quarta-feira, 15 de junho de 2011

Brasil fica na lanterna entre os Brics

Autor(es): Fernando Dantas
O Estado de S. Paulo - 04/06/2011

Crescimento foi menor que o da Índia, da China e da África do Sul e quase igual ao da Rússia

O Brasil ficou nos últimos lugares em termos de crescimento no primeiro trimestre de 2011, na comparação com os Brics - o grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Com crescimento de 4,2% no primeiro trimestre, comparado com o mesmo período de 2010, o Brasil cresceu menos que a China, com 9,7%, a Índia (7,8%) e a África do Sul (4,8%). O crescimento brasileiro só foi maior do que o da Rússia, que teve expansão de 4,1%.
Na verdade, com uma diferença de apenas 0,1 ponto porcentual, que é quase insignificante em termos de contas nacionais, é possível dizer que Brasil e Rússia compartilharam o crescimento mais lento no primeiro trimestre, entre os Brics.
A trajetória dos Brics nos últimos anos também difere bastante. China e Índia, que já vinham com um ritmo de crescimento muito alto - em torno de 10% - em 2007, antes da crise, tiveram uma desaceleração suave durante a turbulência, voltaram ao nível de 2007 em 2009 e início de 2010, e desaceleraram de novo, mas de forma branda.
A África do Sul, como o Brasil, sofreu um impacto mais forte durante a crise, saindo de um ritmo acima de 5% em 2007 para uma queda de 1,7% em 2009. A partir daí, o país vem se recuperando gradativamente, sem novas desacelerações. Já o Brasil, que também teve leve queda em 2009, recuperou-se de forma mais intensa, crescendo 7,5% em 2010, e voltou a desacelerar.
A Rússia teve uma queda muito mais violenta durante a crise global, e o PIB chegou a recuar quase 8% em 2009. Depois disso, a economia russa entrou em ritmo de gradual recuperação, com leves oscilações.
A comparação com os Brics é feita com o crescimento do PIB ante igual trimestre do ano anterior, por ser o único resultado publicado por China e Índia.
Países ricos. O IBGE também divulgou uma comparação mais ampla, mas excluindo os Brics, com países ricos (quase todos) e alguns emergentes que já divulgaram o resultado do primeiro trimestre. Nesse caso, foi usado o crescimento do PIB ante o trimestre anterior, na série livre de influências sazonais.
Nessa segunda comparação, o Brasil, com 1,3%, teve o terceiro maior crescimento (junto com o Chile), só perdendo para Alemanha, com 1,5%, e Coreia do Sul, com 1,4%.

Europeus e emergentes cresceram mais

Autor(es): Ronaldo D"Ercole
O Globo - 04/06/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/6/4/europeus-e-emergentes-cresceram-mais
 

No primeiro trimestre, Brasil ficou em 20º entre os que mais se expandiram. Entre Bric, só ganha da Rússia

SÃO PAULO. O Brasil perdeu posições no ranking dos países que mais cresceram no primeiro trimestre deste ano. Com a expansão de 4,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao primeiro trimestre de 2010, ficou na 20ª posição entre as economias que já divulgaram os resultados do PIB nos três primeiros meses do ano. Isso significou um recuo de sete posições em relação ao último trimestre de 2010, quando, com um avanço de 5% do PIB no período, aparecia no 13º posto da lista.
Entre os integrantes do Bric (grupo de emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia e China), o desempenho da economia brasileira de janeiro a março superou apenas o da Rússia, cujo PIB cresceu 4,1%, colocando o país em 22º no ranking. O Brasil ficou ainda mais distante da China, a segunda no ranking, que cresceu 9,7% na comparação trimestral, e da Índia, a quinta colocada, com 7,8%.
No 12º lugar, expansão
da Alemanha é destaque
- A economia brasileira desacelerou um pouco em relação ao quarto trimestre, tendência que deve continuar nos próximos trimestres quando o efeito das medidas do governo de contenção do consumo serão mais sentidos - observa Alex Agostini, economista-chefe da Austin Rating e responsável pelo ranking.
Também chama a atenção na lista dos países que mais cresceram este ano a presença de quatro economias do Leste da Europa à frente do Brasil. A Estônia, com 8% de expansão no PIB, é a quarta colocada, a Lituânia, com 6,9%, a sétima, a Ucrânia, em 15º lugar, com 5,2%, e a Polônia, com 4,4%, uma posição acima do Brasil.
- Ao olhar o avanço desses países, deve-se levar em conta que as economias europeias, particularmente as do Leste, sofreram muito com a crise, com retrações de até dois dígitos no PIB em 2009. Por isso, a base de comparação ainda estava bastante deprimida no início de 2010 - diz Agostini, ressaltando: - O Brasil cresceu 9% no primeiro trimestre do ano passado, por isso os 4,2% de alta do PIB agora são muito mais consistentes que os 8%, 7% desses países.
Entre as chamadas economias desenvolvidas, destacaram-se neste início de ano a Alemanha, cujo PIB teve expansão 5,4% (12º lugar), a Suécia, com alta ainda maior, de 6,4% (11ª colocação), e a Finlândia, com 5,2% (14º lugar).
Japão está na 42ª posição
da lista de países
Num ritmo bem menos vigoroso, os Estados Unidos cresceram 2,3% no trimestre e aparecem em 32º lugar, seguidos da França, uma posição atrás, com 2,2%, e do Reino Unido, o 35º da lista, com 1,8%.
- A maioria das economias desenvolvidas cresce, mas num lento ainda, o que já era esperado - afirma o economista-chefe da Austin.
O Japão, a terceira maior economia do planeta, que cresceu 2,2% no último semestre de 2010, acusou o golpe do terremoto seguido de tsunami que paralisou o país em 11 de março. Seu PIB retraiu-se 1% em relação ao primeiro trimestre de 2010, e o país despencou da 32ª posição para a 42ª. Só à frente da Grécia, que amargou uma retração de 4,8% na sua economia e é a 43ª e última colocada entre os países que já divulgaram seus PIBs do primeiro trimestre.
Sob os cuidados do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Central Europeu (BCE), Grécia e Portugal estão na parte mais baixa do ranking. Outra que também está na lanterna é a Espanha, que cresceu 0,8% no trimestre passado, ficando na 40ª posição, seguida de Portugal, que experimentou uma retração de 0,5% no PIB.

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