sábado, 3 de setembro de 2011

Grandes do S&P 500 estão mais baratas que em 2008


Autor(es): Por Rodrigo Campos | Reuters, Nova York
Valor Econômico - 02/09/2011
 
Uma em cada dez companhias que compõem o índice S&P 500 - incluindo Apple e JP Morgan Chase - está hoje mais barata que durante o derretimento do mercado em 2008 e 2009.
Mesmo com a alta de lucros do S&P 500 superando as estimativas de Wall Street trimestre após trimestre, a falta de confiança do investidor derrubou a relação Preço/Lucro (P/L) projetada para pelo menos 50 das maiores companhias americanas abaixo das mínimas da crise, segundo estudo da Thomson Reuters.
Investidores estão agora menos propensos a arriscar para cada US$ 1 de lucro que eles esperam nos trimestres futuros do que estavam em 2008 ou 2009. As companhias em questão não são exatamente desconhecidas. Além da Apple e do JP Morgan Chase, a lista inclui a Microsoft e o Wal-Mart, ilustrando a extensão do pessimismo dos investidores. "A aversão ao risco é tão alta agora que ações americanas de companhias de alta qualidade estão em promoção", diz Jack de Gan, chefe de investimentos da Harbor Advisory.
Os dados da Thomson Reuters mostram que 72% dos integrantes do S&P 500 superaram as expectativas de lucros no segundo trimestre. Estimativas divulgadas na terça-feira mostram que os lucros anuais devem ser de 14,1% para 2012 - apenas 0,2% abaixo da previsão de 1º de julho, mais ainda maior que os 13,6% de 1º de abril.
Por setor, papéis de tecnologia, setor financeiro e consumo estão sendo negociados a preços não longe de suas maiores baixas em dez anos. "Isso mostra uma queda inacreditável da confiança geral, e não apenas nos mercados financeiros, mas no ambiente político", diz Fred Dickson, chefe de estratégia de mercado da D.A. Davidson & Co.
As ações da Apple subiram 350% desde o começo de 2009, enquanto o múltiplo P/L caiu de 15,52%, no fim de novembro de 2009, para 12,29 vezes. A Apple é uma dessas companhias cujos preços das ações não seguem subindo, apesar do acelerado crescimento dos lucros.
Outras companhias na lista não estão crescendo tão rapidamente. O Wal-Mart viu as vendas no conceito mesmas lojas cair em todos os trimestres dos últimos dois anos. Mas outros nomes mostram força. O segundo maior banco dos Estados Unidos por ativo, o JP Morgan, cuja ação subiu mais de 19% desde o início de 2009, viu seu P/L, de 9,44 vezes, em janeiro de 2009, para 6,63 vezes. "Nós estamos vendo P/L em algumas dessas ações em queda por dez anos; em algum ponto isso se torna ridículo", diz Jack de Gan, da Harbor Advisory.

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