quinta-feira, 5 de abril de 2012

Suinocultores do Sul do Brasil recebem apoio da Conab


Veículo:
PORTAL DO AGRONEGÓCIO 
Data:
03/04/2012 
Assunto:
AGRICULTURA FAMILIAR
CONAB
SAFRAS 
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03/04/2012 - Suinocultores do Sul do Brasil recebem apoio da Conab
Prejuízo para o Oeste de Santa Catarina já chega a R$ 700 milhõesEconomia SC

A Companhia Nacional do Abastecimento (CONAB) anunciou que vai disponibilizar 22 mil toneladas métricas de milho a suinocultures da região Sul do Brasil. O alimento, muito consumido pelo setor agroindustrial, apresentou uma perda de 15% na produção, que já tem cerca de 70% colhidos. Os GRÃOS de ração animal serão divididos entre os agricultores cadastrados no Programa Nacional de Fortalecimento da AGRICULTURA FAMILIAR (PRONAF). Membros do Programa poderão comprar até 100 sacos de ração animal por mês.
As associações brasileiras de criadores de suínos declararam que o alto preço dos GRÃOS pode influenciar negativamente o lucro com as vendas do produto final. O governo federal vem tentando ajudar os produtores de carne no Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, desde o início da seca em 2011 - resultado do fenômeno climático La Niña.
Em Santa Catarina, a Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetaesc) vai reunir representantes dos Sindicatos das microrregiões de Três Fronteiras, Centro-Oeste, Baixo Vale do Rio do Peixe e Vale do Rio do Peixe nesta terça-feira (03-04). O objetivo é a deliberação sobre a organização da entidade na região Oeste e encaminhamento das reivindicações referentes ao problema da estiagem na região.
Recursos e medidas
Além da doação de sementes de milho, aveia e azevém já garantidas pelo Governo Estadual, a Fetaesc também solicitou ao Estado recursos para a compra de óleo para os caminhões das propriedades da região Sul atingidos pelo granizo e a anistia das sementes e calcário doados para os municípios do Oeste, com o decreto de emergência ou calamidade aceito pelo Governo Federal. "Estas medidas não resolvem o problema, mas amenizam as dificuldades e motivam os agricultores para continuarem lutando", declara José Walter Dresch, presidente da Fetaesc.
Também foi proposto e aprovado pelo Governo Federal a prorrogação dos financiamentos agrícolas do Programa Nacional de Fortalecimento da AGRICULTURA FAMILIAR(PRONAF). Segundo Walter, mais do que solucionar o problema, o objetivo da reunião é desencadear a movimentação social nas regiões atingidas.


Veículo:
SUINOCULTURA INDUSTRIAL 
Editoria:
Data:
03/04/2012 
Assunto:
CONAB
SAFRAS 
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03/04/2012 - AveSui: ABCS trabalha para minimizar os impactos da crise sobre o suinocultor
A suinocultura brasileira vive um momento turbulento. A ocorrência de eventos climáticos desfavoráveis em várias das principais regiões produtoras de GRÃOS ao redor do mundo pressionou os preços internacionais das commodities agrícolas. O aumento dos preços dos insumos, por sua vez, elevou os custos de produção dos suinocultores, minando sua rentabilidade. A fraca demanda no mercado doméstico e as exportações abaixo do esperado colocaram o produtor no vermelho. Atualmente, o preço pago pelo suíno vivo nas granjas é inferior ao seu custo de produção. O suinocultor está pagando para produzir.
Preocupado com a crise que castiga os suinocultores, o presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Marcelo Lopes, reuniu-se recentemente, em Brasília (DF), com o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Mendes Ribeiro Filho. Em pauta, soluções que possam minimizar os impactos da crise sobre o produtor. "O preço pago pelo suíno vivo está sendo muito inferior ao seu custo de produção. Isso corresponde a R$ 3,5 bilhões de prejuízo ao ano para o setor", afirma Lopes.

A ABCS fez várias reivindicações ao ministro da Agricultura. Entre elas estão o aumento da disponibilidade do milho balcão para o setor, através da COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB); a realização de leilões direcionados de milho para os produtores de suínos e a criação da Política de Garantia de Preço Mínimo para a carne suína.

Presente na AveSui 2012, Lopes concedeu entrevista para o site de Suinocultura Industrial. Nela, o presidente da ABCS fala sobre a conversa com o ministro, revela se reivindicações da entidade estão sendo atendidas e analisa o atual momento da suinocultura nacional. Confira.

SI - O desempenho do setor suinícola brasileiro não tem sido muito bom neste ano e tem assustados os produtores. O que acontece com a suinocultura brasileira?

Marcelo Lopes - Existe uma série de variáveis. Um de nossos principais problemas é que a indústria está bastante estocada em função do baixo movimento no final do ano passado. Entramos no período de Quaresma, época em que historicamente o consumo diminui. Por outro lado, o embargo russo permanece e estamos enfrentando problemas de exportação com a Argentina, que gera outro excedente de oferta. Sem falar nos altos custos de produção. Isso tem deteriorado os preço pago pelo suíno ao produtor.

SI - Em essência, quais os fatores vêm prejudicando o desempenho do setor?

Marcelo Lopes - A oferta excessiva de carne suína no mercado interno e os altos custos de produção, devido aos preços elevados do milho e da soja.

SI - O senhor esteve reunido com o Ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, para pedir soluções para a crise do setor. Como foi o encontro?

Marcelo Lopes - Foi um encontro razoável. O ministro, por algum motivo, falou que este vai ser o ano da suinocultura no Brasil. Mas isso não é o que tem acontecido para nós produtores. Eu até acredito que seja um problema atual o que vivemos, um problema de produção. Se analisarmos a cadeia como um todo, veremos que ela está bem. Estamos exportando, os números são bons, só que a remuneração não está chegando ao produtor. Acredito, porém, que a partir dessa reunião o ministro passou a entender melhor a situação dos produtores, por que até então ele tinha a visão da indústria. Na reunião, o ele pode ver que, sob o ponto de vista do suinocultor, não vivemos o ano da suinocultura.

SI - Quais foram as reivindicações feitas pela ABCS?

Marcelo Lopes - Entregamos ao ministro um série de reivindicações. Entre as mais importantes, o fornecimento de milho balcão para todas as regiões brasileiras produtoras de suínos a 27 toneladas por CPF ao preço de R$ 21,00 a saca. Outro pedido foi a realização de leilões direcionados a suinocultores com base em seu plantel numa relação de cálculo de 4.500 kg por matriz/ano. Solicitamos também contrato de opções de compra de milho para os produtores e linhas de financiamento para custeio com carência de 1 ano e pagamento em três anos, com juros de 3,5% ao ano. Também conversamos sobre a implantação da PGPM [Política de Garantia de Preço Mínimo], que é um mecanismos fundamental para todos nós. Cobramos ainda o subsídio emergencial por parte do governo federal para os próximos três meses a R$ 0,80 o quilo do suíno. E que, pelo prazo de 12 meses, o governo não conceda qualquer tipo de financiamento para novos investimentos que visem aumento de plantel. E, por fim, desoneração da folha de pagamento do produtor.

SI - Os pedidos estão sendo atendidos?

Marcelo Lopes - Até então o ministério não vem atendendo nossos pedidos. Não como gostaríamos. O que temos procurado mostrar para o ministério da Agricultura é que o que está sendo feito não está atendendo a grande maioria dos produtores brasileiros. Principalmente os da região Sul do Brasil, que são os maiores sofredores. As portarias do Ministério da Agricultura para a venda de milho, por exemplo, não vêm sendo cumpridas. Muitas vezes, não são interpretadas adequadamente pelos superintendentes da forma como são editadas. Isso vem trazendo muitos prejuízos aos suinocultores. Agora, é importante que se diga, que existe uma boa vontade por parte da CONAB [Companhia Brasileira de Abastecimento] e nós estivemos lá nesta semana [na Secretaria de Política Agrícola do Ministério de Agricultura, em Brasília (DF)], para que nossas reivindicações sejam atendidas. A própria SPA [Secretaria de Política Agrícola], também entendeu nossa posição e acreditamos que nas próximas semanas as coisas devem andar melhor.

SI - O ministro Mendes Ribeiro Filho se comprometeu a criar uma PGPM para a carne suína, uma antiga reivindicação do setor. O senhor acha isso realmente possível?

Marcelo Lopes - Acredito que sim. É claro que é complexo, porque envolve vários custos, mas precisamos trabalhar muito forte porque esse é um instrumento importante para a suinocultura. Não adianta apenas trabalharmos de formas emergenciais, precisamos de um plano que possa auxiliar o produtor em momentos de crise e a PGPM é um deles. Acredito que seja possível a implementação desse mecanismo, basta vontade política.

SI - O ex-ministro da Agricultura, Reinhods Stephanes, em evento da própria ABCS, em 2009, argumentou ser impossível implantar um PGPM para o setor suinícola. O argumento dele era de que faltam condições de estocagem e que a medida também pode gerar problemas futuros de comercialização. Como o senhor vê essa questão?

Marcelo Lopes - O problema de estocagem realmente existe, principalmente em Santa Catarina, onde há muito pouco espaço para estocar esses produtos. Mas se não trabalharmos para que isso ocorra, o governo por si só não vai tomar essa decisão. Ou fazemos isso acontecer - e pressionamos o governo a tomar as medidas necessárias para criá-la - ou vamos viver sempre este mesmo problema. A ABCS já fez um relatório técnico que demonstra que a PGPM é viável economicamente. É muito pouco o valor a ser despendido em vista do preço mínimo do milho e outros produtos. Sob o ponto de vista técnico a criação da PGPM é possível. O que precisa é vontade política e vamos agir dentro das legalidades para que possamos viabilizar esse mecanismo.

SI - Que perspectivas o senhor enxerga para o setor em 2012?

Marcelo Lopes - Acredito que teremos uma melhora, só que uma melhora muito lenta. É somente no segundo semestre que começo a vislumbrar uma recuperação para o setor. O problema é que o suinocultor não pode esperar. A produção não aguenta, os produtores não aguentam esperar. Eu vejo que, aos poucos, a carne suína vai tomando o espaço necessário dentro do País, até por que é a carne mais consumida no mundo. As condições são favoráveis ao consumo de carne suína no Brasil: há aumento de renda entre a população; o preço da carne bovina se internacionalizou e não vai voltar; o consumo de carne de frango já é alto, perto de 50 quilos per capita. Tudo isso faz da carne suína uma boa opção para o consumidor brasileiro. Agora, temos que estar preparados para abastecer o mercado. Se não implementarmos essas medidas emergenciais para garantir a produção, vamos ter desabastecimento. Por quê? Porque da forma como as coisas estão dadas o produtor não aguenta por muito tempo. E nós já estamos com um problema muito grave porque os produtores independentes, que sofrem mais com a crise, já que não estão associados à uma agroindústria, estão sumindo. E os independentes, querendo ou não, mantêm o abastecimento de Estados importantes como São Paulo e Minas Gerais.

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