sexta-feira, 27 de maio de 2011

Déficit externo cai para US$3,488 bi com remessas de lucros menores

Déficit externo cai para US$3,488 bi com remessas de lucros menores

Autor(es): agência o globo: Patrícia Duarte
O Globo - 26/05/2011
BRASÍLIA. Com a melhora na balança comercial e uma desaceleração nas remessas de lucros e dividendos, o saldo brasileiro em transações correntes fechou abril negativo em US$3,488 bilhões, melhor do que esperava o Banco Central (BC), que projetava déficit de US$5,2 bilhões. Em abril de 2010, o rombo foi de US$4,616 bilhões. Para especialistas, esse cenário deve continuar e, por isso, as contas externas não preocupam.
A conta corrente, já deficitária em US$18,119 bilhões em 2010, registra as operações de troca de bens e serviços do país com o exterior e compõe com a conta financeira (investimentos) o balanço de pagamentos.
- O quadro da balança comercial ainda é favorável, com os preços das commodities em um bom patamar - lembra o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa.
A melhora do desempenho da balança comercial também ajudará a segurar pioras mais acentuadas nas transações correntes, que, em maio, devem ter um déficit de US$3,75 bilhões, segundo projeção do BC. Em abril, a balança comercial veio positiva em US$1,863 bilhão, acumulando US$5,032 bilhões no ano.
Gastos líquidos com viagens são de US$1,404 bilhão
O desempenho das contas no mês passado também foi influenciado pelas remessas de lucros e dividendos para as matrizes de multinacionais no Brasil. Elas somaram US$2,117 bilhões, abaixo dos US$3,346 bilhões de um ano antes. Apesar do número menor, o chefe do Departamento Econômico do BC, Túlio Maciel, argumentou que o desempenho de abril foi isolado e que, em maio, os envios de recursos se intensificaram. Até ontem, já eram US$3,227 bilhões.
Os gastos líquidos com viagens internacionais (despesas lá fora menos desembolsos no Brasil) também pesaram em abril: US$1,404 bilhão, recorde mensal absoluto em toda a série histórica do BC, iniciada em 1947. Em maio, até ontem, o déficit estava em US$824 milhões, com receitas de US$418 milhões e despesas de US$1,242 bilhão.
Já os gastos feitos por turistas brasileiros no exterior ficaram em US$1,943 bilhão. Em maio, até ontem, já haviam recuado a US$1,242 bilhão - queda de 36%, que, segundo Maciel, indica reflexo do aumento no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), de 2,38% para 6,38%, para compras com cartão de crédito.
- Ainda precisamos olhar com mais cuidado, mas sem dúvida é um arrefecimento importante - afirmou Maciel.
Apesar do rombo nas transações correntes, mais uma vez o Investimento Estrangeiro Direto (IED) compensou o mau desempenho, com saldo positivo de US$5,512 bilhões no mês passado. No ano, o IED totaliza US$22,985 bilhões. A projeção do BC para o ano é de US$55 bilhões.
Os investimentos em papéis domésticos e ações somaram US$156 milhões no período - um ano antes eram de US$4,559 bilhões -, consequência de medidas oficiais, como a alta do IOF para 6% sobre investimento estrangeiro em renda fixa e para empréstimo externo feito com prazo inferior a dois anos, e que caiu de média mensal, entre janeiro e março, de US$8,497 bilhões para US$3,942 bilhões em abril.

Queda de remessas melhora déficit externo

Valor Econômico - 26/05/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/5/26/queda-de-remessas-melhora-deficit-externo
Uma queda brusca nas remessas de lucros e dividendos das multinacionais, de 37% no mês, provocou uma inesperada melhora no déficit em conta corrente do país no mês passado. O saldo das transações correntes ficou negativo em US$ 3,488 bilhões, abaixo da previsão inicial do Banco Central (BC), que era de US$ 5,2 bilhões, e também da expectativa dos analistas, que girava em torno de US$ 4,5 bilhões. As empresas estrangeiras com filiais no Brasil mandaram para o exterior US$ 2,117 bilhões em lucros e dividendos em abril, uma queda de US$ 37% em relação ao mesmo mês do ano passado e de 25% quando comparado ao ritmo registrado no começo desse ano.
Mesmo com o recuo em abril, os ganhos das multinacionais continuam em patamar elevado. No primeiro quadrimestre do ano, os lucros enviados às matrizes no exterior somaram US$ 10,515 bilhões, recorde histórico para o período, de acordo com os dados do BC.
Segundo Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, ainda é cedo para avaliar se esse repique nas remessas será uma tendência, já que os lucros e dividendos voltaram a crescer em maio, atingindo US$ 3,227 bilhões até ontem, praticamente o mesmo ritmo registrado nos primeiros três meses do ano.
Maciel ressalta ainda que, além das remessas terem recuado, o saldo comercial elevado também contribuiu para a melhora das transações correntes. A balança comercial registrou superávit de US$ 1,863 bilhão no mês, alta de 45% sobre abril do ano passado.
Por outro lado, ponderou Maciel, os gastos no exterior dos turistas brasileiros bateram novamente recordes históricos, somando US$ 1,404 bilhão no mês e US$ 4,330 bilhões no ano. Em maio, os dados preliminares apontam ligeiro recuo, caindo para US$ 824 milhões até o dia 25. Parte disso pode ser creditado à alta do IOF sobre as compras com cartões de crédito, que foi a 6% desde o dia 26 de abril.
O Investimento Estrangeiro Direto (IED) manteve o ritmo forte dos meses anteriores e foi suficiente, mais uma vez, para cobrir todo rombo externo, US$ 4,320 bilhões. Em apenas quatro meses, o IED chegou a US$ 31,658 bilhões, contra US$ 18,199 bilhões de déficit em transações correntes no mesmo período, o equivalente a 2,39% do PIB.
Na avaliação da equipe econômica do Bradesco, as perspectivas para ingresso de IED continuam favoráveis, ainda que possa ser registrada alguma moderação nos próximos meses. "Continuamos avaliando que o déficit em conta corrente continua financiável, uma vez que ficará estável como proporção do PIB e tem sido financiado por investimentos produtivos, fruto de uma percepção positiva do mundo em relação ao Brasil", diz o diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Banco, Octavio de Barros.

Estrangeiro reduz aplicação em títulos e ações e migra para IED

Autor(es): Fernando Travaglini | De Brasília
Valor Econômico - 26/05/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/5/26/estrangeiro-reduz-aplicacao-em-titulos-e-acoes-e-migra-para-ied
 
Tentando fugir das amarras que o governo impôs à entrada de capital, os investidores estrangeiros estão alterando seus portfólios, mas continuam trazendo dólares para o país. Houve uma forte redução das aplicações em títulos e ações, com migração para o investimento estrangeiro direto (IED). Por outro lado, as captações externas de curto prazo minguaram desde abril, quando a alíquota do IOF pulou para 6%.
As captações das empresas brasileiras no exterior por meio de títulos e empréstimos recuaram desde a adoção do imposto para emissões abaixo de dois anos. A média mensal passou de US$ 8,497 bilhões, entre janeiro e março deste ano, para US$ 3,454 bilhões nos meses de abril e maio (até o dia 20), segundo dados fornecidos pelo Banco Central (BC).
"As captações foram afetadas pelo aumento do IOF. Houve redução dos fluxos e uma migração para modalidades de longo prazo", afirma Tulio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, em um movimento considerado positivo. "As empresas estão trocando dívida de curto para longo prazo", diz. De fato, a parcela de curto prazo, que representou entrada líquida de US$ 15,789 bilhões no primeiro trimestre, praticamente desapareceu. Em abril e maio, o BC registrou o repagamento (saída líquida de recursos do país) de US$ 6,748 bilhões (até o dia 20).As companhias continuaram captando, mas o destino dos recursos foi linhas de empréstimos acima de um ano, que registraram aumento de mais de 100% em termos de volume, para uma média mensal de US$ 6,828 bilhões (até o dia 20 de maio). Com relação à aplicação dos recursos externos, os investimentos em títulos públicos e privados, além da compra de ações em bolsa de valores apresentaram forte queda no ano, de 19,3%, nos primeiros quatro meses em comparação com mesmo período do ano passado. O saldo até abril é de US$ 12,320 bilhões.
O dinheiro passou para a atividade produtiva (investimento estrangeiro direto), cujo volume já se aproxima, em maio, de todo o montante registrado no ano passado. O IED no ano chega a US$ 34,380 bilhões (incluindo os dados de maio até o dia 25), contra US$ 36,919 bilhões em 2010.
Parte da enxurrada de dólares ao país pode ser creditado ao excesso de liquidez internacional, diz Maciel, mas quando se trata de IED o fator mais relevante é a condição macroeconômica do país, que é positiva. Ele negou que haja recursos travestidos de IED e que estejam sendo aplicados em outras modalidades para burlar a cobrança do IOF. "Não temos indícios nas nossas estatísticas (que de os recursos que entram para IED sejam direcionados para outras aplicações)", diz.
A partir dos dados do fluxo cambial fica evidente que os dólares continuam rumando para o país de forma abundante. O saldo da movimentação de moeda estrangeira, até o dia 23, está positivo em US$ 8,337 bilhões, somando US$ 45,47 bilhões no ano - quase o dobro do volume registrado ao longo de todo o ano passado (US$ 24,354 bilhões).
As estatísticas do câmbio contratado também apontam para uma mudança na postura dos agentes. O grande responsável pela bonança de dólares em abril e maio foi a conta comercial, que contabiliza os dados dos contratos de exportação e importação. Nessa linha, o fluxo soma US$ 8,669 bilhões, nos últimos dois meses, enquanto o saldo da conta financeira foi bem menor, de US$ 1,208 bilhão entre abril e maio.
A maior contribuição tem vindo dos adiantamentos dos contratos de câmbio (ACC), que somaram US$ 8,982 bilhões nesse período, com as empresas aproveitando os recursos externos baratos para obter ganhos financeiros no mercado interno.

IED volta a superar déficit na conta-corrente

Autor(es): Adriana Fernandes e Fabio Graner
O Estado de S. Paulo - 26/05/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/5/26/ied-volta-a-superar-deficit-na-conta-corrente
 
Pelo terceiro mês consecutivo, o saldo de Investimento Estrangeiro Direto (IED), recursos externos direcionados para a produção no Brasil, superou o déficit na conta-corrente do balanço de pagamentos, que registra todas as transações de bens, serviços e rendas do País com o exterior.
De acordo com dados divulgados ontem pelo Banco Central, o IED teve saldo positivo de US$ 5,51 bilhões em abril, recorde para o mês na série iniciada em 1947 e acima do esperado pelo BC. Enquanto isso, o rombo na conta-corrente ficou em US$ 3,49 bilhões, abaixo do esperado pela autoridade monetária por causa do bom desempenho da balança comercial e da menor remessa de lucros ao exterior.
Com o resultado de abril, o primeiro quadrimestre de 2011 e o saldo em 12 meses no IED registraram recordes na série e mais que compensaram o saldo negativo nas contas externas. O governo e os analistas consideram que a situação do País é mais saudável quando o déficit externo é coberto em sua totalidade pelo investimento direto, que é uma fonte de dólares de longo prazo, que não sai a qualquer solavanco no mercado financeiro.
O chefe do departamento econômico do Banco Central, Túlio Maciel, atribuiu o resultado "significativo" do IED aos bons fundamentos da economia. Segundo ele, o resultado converge com a projeção de US$ 55 bilhões de ingressos para o ano.
Oportunidades. Para o economista da Tendências Consultoria Silvio Campos Neto o forte desempenho do investimento direto no Brasil está relacionado ao fato de o País estar crescendo mais que a maioria dos países e ter muitas oportunidades de negócios. Ele lembrou que desde setembro do ano passado o IED tem vindo forte.

Rombo de US$ 18,1 bi

Correio Braziliense - 26/05/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/5/26/renda-fixa-puxa-captacao-de-carteiras-em-maio
 

O rombo nas contas externas do país chegou a US$ 18,1 bilhões no acumulado dos primeiros quatro meses do ano, montante 9,3% maior do que o registrado em igual período de 2010. Em abril, o deficit foi de US$ 3,4 bilhões e surpreendeu positivamente o mercado, que esperava algo em torno de US$ 4,7 bilhões. O resultado melhor do que o previsto, segundo especialistas, deveu-se a uma menor quantidade de remessas de lucros e dividendos ao exterior por empresas multinacionais com atuação no país.
Mas, ainda que o ritmo de expansão do deficit tenha moderado, o Banco Central estima que, no fim do ano, o buraco nas contas externas chegará a US$ 60 bilhões, o maior valor já registrado pela autoridade monetária.
Não fosse a forte atração que o Brasil tem exercido sobre investidores estrangeiros, que, apenas de janeiro a abril, despejaram US$ 22,9 bilhões no setor produtivo nacional, o país estaria enfrentando dificuldades para financiar seu desenvolvimento, além de uma forte valorização do real devido à escassez de dólares na economia. Entretanto, o cenário é de bonança. Além dos bilhões em investimento direto, o país recebeu do exterior, neste ano, mais US$ 8,6 bilhões em aplicações em títulos de renda fixa e em bolsa de valores.
Para Bruno Lavieri, analista da Consultoria Tendências, o Brasil não tem com o que se preocupar por enquanto, pois todo o rombo nas contas externas está coberto por investimentos estrangeiros. “O deficit está acelerando, mas não é necessariamente um problema. Ele está de acordo com o modelo adotado no Brasil, de crescer baseado em poupança externa, já que não temos recursos internos suficientes para bancar nosso desenvolvimento”, explicou.

US$ 1,4 bilhão no exterior

Autor(es): » Victor Martins
Correio Braziliense - 26/05/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/5/26/us-1-4-bilhao-no-exterior
 

Beneficiados pelo dólar baixo, brasileiros registram, em abril, gastos recordes em viagens para fora do país. Em quatro meses, despesas deixaram deficit de US$ 4,3 bi

Comprar no exterior tornou-se uma febre incontrolável para os brasileiros. Apenas em abril, os turistas gastaram em solo estrangeiro US$ 1,4 bilhão e protagonizaram um novo recorde da série histórica do Banco Central, iniciada em 1947. O maior valor havia sido registrado em outubro de 2010, quando as despesas fora do país atingiram a marca de US$ 1,2 bilhão.

O número surpreendeu especialistas, já que abril é, tradicionalmente, um mês de poucas viagens internacionais
. O dólar em patamar baixo frente ao real, a renda ainda em alta e a ascensão de 30 milhões de pessoas à classe média nos últimos oito anos são apontados como as principais justificativas para dados tão expressivos.

Pelos cálculos do Departamento de Comércio dos Estados Unidos, em 2016, o Brasil será a terceira economia do mundo que mais enviará turistas para aquele país. Também será o sexto na posição dos que deixam dinheiro por lá. A expectativa dos norte-americanos é de que o número de brasileiros que visitam os EUA avance 150% no período. Esse contigente gastará US$ 3 bilhões por ano em passeios e, principalmente, em compras de eletrônicos. Segundo os técnicos do Departamento de Comércio, os preços desses produtos são melhores nos EUA do que no Brasil.

“A conta de viagens tem surpreendido bastante. Ela pode não definir para que lado vão os resultados das transações correntes do Brasil com o mundo, mas o valor gasto lá fora tem ficado sempre acima do esperado por especialistas”, avaliou Bruno Lavieri, analista da Consultoria Tendências. Segundo Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, também no primeiro quadrimestre do ano, as despesas dos brasileiros lá fora foram recordes para o período.

O rombo nessa conta chegou a US$ 4,3 bilhões, volume 76% superior ao do ano passado. “Esses dados, porém, ainda não incorporam o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nas compras em cartões de crédito no exterior, para 6,38% (desde 26 de abril ) ”, observou.

Para maio, os números preliminares indicam um arrefecimento nos gastos. Enquanto os estrangeiros que visitam o Brasil despejaram US$ 418 milhões aqui até 25 de maio, os brasileiros desembolsaram US$ 1,2 bilhão — deixando um deficit de US$ 824 milhões, número 41,3% menor que o de abril. A dúvida é se esse movimento se deu pelo fato de o mês ser de baixa temporada ou se foi efeito do IOF nas compras com cartão.

Muda perfil da dívida externa
O Banco Central obteve sucesso ao impor o pagamento de 6% de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos empréstimos realizados no exterior com vencimento inferior a dois anos. Segundo Túlio Maciel, chefe do Departamento Econômico do BC, o perfil da dívida brasileira lá fora mudou depois dessa medida. As empresas e bancos estão trocando os débitos de curto prazo pelos de longo. No caso das instituições financeiras, os empréstimos com vencimentos acima de um ano, considerados de longo prazo, cresceram 7,3% entre março e abril. Os de curto prazo, de menos de 12 meses, encolheram 4,8%. As empresas seguiram a mesma estratégia e estenderam os vencimentos de seus financiamentos lá fora. A dívida externa total do país cresceu 2% em abril e chegou a US$ 282,4 bilhões.

Nenhum comentário:

Postar um comentário