Autor(es): Eduardo Magossi |
O Estado de S. Paulo - 19/08/2011 |
Recursos, a serem aplicados até 2016, devem elevar capacidade de processamento de cana de 21,5 milhões para 30 milhões de toneladas A gigante do agronegócio Bunge anunciou ontem um plano de investimentos de US$ 2,5 bilhões, até 2016, para elevar em mais de 50% a capacidade de processamento de cana de suas oito usinas de açúcar e álcool no País. Com isso, a capacidade de processamento passará de 21,5 milhões para 30 milhões de toneladas por ano. JB Neto/AE Futuro. Meta, após 2016, é chegar a 40 milhões de toneladas de cana, disse Alberto Weisser Segundo a empresa, os investimentos serão realizados com recursos próprios, já em caixa. E, segundo o presidente da Bunge Brasil, Pedro Parente, estão focados na expansão das usinas já existentes porque, pela lei que versa sobre propriedade de terras por estrangeiros no País, a companhia teria dificuldade em iniciar um projeto do zero. Parente informou que a Bunge já atingiu o limite de terras permitido pela lei. "Mudanças na lei estão sendo discutidas e a presidenta Dilma Rousseff, com quem nos encontramos hoje, mostrou a maior boa vontade em realizar ajustes para incrementar a matriz energética renovável do Brasil", disse. O executivo ressaltou, contudo, que, enquanto o quadro jurídico limitar a posse de terras, os investimentos serão feitos na expansão industrial e em cana-de-açúcar de fornecedores. O presidente mundial da Bunge, Alberto Weisser, disse que a expectativa é de que as oito usinas da Bunge atinjam um processamento de cana de 40 milhões de toneladas, sendo 5 milhões de toneladas em cada uma. Essas 10 milhões de toneladas adicionais, porém, seriam conseguidas apenas depois de 2016. Weisser destacou a importância do Brasil nos investimentos mundiais da Bunge. De acordo com o executivo, em 2012, a companhia investirá US$ 1,2 bilhão em todo o mundo, dos quais US$ 500 milhões serão na área de cana do Brasil. Parente, por sua vez, disse também que a Bunge no Brasil vai passar de um ciclo de investimentos de US$ 400 milhões ao ano realizados nos últimos quatro anos para um novo ciclo de investimentos de US$ 500 milhões ao ano nos próximos cinco anos. "Com os investimentos anunciados hoje (ontem), a Bunge terá investido US$ 4,5 bilhões no setor sucroalcooleiro do Brasil até 2016", afirmou. Logística. Segundo o presidente da Bunge Brasil, a companhia também está preparada para expandir suas operações logísticas de acordo com o crescimento da sua oferta de açúcar e etanol. Parente disse ainda que investimentos devem ser realizados nos terminais portuários da empresa. Sobre a reunião com a presidente Dilma Rousseff realizada ontem em São Paulo, Alberto Weisser disse que temas mundiais importantes foram abordados e que a presidente se mostrou muito preocupada com a responsabilidade que o Brasil tem na oferta de alimentação para o mundo. O presidente mundial da Bunge disse ainda que Dilma mostrou-se comprometida em contribuir para que o setor sucroalcooleiro consiga elevar a oferta de etanol. PARA LEMBRAR Os novos investimentos em expansão da produção de etanol anunciados ontem pela Bunge vêm apenas um dia depois de a Petrobrás Biocombustível e o Grupo São Martinho informarem que vão investir R$ 520,7 milhões na Usina Boa Vista, em Quirinópolis (GO), para transformá-la na maior usina de etanol do mundo. A expansão permitirá que a capacidade instalada de moagem de cana-de-açúcar saia dos atuais 3 milhões de toneladas para 8 milhões de toneladas em três anos, até a safra 2014/15. Esses dois anúncios são um sinal positivo para o setor, que ficou estagnado desde que a crise de 2008 praticamente acabou com a capacidade de investimento das empresas do setor. Desde então, o que se viu foi um processo de consolidação e um avanço de grandes grupos estrangeiros nessa área. Mas os investimentos foram basicamente para compra de usinas já prontas. |
domingo, 21 de agosto de 2011
Bunge vai investir US$ 2,5 bi em expansão de usinas
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