sexta-feira, 6 de abril de 2012

Sob pressão de Dilma, BB diminui juros


São Paulo, quinta-feira, 05 de abril de 2012Mercado
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Sob pressão de Dilma, BB diminui juros
Objetivo do governo é estimular bancos privados a também reduzir taxas para estimular a atividade econômica
Investidores reagem mal, e ações caem 5,91%; instituição financeira diz que vai ganhar novos clientes
TONI SCIARRETTA
DE SÃO PAULO
Pressionado pela presidente Dilma Rousseff, o Banco do Brasil fez uma redução agressiva nos juros e elevou os limites de várias linhas de crédito para empresas e consumidores com o objetivo de acirrar concorrência com Itaú, Bradesco e Santander e estimular a economia.
Sozinho, o BB promete "despejar" no país R$ 43,1 bilhões em empréstimos -R$ 26,8 bilhões para micro e pequenas empresas e R$ 16,3 bilhões para pessoa física, segmentos com maior dificuldade para conseguir juro baixo em bancos privados.
O banco baixou os juros do "crédito rotativo" do cartão, cujo teto era 13,62%, para 3% ao mês para os clientes de outros bancos que levarem sua conta-salário para o BB.
Entre outras linhas, os juros para compra de veículos, que variavam de 1,24% a 3,75% ao mês, estão entre 0,99% e 2,65%. O crediário para compra de bens de consumo desceu da faixa entre 2,26% e 4% para 1,6% a 1,98%.
"Queremos ser os pioneiros de uma nova realidade de relacionamento com os clientes", disse Paulo Rogério Caffarelli, vice-presidente do BB, referindo-se ao cenário de juros de um dígito. A taxa básica Selic está em 9,75%.
A ação lembra a atuação dos bancos públicos entre 2008 e o início de 2009, auge da crise global, quando os bancos privados reduziram a oferta de crédito temendo o aumento da inadimplência.
À época, BB e Caixa Econômica Federal sustentaram boa parte do financiamento ao consumo e aumentaram suas participações de mercado nos empréstimos.
Os bancos privados criticaram na ocasião os concorrentes públicos com o argumento de que eles podiam se dar ao luxo de arriscar mais porque tinham garantia de socorro governamental.
REAÇÃO RUIM
A reação do mercado ontem foi ruim. As ações do BB tiveram baixa de 5,91%, com os investidores vendo aumento da interferência política.
"Respondemos a isso dizendo que vamos aumentar o número de clientes e o volume de empréstimos. Em 2009, quando emprestamos na crise, as ações caíram, mas isso foi decisivo para aumentar nossa participação de mercado", disse Caffarelli.
Bradesco e Itaú afirmaram que avaliam o assunto. O Santander disse, por nota, que vem reduzindo as taxas para "oferecer os preços mais competitivos" do mercado.


05/04/2012 - 14h12 http://economia.uol.com.br/ultimas-noticias/redacao/2012/04/05/apos-banco-do-brasil-caixa-tambem-vai-anunciar-cortes-de-juros.jhtm

Após Banco do Brasil, Caixa também vai anunciar cortes de juros

Do UOL, em São Paulo
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A Caixa Econômica Federal vai anunciar na próxima segunda-feira (9) um pacote de corte de juros em várias linhas de crédito, anunciou o banco estatal. 
O aviso acontece um dia após o também estatal Banco do Brasil (BBAS3) ter anunciado um programa com o mesmo objetivo, cortando taxas em linhas para empresas e para pessoas físicas.
Com essas medidas, os bancos públicos tentam "estimular" cortes de juros em todo o sistema financeiro.

Banco do Brasil derruba juros

O Banco do Brasil anunciou nesta quarta-feira (4) um conjunto de medidas para reduzir as taxas de juros das principais linhas de crédito para pessoas físicas e micro e pequenas empresas.
Para financiamento de bens e serviços de consumo --por exemplo, eletrônicos, computador, materiais de construção e pacotes de viagem-- os juros médios serão reduzidos em 45%.
Já o financiamento de carros, com crédito pré-aprovado e sem tarifas embutidas, terá queda de pelo menos 19%, segundo o BB. O cliente poderá financiar a aquisição de um veículo com taxa de juros a partir de 0,99% ao mês.
O BB vai também aumentar em R$ 26,8 bilhões os limites de crédito para micro e pequenas empresas, e em R$ 16,3 bilhões os limites para pessoas físicas.
As novas medidas devem entrar em vigor nas agências do banco a partir do dia 12.
(Com informações da Reuters)

GOVERNO DECLARA GUERRA AOS JUROS

GOVERNO INTERVÉM NO CRÉDITO
Autor(es): Vânia Cristino
Correio Braziliense - 05/04/2012
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/4/5/governo-declara-guerra-aos-juros

Como os banqueiros se fizeram de morto aos apelos de Dilma para que baixassem juros, o Planalto iniciou a ofensiva pelo Banco do Brasil. Entre as medidas, redução de 12,25% para 3% na taxa do cartão de crédito, 10 dias de cheque especial sem juros, crédito mais barato para comprar carro. Nos próximos dias, a Caixa Econômica Federal reforça briga

Palácio do Planalto obriga o Banco do Brasil a cortar juros para estimular o consumo. Caixa fará o mesmo na semana que vem

Depois de um pedido formal e de um pito público da presidente Dilma Rousseff para que os bancos reduzam as taxas de juros com o intuito de ajudar o governo a estimular o consumo e os investimentos produtivos, o Palácio do Planalto decidiu intervir no mercado de crédito. Ontem, por determinação explícita da presidente, o Banco do Brasil anunciou redução de taxas em várias linhas de empréstimos e financiamento, medida que será reforçada na próxima semana pela Caixa Econômica Federal.
O objetivo é forçar as instituições privadas a também reduzirem os encargos cobrados de consumidores e empresas, sob o risco de perderam participação nos negócios. Esse movimento, segundo assessores de Dilma, é mais uma etapa do pacote anunciado na terça-feira para garantir avanço de pelo menos 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. Com juros menores, acredita o ministro da Fazenda, Guido Mantega, as famílias terão condições de encaixar novas prestações no orçamento. O alto endividamento dos lares é um dos principais entraves para uma recuperação mais rápida e forte da atividade.
Apesar dos sinais explícitos emitidos pelo Planalto, os bancos privados não reagiram imediatamente. O Bradesco informou que está avaliando o tema. O Itaú Unibanco e o Santander não responderam aos questionamentos do Correio. A Federação Brasileira de Bancos (Febraban), que representa todas as instituições, também optou pelo silêncio. "Podem ter certeza: os bancos que não seguirem o BB e a Caixa vão comer poeira. A ordem da presidente Dilma é sermos ousados, sem, é claro, pôr em risco a qualidade do crédito das duas instituições. Não custa lembrar que temos os menores índices de inadimplência do mercado", destacou um assessor da Fazenda.
Ele destacou que Dilma está particularmente irritada com o aumento do spread bancário, diferença entre o que os bancos pagam aos investidores e o que cobram dos devedores. Isso está acontecendo porque as instituições não estão repassando a seus clientes os consecutivos cortes da taxa básica de juros (Selic) pelo Banco Central.
Calote
O conjunto de medidas do Banco do Brasil para a redução dos juros ganhou o nome de BomPraTodos. Mas, ao contrário do que o nome diz, as bondades não são para todos e dependem muito do relacionamento que o cliente, pessoa física e jurídica, tem com a instituição. A taxa mensal de 3% para o crédito rotativo do cartão de crédito, por exemplo, hoje em 12,25%, em média, só estará acessível para os assalariados que receberem pelo banco e aderirem a um dos pacotes de serviços oferecidos. Os beneficiados receberão ainda um cartão da família Ourocard BomPraTodos e poderão usar o limite do cheque especial por 10 dias sem pagar juros.
Para as empresas, a regra é a mesma. As que centralizarem seu movimento financeiro no BB e optarem pela adesão ao parcelamento automático da fatura do cartão receberão o novo Ourocard Empresarial Giro BomPraTodos e passarão a contar com a taxa de 3% no rotativo. O BB promete, para breve, acesso direto a uma linha de capital de giro, no momento das compras.
Além de juros mais baixos, o banco público anunciou a ampliação de R$ 43,1 bilhões na oferta de crédito, sendo R$ 26,8 bilhões às micro e pequenas empresas e R$16,3 bilhões às pessoas físicas. O presidente do BB, Aldemir Bendine, disse que "esse movimento só foi possível graças aos baixos níveis de inadimplência". A instituição espera compensar as perdas de receitas com juros menores por meio da ampliação do volume de negócios.
Ações recuam
O mercado, no entanto, pelo menos num primeiro momento, mostrou forte ceticismo. As ações do BB, que já caíam cerca de 1% na Bolsa de Valores de São Paulo antes do anúncio das medidas, aceleram a perda para 5,91% após a confirmação do pacote. Mas o vice-presidente de Atacado e Negócios Internacionais do banco, Paulo Rogério Caffarelli, considerou a reação normal. Para ele, o mesmo movimento ocorreu quando o banco deu início a uma política semelhante em 2008. As instituições privadas não aderiram e perderam mercado.
O Banco do Brasil conta, no momento, com 55 milhões de correntistas. Mas, dos 44 milhões de brasileiros que recebem salários em bancos, apenas 13 milhões têm conta na instituição pública. Além dos trabalhadores, a instituição quer ampliar o volume de negócios com os aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Dos 24,7 milhões de segurados atuais, 6,9 milhões integram a clientela do BB.
No financiamento de veículos, o tombo dos juros foi de 19%, passando de 1,24% a 3,79% ao mês para 0,99% a 2,65% mensais. No BB Crediário, voltada para o consumo das famílias, as recuaram de 2,26% a 4% para 1,60% a 1,98% ao mês. A queda dos juros do BB mostra que o sistema financeiro tem muito o que cortar.
Mão pesada
Palácio do Planalto cumpre a ameaça e manda instituições públicas
reduzirem os encargos de empréstimos e financiamentos
Pesos pesados (Em R$ bilhões)
Bancos controlados pelo governo tem forte participação no crédito
Total de empréstimos de financiamentos 2.034,8
Instituições estatais 890,9
Instituições privadas nacionais 793,4
Instituições estrangeiras  350,4
Qualidade das carteiras de crédito (Em bilhões)
Mesmo sendo mais agressivos, bancos públicos têm inadimplência menor. Veja as reservas para devedores duvidosos, exigidas pelo Banco Central
Total de provisões 117,9
Instituições estatais 38,6
Instituições privadas nacionais 58,3
Instituições estrangeiras  21,0
O que está fazendo o Banco do Brasil
As novas taxas passarão a vigorar para as pessoas físicas a partir de 12 de abril
Tipo de crédito - Juros atuais - Novos juros
BB crediário - 2,26% a 4% - 1,60% a 1,98%
Financiamento de veículos - 1,24% a 3,79% - 0,99% a 2,65%
Crédito consignado/INSS - 0,85% a 2,04% - 0,85% a 1,80%
Crédito benefício/INSS - 2,27% a 3,89% - 2,27% a 2,34%
13º para aposentado/INSS - 3,21% - 2,34%
Cartão de crédito (rotativo) - 3,96% a 13,62% - 3%
Cheque Especial - 8% - 8% *
(*) 10 dias sem juros. Se o cliente permanecer por 60 dias usando mais da metade do cheque especial terá financiamento imediato em 24 vezes, a juros a 3% ao mês
Fontes: Banco Central e Banco do Brasil


BB inicia a ofensiva para reduzir spread dos bancos

BB corta juros em ofensiva que pressiona bancos
Autor(es): Por Mônica Izaguirre | De Brasília
Valor Econômico - 05/04/2012
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2012/4/5/bb-inicia-a-ofensiva-para-reduzir-spread-dos-bancos
 

Um dia depois de a presidente Dilma Rousseff dizer que não há justificativa técnica para o elevado spread bancário no país, e alguns dias depois da reunião do ministro da Fazenda, Guido Mantega, para discutir o assunto com bancos públicos e privados, o Banco do Brasil anunciou a redução generalizada dos juros e a ampliação dos limites de crédito em suas principais linhas. A Caixa Econômica Federal anuncia o corte em suas taxas na próxima semana

O Banco do Brasil anunciou ontem a redução dos juros e a ampliação dos limites de crédito aos clientes em suas principais linhas. A disponibilização de mais R$ 43,1 bilhões à clientela não muda, porém, a previsão de crescimento da carteira da instituição em 2012. O banco projeta expansão entre 17% e 21% para este ano e o corte dos juros estava sendo estudado desde novembro, disse Paulo Rogério Caffarelli, vice-presidente de atacado do banco.
No fim de 2011, o saldo dos empréstimos e financiamentos concedidos pelo BB era de R$ 423 bilhões. Chamado de "Bom pra todos", o pacote anunciado ontem pretende viabilizar os planos de ampliação da carteira da instituição, disse ele, negando que tenha havido interferência política do governo na gestão do banco. Na semana passada o ministro da Fazenda, Guido Mantega, reuniu-se com os bancos públicos e privados para discutir a redução do spread bancário e na terça feira, em solenidade no Palácio do Planalto, a presidente Dilma Roussef deu um puxão de orelha nos bancos, ao dizer que não há justificativa técnica para o nível dos spreads no país. Segundo o Valor apurou, o BB antecipou-se à Caixa na redução dos juros para tentar desfazer a imagem de uma ação coordenada pelo governo.
Após a divulgação das novas taxas o preço das ações do BB na Bovespa despencou, chegou a ficar 6,9% abaixo da cotação de fechamento da véspera e encerrou o dia com queda de 5,9%.
Segundo Caffareli, a reação dos investidores na bolsa não surpreendeu. Seguiu o padrão visto sempre que o BB se posiciona de forma mais arrojada para aumentar seus negócios. Ele lembrou que, desde maio de 2009, o banco já tinha feito antes três movimentos mais agressivos de redução de juros e ampliação de crédito, que também assustaram inicialmente. Mas depois as ações voltaram a subir. O banco planeja fazer apresentações ao mercado depois da Páscoa para esclarecer a estratégia.
"É claro que o governo tem interesse na queda dos juros bancários. Mas não existe interferência política. Reduzimos a margem de lucro para conquistar mais clientes, aumentar o volume de negócios com os clientes atuais e ganhar mercado", afirmou.
A estratégia foi pensada levando em conta, entre outros fatores, que desde janeiro os servidores públicos podem escolher o banco de depósito do salário. Hoje, incluindo os setores público e privado, 13 milhões de trabalhadores recebem seu salário no BB, dentro de um universo de 44 milhões de pessoas.
A expansão entre 17% e 21% no saldo das operações de crédito do banco não pressupõe aumento de capital este ano, seja por parte do Tesouro Nacional, seja dos acionistas em geral, assegurou Caffarelli. Isso é desnecessário, segundo ele, porque a instituição tinha, no fim de 2011, uma folga de R$ 156 bilhões em sua capacidade de alavancagem. Além disso, não estão descartadas novas emissões de dívida subornidada com característica de quase capital, instrumento que permite às instituições financeiras elevar seu patrimônio de referência e aumentar a capacidade de concessão de crédito. Essa é limitada, em qualquer banco, pelo Índice de Basileia, que mede a relação entre o patrimônio e o valor dos ativos ponderado pelos riscos. No BB, essa relação era de 14% no fim de dezembro, acima do mínimo de 11% exigido pelo Banco Central.
Dos R$ 43,1 bilhões concedidos na nova elevação de limite, R$ 26,8 bilhões são em linhas para micro e pequenas empresas e R$ 16,3 bilhões para pessoas físicas. Somando tudo, o BB tem 55 milhões de correntistas. A elevação de limites, segundo ele, não necessariamente se transformará em operações de crédito. Mas com os juros menores, o banco acredita que boa parte disso será usada. A taxa da linha BB Crediário, de financiamento de consumo, por exemplo, que ia de 2,26% a 4% ao mês, agora varia de 1,60% a 1,98% (ver quadro). As taxas do cartão de crédito, caíram de 3,96% a 13,62% para 3%. A do cheque especial manteve-se em 8%, mas o saldo poderá ser automaticamente refinanciado após determinado prazo.

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