sábado, 31 de março de 2012

Mecanização da colheita atinge 65% dos canaviais paulistas


Benefício ambiental equivale a tirar 41 mil ônibus urbanos de circulação por ano
A mecanização da colheita da cana-de-açúcar no Estado de São Paulo evitou a emissão de 19,4 milhões de toneladas de gases causadores do efeito estufa, segundo divulgou a Secretaria Estadual de Meio Ambiente.
O balanço do Protocolo Agroambiental do Setor Sucroenergético, um acordo entre governo e empresas, apontou que 65,2% da cana do Estado já é colhida mecanicamente, o que dispensa a necessidade de queima da palha.
Com isso, a mecanização reduz as emissões de gases e o incômodo para as cidades das regiões canavieiras, além de tornar o trabalho no campo mais seguro. Os dados do balanço da safra 2011/12 apontam um crescimento de 14% nos postos de trabalho na colheita da cana desde que o protocolo foi firmado, na safra 2006/07.
Nesse período, o número de trabalhadores capacitados deu um salto de quase quatro vezes. Em 2006/07, quando o Protocolo foi firmado, eram 15.060 trabalhadores qualificados. Hoje, são 56.829. Muitos dos cortadores foram aproveitados e hoje são operadores de colhedoras e de transbordo, tratoristas, mecânicos e motoristas.
O crescimento acompanha o aumento da colheita mecânica, que representava apenas 34,2% do total na primeira safra após o protocolo ser firmado. Hoje há 2.890 colhedoras de cana em operação no Estado.
A estimativa de mecanização é calculada com imagens de satélite, compiladas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Dos 4.796.140 hectares de cana colhidos na safra do ano passado, apenas 1.670.521 hectares, ou 34,8% do total, ainda utilizou a técnica com fogo.
Entre os compromissos assumidos pelas usinas com o Protocolo Agroambiental estão o fim da queima da palha até 2014 nas áreas mecanizáveis e até 2017 em áreas não mecanizáveis. Em terrenos íngremes ou acidentados, a operação das colhedoras não é possível, por isso essas áreas são chamadas de não mecanizáveis.
Com a mecanização, 4,5 milhões de hectares deixaram de ser queimados no Estado desde a safra 2006/07. Com isso, o setor deixou de emitir 16,7 milhões de toneladas de poluentes. Além disso, outros 2,7 milhões de toneladas de CO2 não foram emitidos. O resultado é o equivalente a retirada de circulação de 47.128 ônibus por ano em uma grande cidade.
Recomposição florestalMas não é só a mecanização da colheita que avançou com o Protocolo Agroambiental. O setor é responsável pela recomposição de 269.977 hectares de mata ciliar. O consumo de água nas agroindústrias também reduziu drasticamente. Nos anos 1990, cinco litros de água eram utilizados para cada m³/tonelada de cana processada. Em 2011, o consumo foi de 1,45 l.
Outro dado positivo da mecanização é a geração da biomassa. Ao todo, 39 milhões de palha da cana ficam nos canaviais com potencial para gerar 19,5 bilhões de KWh de eletricidade por ano. Maior produtor dessa cultura agrícola no Brasil, o Estado de São Paulo responde por 70% da cana no País e por 17% da produção de etanol do mundo.

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