, que costuma pagar salários maiores, não atrapalhou o salto da massa salarial no ano passado. Mesmo desconsiderando os rendimentos de militares e do funcionalismo, o rendimento médio real no setor privado pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) em sete capitais aumentou 1,4% entre janeiro e novembro, enquanto o emprego formal cresceu 6,1% em 2010 (pelo Caged). Os principais empregadores, comércio e serviços, também apresentaram saldo negativo em dezembro, de 14 mil e 75 mil, respectivamente, mas registraram expressivo resultado em 2010. Enquanto o varejo terminou o ano com 601,8 mil mais comerciantes, o setor de serviços registrou saldo de um milhão de trabalhadores. Já o setor de construção civil registrou fechamento líquido de 80 mil vagas no mês passado - no ano, o saldo foi de 329,1 mil empregos formais. O ministro do Trabalho espera ter aprovado ainda neste ano, pelo Congresso, um projeto que prevê a vinculação do seguro-desemprego à frequentação de um curso de qualificação. "A frequência será fiscalizada pelo Ministério, que também zelará pela qualidade dos cursos", diz Lupi.
|
DESEMPREGO É O MAIS BAIXO EM 8 ANOS, MAS INFLAÇÃO CORRÓI RENDA
DESEMPREGO É O MENOR EM 8 ANOS, MAS INFLAÇÃO JÁ CORRÓI RENDA DO TRABALHADOR |
Autor(es): Alessandra Saraiva |
O Estado de S. Paulo - 28/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/28/desemprego-e-o-mais-baixo-em-8-anos-mas-inf1acao-corroi-renda |
|
O ano de 2010 foi o melhor momento do mercado de trabalho brasileiro nos últimos oito anos, com o menor nível de desemprego desde 2003 e patamar recorde no número de empregados. Mas a alta da inflação ajudou a corroer a renda do trabalhador, que mostrou queda em dezembro e avanço tímido em todo o ano, em relação ao ano anterior. Taxa anual de 2010 é de 6,7%, em dezembro foi de 5,3% ante 5,7% de novembro; renda média registrou queda de 0,7% em dezembro
Segundo o IBGE, a taxa de desemprego recuou de 5,7% para 5,3% de novembro para dezembro, e terminou 2010 com média anual de 6,7%, bem abaixo da taxa de 8,1% apurada em 2009. O número de pessoas ocupadas no mercado de trabalho foi de 22 milhões, o maior patamar da nova série da PME, iniciada em 2002 e cujos dados anuais começaram a ser apresentados em 2003. Além disso, o total de desempregados em 2010, de 1,6 milhão, foi o menor da série. Mesmo com os dados positivos de dezembro e de 2010, o cenário brasileiro não aponta para um "pleno emprego" no mercado de trabalho, para o gerente da PME e economista do IBGE, Cimar Azeredo. Segundo ele, nem todas as taxas de desemprego entre as seis regiões metropolitanas estão mostrando o mesmo cenário. No caso da região metropolitana do Recife, por exemplo, a taxa de desemprego foi de 8,7% em 2010."É muito cedo para se falar em pleno emprego. Temos um país com diferenças regionais bastante precisas", afirmou o técnico. Renda. Os dados positivos de emprego no mercado de trabalho não se refletiram, em igual magnitude, nos ganhos do trabalhador. Embora tenha subido 3,8% em 2010 ante 2009, a renda média caiu 0,7% em dezembro em relação a novembro. Isso porque a inflação deu um salto no ano passado, com alta de 5,91% no IPCA, ante 4,31% em 2009. "A inflação, de certa forma, funciona como uma espécie de barreira ao crescimento do rendimento do trabalho", afirmou Azeredo. O técnico do IBGE admitiu que, não fosse o cenário de inflação mais elevada em 2010, contra 2009, a renda do trabalhador poderia ter apresentado um avanço mais expressivo, no mesmo período de comparação.
Falta de correção de tabela do IR corrói parte dos aumentos reais
Autor(es): Marta Watanabe | De São Paulo |
Valor Econômico - 18/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/18/falta-de-correcao-de-tabela-do-ir-corroi-parte-dos-aumentos-reais |
|
A falta de correção da tabela de Imposto de Renda (IR) para 2011 irá corroer uma parte expressiva dos aumentos reais obtidos por algumas categorias nas negociações salariais do ano passado. O impacto depende da data-base da categoria e também do salário do trabalhador. Na negociação salarial dos metalúrgicos do ABC, em setembro, foi negociado um aumento real de 4,52% (pago além da inflação). Para quem ganha o que é considerado a média salarial da categoria, esse ganho real pode cair para 3,22% quando a conta inclui a parcela a mais que o trabalhador passará a pagar de Imposto de Renda este ano. Para quem está no teto, o reajuste real cai pela metade - de 4,52% para 2,15% porque o desconto do IR é maior. Nos químicos, considerando o salário médio, o aumento real ficou em 1,34%, levando em consideração o Imposto de Renda extra deste ano, percentual que é bem menor que os 2,48% acima da inflação negociados na data-base. Os cálculos foram feitos pela ASPR Auditoria e Consultoria. A perda com o IR acontece porque não houve correção de valores para as faixas salariais da tabela progressiva. Ou seja, os trabalhadores terão seu imposto devido sobre os salários deste ano calculados com base na mesma tabela que vigorou no ano passado. A última correção da tabela progressiva aconteceu de 2009 para 2010, quando as faixas de valores tiveram reajuste de 4,5%. Sem nenhum tipo de correção para este ano, um simples reajuste de salário pela inflação pode fazer um trabalhador, que antes estava inteiramente na faixa de isenção do imposto, passar a contribuir com 7,5% sobre uma parcela do valor do contracheque. Nesse caso, esse trabalhador terá, na prática, uma elevação de salário abaixo da inflação. No caso das categorias que tiveram reajuste real, como metalúrgicos do ABC, químicos e bancários, por exemplo, a tendência é uma correção com ganho real menor. O levantamento da ASPR mostra, por exemplo, que um metalúrgico do ABC com salário de R$ 2.326,44 em janeiro do ano passado, por exemplo, estaria ganhando R$ 2.535,82 atualmente. A correção considera o aumento total de 9% obtido pela categoria, composto pela reposição da inflação (4,29%) mais aumento real de 4,52%. Com o novo salário, porém, esse metalúrgico passou a pagar R$ 99,43 de Imposto de Renda ao mês. Em janeiro do ano passado, pagava R$ 68,03. "Isso acontece, porque todo o aumento de salário obtido por esse trabalhador ficou sujeito ao pagamento de 15% de IR, que é a faixa que o valor já alcança na tabela", diz Isabella Gomes, da ASPR. Com a mordida do IR, o aumento de salário líquido desse trabalhador fica em R$ 177,97, o que resulta num reajuste real de 3,22%. No caso do metalúrgico do ABC que ganhava o teto de R$ 7 mil no ano passado, a corrosão do aumento real é maior. A explicação é simples. Esse trabalhador fica sujeito à alíquota máxima da tabela, de 27,5% (paga por todos que recebem mais de R$ 3.743,19). Com o reajuste de 9% obtido no ano passado, o salário hoje é de R$ 7.630, e ele é obrigado a pagar R$ 173,25 a mais de IR em relação ao valor retido antes. Esse aumento do IR reduz seu aumento real de salário 4,52% para 2,15%. Com o mesmo tipo de cálculo, e levando em conta as médias salariais da Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do Ministério do Trabalho, o reajuste real de 2,48% obtido pelos químicos no ano passado cai para 1,34%. Foi levada em consideração uma média salarial de R$ 2.382,14 em 2010. O valor alcança a faixa salarial de 15%. A categoria obteve no ano passado aumento total de 8%, sendo a inflação de 5,39%. No salário considerado como teto, a elevação real cai de 2,48% para 0,39%. No caso dos bancários, o reajuste real de 3,08% cai para 1,1% levando em conta a média salarial paga pelas instituições financeiras. O efeito é grande nesse caso, explica Isabela, porque a média salarial levada em consideração - R$ 3.840,57 - já alcança a faixa de 27,5% na tabela de IR.
|
|
Desocupação no país é uma das mais baixas
O Globo - 28/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/28/desocupacao-no-pais-e-uma-das-mais-baixas |
|
Num ranking de 37 nações, Brasil ocupa a 29ª posição e foi um dos poucos a reduzir a taxa
O Brasil fechou o ano passado com uma taxa de desemprego das mais baixas numa comparação com 37 países, feita pelo economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. Pelo estudo, a maioria dos países da Zona do Euro ainda ostenta desemprego superior a 2010. Na região, o desemprego atingiu 10% dos trabalhadores. Em 2009, estava em 9,4%. Já na América Latina e Caribe, o movimento foi inverso. A taxa de desemprego passou de 8,2% para 7,6%:
- Muitos países da América Latina reduziram o desemprego a reboque do Brasil. Vimos isso na Argentina (a taxa caiu de 8,7% para 7,8%), no Paraguai (de 8,2% para 7,8%), no Uruguai (7,7% para 7,1%). Foi a força da economia brasileira no ano passado que se refletiu nos vizinhos.
O ranking do desemprego é liderado pela Espanha, onde 20% da força de trabalho está à procura de uma ocupação. Agostini afirma que os países com crises fiscais são os que apresentam as maiores taxas. Não por acaso, Irlanda ocupa o terceiro lugar no ranking, com desemprego de 13,5%. Em 2009, a taxa ficara em 11,9%. Em Portugal, situação semelhante. A taxa de desocupação saiu de 9,6% para 10,9%.
- A questão crítica do desemprego ainda está na Europa com níveis de desemprego historicamente elevados.
Desemprego nos EUA subiu de 9,3% para 9,7%
Nos Estados Unidos, a falta de vagas fez a taxa subir de 9,3% em 2009 para 9,7% em 2010. Taxa bastante alta quando a comparação é feita com 2007, quando o desemprego atingia menos da metade da força de trabalho americana. Naquele ano, a taxa ficara em 4,6%.
- O Brasil está a um passo à frente no emprego. O mercado de trabalho fortalece a demanda doméstica e o país não fica tão refém da recuperação do setor externo para manter a atividade econômica aquecida. (Cássia Almeida)
Quase 800 mil pessoas deixam a informalidade
Autor(es): Edson Ruiz/Valor |
Valor Econômico - 31/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/31/quase-800-mil-pessoas-deixam-a-informalidade |
|
Carlos Alberto dos Santos: serviços para órgãos públicos com formalização.
A formalização da economia brasileira ganhou novos contornos em 2010. Depois de um começo incerto, a figura do empreendedor individual "pegou" e ganhou projeção com a adesão de 847 mil pessoas à regulamentação - criada em 2008 e em vigor desde o segundo semestre de 2009. Mesmo tendo projetado 1 milhão de adesões para o ano passado, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) considera o resultado extremamente satisfatório, diz o diretor técnico da instituição, Carlos Alberto dos Santos. Na visão de Santos, com um custo relativamente baixo (máximo de R$ 62,10 por mês), esses mais de 800 mil trabalhadores formalizados passaram a ter cidadania econômica e a desfrutar de benefícios que antes eles nem sequer poderiam sonhar, como acesso à Previdência Social. Entre mais de 400 atividades diferentes, entraram para a legalidade os negócios de 77 mil vendedores ambulantes, 58 mil salões de beleza, 22 mil fast foods, entre outros. Para 2011, o Sebrae Nacional aposta na formalização de outras 500 mil a 800 mil pessoas, praticamente dobrando o número de empreendedores individuais (Eis). Só entre o dia 1º e 21 de janeiro foram formalizados mais 46.183 negócios, segundo o Sebrae, média de 2,5 mil por dia. O diretor técnico do Sebrae relata o caso de um chaveiro de Brasília. Estabelecido na cidade há cerca de 30 anos, o profissional formalizou-se em 2010 e, quase imediatamente, recebeu a encomenda de aproximadamente 270 chaves de um órgão público. O serviço, equivalente a quase um mês do faturamento de seu quiosque, não podia ser feito antes da formalização pelo simples fato de o chaveiro não poder emitir a nota fiscal exigida para justificar despesas públicas. "O Brasil tinha números vergonhosos de informalidade que chegavam a dois negócios informais para um formal", comenta Santos. "Chegou a superar 10 milhões de empreendimentos sem nenhuma regularização." Em 2010, pela primeira vez desde a crise econômica dos anos 1980, o país terminou o ano com menos informais que no exercício anterior, comenta o diretor técnico do Sebrae. Santos aponta alguns ganhos conseguidos com a formalização dos negócios individuais. Por um custo baixo para regularizar o negócio (equivalente a R$ 2 por dia), o empreendedor ganhou acesso à Previdência, passou a ter comprovação que permite um relacionamento mais profissional com o sistema de crédito, pode ter acesso a preços, produtos e fornecedores mais variados e qualificados. De quebra, ainda gerou emprego. Pela regulamentação, cada EI pode ter um empregado com registro em carteira. Nas contas do Sebrae Nacional, os 847 mil negócios regulamentados em 2010 proporcionaram a formalização de 820 mil empregos formais - 97 para cada 100 atividades regularizadas. Para o coordenador do centro de empreendedorismo do Insper, Marcos Hashimoto, iniciativas como a criação do EI e o desejo manifesto pelo governo de Dilma Rousseff de transformar parte dos beneficiários dos programas sociais em empreendedoree de reduzir os encargos sobre a contratação de empregados dão um novo destaque ao empreendedorismo no Brasil. Hashimoto acha "possível e necessário" incentivar o microempreendedorismo, categoria que ele considera "não muito valorizada", mas é justamente a que mais responde aos incentivos e que está mais bem alinhada com as políticas sociais. "Está provado que a base da pirâmide tem grande capacidade de mobilização quando impulsionada por políticas públicas", argumenta. Números do Sebrae corroboram sua opinião. Segundo Carlos Alberto dos Santos, a criação do Simples (o regime tributário simplificado das microempresas) contribuiu para aumentar em 70% o emprego formal de 2006 a 2008. Nas contas da entidade, as MPEs respondem por 53,2% dos empregos formais no país. Hashimoto diz que iniciativas nesse sentido têm grande potencial de crescimento no microvarejo, desde que se criem condições para que o ganho de receita desses microempreendedores compense o imposto que terão de pagar. Segundo ele, a área de serviços também tem potencial para ampliar sua participação nos pequenos negócios formais, mas é um segmento que requer alguma especialização e que, portanto, pressupõe certa formação profissional dos candidatos, nem sempre possível. Hashimoto vê nessas iniciativas os meios de reduzir a profunda informalidade da economia brasileira. Segundo ele, pesquisas apontam de 60% a 70% de informalidade na economia brasileira, entre negócios não registrados e práticas informais dentro de negócios formais (como não emissão de nota). "Eu duvidava desses números, mas são tantos os estudos e tantos os indícios que passei a acreditar que eles não estão tão longe da realidade".
|
Ipea: emprego avança, relações trabalhistas, não
Autor(es): A gência o globo : Liana Melo |
O Globo - 20/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/20/ipea-emprego-avanca-relacoes-trabalhistas-nao |
|
Estudo mostra que 37% dos assalariados veem risco à saúde no trabalho e 29,4% têm jornada excessiva
O mercado de trabalho cresceu com força nos últimos anos, pulando de uma geração de postos de emprego de 650 mil anuais, entre 1999 e 2003, para 2,1 milhões de novas vagas no ano passado, mas as relações trabalhistas continuam frágeis. E nem mesmo uma carteira assinada vem sendo suficiente para garantir uma sensação de proteção ao trabalhador.
Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostrou que 37,2% dos assalariados enfrentam situações que colocam a saúde em risco ou suas vidas em perigo. E 56,8% deles afirmam que não recebem adicional de insalubridade ou de periculosidade no salário.
- O país mudou de patamar do ponto de vista do emprego, mas a discrepância em relação à qualidade das relações de trabalho continuam - diagnostica André Gambier, um dos autores do estudo "Direitos do Trabalhador e Qualificação Profissional", que será o primeiro de uma série que o Sistema de Indicadores de Percepção Social (Sips) está produzindo. - A segunda etapa da pesquisa, que inclui informações sobre renda, já está ficando pronta.
Só 10% dos formais não recebem por hora extra
A pesquisa mostrou que os trabalhadores informais não enxergam no excesso de trabalho a caracterização de hora extra: 91,3% dos não formalizados dizem que não fazem horas extras.
- O que talvez ocorra é que esse sobretrabalho dos informais não é por eles encarado como a realização de horas extras, sendo percebido como parte integrante do tempo normal do seu trabalho.
Já entre os com carteira assinada, este índice é de 29,4%. As horas extras entre os formais, porém, são reconhecidas: 89,4% recebem adicional ou têm esse excesso de trabalho compensado em banco de horas.
- Não menos que 30% dos trabalhadores por conta própria relataram ter muito pouco controle sobre a duração de seu trabalho. Outros 10,4% afirmaram que trabalham com uma jornada excessiva, mas recebem pouco como retribuição monetária - concluiu Gambier.
Discriminação atinge 8,3% e assédio, 4,9%
Autor(es): A gência o globo : |
O Globo - 20/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/20/discriminacao-atinge-8-3-e-assedio-4-9 |
|
Mas apenas 2,5% dos trabalhadores formais denunciam abusos
A discriminação também está presente no mercado de trabalho. Entre os trabalhadores formais, 8,3% relataram que há casos de discriminação em seu trabalho. Entre os informais, 5,6% deram a mesma resposta. O assédio - moral ou sexual - também está presente em 4,9% dos casos, para os trabalhadores formais, e em 0,9% para os informais.
O desrespeito aos direitos do empregado pode ser explicado, segundo a pesquisa do Ipea, pelo fato de a "hegemonia do empregador" não ter sido quebrada. O técnico do Ipea André Gambier afirma que esse é um dos principais motivos porque os trabalhadores não denunciam os abusos cometidos.
Apenas 2,5% dos trabalhadores com carteira assinada afirmaram usar os canais competentes, como sindicatos, associações, ministérios públicos ou Justiça do Trabalho, para denunciar algum tipo de arbitrariedade ocorrida no ambiente de trabalho. Já entre os informais, o nível é bem menor: 1%.
Rede de contatos é mais importante que formação
A pesquisa, que ouviu três mil trabalhadores no país inteiro, também surpreendeu positivamente os técnicos do órgão. A maior incidência de discriminação ocorreu, segundo relato dos entrevistados, devido à idade do trabalhador - o que também surpreendeu os pesquisadores. O nível de assédio ou discriminação ficou abaixo do esperado.
Ficou comprovado ainda que ter uma boa rede de contatos é importante para conseguir emprego. As referências pessoais foram o segundo item mais apontado pelos trabalhadores com carteira assinada como a principal exigência do empregador na hora da contratação, com 21,3% das respostas. Perdeu apenas para o item "experiência na atividade" que, segundo 23,1% dos empregados formais entrevistados foi a principal exigência para garantir a vaga. Formação escolar e técnico-profissionalizante tiveram menor peso: 12,4% dos entrevistados citaram essas qualificações como fundamentais para garantir o emprego. (Liana Melo)
IBGE: comércio brasileiro tem expansão de até 11%
O Globo - 13/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/13/ibge-comercio-brasileiro-tem-expansao-de-ate-11 |
|
Em novembro, oito dos dez segmentos do varejo pesquisados tiveram alta de vendas
As vendas no varejo brasileiro cresceram 1,1% em novembro, registrando o maior expansão mensal desde agosto e ficando acima do esperado. A alta em relação ao outubro passado foi a sétima seguida, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em relação a igual mês de 2009, houve expansão de 9,9%.
Analistas ouvidos pela agência de notícias Reuters previam uma alta mês a mês de 0,55% . Já a elevação anual prevista era de 9,5%. No acumulado de janeiro a novembro do ano passado, as vendas do comércio cresceram 11% e a receita nominal aumentou 14,4%.
Na comparação mensal, oito dos dez segmentos do varejo pesquisados tiveram aumento de vendas, sendo as maiores as de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (10,5%); livros, jornais, revistas e papelaria (6,6%) e móveis e eletrodomésticos (2,4%).
Setor de veículos tem expansão de 30% no ano
Em relação a novembro de 2009, todas as atividades cresceram, com destaque para veículos e motos, partes e peças (30,4%) e livros, jornais, revistas e papelaria (23,2%).
Ainda de acordo com o IBGE, a receita nominal do comércio registrou alta de 1,2% em novembro em relação a outubro e de 14,8% frente a igual mês de 2009.
|
|
2010: o ano do comércio
Autor(es): Cristiane Bonfanti |
Correio Braziliense - 13/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/13/2010-o-ano-do-comercio |
|
Puxadas pela renda, vendas do varejo aumentam 1,1% em novembro, acumulando alta de 11% no ano. Crescimento é recorde A disposição dos brasileiros em consumir está fazendo a festa do comércio varejista. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o setor apresentou crescimento de 1,1% no volume de vendas em novembro em relação ao mês anterior. Com esses números, o varejo completou sete meses consecutivos de taxas positivas. As vendas registraram alta de 9,9% na comparação com novembro de 2009 e de 11% no acumulado do ano. É a primeira vez que o desempenho anual pode ultrapassar dois dígitos.
Entre os itens mais procurados pelos consumidores estão os móveis e os eletrodomésticos. As vendas cresceram 2,4% entre outubro e novembro. A secretária Angela Ferreira Ponte, 31 anos, visitou as lojas ontem à procura de um ar-condicionado. No início do mês, ela comprou uma televisão de mais de R$ 1 mil, em 10 parcelas. “Os preços estão mais acessíveis. Agora, quero pagar até R$ 800 no novo aparelho. Ao longo do ano, vou trocar os móveis da casa”, planeja Angela. Técnico da Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE, Nilo Lopes atribuiu o crescimento nas vendas ao bom desempenho econômico vivido pelo Brasil ao longo do ano. “Temos condições favoráveis. A renda do trabalhador melhorou, os importados estão mais baratos e o brasileiro está otimista em relação ao futuro”, avaliou. O economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) Fábio Bentes calculou que, em 2011, as vendas vão crescer 8,3%, quase dois pontos percentuais a menos que em 2010. “Quando os dados forem fechados, veremos que o ano de 2010 será o melhor da década para o setor. Mas, no ano que vem, a economia vai estar menos aquecida e a oferta do crédito, menor. De qualquer forma, será um bom resultado”, afirmou Bentes.
A dona de casa Fernanda Maria de Vasconcelos Calixto, 48 anos, pretende engordar as estatísticas neste ano. Ontem, ela saiu de casa para pesquisar os preços de um guarda-roupa, pelo qual quer desembolsar até R$ 600. “Vou comprar porque preciso trocar esse móvel em casa. Não fosse isso, economizaria. Vou parcelar sem juros, pois as taxas são altas demais”, disse.
À vista
O servidor público aposentado Walmir Alves dos Santos, 58 anos, está bem disposto para consumir. Ele guardou R$ 2 mil do 13º salário para comprar uma geladeira. Há dois meses, levou para casa um aparelho de som no valor de R$ 2 mil, divididos em 10 parcelas. “Estamos aproveitando os preços para renovar a casa. Agora, quero comprar à vista, pois já tenho muitos compromissos pela frente”, observou.
Além de eletrodomésticos e móveis, que tiveram a terceira maior elevação no volume de vendas, sete de 10 atividades obtiveram variações positivas em relação a outubro. As principais foram equipamentos e material para escritório, informática e comunicação; livros, jornais, revistas e papelaria; artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos; material de construção; outros artigos de uso pessoal e doméstico; veículos e motos, partes e peças; e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo. Por outro lado, caíram as vendas de tecidos, vestuário e calçados e de combustíveis e lubrificantes. “Com o aumento no preço do álcool e da gasolina, muitos deixaram o carro mais tempo na garagem”, explicou Nilo Lopes, do IBGE.
PIB caminha para os 5%
Luiz Carlos Azedo
Victor Martins
Mesmo com toda a robustez demonstrada pelo varejo — graças ao aumento do poder de compra dos consumidores —, o ritmo de crescimento da economia está perdendo fôlego. Foi o que constatou o Banco Central. Pelas suas contas, a atividade registrou expansão de 0,42% em novembro ante o mês anterior, quando o salto havia sido de 0,51%. Foi a primeira desaceleração do Índice de Atividade Econômica do BC, o IBC-Br, na comparação mensal desde maio.
No acumulado de 12 meses, o avanço chegou a 8,33%, resultado que, na avaliação dos especialistas, reforça a necessidade de o Comitê de Política Monetária (Copom), com reunião marcada para a próxima semana, elevar a taxa básica de juros (Selic) em pelo menos 0,5 ponto percentual, dos atuais 10,75% para 11,25% ao ano. “O ritmo menor de crescimento em novembro ainda não foi suficiente para pôr fim ao superaquecimento da atividade, que pressiona a inflação”, explicou um técnico do BC.
Apontado como uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br é acompanhado de perto pelos integrantes do Copom, pois sinaliza como está o comportamento da economia. Nas projeções do governo, não há motivo para apreensão. Com a atividade perdendo força, o PIB fechará 2011 com aumento próximo de 5%, ritmo que deverá ser mantido pelos próximos anos, graças à ampliação dos investimentos públicos e privados. São esses investimentos, segundo análises feitas pela presidente Dilma Rousseff com sua equipe econômica, que permitirão o controle mais eficaz da inflação e, mais à frente, abrirão espaço para a queda dos juros.
O diagnóstico do governo é o de que, com os investimentos, será preciso correr com o processo de qualificação da mão de obra, cuja escassez surge no horizonte como um dos principais entraves para o crescimento sustentado. Dilma também vem ressaltando a necessidade de agregar valor aos produtos brasileiros, por meio da inovação tecnológica. Dois setores, que, por vários anos, ficaram sem investir em pesquisa e desenvolvimento, são apontados como modelo a ser seguido: o naval e o siderúrgico, que estavam sucateados.
|
|
|
Preço médio dos bens importados pelo Brasil caiu 8% em 2010
Produto importado ficou 8% mais barato |
Autor(es): Marta Watanabe | De São Paulo |
Valor Econômico - 26/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/26/preco-medio-dos-bens-importados-pelo-brasil-caiu-8-em-2010 |
|
A combinação de um mercado aquecido com uma superoferta mundial de produtos fez o Brasil aumentar o volume de importações pagando menos pelos produtos desembarcados. No ano passado o país importou um volume total 13,9% maior que o de 2008, mas o preço médio dos desembarques caiu 8% no mesmo período. Os dados são da Fundação Centro de Estudos do Comércio Exterior (Funcex). Em 2010 as importações somaram US$ 181,6 bilhões, o que significa elevação de 5% em relação a 2008. Com participação de 46,2% na pauta de importação, os bens intermediários puxaram para baixo a queda de preço. O volume dos desembarques dessa categoria aumentou em 6,8%, enquanto os preços ficaram 5,9% mais baixos. Em razão da demanda aquecida no mercado doméstico, algumas categorias chegaram a apresentar aumento de preço médio de importação no período. Essas elevações, porém, foram muito pequenas na comparação com o aumento de volume. As importações de bens de consumo duráveis, por exemplo, cresceram 46,9% em volume. O avanço do preço médio do desembarque, porém, foi de apenas 3,1%. "O aumento não chegou nem a repor a inflação. O mais natural seria que os preços das importações subissem mais em função da demanda do mercado interno. Isso só não aconteceu porque o Brasil surgiu como um dos mercados para os quais todo o mundo quer vender", diz José Augusto de Castro, vice-presidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB).
"Com superoferta de produtos, os importadores brasileiros puderam comprar volumes maiores e negociar preços melhores", acrescenta Castro. Segundo ele, a evolução de volume e preço indica que até fornecedores mais tradicionais, incluindo os chineses, provavelmente reduziram seus preços para não perder mercado. Mesmo para o exportador chinês, que contou com a valorização do yuan frente ao dólar, isso pode ter significado abrir mão de um pedaço do lucro. "Até 2008, a evolução dos preços das importações refletiu a expansão do mercado internacional", acredita Lia Valls, professora da Fundação Getulio Vargas (FGV). Em 2009, lembra, o efeito da crise financeira quebrou o ritmo de crescimento. No ano passado, criou-se uma pressão pela compra de bens pelos países emergentes, que apresentaram crescimento forte ao mesmo tempo em que havia recuperação mais lenta dos países desenvolvidos. Essa pressão, diz Lia, ajuda a explicar o contraste no comportamento de volumes e preços dos desembarques. Fernando Ribeiro, economista-chefe da Funcex, lembra que o ritmo de crescimento do volume das importações seguiu a tendência que já havia surgido no período pré-crise. "Houve uma interrupção temporária em 2009, mas existia uma evolução forte na quantidade importada em todas as categorias, sendo mais acentuada em bens de consumo duráveis e em bens de capital." Segundo os dados da Funcex, no ano passado o Brasil importou mais que o triplo do que havia desembarcado em quantidade de bens de consumo não duráveis em 2006. Ribeiro explica que o crescimento nos desembarques desses bens pode ser explicado em parte pela baixa base de comparação, principalmente em 2002 e 2003. "Essa importação é muito sensível ao câmbio e à demanda doméstica, que tem crescido mais rapidamente que a capacidade produtiva e transbordado para as importações." Com os bens de capital, avalia Ribeiro, o fenômeno é parecido. "Os investimentos estão altos e parte disso está sendo direcionada para fora, com importação de bens de capital", acrescenta. Em 2010 a quantidade desembarcada de bens de capital aumentou 23,4% enquanto os preços médios de categoria tiveram queda de 3%, sempre em relação a 2008 (porque a crise transformou 2009 em um ano atípico). Para Flávio Castelo Branco, gerente-executivo de política econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), os dados mostram a forte penetração dos importados no consumo interno, com perda da indústria nacional. Segundo ele, o cenário deve permanecer em 2011 caso não haja mudanças. "O câmbio continua com valorização do real, apesar das tentativas de contenção do governo e do Banco Central, e temos muitas distorções competitivas." Além do câmbio favorável, o excesso de oferta de produtos industrializados no mercado internacional propicia estabilidade ou queda de preços na importação desse produto, diz Ribeiro. É o contrário do que vem acontecendo com as commodities que, com demanda forte, têm os preços pressionados para cima. "É isso que tem permitido ao Brasil comprar mais barato e vender mais caro", analisa Ribeiro. Ao contrário das importações, as exportações brasileiras totais caíram em termos de volume e apresentaram aumento de preço. A queda na quantidade exportada foi de 2,2% em 2010 na comparação com 2008. No mesmo período houve aumento de 4,4% no preço médio das vendas ao exterior. No ano passado, as exportações somaram US$ 201,9 bilhões, com aumento de 2% em relação a 2008. Os básicos, que incluem as commodities, foram os que tiveram o melhor desempenho, com crescimento de 14,5% em volume e 7,5% de elevação no preço médio. As vendas de manufaturados ao exterior, ao contrário, perderam 16% em volume e tiveram aumento de preços de apenas 2,1%. Ribeiro não acredita que o cenário do comércio exterior mude num período curto. Para ele, a grande diferença acontecerá em função do mercado interno. Ele lembra que até mesmo medidas para aumento de competitividade têm efeito relativo com crescimento interno elevado. Hoje, a indústria nacional está com sua produção voltada ao consumo doméstico, sem estímulos à exportação. Ele exemplifica com o setor automobilístico. Em 2003 e 2004, lembra, o setor procurava exportar porque tinha 50% de capacidade ociosa. Hoje, as indústrias voltaram a ter sua produção sustentada por um mercado doméstico com demanda tão grande que tem propiciado uma importação maior de veículos. Para ele, é necessário um controle da demanda interna. |
|
Financiamento do Proex a exportação cresce 55%, para US$432,4 milhões
Autor(es): A gência o globo : Vivian Oswald |
O Globo - 17/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/17/financiamento-do-proex-a-exportacao-cresce-55-para-us-432-4-milhoes |
|
BRASÍLIA. O Programa de Financiamento às Exportações (Proex) teve o melhor desempenho dos últimos cinco anos em 2010, com desembolsos de US$432,4 milhões para o financiamento das vendas do país no exterior. Trata-se de um crescimento de 55% em relação ao ano anterior. Considerando não só os empréstimos, mas também as operações de equalização de juros, o Banco do Brasil (BB) estima que o programa tenha alavancado US$4 bilhões em exportações no ano passado. O volume total de vendas ao exterior fechou o ano em US$201,9 bilhões.
Mas o foco do Proex é estimular as exportações sobretudo das micro, pequenas e médias empresas, que corresponderam a 85% do público atendido no período. Os setores que mais se beneficiaram do programa foram os de agronegócios, têxteis, couros e calçados, máquinas e equipamentos, produtos minerais e transportes, cobrindo mais de 90% da pauta de exportações brasileiras.
- O conhecimento e a experiência do BB em comércio exterior é importante na gestão do programa. Usamos as 18 gerências para usar a capilaridade do banco. Tivemos nosso melhor resultado de cinco anos e ainda alcançamos nosso principal objetivo de atingir as empresas menores - disse o gerente executivo da Diretoria Internacional e de Comércio Exterior do BB, Everton Dalnei Fauth.
China, Alemanha, França, Itália e Cuba foram os principais destinos dessas exportações. Em 2010, uma única empresa do setor de couros e calçados financiada pelo BB conseguiu bater o recorde de países nos quais quis garantir espaço para os seus produtos. Uma outra companhia do mesmo setor exportou para 26 clientes diferentes.
Além da variedade de clientes, os exportadores têm conseguido levar os produtos brasileiros a mercados tidos como exóticos. Estão nesta lista Gana, Guadalupe, Guiana Francesa, Islândia, Senegal, Trinidad e Tobago, Uganda, Vietnã e Zâmbia.
|
|
|
O grande salto das pequenas empresas
Pequenos vão de carona |
Autor(es): Cristiane Bonfanti |
Correio Braziliense - 24/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/24/o-grande-salto-das-pequenas-empresas |
|
NEGÓCIOS Bom momento da economia contamina micro e pequenas empresas, que planejam investir e aumentar os lucros ao longo do ano. Setores como a construção civil, o comércio e os serviços são as grandes estrelas Cansadas do papel de meras coadjuvantes do crescimento econômico, micro e pequenas empresas (MPEs) pegam carona na onda de prosperidade que empurra as grandes companhias e os setores brasileiros. Beneficiados por pesados investimentos públicos e privados, além da elevação do nível de emprego e da renda, esses negócios decidiram ampliar seus horizontes à procura de boas oportunidades e, claro, mais lucros. As condições para alcançar tais objetivos são as melhores possíveis em 2011.
Levantamento do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostra que, em função dos preparativos para a Copa de 2014 e para as Olimpíadas de 2016, construção civil, tecnologia da informação, agronegócio, madeira e móveis, o comércio varejista e os serviços são os segmentos mais promissores para quem espera faturar alto neste e nos próximos anos. Motivos para confiar no futuro não faltam. Dados da Serasa Experian provam que o fantasma da falência já não assusta mais como antigamente: de janeiro a dezembro de 2010, por exemplo, houve 653 decretos que levaram ao fechamento das portas — número inferior aos 831 registrados em 2009.
Hoje, 98% de todas as companhias estabelecidas no país são de micro e pequeno portes, o que mostra a importância desse perfil de empreendedores. “Elas funcionam como uma esponja em relação à economia. Se estamos num período de recessão, elas são as primeiras a sofrer. Se vivemos um bom momento, elas também são as mais beneficiadas”, explica Francisco Barone, coordenador do Programa de Estudos Avançados em Pequenos Negócios, Empreendedorismo e Microfinanças da Fundação Getulio Vargas (FGV).
Aportes feitos pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), ao lado do Minha Casa Minha Vida, impulsionam a construção civil. O empresário Paulo Roberto Balbino de Freitas, 50 anos, está atento ao cenário. Depois de ver sua loja no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA), no Distrito Federal, ampliar em 10% ao ano as vendas em 2009 e 2010, Balbino se prepara para as novas demandas. Neste ano, vai investir cerca de R$ 800 mil na compra de uma empilhadeira, uma pá mecânica e três caminhões. “A nossa expectativa é de crescer mais 10% em 2011. Com o mercado aquecido, as pessoas estão fazendo mais obras. Além disso, os programas governamentais têm impacto no faturamento”, reforça.
Para o diretor técnico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos, a expansão da nova classe média é um dos principais propulsores. Desde 2003, 30 milhões de brasileiros alçaram à condição de classe C, consumindo como nunca e tomando crédito a um ritmo cada vez mais acelerado. Com mais poder de compra, esse contingente de homens e mulheres passou a frequentar bares, restaurantes e a cobiçar produtos sofisticados. “O desenvolvimento também está se espalhando, saindo da Região Sudeste para o Norte e o Nordeste, o que favorece enormemente os negócios”, ressalta Santos.
Sobrevivência
No Nordeste, o índice de empresas que fecham antes de completar dois anos de criação caiu de 46,7% para 18,9% desde 2002. No Sudeste, de 48,9% para 16,1%. Em todo o Brasil, de 49% para 22%. Os estados com melhores resultados quanto à sobrevivência de MPEs são Espírito Santo, Minas Gerais e Sergipe, com mais de 85% de empresas que não fecharam as portas. Em contrapartida, Roraima, Acre e Amapá apresentaram as maiores taxas de mortalidade, entre 37% e 50%. “Numa economia capitalista, as empresas sempre vão fechar. Mas, graças ao crédito para o consumo e a iniciativas como o Super Simples — que reduz a carga tributária para os empreendimentos de pequeno e médio porte —, a taxa de mortalidade tem caído de forma paulatina”, adverte o diretor técnico do Sebrae Nacional.
Na avaliação da professora do Departamento de Administração da Universidade de Brasília (UnB) e especialista em inovação e empreendedorismo, Marina Figueiredo Moreira, a redução nos índices de falência também contribui para amenizar o custo social do país. “Quando uma empresa fecha, famílias perdem empregos e ficam endividadas. Não é um custo apenas econômico. O bom é que vemos uma reversão nesse quadro”, resume Marina.
Jogo que não permite erros
Se quiserem tirar proveito dos bons ventos que sopram a favor neste ano, os micro e pequenos empresários precisarão, antes de tudo, vencer obstáculos. Em meio a um emaranhado de leis, carga tributária elevada e dificuldades crônicas de contratar mão de obra, as maiores chances de ampliar os lucros estarão concentradas nas mãos de quem se modernizar e estiver atento à realidade do mercado. “É fundamental ter informação e conhecimento. Com uma concorrência tão acirrada, os profissionais precisam entender as tendências e os desejos dos clientes. Não adianta achar que o que deu certo ontem vai funcionar hoje”, lembra o diretor técnico do Sebrae Nacional, Carlos Alberto dos Santos.
O empresário do ramo da tecnologia da informação Roberto Bretas, 48 anos, aprendeu a receita. Há três anos, ele abriu um negócio para vender equipamentos e programas de informática para órgãos governamentais e, nesse período, saiu da posição de micro para pequena empresa — com faturamento de até R$ 2,4 milhões por ano. “O mercado tem instituições públicas com grandes e complexas estruturas. Precisamos saber com profundidade o que cada cliente quer”, diz Bretas. As perspectivas para 2011 são positivas. “Este é um ano mágico, de franco crescimento. Hoje, tenho 12 funcionários, mas quero contratar outros 15. Além disso, vou investir na especialização da equipe”, planeja.
A professora Marina Figueiredo Moreira, da Universidade de Brasília (UnB), afirma que o grande desafio para os empresários é oferecer produtos diferenciados. “Eles precisam investir na inovação tecnológica, com novos itens, serviços e métodos. Hoje, de cada 10 empresas abertas, nove fazem mais do mesmo”, completa a especialista. “O importante é criar uma combinação que não é encontrada na concorrência. Uma pizzaria, por exemplo, pode produzir um novo sabor ou mudar a técnica de atendimento”, justifica.
A diretora de planejamento de mercado da Publicar, Rosimery Saad, acrescenta que a importância de os executivos divulgarem seus produtos é fundamental. “Com tanta disputa, quem não investir em comunicação e mostrar sua marca vai ficar para trás”, lembra. “Outro ponto é a gestão. O problema das MPEs é que o empresário, muitas vezes, é bom em vendas, mas não entende de recursos humanos e tecnologia”, Francisco Barone, da Fundação Getulio Vargas (FGV). (CB)
Mapa da mina
Copa e Olimpíadas trazem boas
chances de turbinar o faturamento » Construção civil
» Tecnologia da informação
» Agronegócio
» Madeira e móveis
» Têxtil e confecções
» Comércio varejista
» Serviços
» Turismo
» Produção associada ao turismo
|
Desemprego global deve bater novo recorde, diz OIT
Autor(es): Assis Moreira | De Genebra |
Valor Econômico - 25/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/25/desemprego-global-deve-bater-novo-recorde-diz-oit |
|
Pelo menos 203 milhões de pessoas continuarão desempregadas no mundo até o fim do ano, nível recorde pelo terceiro ano consecutivo desde a crise econômica iniciada em 2007. A projeção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) mostra uma ligeira melhora em relação ao ano passado, mas confirma também que o emprego vai demorar a se recuperar nas economias desenvolvidas e o consumo continuará achatado. A previsão é de taxa mundial de desemprego de 6,1% este ano, comparado a 6,3% ano passado. Mas as cifras não incluem o crescente número de pessoas obrigadas a aceitar trabalho parcial ou outras formas de emprego "vulnerável", com ou sem proteção. Essas tendências estão em forte contraste com vários indicadores macroeconômicos, como PIB global, consumo privado, investimento, comércio internacional e mercado de ações, já que todos se recuperaram em 2010, superando os níveis de antes da crise. Os números ilustram a continua mudança no crescimento econômico global, com a criação de emprego passando do mundo industrializado para nações emergentes. Mais da metade da alta do desemprego global desde a crise ocorreu nos EUA, na União Europeia e outros países desenvolvidos, que representam apenas 15% da mão de obra global. Em contraste, em vários países emergentes, como Brasil e Tailândia, a situação do mercado de trabalho é melhor do que antes da crise. Mesmo onde há criação de empregos, o contexto é diferente. Globalmente, cerca de 1,5 bilhão de trabalhadores ocupam empregos vulneráveis, mal pagos e com pouca ou nenhuma proteção social. Além disso, 730 milhões de trabalhadores, ou 20,7% da mão de obra global, viviam com suas famílias no limite da extrema pobreza com US$ 1,25 por dia, em 2009. Isso representa 40 milhões de pessoas a mais. Outro problema persistente é o desemprego dos jovens. Nada menos de 78 milhões não conseguiram trabalho em 2010. Toda essa situação reflete "o terrível custo humano da recessão", diz o diretor-geral da OIT, Juan Somavia. A retomada retardada do mercado de trabalho se manifesta tanto numa diferença entre crescimento da produção e alta do emprego como também entre os ganhos de produtividade e a alta dos salários reais em vários países do mundo. No setor agrícola, o emprego aumentou em 2009, indo na contracorrente histórica. Por sua vez, a OIT insiste que a alta dos preços de alimentos representa uma "ameaça crescente", podendo provocar mais demissões se a inflação se estender a mais setores da economia.
Na AL, cresce a vulnerabilidade do trabalho
Valor Econômico - 25/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/25/na-al-cresce-a-vulnerabilidade-do-trabalho |
|
O Brasil é um dos poucos países no mundo em que a taxa de desemprego é hoje menor do que antes da crise econômica global, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). Mas a entidade mostra também que, se na América Latina a retomada rápida da economia levou a forte alta do emprego, o trabalho "vulnerável" cresceu, alcançando um terço dos 253 milhões de trabalhadores da região. Além disso, a diferença de produtividade entre a América Latina e as economias desenvolvidas piorou. Na média, o trabalhador latino-americano produz menos de um terço do que o de país rico, quando era 37% em 1999. Na Ásia, a produtividade melhorou. Em combinação com produtividade e emprego vulnerável, as cifras indicam que em vários países da América Latina a situação melhorou em geral a criação de empregos, mas não a criação de trabalhos melhores.
|
|
China lidera investimento no país
China lidera investimento no Brasil |
Autor(es): Sergio Lamucci | De São Paulo |
Valor Econômico - 26/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/26/china-lidera-investimento-no-pais |
|
A China liderou em 2010, pela primeira vez, a lista dos países com maior investimento direto no Brasil, com um fluxo de capital de US$ 17 bilhões, pouco menos de um terço do total de ingressos de US$ 52,6 bilhões. A estimativa é da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização (Sobeet). Em dezembro, o investimento estrangeiro direto líquido atingiu US$ 15,3 bilhões, volume inflado pela compra de 40% do capital da Repsol pela chinesa Sinopec, no valor de US$ 7,1 bilhões.
O presidente da Sobeel, Luis Afonso lima, diz que é difícil ter uma ideia exata do valor do investimento chinês porque as companhias estatais da China enviam muitas vezes os recursos a partir de outros países. Os números do Banco Central, por exemplo, mostram apenas US$ 392 milhões de capital chinês nas operações de participação de capital em todo o ano passado. Só a operação da Sinopec com a Repsol foi de 18 vezes esse valor, mas os recursos entraram via Luxemburgo, país que oferece generosos benefícios fiscais.
A China liderou o investimento estrangeiro direto no Brasil em 2010. O fluxo de capital chinês para atividades produtivas atingiu até US$ 17 bilhões no ano passado, pouco menos de um terço do total de US$ 52,6 bilhões de ingressos para operações de participação no capital, segundo estimativas são da Sociedade Brasileira de Estudos de Empresas Transnacionais e da Globalização (Sobeet). Em dezembro, o investimento estrangeiro direto líquido ficou em US$ 15,3 bilhões, volume inflado pela compra de 40% do capital da Repsol pela chinesa Sinopec, no valor de US$ 7,1 bilhões. O presidente da Sobeet, Luis Afonso Lima, diz que é difícil ter uma ideia exata de quanto investimento chinês entrou no Brasil, porque as companhias do país asiático enviam muitas vezes os recursos a partir de outros países. Os números do Banco Central (BC) mostram apenas US$ 392 milhões de capital chinês nas operações de participação de capital em todo o ano passado, quando apenas a operação da Sinopec com a Repsol superou em mais de 18 vezes esse valor. A análise dos dados do BC indica que o dinheiro entrou via Luxemburgo, país que oferece generosos benefícios fiscais, aparecendo como o maior investidor em atividades produtivas no Brasil, tanto em dezembro, com US$ 7,3 bilhões, como no ano inteiro, com US$ 8,6 bilhões. "Os investimentos chineses são fortemente concentrados em setores ligados a commodities", ressalta Lima. Em maio, a Sinochem comprou, por US$ 3 bilhões, 40% do campo de Peregrino, pertencente à petrolífera norueguesa Statoil. No mesmo mês, a State Grid adquiriu por US$ 1,7 bilhão sete companhias de transmissão de energia da Plena, de controle espanhol. Três meses antes, a Wuhan Iron & Steel (Wisco) havia comprado 21,5% do capital da MMX, a mineradora de Eike Batista, por US$ 400 milhões. Por valor idêntico, a Honbridge, do setor de mineração, fechou a aquisição do projeto Salinas da Votorantim Novos Negócios, na Bahia. Outra operação de vulto anunciada neste ano foi a compra da Itaminas pela chinesa ECE, por US$ 1,2 bilhão. Mas, segundo o presidente da Câmara de Comércio e Indústria Brasil-China, Charles Tang, o pagamento ainda não foi efetuado por conta de disputas com acionistas minoritários. O professor Antônio Correa de Lacerda, da PUC-SP, estima que as entradas de recursos chineses ficaram em US$ 13 bilhões no ano passado. As operações já fechadas podem superar esse valor, mas nem todo o dinheiro entra de uma vez, afirma ele, que mostra preocupação com a ofensiva do capital chinês no Brasil. Com a aquisição de empresas produtoras de commodities, o país busca mais autonomia no fornecimento de matérias-primas minerais e de alimentos, além de propiciar a abertura de mercado para empresas chinesas de outros setores - a companhia que explora commodities usa equipamentos fabricados por outra empresa chinesa, exemplifica Lacerda. Tang estima que as compras de empresas no Brasil por companhias chinesas podem ter superado US$ 20 bilhões em 2010, também ressaltando que muitas vezes a entrada de recursos não ocorre simultaneamente ao anúncio da operação. "Somando a esses mais de US$ 20 bilhões o empréstimo de US$ 10 bilhões feitos à Petrobras [pelo China Development Bank] e os US$ 55 bilhões de comércio bilateral, a parceria com a China é de mais de US$ 85 bilhões", diz Tang. Segundo ele, até 2009, os investimentos chineses acumulados no país não passavam de US$ 400 milhões. Para Lacerda, os números de inversões em atividades produtivas de 2010 evidenciam que a China se tornou um parceiro muito importante não apenas no comércio como também no investimento. "O mundo e o Brasil estão ficando um pouco reféns da China." Lima diz que, como os investimentos da China são recentes, se concentram em compras na participação no capital, não havendo números relevantes de empréstimos intercompanhias (realizados entre a matriz e a filial). Os ingressos para operações de participação no capital ficaram em US$ 52,6 bilhões em 2010, um número diferente do fluxo líquido de US$ 48,4 bilhões, que engloba também os empréstimos intercompanhias, excluindo as operações de repatriamento de capital feitas pelas multinacionais.
|
|
|
Fiesp estima crescimento de 4,5% para o setor em 2011
Autor(es): Fernando Taquari | De São Paulo |
Valor Econômico - 28/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/28/fiesp-estima-crescimento-de-4-5-para-o-setor-em-2011 |
|
Depois de registrar avanço de 9,9% em 2010, a indústria paulista de transformação deve crescer em torno de 4,5% em 2011. Embora abaixo do resultado apurado no ano passado, a estimativa da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) pode ser considerada positiva, porque 2010 foi um ano atípico para o setor, com a produção voltando a ganhar fôlego após as perdas decorrentes da crise financeira mundial em 2009. "Os números do ano passado são satisfatórios. Mostram que tivemos boa recuperação sobre o ano anterior. É lógico que a base baixa de comparação permitia expansão perto de dois dígitos", disse Paulo Francini, diretor da entidade. O crescimento de 9,9% veio em linha com a expectativa da entidade, que projetava alta de 10%. Trata-se da maior taxa desde 2004, quando o indicador saltou 13,2%. A Fiesp também divulgou os números de novembro e dezembro. Na série com ajuste sazonal, o índice subiu 1,3% e 0,4%, respectivamente. Esse desempenho foi suficiente para a indústria superar pela primeira vez o nível de atividade apurado no período pré-crise. Apesar das perspectivas favoráveis para 2011, Francini avaliou que pairam muitas dúvidas sobre o comportamento da economia nacional nos próximos meses, sobretudo em relação aos preços das commodities e à evolução da taxa de câmbio, que influencia a produção doméstica e o volume de itens importados.
|
Desenvolvimento da cadeia produtiva é lento
Valor Econômico - 28/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/28/desenvolvimento-da-cadeia-produtiva-e-lento |
|
A formação da cadeia produtiva de semicondutores no Brasil avança a passos lentos. O único projeto de fábrica de chip existente é do Centro Nacional em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), empresa de capital misto vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia. Criada em 2008, a Ceitec já recebeu R$ 500 milhões em aportes, mas ainda não iniciou a produção, que deveria ter início em 2009. O prazo foi postergado para 2012. Procurada pelo Valor, a empresa informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que já finalizou contratos para a instalação e a finalização da reforma de equipamentos. Até outubro, deve iniciar a operação na fábrica, sediada em Porto Alegre. A expectativa é de que a fábrica comece a produzir a partir do ano que vem, com capacidade para 100 milhões de chips ao ano. Outras propostas foram anunciadas, mas não chegaram à etapa de produção. A brasileira Altus, de São Leopoldo (RS), anunciou em 2010 parceria com a sul-coreana Hana Micron, para a instalação de uma fábrica de chip no país em 2011, com investimento de US$ 200 milhões - parte do chip será fabricada no exterior. Em dezembro, a Semp Toshiba anunciou com a japonesa Toshiba e o Centro de Pesquisas Avançadas Wernher von Braun um memorando de entendimentos para a criação de design house (empresa que cria projetos de chip) no Brasil, com aporte de US$ 4 milhões. Existem no país 20 empresas dedicadas à criação de semicondutores.
|
Brasil está longe de produzir tablets
Autor(es): Lu Aiko Otta |
O Estado de S. Paulo - 16/01/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/1/16/brasil-esta-longe-de-produzir-tablets |
|
Pesquisa realizada pelo Ipea mostra que as empresas nacionais do setor de informática e telecomunicação estão atrasadas e defasadas Um longo caminho terá de ser percorrido até que a indústria nacional tenha condições de produzir tablets para serem vendidos a preços populares, como quer a presidente Dilma Rousseff. Estudos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) que servirão de base para a elaboração de uma vertente da política industrial para o setor de informática e telecomunicações mostram que as empresas brasileiras, atrasadas e com pouca retaguarda em pesquisa tecnológica, terão de entrar num mercado no qual concorrerão com empresas globais como Alcatel-Lucent e Nokia. Na média, as empresas líderes de mercado mundial faturam R$ 2 bilhões ao ano. Em comparação, as líderes nacionais faturam em média R$ 20 milhões cada. Enquanto o Brasil investe 0,1% do Produto Interno Bruto (PIB) em tecnologia de informação e telecomunicação, os norte-americanos aplicam 0,65% do PIB e os europeus, 0,31% do PIB. "Se a gente não começar a produzir, não vai produzir nunca", diz a pesquisadora do Ipea Fernanda De Negri, reconhecendo que a indústria nacional está em desvantagem. Ela considera que, apesar do tamanho do desafio, vale a pena enfrentá-lo porque esse setor concentra nada menos do que 35% de tudo o que o mundo investe em pesquisa e desenvolvimento. O Brasil não pode ficar de fora se quiser ter uma economia moderna. "Esse setor é chave não só pela inovação, mas também porque tem um impacto profundo sobre a competitividade", afirmou. Nacionalização. O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, ainda não definiu que medidas tomará para concretizar o plano da presidente Dilma de fortalecer a indústria nacional. "A presidenta disse que é importante colocar um olhar nesse setor", disse ele ao Estado. "Queremos aumentar o grau de nacionalização, por isso estamos vendo o que é utilizado pela indústria e o que é fabricado aqui, quais as condições em que as indústrias trabalham para começar a discutir", completou Bernardo. Os instrumentos de que o governo tradicionalmente dispõe para estimular setores são o corte de tributos (desoneração) e o crédito. São duas opções cuja adoção é mais difícil num período de ajuste fiscal como será o ano de 2011. "Vai ter disciplina fiscal, todo mundo está ciente disso", afirmou Bernardo, que até o mês passado chefiava o Ministério do Planejamento, responsável pelos cortes no Orçamento. "Mas vamos conversar e ver o que é possível fazer." Os estudos realizados pelo Ipea identificaram que um dos principais gargalos a serem superados pelas empresas nacionais é a produção pequena e concentrada em nichos. Segundo constataram os pesquisadores, a brasileira Padtec produz equipamentos de rede e vende serviços de manutenção para operadoras de telefonia. Enquanto isso, uma concorrente como a Nokia fabrica desde celulares até equipamentos de porte para operadoras. Os clientes da Alcatel-Lucent vão desde operadoras até governos, passando por empresas de grande, médio e pequeno porte. "Antes, as empresas se concentravam só num pedaço do mercado", disse a pesquisadora do Ipea. "Hoje elas produzem celular, produtos para operadoras de telefonia, vendem serviços de operação, produzem software." Essa mudança de estratégia não foi acompanhada pelas empresas brasileiras. A produção nacional tampouco acompanha a tendência mais forte do mercado hoje, que é a produção de terminais (celulares, I-pads e outros). Além disso, as empresas sediadas no Brasil não conquistaram um mercado global, a exemplo de suas concorrentes. As exportações nacionais ficam na casa dos US$ 19 milhões, contra US$ 2 bilhões das multinacionais. Falta ainda mão de obra especializada. "O governo tem fontes de recursos importantes, que usados de forma coordenada podem ser um impulso razoável", disse Fernanda. O Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Comunicações (Funttel) dispõe de R$ 200 milhões ao ano para serem aplicados em pesquisa. Na avaliação de Fernanda, juntando o Funttel, os recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os benefícios previstos na Lei de Informática, é possível estruturar uma política de desenvolvimento para o setor como pretende Dilma Rousseff.
|
|
Nenhum comentário:
Postar um comentário