terça-feira, 24 de maio de 2011

Dívida pública cresce em abril e vai a R$1,7 trilhão

Autor(es): Adriana Fernandes e Renata Veríssimo
O Estado de S. Paulo - 24/05/2011
A dívida pública federal, que inclui o endividamento do governo federal em títulos no mercado interno e externo, bateu em abril a marca de R$ 1,7 trilhão, com um aumento de R$ 39,63 bilhões num único mês. De março para abril, a dívida saltou de R$ 1,69 trilhão para R$ 1,73 bilhão. Boa parte desse crescimento - R$ 14,31 bilhões - refletiu a correção dos juros no estoque da dívida.

Com as melhores condições do mercado doméstico, o Tesouro Nacional também aproveitou a demanda maior dos investidores para vender mais títulos prefixados, papéis com taxa definida na hora do leilão e considerados melhores para a administração da dívida. Foram vendidos R$ 25,32 bilhões de títulos a mais do que os regastes dos papéis que venceram ao longo do mês. Em abril, o Tesouro fez a maior emissão de títulos nos seus leilões semanais desde 2006: R$ 47,84 bilhões.

Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro, Fernando Garrido, essa maior venda de títulos foi favorecida pela redução da volatilidade do mercado e queda das taxas de juros pedidos pelos investidores para comprar os títulos prefixados do governo. Na sua avaliação, o mercado financeiro está mais confortável com o retorno da inflação às taxas esperadas. Para ele, essa é a razão pela qual as taxas de juros dos papéis prefixados terem recuado desde abril, tendência que permanece em maio.

Apesar da queda dos juros dos papéis prefixados, o custo da dívida tem sido pressionado pelo aumento da Taxa Selic e dos índices de inflação, que corrigem os títulos públicos. Em abril, o custo médio da dívida interna em títulos, chamada de DPMFi, acumulado em 12 meses subiu de 12,15% para 12,24% ao ano, valor acima do atual patamar da taxa Selic, de 12%.

Fora da meta. Os dados do Tesouro divulgados ontem também mostraram que o governo terá trabalho pela frente para colocar os indicadores da dívida dentro das metas definidas no Plano Anual de Financiamento (PAF), documento feito anualmente que define a estratégia de administração da Dívida Pública Federal. A parcela de prefixados no total da divida fechou abril em 34,81%, patamar abaixo da banda mínima da meta definida para esse indicador, fixada entre 36% e 40%.

A parcela corrigida pela Selic também está fora da meta, estabelecida entre 28% e 32%, e atingiu em abril 32,13%. Esses dois indicadores são centrais para gestão da dívida
. O Tesouro quer justamente diminuir a parcela da dívida corrigida pela Selic - que traz riscos no caso de aumentos bruscos dos juros básicos pelo BC - e expandir a participação de títulos prefixados, mais previsíveis para a gestão.

Em abril, a parcela de títulos em mãos dos estrangeiros no total da dívida voltou cair, passando de 11,38% para 11,29%, como reflexo do aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para aplicações em renda fixa.

Segundo Garrido, "a tendência é que haja uma elevação gradual do volume" de títulos públicos nas mãos de estrangeiros, mas isso não deve se refletir na elevação da participação dos investidores estrangeiros no total do estoque.

Tesouro direto
O programa Tesouro Direto teve em abril a maior captação mensal desde o início do programa em 2002. As emissões somaram R$ 274,22 milhões, e os resgates totalizaram R$ 54,18 milhões.

Dívida federal atinge R$1,734 trilhão

Autor(es): agência o globo: Martha Beck
O Globo - 24/05/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/5/24/divida-federal-atinge-r-1-734-trilhao

BRASÍLIA. A dívida pública federal em títulos cresceu quase R$40 bilhões em abril e fechou o mês em R$1,734 trilhão. Segundo dados divulgados ontem pelo Tesouro Nacional, o aumento se deveu principalmente a uma emissão líquida de papéis de R$25,32 bilhões, mas também à incorporação de juros que corrigem o estoque e que somaram R$14,31 bilhões no período. Somente a dívida interna ficou em R$1,653 trilhão, enquanto a externa acumulou R$81,6 bilhões.

Tradicionalmente, abril é um mês que concentra vencimentos de títulos da dívida interna. Isso leva o Tesouro a resgatar papéis e reduzir o estoque. No entanto, este ano o quadro foi diferente: o governo resgatou apenas R$26,79 bilhões e emitiu R$52,74 bilhões. Segundo o coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, houve uma forte procura dos investidores pelos títulos do governo.

- Abril foi um mês positivo para a emissão de títulos públicos. O mercado ficou mais confortável com o comportamento da inflação e deixou de pedir taxas tão elevadas
- disse Garrido.


Ele lembrou ainda que o total emitido em ofertas públicas em abril (R$47 bilhões) foi um recorde histórico:

- Isso se deve ao fato de o mês passado ter tido cinco semanas
- afirmou.


Fatia de estrangeiros volta a crescer e chega a R$186 bi

De acordo com o Tesouro, os títulos prefixados aumentaram sua participação na dívida em abril, passando de 34,56% do total em março para 34,81% no mês passado. Já os remunerados por taxas flutuantes (como a Selic) caíram de 32,34% para 32,13% no mesmo período. A participação dos papéis corrigidos por índices de preços, por sua vez, subiu de 28,33% para 28,54% do total
.

Apesar das medidas do governo para conter a entrada de dólares no país, os investidores estrangeiros continuam procurando os títulos brasileiros. Segundo o relatório, a participação desses aplicadores no estoque subiu de R$183,31 bilhões em março para R$186,6 bilhões em abril.

- De setembro para cá, houve uma parada expressiva nos investimentos estrangeiros de curto prazo. Mas a tendência continua ser a de um aumento gradual na participação desses aplicadores na dívida
- disse o coordenador.

Dívida pública vai a R$ 1,7 tri

Autor(es): » Rosana Hessel
Correio Braziliense - 24/05/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/5/24/divida-publica-vai-a-r-1-7-tri
 
Apesar de resultado ruim, S&P eleva perspectiva de nota do Brasil de estável para positiva


O governo brasileiro continua recorrendo ao mercado financeiro para cobrir seus excessos de gastos. Somente em abril, a dívida pública federal aumentou R$ 36,9 bilhões (2,34%), atingindo a cifra recorde de R$ 1,73 trilhão. Esse número deixou os analistas em alerta, uma vez que o Tesouro Nacional se diz comprometido em manter as finanças do país sob controle.

A perspectiva era de um avanço menor no endividamento ou, na melhor das hipóteses, uma estabilidade. A agência de classificação de risco Standard & Poor’s deu, porém, um voto de confiança e elevou a perspectiva da nota (rating) do Brasil de “estável” para “positiva”, citando a expectativa de que o custo da dívida do país seja reduzido.

Para bancar a gastança, o Tesouro emitiu R$ 47,8 bilhões em títulos, dos quais R$ 14,3 bilhões para cobrir despesas com juros, que estão em alta desde janeiro, com o intuito de conter um novo surto inflacionário
.

O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública, Fernando Garrido, tentou minimizar os números.

Segundo ele, o que houve foi uma “demanda” maior por títulos do governo. “Em abril, fizemos cinco leilões de títulos pré-fixados (com rentabilidade definida no ato da operação), quando o comum são quatro. Além disso, as condições para a emissão foram positivas”, disse.

Na avaliação do economista Frederico Turolla, da Consultoria Pezco, o sinal é de alerta. “O aumento da dívida reflete que o governo está sendo obrigado a captar cada vez mais recursos no mercado, independentemente da alta dos juros, para fazer frente às despesas, que estão em disparada, e aos aportes ao BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social)”, afirmou. “O volume da dívida está muito elevado faz tempo, e isso é um risco grande, pois boa parte do endividamento é de curtíssimo prazo”, completou.

A fatia da dívida correspondente a títulos corrigidos pela taxa básica de juros (Selic), não considerando os contratos de swap cambial (usados pelo Banco Central para conter a queda do dólar), ficou em 32,13%, pouco abaixo dos 32,24% de março, mas acima da meta fixada pelo Tesouro, entre 28% e 32%. A participação dos papéis indexados à inflação passou de 28,33% para 28,54%. “O fato de a dívida pública aumentar é negativo e destaca a necessidade do governo de controlar os gastos”, comentou o economista-sênior para a América Latina da Economist Intelligence Unit (EIU), Robert Wood.

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