terça-feira, 21 de agosto de 2012

Agências de risco rebaixam nota de crédito do Marfrig, JBS e BRF


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A agência de rating Moody’s rebaixou a nota de crédito da Marfrig Alimentos, de ‘B2’ para ‘B1”, de grau especulativo e elevado risco de crédito. A mudança afeta uma dívida de US$ 1,62 bilhão em títulos emitidos no exterior com vencimento entre 2016 e 2020. Em nota, a analista da Moody’s Marianna Waltz atribuiu o rebaixamento à “significativa alavancagem da companhia, aliada à recente deterioração em seu perfil de liquidez, principalmente devido à concentração de pagamentos de curto prazo no segundo e terceiro trimestres de 2012”.
A dívida de curto prazo da companhia (vencimento em até 12 meses) é pouco superior a R$ 3 bilhões, de acordo com o último balanço da companhia. Embora a empresa tenha 98% desse valor em caixa, a Moody’s considera que R$ 1,1 bilhão são recursos “restritos”, uma vez que estão ligados a notas de crédito de exportação de longo prazo.
A agência ponderou, no entanto, que o rating da Marfrig segue “sustentado por um portfólio de produtos diversificado, com atuação em cinco proteínas animais (cordeiro, carne suína, peru, aves e carne bovina) e marcas fortes, bem como por sua ampla atuação geográfica e capacidade de distribuição global”.
Já a Fitch também revisou, de “estável” para “negativa”, a perspectiva para a nota de crédito dos frigoríficos JBS, BRF-Brasil Foods e Marfrig Alimentos. Em comunicado, a agência de classificação de risco atribuiu a mudança à elevação dos preços internacionais de soja e milho, que deve ter reflexos expressivos sobre os custos de produção, sobretudo de aves e suínos.
A alta dessas commodities foi provocada pela seca nos Estados Unidos, que castigou as lavouras e derrubou as estimativas de produção da safra 2012/13. Atualmente, a Fitch atribui uma nota ‘BB-’, (grau especulativo), para as emissões da JBS S.A., ‘B+’ (grau especulativo), para as emissões da Marfrig e “BBB-” (grau de investimento), para as emissões da Brasil Foods.
A agência ponderou que as oscilações nos preços dos grãos são “inerentes aos negócios dos produtores de proteína” e que aumentos de custo tendem a ser repassados aos consumidores finais no longo prazo, mas que JBS e Marfrig já sofrem com ratings baixos nos segmentos mais afetados pelo choque de custo.
Fonte: jornal Valor Econômico, resumida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

Comissão Europeia: países emergentes serão a demanda para produção de carne do bloco

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Esse relatório apresenta uma previsão do mercado de carnes na União Europeia (UE) para 2012/13. O relatório é baseado em análises de especialistas de mercado da Direção Geral para Agricultura e Desenvolvimento Rural da Comissão Europeia.
Previsões macroeconômicas
Previsões para a economia mundial
A população mundial total deverá crescer 1% anualmente em 2012 e 2013 e alcançar 7,1 bilhões de habitantes. Mudanças significantes no número da população são esperadas na Índia (+1,4%) e Paquistão (+1,8%), enquanto Rússia, Japão e Ucrânia deverão apresentar pequenos declínios.
O crescimento global no Produto Interno Bruto (PIB) deverá crescer moderadamente em 2,8% em 2012 e 3% em 2013. Entre os principais parceiros comerciais da UE, o crescimento anual do PIB deverá ser de 3,5% na Rússia, 2,1% nos Estados Unidos e 8% na China (em cada um dos anos acima). A taxa de desemprego a nível mundial deverá ficar em 8% em 2012 e em 2013 e a inflação mundial permanecerá moderada durante o período previsto, em 3%.
As moedas dos principais exportadores deverão desvalorizar com relação ao dólar dos Estados Unidos em 2012 (com exceção do renminbi chinês, que deverá se valorizar em 3%): peso argentino, -10%; real brasileiro, -15%; dólar australiano, -3%; e dólar neozelandês, -2%. Em 2013, essa tendência de desvalorização da maioria das moedas e valorização do renminbi chinês com relação ao dólar dos Estados Unidos deverá continuar. O iene japonês e o rublo russo deverão se manter estáveis nos dois anos. O preço para o petróleo bruto Brent deverá declinar para cerca de US$ 104/barril em média em 2012 e para US$ 95/barril em 2013.
Previsões econômicas para a UE
A população da União Europeia deverá aumentar em 2012 e 2013 a uma taxa de 0,3% por ano, alcançando 505,7 milhões de habitantes, resultado combinado de um crescimento esperado de 0,3% na UE-15 (inclui os membros antigos: Bélgica, Dinamarca, Alemanha, Grécia, Espanha, França, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Holanda, Áustria, Portugal, Finlândia, Suécia e Reino Unido) e um declínio de cerca de 0,1% na UE-12 (inclui os membros novos: Bulgária, República Tcheca, Estônia, Chipre, Letônia, Lituânia, Hungria, Malta, Polônia, Romênia, Eslovênia e Eslováquia) em ambos os anos.
A taxa de crescimento do PIB da UE deverá se manter estável em 2012 com taxas negativas de crescimento em oito Estados Membros (Grécia, Espanha, Itália, Chipre, Holanda, Eslovênia, Hungria e Portugal). A atividade econômica deverá se recuperar em 2012 (+1,3%), com todos os Estados Membros exceto a Espanha (-0,3%) devendo registrar desenvolvimento recordes positivos. A inflação geral no preço ao consumidor na UE em 2012 deverá recuar para 2,6% em 2012 e para 1,9% em 2013.
A taxa de desemprego na UE deverá aumentar em 2012 para 10,3% da força de trabalho e ficar nesse nível elevado em 2013. Portugal, Grécia e Espanha continuariam sendo os países mais afetados da UE, com taxas de desemprego de 15%, 20% e 25%, respectivamente. Desde setembro de 2011, o Euro tem continuamente se desvalorizado com relação ao dólar e, em maio de 2012, atingiu o menor nível desde julho de 2010 (isto é, US$ 1,28/Euro). Essa tendência deverá se reverter, com o Euro se estabilizando em cerca de US$ 1,31/Euro em 2012 em média e ficando nesse nível em 2013.
Setor de carnes
O setor de carnes da UE em 2012 continua sendo apoiado por uma forte demanda global, direcionada por uma situação relativamente favorável nas economias emergentes. Entretanto, a demanda doméstica sofre com a desaceleração do crescimento econômico da UE. A oferta geral de carnes ainda está relativamente escassa em muitas regiões mundiais e está mais restrita pelos altos custos dos alimentos animais.
Com base no censo de dezembro de 2011, o rebanho pecuário da UE foi estimado em 86 milhões de cabeças de bovinos, 148 milhões de suínos e 98 milhões de ovinos e caprinos juntos, correspondendo a uma redução média de 1,6% (bovinos -1,4%; suínos -1,7%, ovinos -1,3% e caprinos -2,9%) com relação ao ano anterior. A contração dos rebanhos animais (e em particular das fêmeas de cria) está diretamente afetando a produção geral de carnes, que deverá declinar 0,4% em 2012 e 1,0% em 2013. A produção de carne bovina deverá cair em 2012 e permanecer quase sem mudanças em 2013. A menor demanda da UE e o enfraquecimento do Euro restringirão as importações totais de carne da UE em 2012, com um declínio estimado de 1,1% comparado com o ano anterior. Ao contrário, os volumes exportados serão direcionados pela demanda global e aumento de 3,6%, liderados pelas carnes suína e de frango. Para 2013, é esperado uma reversão no padrão comercial, com maiores importações (+2,6%) e menores exportações (-5,6%), devido à menor produção de carnes da UE. O consumo total de carnes na UE deverá declinar em 0,8% em 2012 e em 0,4% em 2013.
Carne bovina e de vitelo
O rebanho bovino está em queda desde 2008, a uma taxa de 1,1% ao ano em média (-1,8% para vacas leiteiras) e essa tendência deverá persistir no curto-prazo. Em 2012, a produção de carne bovina e de vitelo da UE deverá reduzir significantemente (-3,5% com relação a 2011) e, então, permanecer  sem mudanças em 2013 (+0,1%). Devido à oferta escassa, os preços da carne bovina da UE deverão permanecer em níveis recordes durante 2012. Quanto ao comércio, a fraca demanda doméstica e as variações da taxa de câmbio levariam a um declínio nas importações de carne bovina da UE em 2012 (-5,8%), seguida por uma estabilização em 2013, apesar da disponibilidade limitada de carne bovina na UE e uma recuperação gradual da produção nos principais fornecedores do Mercosul (depois de uma redução significante no rebanho nos anos anteriores).
Por outro lado, a tendência nas exportações de carne bovina da UE é ser direcionada pela escassez na oferta doméstica, que determinaria uma capacidade significativamente reduzida de exportação para 2012 e no próximo ano. Como consequência, a UE mudaria sua posição comercial líquida e, depois de um excedente comercial excepcional registrado em 2011, se tornaria novamente um importador líquido de carne bovina em volume em 2012 e em 2013. Os altos preços da carne bovina e a fraca demanda interna também levariam a uma queda no consumo de carne bovina e de vitelo em 2012, seguida por uma estabilização em 2013.
Incertezas
Esta previsão é baseada na hipótese de um desenvolvimento econômico global favorável em 2012 e 2013, particularmente em grandes países emergentes, resultando, assim, em uma demanda significante para as exportações da UE. Por outro lado, o crescimento econômico na UE deverá ser frágil, principalmente em certos Estados Membros que geralmente se traduz em um declínio no consumo de carnes.
Diante desse cenário, as previsões econômicas globais e para a UE continuam sujeitas a incertezas. Em particular, a possível evolução das dificuldades econômicas e financeiras na Zona do Euro deverá ter uma influência sobre a demanda de produtos agrícolas (devido às mudanças na renda disponível e às taxas de desemprego) e sobre a oferta (disponibilidade de créditos), bem como sobre o fluxo comercial (taxas de câmbio) e preços. Além disso, a sustentabilidade de uma demanda forte no mercado mundial liderada pela China e outros países do Sudeste da Ásia, bem como do Oriente Médio, pode ser questionada, considerando as recentes revisões para baixo no desempenho econômico esperado nesses países. Finalmente, os desenvolvimento de preços para insumos agrícolas (energia, fertilizantes, alimentos animais, etc) também representam um fator de incerteza.
Para a produção de proteínas, as estimativas são dependentes das condições climáticas durante a estação de produção e colheita, que  podem consideravelmente alterar os rendimentos. As estimativas apresentadas aqui são baseadas em informações disponíveis até o meio de junho de 2012.
Fonte: Comissão da União Europeia, traduzida e adaptada pela Equipe BeefPoint.

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