Ana Carolina Miotto, da Assessoria de Comunicação da Esalq
imprensa@esalq.usp.br
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A economia brasileira absorveu R$ 837 bilhões de renda do agronegócio entre 1995 e 2009, aponta pesquisa da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba. O trabalho da pesquisadora Adriana Ferreira Silva mostra que o setor cresceu mais do que o Produto Interno Bruto (PIB) do País, permitindo que se expandissem o consumo interno, também impulsionado pela queda dos preços reais de seus produtos para os consumidores, e as exportações.
Queda dos preços reais de produtos do agronegócio aumentou o consumo
De acordo com o estudo, a redução da concentração de renda e da pobreza no Brasil também teve suas raízes no agronegócio. “Ao assumir posição estratégica para o controle da inflação e geração de divisas no comércio exterior, esse setor teve participação relevante nesta trajetória”, explica Adriana.
Segundo a pesquisadora, devido a queda de preços dos produtos agropecuários, a sociedade absorveu, entre os anos de 1995 à 2009, uma renda — R$ 837 bilhões — do agronegócio, principalmente do setor pecuarista e dos segmentos primário e industrial da agricultura. “Essa queda de preços se dá devido ao aumento da produção, gerado pela aquisição de novas tecnologias. Isso significa que a renda perdida pelo agronegócio não afetou sua sustentação”, afirma a pesquisadora. “Além disso, o fato de a produção apresentar crescimento nesse cenário é um indicador de que as quedas de preço não representaram perda total da rentabilidade das novas tecnologias”, afirma.
Renda
O trabalho conclui que a redução dos preços reais dos produtos agropecuários foi fator primordial na capacidade do poder aquisitivo dos consumidores, em especial, para as famílias de baixa renda — nas quais grande parcela da renda é despendida em alimentos. Por outro lado, há que se garantir que os preços pagos aos produtores remunerem seus esforços, para que desestímulos à produção de alimentos não surjam, o que, em períodos futuros, possa refletir em redução da oferta e consequente elevação dos preços.
O trabalho conclui que a redução dos preços reais dos produtos agropecuários foi fator primordial na capacidade do poder aquisitivo dos consumidores, em especial, para as famílias de baixa renda — nas quais grande parcela da renda é despendida em alimentos. Por outro lado, há que se garantir que os preços pagos aos produtores remunerem seus esforços, para que desestímulos à produção de alimentos não surjam, o que, em períodos futuros, possa refletir em redução da oferta e consequente elevação dos preços.
Adriana expõe ainda outro motivo para a queda dos preços no País: o avanço da tecnologia e o aumento da produção em escala internacional. “Aliados ao protecionismo dos países mais desenvolvidos, eles geraram uma baixa dos preços em grandes proporções. Ou seja, o desempenho do Brasil não se deu de forma isolada, ele apenas ajustou seus custos ao movimento dos demais países”, explica.
A pesquisa Transferências Interna e Externa de Renda do Agronegócio Brasileirofoi desenvolvida no programa de Pós-graduação em Economia Aplicada da Esalq. O trabalho teve orientação do professor Geraldo Sant’Ana de Camargo Barros, do Departamento de Economia, Administração e Sociologia (LES) da Escola.
Durante o 49º Congresso da Sociedade Brasileira de Economia, Administração e Sociologia Rural (SOBER), realizado na última semana de julho, na Faculdade de Ciências Econômicas (FACE), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em Belo Horizonte (MG), a pesquisa de Adriana Ferreira Silva ganhou o Prêmio Edson Potsch Magalhães de melhor tese em economia rural.
(Imagem cedida pela Assessoria de Comunicação da Esalq)
Mais informações: (19) 3447-8613 / 3429-4485/ 3429-4109
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