terça-feira, 14 de agosto de 2012

China enfrenta queda de empréstimos bancários, diz ‘WSJ’


Aumento da emissão de bônus corporativos compensou parte da queda dos empréstimos, mas não totalmente  

13 de agosto de 2012 | 15h 32
Clarissa Mangueira, da Agência Estado
http://economia.estadao.com.br/noticias/economia,china-enfrenta-queda-de-emprestimos-bancarios-diz-wsj,122940,0.htm

NOVA YORK - Em 2009, uma enxurrada de empréstimos bancários salvaram o dia para a economia da China. Em 2012, há apenas uma gota. Os novo empréstimos recuaram para 540,1 bilhões de yuans (US$ 84,9 bilhões) em julho, de 919,8 bilhões de yuans em junho. Com os mercados procurando sinais de que os bancos da China estão entrando em modo de estímulo, isso foi uma grande decepção. O aumento da emissão de bônus corporativos compensou parte da queda dos empréstimos, mas não totalmente, afirmou o Wall Street Jornal.
Um das razões para a queda dos empréstimos é a nova dinâmica dos produtos de gestão de riqueza no sistema bancário da China, ou investimentos de curto prazo que oferecem aos poupadores um retorno mais alto que os depósitos bancários. Charlene Chu, analista bancário da China da Fitch, estima que cerca de 10,4 trilhões de yuans eram provenientes de produtos de gestão de riqueza no fim do segundo trimestre, o equivalente 11,5% do depósitos do setor bancário.
Esses produtos são estruturados de modo que grandes quantidades de fundos deixem as contas de depósitos no início do trimestre e retornem no final, antes dos controles trimestrais feitos pelos reguladores. Desde o início de 2011, isso resultou em um novo padrão na concessão de empréstimos trimestrais. No primeiro mês do trimestre, a queda dos depósitos afetou a capacidade dos bancos para emprestar. No último mês, os depósitos se recuperaram e os empréstimos com eles. O mesmo padrão ficou evidente em julho, como os depósitos recuando 500,6 bilhões de yuans.
Se o problema fosse apenas uma escassez de depósitos, poderia ser resolvido com bastante facilidade. Cortes na exigência de reserva de capital vão liberar mais recursos para os bancos emprestarem. A Comissão Regulatória Bancária da China poderá relaxar o limite de 75% na relação entre empréstimos e depósitos exigida, permitindo que os bancos emprestem uma parcela maior dos depósitos.
Mas as taxas do mercado monetário subjacentes - a taxa repo de uma semana ficou em uma média de 3,5% em julho, após ficar em 3,1% em junho - sugerem que a liquidez não é o grande problema.
A explicação mais preocupante para os formuladores de política da China é que o apetite de empréstimo entre as empresas é fraco. Isso se encaixa com a evidência de desvanecimento de lucros e excesso de capacidade crescente, sendo que ambos reduzem os incentivos para emprestar e investir. Se a demanda fraca por empréstimos do setor privado for o problema real, relaxar as condições de liquidez para os bancos não será uma solução adequada. O governo cortou as taxas de juros duas vezes. Se a procura de empréstimos não aumentar, pode ter de fazê-lo novamente. As informações são da Dow Jones. 

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