segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Indústria e Comércio

Publicada em 07/02/2011 pelo Brasil Econômico. Autora: Elaine Cotta
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"Desemprego nas capitais do Nordeste é superior ao dobro do registrado na Região Sul

O desemprego de 6,7% registrado no ano passado fez ressurgir entre os economistas a discussão de que o Brasil, finalmente, pode ter atingido o tão almejado pleno emprego. Mas essa é uma afirmação cercada de controvérsias.
Embora a atual taxa possa ser considerada baixa, ela sozinha não faz um retrato real do mercado de trabalho brasileiro, ainda cheio de imperfeições. Entre elas estão a elevada informalidade e as desigualdades que persistem entre regiões, homens e mulheres, além das dificuldades enfrentadas pelos jovens para conseguir o primeiro emprego.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2010, apenas 56,9% do total de trabalhadores tinham carteira assinada. O restante era informal ou trabalhava por conta própria. O setor de construção, um dos que mais empregaram no ano passado, é também o mais informal: apenas 36,8% de seu contingente tem carteira assinada.

Desigualdades Essas discrepâncias se acentuam quando se olha, por exemplo, para a Região Nordeste, onde o nível de desemprego e informalidade é superior ao das demais regiões. Nas duas capitais pesquisadas pelo IBGE, Recife e Salvador - o instituto não mensura o nível de emprego em outras capitais do Nordeste e nem no Norte, o desemprego ainda é de 8,7% e 11%, respectivamente.

É uma realidade bem distinta da de Porto Alegre, onde o desemprego no ano passado foi de apenas 4,5% - o menor do Brasil. A Região Nordeste também é a que paga os menores salários - cerca de 30% abaixo da média nacional.
O sonho do pleno emprego também fica distante quando se olha para a situação dos jovens e das mulheres. A taxa de desemprego feminino em 2010 foi de 8,5%, enquanto a dos homens ficou em 5,2%. As mulheres também continuam ganhando menos, com salários que são apenas 72,3% do rendimento masculino -apesar de, na média, elas estudarem mais que eles.

Primeiro emprego Entre os jovens que fazem parte da População Economicamente Ativa (PEA) a situação não é diferente.

Mesmo com o nível de escolaridade maior, os brasileiros que tentam entrar no mercado de trabalho enfrentam muita dificuldade. Na faixa que compreende os trabalhadores que têm entre 18 e 24 anos, o desemprego chega a 15%. A situação piora entre os mais jovens - de 15 a 17 anos -, que enfrentam uma taxa de desemprego que bate os 25,8%.
"Ao mesmo tempo em que falta mão de obra qualificada para alguns setores, não há vagas para quem optou por concluir o ensino universitário", analisa Alcides Leite, professor da Trevisan Escola de Negócios. Ele lembra que no Brasil a relação entre escolas e empresas é quase inexistente, o que dificulta a entrada dos jovens no mercado de trabalho.

"O Brasil tem carência de técnicos, graduados ou não, mas esses mesmos técnicos, na maioria das vezes, saem da escola completamente despreparados para o mercado de trabalho", conclui Leite. E há luz no final do túnel? "Sou otimista, mas desde que o país vença o gargalo da falta de qualificação o quanto antes", diz.
"Para isso, será necessário que as empresas adotem uma nova postura, com maior participação na formação do que será o trabalhador brasileiro do futuro."

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Para o IBGE, a População Economicamente Ativa (PEA) é de apenas 22 milhões de pessoas, ante 190 milhões de habitantes do país.

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Isso acontece porque a pesquisa de emprego e renda abrange apenas seis capitais, consideradas as mais representativas para a economia nacional."

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