4/8/2011 | |
Erradicar a fome até 2025 é uma meta viável para os países da América Latina, na avaliação do recém-eleito diretor-geral da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), o brasileiro José Graziano. A reportagem é de Yara Aquino e publicando Agência Brasil, 03-08-2011. “A meta para o milênio [meta proposta pela Organização das Nações Unidas] é reduzir pela metade o número de famintos até 2015. Será muito difícil alcançar essa meta para boa parte dos países, sobretudo os mais pobres. A América Latina tem meta de erradicar a fome em 2025, o que acho perfeitamente viável”, disse ao participar de reunião do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea). Como representante regional da FAO para a América Latina e o Caribe, posto que assumiu em 2006, José Graziano conseguiu que os países da América Latina fossem os primeiros a assumir o compromisso de erradicar a fome até 2025. Graziano observou que alguns governantes, em especial os de países onde não há um sistema democrático, não têm o interesse de acabar com a fome. Mudar a realidade nesses países é um dos desafios apontado por ele para sua gestão à frente da FAO, que começa em janeiro de 2012. “Alguns países se assentam nessa exclusão social para manter o domínio de uma minoria, por isso que digo que acabar com a fome não interessa a todos, por que ela pode modificar governos. Acho que chegar a um sistema democrático também é uma pré-condição para acabar com a fome”, disse. A eleição de José Graziano para a diretoria-geral da FAO ocorreu em junho. Com o apoio do governo brasileiro, Graziano foi eleito com 92 dos 180 votos e ocupará o cargo no período de janeiro de 2012 a julho de 2015 Ele atribui a escolha de um brasileiro para o cargo à mudança na imagem que o Brasil adquiriu no exterior. “Acho que essa foi a grande razão da vitória: a expectativa que o Brasil representa hoje no mundo de encontrar um novo caminho de desenvolvimento. O Brasil é visto como um país que pode fazer a ponte para os países que estão em desenvolvimento com uma proposta diferente dos que estão lá, os desenvolvidos.” |
Novo diretor da FAO diz que Brasil pode promover expansão da agropecuária pelo mundo
Contribuições do país seriam no combate ao greening, recuperação de pastagens e produção de biocombustíveis
Ayr Aliski
O novo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), José Graziano, defendeu que os países de renda média (como Brasil, Argentina e Chile) assumam o papel de difusores de novas tecnologias para promover a expansão da agropecuária pelo mundo e, assim, combater a fome.
– Esses países talvez não possam atuar como doares financeiros, mas como prestadores de assistência técnica – disse Graziano.
Segundo o novo diretor da FAO – que assume o posto no começo do ano que vem –, o Brasil tem contribuições substanciais a oferecer em pelo menos três áreas: combate ao greening, que afeta a citricultura; recuperação de pastagens degradadas; e produção de biocombustíveis.
Graziano, que chegou nesta segunda, dia 1º, a Brasília, disse que estava no Mapa para agradecer ao ministro Wagner Rossi pelo apoio dado durante a eleição da FAO, realizada em Roma, em junho. Rossi e outros ministros brasileiros foram à Itália, durante a reunião, para defender a candidatura de Graziano.
Segundo Graziano, atualmente há condições técnicas para promover a erradicação da fome no mundo, mesmo com a crescimento da população, mas argumentou que é necessário desfazer os entraves políticos para permitir a expansão produtiva.
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