Autor(es): Alberto Komatsu | De São Paulo |
Valor Econômico - 17/06/2011 |
A expectativa de crescimento econômico global nos próximos 20 anos, especialmente em mercados emergentes como Ásia e América Latina, faz a Boeing revisar para cima a projeção de demanda do transporte aéreo por aviões entre 2011 e 2030. Ontem, a fabricante americana divulgou que o setor deve comprar 33.500 aviões no período, para passageiros e carga, movimentando US$ 4 trilhões. Em 2010, a previsão era de 30.900 unidades, ou US$ 3,6 trilhões. A necessidade de aviões mais econômicos, diante do cenário de volatilidade do preço do barril de petróleo, também vai impulsionar a renovação da frota mundial. Atualmente, há no mundo 19.410 aviões em operação. A previsão da Boeing indica que a frota mundial será de 39.530 aeronaves em 2030. A projeção mostra que a América Latina, onde o Brasil é o maior mercado, vai absorver 2.570 aviões até 2030, o que corresponde a compras de US$ 250 bilhões. Entre as sete regiões pesquisadas pela Boeing, as companhias aéreas latino-americanas responderão pela quarta maior demanda, no período. A América Latina deverá registrar a segunda maior média de crescimento no tráfego aéreo mundial (número de passageiros transportados) até 2030, ou 6,8% ao ano. O mercado latino só deve ficar atrás da região Ásia-Pacífico, com 7% ao ano. Em terceiro vem a África (5,1%), seguida do Oriente Médio (5%), Europa (4%) e América do Norte (2,3%). A média mundial está projetada em 5,1% por ano. "A economia da região (América Latina) está projetada para crescer fortemente nos próximos 20 anos, estimulando seu tráfego aéreo a crescer acima da média mundial, mais rapidamente na América do Sul, que deverá ter o sexto maior tráfego doméstico entre as regiões cobertas pelas nossas previsões", informou a Boeing. O levantamento indica que entre os 33.500 novos aviões que entrarão em operação no mundo, cerca de 70% deverão ser as do tipo corredor único, com duas fileiras de assentos. Em valores, esse tipo de avião responderá por 48% da demanda. As aeronaves de corredor duplo, como o Boeing 777 e o Airbus A330, com duas fileiras de assentos nas extremidades e uma no centro, deverão responder por 22% das entregas e 43% do movimento de dinheiro. Já as aeronaves de grande porte, como o Boeing 747-8 e o Airbus A380, vão corresponder a 2% das vendas e 7% do investimento total de US$ 4 trilhões. O especialista em aviação da consultoria Bain & Company, André Castellini, diz que assim como a tendência mundial, o Brasil terá maior demanda por aviões de corredor único nos próximos 20 anos. No entanto, ele diz que também haverá crescimento de demanda por aeronaves de corredor duplo, inclusive no mercado doméstico. "A TAM, por exemplo, já está usando o Boeing 777 na rota São Paulo-Manaus, nem tanto por uma questão de capacidade de passageiros. Esse tipo de avião é mais indicado para voos acima de quatro horas de duração e com demanda por carga", afirma Castellini. A TAM informa que, em abril, a TAM Cargo aumentou em 58% a capacidade de transporte de cargas no trecho São Paulo-Manaus. Isso foi possível com a troca de um A330, que pode carregar até 156 toneladas, por um 777, com capacidade para 246 toneladas. |
sábado, 18 de junho de 2011
Emergentes puxam para cima vendas de aviões
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