sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Banco do Brasil faz primeiro ACC em moeda chinesa


Autor(es): Fernando Travaglini
Valor Econômico - 25/08/2011
 

Aproveitando a demanda das empresas e a alta das exportações neste ano, o Banco do Brasil fez sua primeira operação de Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC) na moeda chinesa, o yuan. O empréstimo foi para a Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM), especialista em produtos à base de nióbio que está entre os maiores exportadores para a China.
Segundo Allan Toledo, vice-presidente do banco, essa foi uma primeira experiência, mas a tendência é de crescimento desse tipo de transação, dada a corrente de comércio para a China, com mais de 2 mil empresas exportadoras. "A demanda é muito alta e o ACC na moeda chinesa elimina a necessidade de hedge tanto para o exportador quanto para o importador, reduzindo o custo final", diz Toledo.
Em geral, o ACC é fechado em dólares, pois a liquidez é maior e a moeda americana é a referência do comércio exterior. Há também opções para recursos em euro e iene, mas hoje mais de 80% é fechado em dólar, diz o executivo do BB.
As linhas em yuan, ou renminbi, como a moeda é chamada naquele país, é oferecida ao BB em parceria com mais de 10 bancos locais, como o Banco Industrial & Comercial da China (ICBC, na sigla em inglês) e o Banco da China (BOC), dois dos maiores bancos do mundo.
O Banco do Brasil acredita que este será o melhor ano da história do ACC e espera volumes superiores a US$ 17 bilhões, segundo Toledo. Até agosto, o sistema financeiro ofereceu US$ 34,3 bilhões nessa modalidade, volume recorde até o momento.
Mas as empresas não têm utilizado os recursos do ACC apenas para fomentar as exportações, segundo fontes de mercado. As taxas de juros cobradas pelos bancos atingiram um piso pouco superior a 2% para linhas de 180 dias para grandes companhias. A referência para essas operações é a Libor, que fechou ontem em patamar historicamente baixo nos mercados desenvolvidos, de 0,47% ao ano.
Com isso, muitas companhias aproveitam os recursos para especular no mercado financeiro. "Muitas empresas estão fechando ACCs, que estão com juros muito baixos, para aplicar em títulos prefixados no mercado interno", disse um operador do mercado de câmbio.
As recentes medidas do governo, que instituíram taxação para operações de derivativos, também estimularam parte da demanda por recursos em reais decorrentes do fechamento de câmbio, já que o mercado continua travado.

ACC soma US$ 34 bi até agosto e bate recorde pré-crise

Autor(es): Fernando Travaglini
Valor Econômico - 25/08/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/8/25/acc-soma-us-34-bi-ate-agosto-e-bate-recorde-pre-crise
 

A combinação de dólar mais forte e taxas de juros historicamente baixas no exterior vem turbinando a concessão de adiantamentos de contrato de câmbio (ACC). Os fechamentos de financiamentos do tipo ACC com exportadores somam US$ 34,3 bilhões no ano até o dia 19 de agosto, de acordo com dados do Banco Central (BC), praticamente o mesmo volume feito ao longo de todo o ano passado (US$ 37,6 bilhões).
Os exportadores estão aproveitando o cenário de liquidez internacional para mercados emergentes e a cotação do dólar, que fica acima de R$ 1,60 em alguns dias, para fechar operações de câmbio, visto que a perspectiva de médio prazo ainda é de apreciação da moeda brasileira. Além disso, o juro médio do ACC, cuja base é a taxa Libor, está próxima a 5% para seis meses, chegando a 2% para empresas de primeira linha.
Com isso, o volume de ACC até agora é o mais alto da série histórica para o período e deve superar o ritmo pré-crise, acredita Allan Toledo, vice-presidente do Banco do Brasil, que detém um terço desse mercado. Em 2007, melhor ano da modalidade, as concessões atingiram US$ 46 bilhões, mas em agosto estavam em US$ 30 bilhões, menos do que neste ano, portanto. Em 2008, o desempenho foi bastante semelhante até a quebra do banco americano Lehman Brothers, em setembro, que secou as linhas externas.
Os recursos captados por essa linhas são antecipações em reais para financiar as exportações, mas, dadas as taxas historicamente baixas, muitos empresários também especulam, aproveitando para ganhar com aplicações prefixadas em reais aqui no Brasil, segundo fontes de mercado.

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