domingo, 7 de agosto de 2011

Políticas para a nova classe média

W. MOREIRA FRANCO


A nova classe média é um ativo econômico e social: nos ajudou a superar as crises e sustentará as bases para que sejamos a quinta economia do mundo


Amanhã, a presidenta da República, Dilma Rousseff , abrirá o seminário Políticas Públicas para a Nova Classe Média, organizado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE). A presença da presidenta mostra, desde já, o interesse de todo o governo em enfrentar um novo e enorme desafio: garantir que a ascensão, na última década, de quase 30 milhões de homens e mulheres para a classe C seja um caminho sem volta.
Esse fenômeno é, certamente, o principal legado do governo Lula.
Hoje, temos milhões de pessoas que abriram conta em banco pela primeira vez, compram a prazo, têm acesso a financiamentos.
Essa mobilidade social foi alcançada graças a programas de inclusão bem executados e à política econômica dos últimos anos, que combinou crescimento e distribuição de renda.
É por isso que conquistamos, também, o recorde mundial de redução da desigualdade social.
Os efeitos econômicos e sociais dessa nova classe média são claros tanto para o setor público como para o privado. O mercado, já há algum tempo, voltou-se para o atendimento, com produtos e serviços diferenciados, das necessidades dessas pessoas.
O mundo da política também se movimenta para entender essa classe emergente, que pode ser encarada como um novo personagem político no cenário eleitoral brasileiro. Possivelmente, na eleição de 2014, o número de jovens desse segmento social formará um eleitorado maior que a soma dos eleitores das classes A e B.
Mais informadas e mais participativas, as pessoas que deixaram a pobreza para trás têm, agora, novas e variadas aspirações.
Esses milhões de brasileiras e brasileiros demandam mais educação; qualificação profissional; oportunidades de empregos; redução da burocracia que trava, principalmente, os microempreendedores; modernização da legislação trabalhista; mais infraestrutura.
A nova classe média exige novas atitudes de quem tem responsabilidades executivas e legislativas e pode exercer influência decisiva no rumo político e econômico do país. É preciso, portanto, entendê-la.
O seminário que a SAE promoverá com economistas, cientistas sociais e políticos vai responder a perguntas muito bem definidas. Quem são essas pessoas? Quais os valores que elas carregam? Como conseguiram superar a pobreza?
As respostas dos melhores pensadores brasileiros e estrangeiros a essas perguntas vão servir de base a uma nova geração de políticas públicas, capazes tanto de intensificar o processo de ascensão social como também de incluir ainda mais brasileiros no mercado de consumo.
Mesmo que o Brasil ainda se mostre em situação confortável em um contexto internacional preocupante, temos que estar preparados para consolidar as nossas conquistas recentes. Na SAE, estamos empenhados em formular políticas públicas que impeçam essas pessoas de regressarem à pobreza.
Trata-se de viabilizar o futuro do país. A nova classe média tornou-se um ativo econômico e social: ela nos ajudou a superar as crises recentes e é quem vai sustentar as bases para que nos tornemos a quinta maior economia do mundo.

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