sábado, 2 de julho de 2011

Argentina perde US$ 7,7 bilhões no ano

Valor Econômico - 01/07/2011
 

A fuga de capitais na Argentina já alcançou US$ 7,7 bilhões de janeiro a maio e tende a se acelerar com a reeleição de Cristina Kirchner em outubro, na avaliação do Instituto Internacional de Finanças (IIF), que representa os maiores bancos do mundo.
Em nota confidencial a seus membros, o IIF calcula que a fuga de capitais alcançou US$ 3,7 bilhões no primeiro trimestre e cresceu para US$ 2 bilhões por mês em abril e maio. Outras fontes veem mais argentinos detentores de dólares com pouca confiança para investir no seu país e calculam que a evasão poderia totalizar US$ 17 bilhões este ano, ante US$ 11,5 bilhões em 2010.
"A provável reeleição de Cristina Fernandez poderá resultar em ainda mais políticas heterodoxas, provocando assim mais fuga de capital e menor crescimento economico", diz a entidade dos bancos.
Nota que a desaceleração econômica na Argentina está em curso. A demanda externa por produtos argentinos enfraqueceu, refletindo o menor ritmo do crescimento no Brasil, seu maior parceiro comercial, a apreciação do peso em termos reais e condições globais mais difíceis.
Na frente interna, o IIF avalia que o reforço pré-eleitoral temporário para o crescimento, a partir de estímulos fiscal e monetário, deve começar a se dissipar até o fim do ano.
Sua projeção é de o crescimento do PIB argentino declinar da taxa chinesa de 9,2% no ano passado para 6,2% este ano e 4,4% em 2012. Seria a maior queda entre as principais economias da região.
A representação dos grandes bancos avalia que no Peru a eleição de Ollanta Humala como presidente "enfraqueceu" as perspectivas econômicas ao trazer "incertezas" sobre as políticas que vai adotar, e assim levando investimentos privados a se retraírem.
O IIF revisou a expansão econômica do Peru de 8,8% para 6,2% este ano e apenas 5% no ano que vem. No México, a desaceleração tende a ser mais moderada - recuando dos 5,5% do ano passado para 5% este ano e 4,5% em 2012.
Somente o Brasil crescerá ano que vem mais do que em 2011, pelas projeções. Passou de 7,5% ano passado para 4% este ano e pode voltar a 4,2% no ano que vem.

Nenhum comentário:

Postar um comentário