sábado, 21 de maio de 2011

Setor rural defende que Mercosul amplie produção agrícola

Marina Guimarães
Documento foi apresentado nesta sexta, dia 20, em reunião agrícola do G-20
A Federação de Associações Rurais do Mercosul (Farm) defende a ideia de que os países do bloco aproveitem a valorização dos preços da commodities agrícolas para produzir mais não só para atender o mercado interno como a demanda global.

Em documento apresentado nesta sexta, dia 20, na reunião agrícola do G-20, que acontece em Buenos Aires, a entidade também discute aspectos sanitários e as negociações entre Mercosul e União Europeia. Esse documento já havia sido encaminhado aos ministros do Mercosul no encontro do Conselho de Agricultura do Sul (CAS), em abril.

A Farm apresenta uma série de recomendações "sobre os
delineamentos de políticas coordenadas no âmbito do Mercosul ampliado (além dos sócios plenos - Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai, os associados Bolívia e Chile), orientadas a manter o abastecimento regional e, ao mesmo tempo, aproveitar as oportunidades que se apresentam para nossas economias no mercado mundial"

A entidade considera que o cenário internacional pode ajudar a consolidar o desenvolvimento econômico e social da região, desde que os governos adotem políticas públicas orientadas ao estímulo de todo o potencial produtivo disponível do produtor para aumentar a oferta. De acordo com o texto, a melhor forma de garantir ao mundo a disponibilidade de alimentos é a partir de uma maior produção e mais comércio. 

– Este é um desafio que enfrentamos como produtores e estamos dispostos a encarar – disse o presidente da Farm e das Confederações Rurais Argentinas (CRA), Mario Llambias, que apresentou o documento.

A proposta contém os seguintes pontos: o estímulo ao comércio como parte da solução do problema; as negociações econômicas internacionais; as políticas púbicas para aumentar os investimentos e melhorar a produtividade do setor agropecuário; o desenvolvimento de sistemas de informação de mercados; a importância dos mercados a futuros; o uso de políticas de transferências monetárias; os microcréditos aos pequenos produtores e os investimentos setoriais.

O documento afirma que "os fatores climáticos adversos, a limitação das exportações por parte de alguns países, e as flutuações das moedas que distorcem os mercados são as causas da tendência de alta dos preços internacionais dos produtos primários, e contribuíram para o desequilíbrio entre a oferta e a demanda".

Também ressalta que a baixa dos estoques internacionais e o estancamento da oferta mundial de alguns cultivos e a demanda global crescente de alimentos, devido ao aumento de renda e do consumo, são outros fatores que influenciam nos preços. O documento da instituição diz ainda que o impacto da crise política do mundo árabe e as consequências econômicas derivadas do terremoto do Japão somam-se ao contexto de alta dos preços.
 

– Os países da região, cuja atividade econômica principal se centra na produção e exportação de alimentos, fibras e biocombustíveis ao mundo, se encontram diante de uma grande oportunidade, como consequência da melhora dos preços dos produtos que oferecemos – disse Llambias.

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