sexta-feira, 27 de maio de 2011

Renda média real do trabalhador cai nas regiões metropolitanas

Autor(es): Francine De Lorenzo | De São Paulo
Valor Econômico - 26/05/2011
 

Há cinco meses a renda média real do brasileiro vem caindo, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), realizada em sete regiões metropolitanas do país. Entre fevereiro e março, a diminuição do rendimento médio dos assalariados foi de 1,9%, ficando em R$ 1.422, enquanto para os ocupados a queda foi de 1,2%, para R$ 1.371. A pesquisa é feita pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e em parceria com outras entidades.
O encolhimento da renda real nos últimos meses, de acordo com as entidades, reflete uma combinação de fatores que inclui o avanço da inflação e as novas contratações com salários menores. "A inflação está corroendo o poder de compra da população em todas as regiões do país. Isso é preocupante porque já vimos como é importante termos um mercado interno forte. Foi isso que nos sustentou durante a crise global", ressalta Patrícia Lino Costa, economista do Dieese.
O coordenador de Análise da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), Alexandre Loloian, avalia que é preciso ponderar as ações de controle da inflação para que elas não atrapalhem a geração de emprego e renda. "Ninguém quer inflação alta, mas se não tivermos cuidado com as medidas, poderemos prejudicar o mercado de trabalho e desencadear um processo recessivo. É fácil provocar recessão, o difícil é sair dela", afirma.
Em abril, a taxa de desemprego do grupo formado pelas sete regiões estudadas pelo Dieese e seus parceiros (Belo Horizonte, Fortaleza, Porto Alegre, Recife, Salvador, São Paulo e Distrito Federal) ficou em 11,1%, abaixo dos 11,2% de março e dos 13,3% contabilizados um ano antes. Em São Paulo, o indicador foi de 11,2%, o menor patamar para o quarto mês do ano desde 1990, quando a taxa de desemprego foi de 10,6%.
Ainda assim, o percentual é considerado alto pelos responsáveis pela pesquisa. "Em alguns setores, há falta de mão de obra qualificada para o preenchimento de vagas, mas no geral o que vemos é muita gente desempregada e baixos salários", ressalta Loloian.

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