Valor Econômico - 30/05/2011 |
Se a década de 2000 foi puxada pelo aumento do emprego - mais de 16 milhões de vagas com carteira assinada foram criadas no período - e da renda - o salário mínimo saltou 70,3%, em termos nominais, entre 2001 e 2010 - a década de 90 foi marcada pelo acelerado ganho de produtividade na economia. Segundo economistas e especialistas em mercado de trabalho, as últimas duas décadas foram complementares no Brasil. A década de 90 começou, logo no primeiro ano, com a abertura econômica promovida pelo então presidente Fernando Collor. As importações, antes altamente taxadas ou mesmo proibidas em determinados setores (como na informática), passaram a ser incentivadas e mesmo o carro nacional passou a ser chamado de "carroça" pelo presidente - que sofreria impeachment em dezembro de 92. A inflação, que atingiria 2.477% em 1993, não facilitava o trabalho das empresas nacionais, que passaram a competir com importados que vinham de países sem inflação. Entre julho de 1994 e janeiro de 1999, o país viveu sob regime de câmbio fixo, com o dólar mantido em torno de R$ 1,00 - o que tornava o importado ainda mais barato. "A única forma de sobreviver era por meio de enormes ganhos de produtividade", diz João Saboia, economista da UFRJ e especialista em mercado de trabalho. Na região do ABC paulista, tradicional polo da indústria automobilística no país, trabalhavam 159,2 mil metalúrgicos em 1989, número que caiu a 79,2 mil operários em 1999 - hoje são 105 mil. "Não há risco", diz Saboia, sobre o fato de, nos últimos anos, os salários médios reais crescerem muito acima da produtividade. Na sua avaliação, os salários "estão apenas equilibrando os ganhos de produtividade dos anos 90", diz. |
terça-feira, 31 de maio de 2011
Nos anos 90, ganho de eficiência foi forte
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