quinta-feira, 30 de junho de 2011

Dinheiro vem até do Cazaquistão

O Globo - 28/06/2011
Ilhéus, Caetité e Brumadinho estão no alvo dos investidores

Com a entrada de siderúrgicas na mineração e a chegada de novatas, como a Ferrous - controlada por fundos estrangeiros - e a ENRC, do Cazaquistão, cidades mineiras e baianas estão vivendo um novo ciclo de expansão econômica. Na região de Serra Azul, província mineral do Quadrilátero Ferrífero (MG) onde a Vale ainda não pôs os pés, duas cidades despontam na nova corrida pelo minério de ferro: Brumadinho e Itatiaiuçu. Na Bahia, Ilhéus e Caetité são as apostas.

Elas fazem parte de um novo ciclo da mineração, que deve atrair US$68 bilhões em investimentos entre 2011 e 2015, um recorde para o setor
, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram). Dois terços desse total vão para projetos de minério de ferro, carro-chefe do segmento no Brasil.

A cidade de Brumadinho abriga projetos da Ferrous e também da MMX, braço do grupo EBX, de Eike Batista, para mineração. No caso da Ferrous, serão mais de US$3 bilhões na fase inicial do projeto, que compreende ainda uma mina em Congonhas (MG), um mineroduto e um porto no litoral capixaba. A MMX vai destinar R$3,5 bilhões na expansão de suas minas na região até 2016. Em Itatiaiuçu, estão as siderúrgicas Usiminas e Arcelor Mittal.

A Bahia, por sua vez, foi escolhida pela ENRC para iniciar suas atividades no Brasil. A empresa comprou a Bahia Mineração em 2008 e toca projetos em Caetité, atém então conhecida por suas reservas de urânio, e em Ilhéus. (D.N.)

Com usinas, Vale quer retomar mercado interno

O Globo - 28/06/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/6/28/com-usinas-vale-quer-retomar-mercado-interno
 
RIO e SÃO PAULO. Embora a Vale não comente oficialmente a estratégia de suas potenciais concorrentes, a visão da nova gestão da mineradora é a de que será preciso compensar a perda do mercado interno. Em 2010, 10,8% das vendas de minério de ferro e pelotas tiveram o Brasil como destino. Em 2005, era quase o dobro: 18,1%. A redução deveu-se mais à demanda chinesa que à retração no consumo interno. A Vale não quer, porém, ficar a mercê de conjunturas internacionais e vê na retomada da indústria naval, no pré-sal e nos Jogos de 2016 a chance de ampliar vendas domésticas. O tema foi debatido em reunião entre o novo presidente da empresa, Murilo Ferreira, e a presidente Dilma Rousseff este mês.

No seu objetivo de criar um mercado cativo para o minério no Brasil, a Vale busca ser minoritária nas siderúrgicas, como na ThyssenKruppCSA, no Rio. Além desta, a mineradora tem mais três projetos de usinas: um no Ceará, no qual terá como sócias sul-coreanas, um no Espírito Santo e um no Pará, que serão submetidos ao Conselho de Administração. Os quatro somam US$21 bilhões.

Declarações à imprensa de Ferreira ontem sobre seu entusiasmo com os projetos fizeram as ações ON da Vale recuarem 0,74%, para R$48,52. A Vale PNA caiu 0,14%, para R$44,04. E as ações preferenciais da Bradespar (controladora da Vale) foram a maior queda do Ibovespa, de 1,74%, para R$38,32.

Em evento em São Paulo ontem, Ferreira disse que o preço do minério só deve ter novo ciclo de alta em 2012, com a retomada do crescimento chinês. Quanto a estratégia da Vale na siderurgia, o executivo só não consegue responder a uma pergunta. As novas usinas que pretende desenvolver no país comprariam seu minério, mas venderiam aço para quem num cenário de sobreoferta mundial? (Danielle Nogueira e Lucianne Carneiro).

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