Autor(es): Renata Veríssimo |
O Estado de S. Paulo - 16/06/2011 |
Pela primeira vez na história, os investidores enxergam um maior risco de calote da dívida nos Estados Unidos do que no Brasil Pela primeira vez na história, os investidores enxergam um maior risco de calote da dívida nos Estados Unidos do que no Brasil. O credit default swap (CDS) do Brasil - um instrumento que mede o risco de não pagamento das obrigações financeiras - caiu ontem para 42 pontos-base no prazo de um ano, enquanto que o custo para proteção da dívida dos EUA ficou em 49 pontos-base em um prazo equivalente. O acontecimento foi comemorado pelo governo brasileiro. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que o indicador mostra a solidez e a confiança do mercado na economia brasileira. "Estamos muito felizes." Segundo ele, cerca de US$ 70 trilhões estão aplicados no mercado nessa modalidade, que serve como um seguro em caso de não pagamento dos títulos soberanos de um País no mercado externo. "Quem tem medo nessa área, faz um seguro", explicou . O ministro contou que a presidente Dilma Rousseff ficou "muito satisfeita" com a notícia. "Isso mostra que estamos no caminho certo, que a política econômica está correta, o Brasil está se solidificando e temos respeito do restante do mundo", disse Mantega. O secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, afirmou que a queda no risco Brasil reflete o cumprimento pelo governo brasileiro das metas fiscais. "Consideramos um fato importante, porque mostra que os resultados são reconhecidos pelo mercado. Isso tem a ver com a estratégia de cumprimento de metas fiscais que temos conseguido apresentar para o País", afirmou Augustin. Seguro. O CDS existe desde o início da década de 90, mas esse mercado aumentou bastante a partir de 2003. Esse tipo de seguro ganhou ainda mais importância depois da crise financeira internacional, iniciada nos Estados Unidos. O mercado ainda olha com preocupação a situação fiscal americana. A avaliação dos EUA tem piorado. Em abril, a agência de classificação de risco Standard & Poor"s reafirmou o rating de crédito soberano de longo prazo AAA dos EUA (o mais alto), mas anunciou que reduziu a perspectiva da classificação de estável para negativa, indicando que poderia haver um rebaixamento na classificação do país. Por outro lado, a percepção de solvência do Brasil tem aumentado no mercado, o que elevou as chances de o País ganhar das agências um upgrade no grau de investimento recebido. Apesar do fato inédito, o CDS dos Estados Unidos ainda está em patamar baixo, o que demonstra, no entendimento do mercado, as poucas chances de um calote da dívida de curto prazo. O CDS de cinco anos da Grécia (país que enfrenta problemas de solvência no pagamento da sua dívida), por exemplo, gira em torno de 1.700.00 pontos-base. / COLABORARAM LEONÊNCIO NOSSA E EDUARDO RODRIGUES Reação Guido Mantega - Ministro da Fazenda "O Brasil está se solidificando e temos respeito do mundo." |
sexta-feira, 17 de junho de 2011
Risco Brasil fica menor que o dos EUA
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