sábado, 17 de março de 2012

Rentabilidade das empresas com ações na Bovespa é a mais baixa desde 2002

Taxa alcançou 13% em 2011, ante 9,6% em 2002; o melhor resultado nesses 10 anos foi obtido em 2004, com 20,2%


16 de março de 2012 | 22h 45

Leandro Modé, de O Estado de S. Paulo
SÃO PAULO - A rentabilidade das empresas brasileiras de capital aberto em 2011 foi a mais baixa em uma década. Alcançou 13%, ante 9,6% em 2002. O melhor resultado nesses 10 anos foi obtido em 2004, com 20,2%. Os números fazem parte de um levantamento elaborado pela empresa de informações financeiras Economatica, obtido com exclusividade pelo ‘Estado’. A rentabilidade é dada pela divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido.
"Acendeu o sinal amarelo para as empresas nacionais", afirmou o presidente da Economática, Fernando Exel. Os pesquisadores utilizaram, para o levantamento, os balanços das 153 companhias que haviam apresentado o documento até quarta-feira. A expectativa é de que outras 100 divulguem seus resultados até 31 de março, prazo final definido pelas autoridades reguladoras do mercado de capitais.
Exel disse que duas questões explicam o desempenho do ano passado. A primeira é a valorização do dólar ante o real (12%), que elevou o custo financeiro de várias companhias que têm dívida em moeda estrangeira.
"O lado bom é que isso deve ser transitório, pois não há expectativas de grande desvalorização do real daqui para a frente", observou. Durante boa parte de 2011, o mercado financeiro global ficou tenso por causa da crise europeia, o que se traduziu na fuga de investidores de países emergentes para aplicações em nações desenvolvidas - e consequente desvalorização de moedas como o real brasileiro.
O segundo fator, para ele, é mais preocupante e está relacionado com o custo Brasil. Exel nota que, entre 2003 e 2010, as empresas nacionais de todos os setores se beneficiaram - direta ou indiretamente - do boom dos preços das commodities. É uma realidade que se manteve no ano passado, quando as commodities permaneceram em alta.
O problema é que, em razão do crescimento econômico do País nos últimos anos, as companhias passaram a atuar, como disse Exel, próximas do limite. No dia a dia, isso significou aumento de custos em várias áreas. A infraestrutura precária, por exemplo, encarece o frete e a conta de energia elétrica. A mão de obra mais escassa aumenta o desembolso com a folha salarial. "Nesse cenário de aquecimento, os gargalos custam cada vez mais", comentou Exel.
O especialista também chama a atenção para um terceiro risco, que, ao menos no ano passado, não implicou perda de rentabilidade pelas empresas: a desaceleração global. "Dependendo da evolução da crise, as receitas poderão ser afetadas", afirmou. "No ano passado, apesar da redução da rentabilidade, as receitas cresceram 5,6%."
Apesar do pior resultado em 10 anos, Exel lembra que os 13% de rentabilidade são satisfatórios se comparados ao resto do mundo. "É um número superior ao das empresas de capital aberto dos Estados Unidos", disse.



São Paulo, terça-feira, 20 de março de 2012Mercado
Mercado

País tem a maior importação de produtos industriais em 15 anos
Setores de informática e petróleo tiveram maiores crescimentosMAELI PRADO
DE BRASÍLIAhttp://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/32284-pais-tem-a-maior-importacao-de-produtos-industriais-em-15-anos.shtml 

Em meio à valorização do real em relação ao dólar, quase 20% dos produtos industriais vendidos no Brasil em 2011 foram importados.
É o maior percentual desde 1996, quando começou a série histórica divulgada pela CNI (Confederação Nacional da Indústria).
O câmbio não foi o único fator que influenciou esse cenário, segundo a CNI.
A entidade aponta ainda o crescimento da economia doméstica, a crise mundial, que gera excedentes de produtos manufaturados, e a alta do chamado "custo Brasil".
Para a CNI, todos esses fatores foram fundamentais para o consumo recorde de 19,8% de importados.
"Cada vez mais o consumo pertence aos importados. Isso mostra que o setor industrial vai contribuir cada vez menos para a economia brasileira", afirma Flávio Castelo Branco, economista da entidade empresarial.
MAIORES ALTAS
Os grupos de produtos em que a fatia de importados mais cresceu foram informática, eletrônicos e produtos ópticos -de 45,4% em 2010 para 51% no ano passado- e derivados de petróleo e biocombustíveis -com crescimento de 17,8% para 23,3% no mesmo período.
A participação de insumos importados no total utilizado pela indústria brasileira também foi recorde no ano passado: 21,7%, segundo a entidade empresarial.
Em quatro setores a participação dos insumos superou os 40%: informática, eletrônicos e ópticos, metalurgia, farmoquímicos e farmacêuticos e químicos.
EXPORTAÇÕES
No ano passado, as exportações recuperaram sua participação na produção nacional, chegando a uma fatia de 19,8%, coincidentemente o mesmo percentual registrado pelas importações.
Nesse caso, entretanto, o número não foi recorde histórico, já que em 2004, por exemplo, as vendas para outros países chegaram a absorver 22,9% da produção industrial brasileira.
O peso das exportações na produção foi liderado pelas indústrias ligadas a commodities, como por exemplo o setor de extração de minerais metálicos.
Esse segmento vendeu ao mercado externo 84% da produção anual.
Os cálculos da CNI foram feitos a partir de dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e da FGV (Fundação Getulio Vargas).

19,8% dos produtos industriais consumidos no País são importados

Levantamento mostrou ainda que a participação de insumos importados utilizados pela indústria brasileira alcançou 21,7% em 2011

Eduardo Cucolo
BRASÍLIA - Praticamente um em cada cinco produtos industriais vendidos no Brasil em 2011 foi fabricado em outro país, segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgado nesta segunda-feira, 19. O porcentual de produtos importados alcançou o nível recorde de 19,8% no ano passado, ante 17,8% em 2010.
O levantamento mostrou ainda que a participação de insumos importados utilizados pela indústria brasileira alcançou 21,7% em 2011. Em 2010, o porcentual foi de 19,1%.
A CNI informou ainda que a participação das exportações na produção da indústria cresceu de 17,8% em 2010 para 19,8% em 2011. Apesar do crescimento, o valor está abaixo do recorde de 22,9% alcançado em 2004.

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