quinta-feira, 23 de junho de 2011

Dívida pública federal cresce em maio e fecha em R$1,74 trilhão

Autor(es): agência o globo:Martha Beck
O Globo - 22/06/2011
 
BRASÍLIA. Um resgate líquido de títulos no valor de R$7,52 bilhões não foi suficiente para evitar o crescimento da dívida pública federal em maio. O estoque cresceu R$11,61 bilhões e fechou o mês em R$1,746 trilhão. Isso ocorreu porque os juros que corrigem o endividamento somaram R$19,13 bilhões e anularam parcialmente os efeitos do resgate.
Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, ela está se comportando dentro do esperado e deve fechar o ano enquadrada nas bandas do Plano Anual de Financiamento (PAF), que preveem um total entre R$1,8 trilhão e R$1,93 trilhão.
Garrido adiantou que o estoque de junho sofrerá o impacto de uma emissão de R$30 bilhões feita pela equipe econômica para capitalizar o BNDES, mas lembrou que a medida já foi contabilizada dentro do PAF.
Investidores estrangeiros aumentam participação
Segundo um relatório divulgado ontem pelo Tesouro Nacional, a participação dos papéis prefixados no endividamento subiu de 34,81% em abril para 36,38% em maio. A parcela remunerada por taxas flutuantes também teve crescimento, passando de 32,13% para 32,5% no mesmo período. Já o percentual dos títulos indexados a índices de preços caiu de 28,54% para 26,67% entre abril e maio.
O documento mostrou ainda que os investidores estrangeiros continuam aumentando sua participação na dívida brasileira. Em abril, esses aplicadores detinham R$186,6 bilhões em títulos públicos (11,29% do total), sendo que o número passou para R$190,71 bilhões (11,45%) em maio.
Garrido afirmou que existe uma forte demanda dos investidores em geral por papéis prefixados - que são mais vantajosos para o governo - e, por isso, as taxas pagas pelo Tesouro Nacional têm caído.
No caso da LTN com vencimento em 2013, por exemplo, as taxas passaram de 12,81% ao ano para 12,71%, e depois, para 12,59% ao longo dos leilões de maio e junho. Os prefixados têm remuneração estipulada de antemão. Por isso, dão maior previsibilidade ao Tesouro na hora do resgate.
- Há uma forte demanda por prefixados e uma queda nas taxas de juros. Isso tem ocorrido em função das melhores perspectivas sobre o controle da inflação e sobre o fim do ciclo de alta dos juros no país - disse o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública.

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