SÃO PAULO - A participação da indústria brasileira de
máquinas e equipamentos nos projetos da Petrobras encolheu nos últimos
anos, apesar da política de conteúdo local adotada pelo governo federal.
Enquanto o volume de investimentos da companhia cresceu mais de seis
vezes entre 2003 e 2011, a fatia dos fornecedores nacionais caiu de 24%
para 17%, segundo levantamento da Associação Brasileira de Máquinas e
Equipamentos (Abimaq).
Em 2005, a indústria conseguiu sua melhor participação nos investimentos da companhia, de 35%. De lá pra cá, não conseguiu repetir o resultado e recuou. "Nos últimos meses, tivemos de demitir mais de dois mil funcionários por falta de novas encomendas. O crescimento do setor não acompanhou a Petrobras", destaca o vice-presidente da Abimaq, José Velloso, que garante que a indústria nacional tem capacidade para atender a demanda.
Nos projetos de exploração e produção leiloados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), há penalidades para quem não cumprir as exigências de conteúdo local, que variam de 55% a 65%. Mas nas demais áreas, como refino, não há regras. Desde que assumiu o comando da Petrobras, em fevereiro, Maria das Graças Foster - mentora intelectual das cláusulas de conteúdo local no País - tem tentado impor regras internas de conteúdo local para todos os projetos da estatal. Mas o assessor da presidente para o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) e Conteúdo Local, Paulo Alonso, diz que a medida não é imediata já que depende de uma cadeia mais forte de fornecedores.
Na últimas fiscalizações da ANP, a estatal foi uma das dez empresas multadas por descumprir as regras de conteúdo local na fase de exploração dos contratos da quinta e sexta rodadas de licitações dos blocos de petróleo. As multas aplicadas a todas as empresas somaram R$ 25 milhões.
SÃO PAULO - A apresentação da Petrobras em teleconferência com analistas e investidores destaca que os fatores que levaram a companhia a apresentar um prejuízo de R$ 1,346 bilhão no segundo trimestre deste ano não devem se repetir nos próximos trimestres.
Entre os fatores citados pela estatal como razão para o prejuízo trimestral, o primeiro em 13 anos, estão: desvalorização cambial, defasagem de preços dos derivados vendidos no Brasil, queda na produção e elevação dos custos de extração, baixas de poços secos/subcomerciais devido a atividades exploratórias e maiores importações de gás natural liquefeito (GNL). "É menos provável que tais fatores se repitam em conjunto e com a mesma intensidade nos trimestres seguintes", destacou a companhia.
A companhia destacou que o câmbio médio ficou em R$ 1,96 no segundo trimestre, ante R$ 1,77 do primeiro trimestre de 2012 e de R$ 1,60 no segundo trimestre do ano passado. "A desvalorização média do real ao longo do segundo trimestre afetou negativamente os principais itens de custo da companhia", destacou a companhia, em referência à extração de petróleo e participações governamentais, importação de petróleo, derivados, GNL e logística de derivados.
Além disso, a forte elevação do dólar no final do trimestre contribuiu para que o resultado financeiro da estatal ficasse negativo em R$ 6,4 bilhões no trimestre, devido ao impacto cambial nas dívidas denominadas em dólar.
A companhia também destacou que a formação dos estoques vendidos no segundo trimestre ocorreu no período de maior defasagem de preços entre os valores internacionais e os preços praticados pela Petrobras nos combustíveis no mercado doméstico.
A produção da estatal no trimestre também ficou abaixo do que os números do mesmo período de 2011 e dos três primeiros meses deste ano. O custo de extração, por outro lado, fez o caminho inverso e apresentou elevação em ambas as comparações.
Ao longo do segundo trimestre, a Petrobras também deu baixa em 41 poços, o que representa um impacto adicional na conta de despesas da estatal. O número correspondeu a um efeito negativo de R$ 2,7 bilhões no resultado da estatal, ante baixas de R$ 536 milhões no primeiro trimestre deste ano e de R$ 615 milhões no segundo trimestre do ano passado.
Melhor cenário - A companhia também fez questão de destacar que a maior parte dessas situações não deve se repetir nos próximos trimestres. O efeito cambial, destacou a Petrobras, deve ser minimizado pela "relativa estabilidade da cotação do dólar". Já no caso do spread entre os preços dos combustíveis comprados no exterior e revendidos no mercado interno, houve uma redução da diferença já a partir do final do segundo trimestre.
A produção nacional deve crescer a partir do segundo semestre, com a entrada em operação de dois novos sistemas: FPSO (navio-plataforma) Cidade de Anchieta (Baleia Azul), com capacidade de 100 mil barris por dia (bpd), e o FPSO Cidade de Itajaí (Baúna e Piracaba), com capacidade de 80 mil bpd. Os equipamentos entram em operação em agosto e outubro, respectivamente.
No caso do custo de extração, a companhia destacou que a alta registrada no segundo trimestre decorre da elevação de atividades e dispêndios do Programa de Aumento da Eficiência Operacional da Unidade de Operações da Bacia de Campos (Proef). A recuperação da eficiência operacional na Bacia de Campos deve ocorrer a partir do quarto trimestre deste ano. Além disso, os gastos com a participação governamental nos custos deve cair devido à "menor produção de blocos que pagam maiores alíquotas de participações especiais", destacou a estatal.
O maior resultado de baixas de poços, segundo a estatal, tem origem nas atividades em novas fronteiras, as quais implicam em Índice de Sucesso menor do que o alcançado com o pré-sal nos últimos anos, além de maiores custos de logística e, consequentemente, maior lançamento de custos associados à baixa de poços secos/subcomerciais. Do resultado de R$ 2,7 bilhões com baixas, R$ 1,5 bilhão tem origem em cinco poços nas regiões de Foz do Amazonas, Potiguar, Sergipe e Santos.
A baixa de 41 poços teve origem em 21 poços secos, 8 subcomerciais, 9 projetos cancelados, 2 abandonados e 1 acidente mecânico, conforme destacado pela estatal.
Em 2005, a indústria conseguiu sua melhor participação nos investimentos da companhia, de 35%. De lá pra cá, não conseguiu repetir o resultado e recuou. "Nos últimos meses, tivemos de demitir mais de dois mil funcionários por falta de novas encomendas. O crescimento do setor não acompanhou a Petrobras", destaca o vice-presidente da Abimaq, José Velloso, que garante que a indústria nacional tem capacidade para atender a demanda.
Nos projetos de exploração e produção leiloados pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), há penalidades para quem não cumprir as exigências de conteúdo local, que variam de 55% a 65%. Mas nas demais áreas, como refino, não há regras. Desde que assumiu o comando da Petrobras, em fevereiro, Maria das Graças Foster - mentora intelectual das cláusulas de conteúdo local no País - tem tentado impor regras internas de conteúdo local para todos os projetos da estatal. Mas o assessor da presidente para o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) e Conteúdo Local, Paulo Alonso, diz que a medida não é imediata já que depende de uma cadeia mais forte de fornecedores.
Na últimas fiscalizações da ANP, a estatal foi uma das dez empresas multadas por descumprir as regras de conteúdo local na fase de exploração dos contratos da quinta e sexta rodadas de licitações dos blocos de petróleo. As multas aplicadas a todas as empresas somaram R$ 25 milhões.
Fatores de prejuízo não devem se repetir, diz Petrobras
06 de agosto de 2012
http://economia.estadao.com.br/noticias/negocios+geral,fatores-de-prejuizo-nao-devem-se-repetir-diz-petrobras,122056,0.htm
ANDRÉ MAGNABOSCO - Agencia Estado
SÃO PAULO - A apresentação da Petrobras em teleconferência com analistas e investidores destaca que os fatores que levaram a companhia a apresentar um prejuízo de R$ 1,346 bilhão no segundo trimestre deste ano não devem se repetir nos próximos trimestres.
Entre os fatores citados pela estatal como razão para o prejuízo trimestral, o primeiro em 13 anos, estão: desvalorização cambial, defasagem de preços dos derivados vendidos no Brasil, queda na produção e elevação dos custos de extração, baixas de poços secos/subcomerciais devido a atividades exploratórias e maiores importações de gás natural liquefeito (GNL). "É menos provável que tais fatores se repitam em conjunto e com a mesma intensidade nos trimestres seguintes", destacou a companhia.
A companhia destacou que o câmbio médio ficou em R$ 1,96 no segundo trimestre, ante R$ 1,77 do primeiro trimestre de 2012 e de R$ 1,60 no segundo trimestre do ano passado. "A desvalorização média do real ao longo do segundo trimestre afetou negativamente os principais itens de custo da companhia", destacou a companhia, em referência à extração de petróleo e participações governamentais, importação de petróleo, derivados, GNL e logística de derivados.
Além disso, a forte elevação do dólar no final do trimestre contribuiu para que o resultado financeiro da estatal ficasse negativo em R$ 6,4 bilhões no trimestre, devido ao impacto cambial nas dívidas denominadas em dólar.
A companhia também destacou que a formação dos estoques vendidos no segundo trimestre ocorreu no período de maior defasagem de preços entre os valores internacionais e os preços praticados pela Petrobras nos combustíveis no mercado doméstico.
A produção da estatal no trimestre também ficou abaixo do que os números do mesmo período de 2011 e dos três primeiros meses deste ano. O custo de extração, por outro lado, fez o caminho inverso e apresentou elevação em ambas as comparações.
Ao longo do segundo trimestre, a Petrobras também deu baixa em 41 poços, o que representa um impacto adicional na conta de despesas da estatal. O número correspondeu a um efeito negativo de R$ 2,7 bilhões no resultado da estatal, ante baixas de R$ 536 milhões no primeiro trimestre deste ano e de R$ 615 milhões no segundo trimestre do ano passado.
Melhor cenário - A companhia também fez questão de destacar que a maior parte dessas situações não deve se repetir nos próximos trimestres. O efeito cambial, destacou a Petrobras, deve ser minimizado pela "relativa estabilidade da cotação do dólar". Já no caso do spread entre os preços dos combustíveis comprados no exterior e revendidos no mercado interno, houve uma redução da diferença já a partir do final do segundo trimestre.
A produção nacional deve crescer a partir do segundo semestre, com a entrada em operação de dois novos sistemas: FPSO (navio-plataforma) Cidade de Anchieta (Baleia Azul), com capacidade de 100 mil barris por dia (bpd), e o FPSO Cidade de Itajaí (Baúna e Piracaba), com capacidade de 80 mil bpd. Os equipamentos entram em operação em agosto e outubro, respectivamente.
No caso do custo de extração, a companhia destacou que a alta registrada no segundo trimestre decorre da elevação de atividades e dispêndios do Programa de Aumento da Eficiência Operacional da Unidade de Operações da Bacia de Campos (Proef). A recuperação da eficiência operacional na Bacia de Campos deve ocorrer a partir do quarto trimestre deste ano. Além disso, os gastos com a participação governamental nos custos deve cair devido à "menor produção de blocos que pagam maiores alíquotas de participações especiais", destacou a estatal.
O maior resultado de baixas de poços, segundo a estatal, tem origem nas atividades em novas fronteiras, as quais implicam em Índice de Sucesso menor do que o alcançado com o pré-sal nos últimos anos, além de maiores custos de logística e, consequentemente, maior lançamento de custos associados à baixa de poços secos/subcomerciais. Do resultado de R$ 2,7 bilhões com baixas, R$ 1,5 bilhão tem origem em cinco poços nas regiões de Foz do Amazonas, Potiguar, Sergipe e Santos.
A baixa de 41 poços teve origem em 21 poços secos, 8 subcomerciais, 9 projetos cancelados, 2 abandonados e 1 acidente mecânico, conforme destacado pela estatal.
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