domingo, 7 de agosto de 2011

América Latina pode erradicar a fome até 2025, afirma novo diretor-geral da FAO

4/8/2011
Erradicar a fome até 2025 é uma meta viável para os países da América Latina, na avaliação do recém-eleito diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano.
A reportagem é de Yara Aquino e publicando Agência Brasil, 03-08-2011.
“A meta para o milênio [meta proposta pela Organização das Nações Unidas] é reduzir pela metade o número de famintos até 2015. Será muito difícil alcançar essa meta para boa parte dos países, sobretudo os mais pobres. A América Latina tem meta de erradicar a fome em 2025, o que acho perfeitamente viável”, disse ao participar de reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea).
Como representante regional da FAO para a América Latina e o Caribe, posto que assumiu em 2006, José Graziano conseguiu que os países da América Latina fossem os primeiros a assumir o compromisso de erradicar a fome até 2025.
Graziano observou que alguns governantes, em especial os de países onde não há um sistema democrático, não têm o interesse de acabar com a fome. Mudar a realidade nesses países é um dos desafios apontado por ele para sua gestão à frente da FAO, que começa em janeiro de 2012. “Alguns países se assentam nessa exclusão social para manter o domínio de uma minoria, por isso que digo que acabar com a fome não interessa a todos, por que ela pode modificar governos. Acho que chegar a um sistema democrático também é uma pré-condição para acabar com a fome”, disse.
A eleição de José Graziano para a diretoria-geral da FAO ocorreu em junho. Com o apoio do governo brasileiro, Graziano foi eleito com 92 dos 180 votos e ocupará o cargo no período de janeiro de 2012 a julho de 2015
Ele atribui a escolha de um brasileiro para o cargo à mudança na imagem que o Brasil adquiriu no exterior. “Acho que essa foi a grande razão da vitória: a expectativa que o Brasil representa hoje no mundo de encontrar um novo caminho de desenvolvimento. O Brasil é visto como um país que pode fazer a ponte para os países que estão em desenvolvimento com uma proposta diferente dos que estão lá, os desenvolvidos.”

Novo diretor da FAO diz que Brasil pode promover expansão da agropecuária pelo mundo

Contribuições do país seriam no combate ao greening, recuperação de pastagens e produção de biocombustíveis

Agência Estado
Ayr Aliski
O novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano, defendeu que os países de renda média (como Brasil, Argentina e Chile) assumam o papel de difusores de novas tecnologias para promover a expansão da agropecuária pelo mundo e, assim, combater a fome.
– Esses países talvez não possam atuar como doares financeiros, mas como prestadores de assistência técnica – disse Graziano.
Segundo o novo diretor da FAO – que assume o posto no começo do ano que vem –, o Brasil tem contribuições substanciais a oferecer em pelo menos três áreas: combate ao greening, que afeta a citricultura; recuperação de pastagens degradadas; e produção de biocombustíveis.
Graziano, que chegou nesta segunda, dia 1º, a Brasília, disse que estava no Mapa para agradecer ao ministro Wagner Rossi pelo apoio dado durante a eleição da FAO, realizada em Roma, em junho. Rossi e outros ministros brasileiros foram à Itália, durante a reunião, para defender a candidatura de Graziano.
Segundo Graziano, atualmente há condições técnicas para promover a erradicação da fome no mundo, mesmo com a crescimento da população, mas argumentou que é necessário desfazer os entraves políticos para permitir a expansão produtiva.

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