segunda-feira, 8 de agosto de 2011


Tempo de pressão sobre as cotações das commodities

Autor(es): Fernando Lopes | De São Paulo
Valor Econômico - 08/08/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/8/8/tempo-de-pressao-sobre-as-cotacoes-das-commodities

A forte pressão baixista sobre os preços internacionais das commodities agrícolas provocada pelas turbulências econômicas em países desenvolvidos perdeu força na sexta-feira, mas produtos como o suco de laranja e o algodão voltaram a registrar grandes quedas e a semana que se inicia promete ser nervosa e de alta volatilidade nos mercados, sobretudo após o rebaixamento da nota dos papéis da dívida americana pela agência de avaliação de risco Standard & Poor"s.
Negociados em Chicago, milho e trigo, duas das commodities agrícolas de maior liquidez, resistiram ao pânico que dominou a bolsa principalmente na quinta-feira e encerraram a semana passada com valorização. A soja, carro-chefe do agronegócio brasileiro, registrou queda, mas modesta. Nos casos de milho e soja, problemas climáticos nos Estados Unidos ainda colaboram para a sustentação das cotações.
Na sexta-feira, os contratos do milho com vencimento em dezembro - que ocupam a segunda posição de entrega, normalmente a de maior liquidez - subiram 1,50 centavo de dólar por bushel (medida equivalente a 25,2 quilos) e fecharam a US$ 7,03, ainda acima da "barreira" dos US$ 7. Segundo cálculos do Valor Data, com a alta esses papéis atingiram uma valorização semanal de 5,12% e os ganhos acumulados em 12 meses alcançaram 68,18%. 
A segunda posição do trigo (dezembro) caiu 2,50 centavos de dólar por bushel (27,2 quilos) na sexta-feira e fechou a US$ 7,23. Mesmo assim o cereal registrou alta de 1,01% na semana passada, e assim a queda acumulada em 12 meses passou a ser de 10,88%, de acordo com o Valor Data.
Do trio de grãos, apenas a soja fechou a semana passada valendo menos do que na anterior na bolsa de Chicago. Após nova queda na sexta-feira - de 8,25 centavos de dólar por bushel (27,2 quilos) -, a baixa semanal foi de 1,52%, mas a alta acumulada em 12 meses ainda chega a 28,34%. As variações positivas da soja e do milho em 12 meses ganham relevância pela alta base de comparação. Em julho do ano passado, embalados por graves problemas na oferta de grãos da Rússia e países vizinhos, os preços voltaram a subir forte. O trigo, mais afetado pelas adversidades, subiu mais na ocasião e agora aparece com baixa no ano-móvel. (Com Dow Jones Newswires)

Preços do algodão têm reação no país

Autor(es): Fabiana Batista | De São Paulo
Valor Econômico - 08/08/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/8/8/precos-do-algodao-tem-reacao-no-pais

Mercados: Atraso na colheita da pluma e aumento das exportações motivam alta de mais de 20% em dez dias

Depois de recuarem 61% entre 15 de abril e 20 de julho, as cotações do algodão no mercado interno reverteram o movimento e já subiram consideravelmente desde o fim de julho. No período de dez dias até sexta-feira - e apesar da queda de sexta -, os preços subiram 21,6%, conforme o indicador Cepea/Esalq, em um movimento impulsionado pelo atraso na colheita da pluma e pelo aumento das exportações.
Segundo a Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), até agora 50% da área plantada da pluma no país foi colhida, quando o normal para este período seria um percentual de 60%. Por causa disso, só agora as exportações começam a ganhar impulso. De acordo com estatísticas da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Safras & Mercado, os embarques estão 42% maiores do que em igual mês de 2010, em 27,7 mil toneladas.
Já no acumulado do ano comercial (de março a julho), os volumes não chegam à metade do que foi embarcado no mesmo intervalo do ano passado. Alcançam 58,9 mil toneladas, ante 121,6 mil toneladas de igual período do ano passado, segundo a Safras. Sérgio De Marco, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), diz que o produtor está cumprindo seus contratos de exportação e não está sobrando muito para o mercado interno.Ele acredita também que os consumidores de algodão no mercado interno estão com receio de que a safra nacional não seja tão grande quanto se imaginava. Em meados do mês passado, a Abrapa revisou a colheita em 1,75 milhão de toneladas, 13% menos do que apontavam as estimativas iniciais. Agora, a entidade já elevou a estimativa de quebra para níveis entre 15% e 20%, de acordo com De Marco.
Mas Élcio Bento, analista da Safras & Mercado, não acredita que os preços manterão essa recuperação por muito tempo. A partir de 20 de agosto, quando a colheita entrar em ritmo mais forte e os embarques estiverem avançados, poderá haver uma estabilização e um retorno para a tendência de baixa. "Acredito que o mercado esteja tomando um fôlego, mas a tendência segue de baixa, uma vez que a despeito da menor safra americana, a produção mundial vai crescer". As turbulências econômicas globais também exercem pressão baixista sobre as cotações.
Relatório recente do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) aponta para uma safra mundial de 123,16 milhões de toneladas, 7,5% maior do que a da temporada passada (2010/11). Com isso, os estoques mundiais vão crescer, prevê o USDA, de 44,4 milhões de toneladas para 51 milhões de toneladas.
O vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Têxtil (Abit), Ivan Bezerra de Menezes Junior, afirma que houve um aquecimento inicial das vendas com o recuo dos preços. Mas que na medida em que as cotações começaram a subir novamente, as têxteis recuaram. "Praticamente não houve negócios nesta semana", observa Bezerra.
Sobre os rumores de quebras de contrato, o vice-presidente da Abit informou que um volume que representa 0,25% da produção esperada de 1,8 milhão de toneladas da pluma é objeto de divergência entre as partes (comprador e vendedor) por causa do não cumprimento de contratos de algodão. Bezerra também preside o Comitê de Ética do Algodão, que inclui Abit, Abrapa, Anea (entidade que reúne exportadores de algodão) e corretores. "Ainda são casos pontuais", afirma ele.

Rússia cobra até 40% menos pelo trigo exportado e ganha terreno

Valor Econômico - 08/08/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/8/8/russia-cobra-ate-40-menos-pelo-trigo-exportado-e-ganha-terreno

A retomada das exportações de trigo da Rússia, suspensas desde julho de 2010 em razão da forte seca que derrubou sua produção na temporada passada (2010/11), deverá render ao país um domínio global considerável nesse mercado nos próximos meses, sobretudo por conta dos baixos preços praticados atualmente.
Conforme analistas, o trigo russo está sendo vendido a valores de 30% a 40% mais baixos que o produto americano ou europeu. Com oferta disponível e descontos, as exportações do país saíram do zero em junho e alcançaram 2 milhões de toneladas em julho. A expectativa é que o volume alcance 3,5 milhões de toneladas em agosto.
Claus Keller, da consultoria alemã FO Licht, realça que o trigo da Rússia já predomina no Oriente Médio e poderá ganhar mais espaço também na Ásia.
A escalada russa, que já tirou espaço da Austrália no mercado, conta com a "ajuda" das barreiras às exportações impostas pelo governo da Argentina, principal fornecedor do Brasil, outro grande importador. Com as travas, muitos produtores argentinos estão trocando o trigo pelo plantio de cevada, que poderá crescer 30% no ciclo 2011/12 e se aproximar de 4 milhões de toneladas. A China já manifestou interesse em importar.

Cotações em queda para petróleo e metais

Autor(es): Vanessa Dezem | De São Paulo
Valor Econômico - 08/08/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/8/8/cotacoes-em-queda-para-petroleo-e-metais

A semana passada foi de intensa volatilidade. Em Londres, o Brent saiu do patamar dos US$ 116,81 na segunda-feira e recuou para os US$ 109,37 no fechamento da sexta-feira. O WTI, em Nova York, por sua vez, caiu dos US$ 94,89 para US$ 86,88.
As dúvidas sobre a recuperação da economia global voltaram à tona e o mercado passou a traçar perspectivas sombrias para os EUA e para a Europa. "O petróleo já começou a precificar um cenário de pessimismo. O mundo deve crescer em ritmo mais fraco do que se esperava", diz Luis Otávio Broad, analista da corretora Ágora. Para ele, a queda verificada na semana passada mostra uma correção de um excesso de confiança na recuperação global.
Pioraram as perspectivas para a demanda por petróleo. "O crescimento chinês não é suficiente para segurar as expectativas nos patamares em que estavam", diz Broad. Se os dados macroeconômicos continuaram negativos, Broad diz ser possível o preço de US$ 80 para o WTI no fim de 2011. O componente especulativo também tem pressionado os preços, observou o analista da Ativa, Ricardo Correa.
As cotações dos metais não ferrosos também recuaram. O cobre, que estava em US$ 9.847 por tonelada métrica na segunda-feira, fechou a US$ 9.202 na sexta-feira. O alumínio recuou de US$ 2.634 por tonelada métrica para US$ 2.457. "Os metais, em particular, têm apresentado uma alta correlação com o mercado de ações desde 2009. Mesmo que o mercado financeiro não seja um guia dos preços dos metais de base, ambas classes de ativos são guiadas pelos mesmos fatores macroeconômicos", afirmou o Standard Bank, em relatório.

Especialistas avaliam impactos sobre o real

Autor(es): Rosana Hessel
Correio Braziliense - 08/08/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/8/8/especialistas-avaliam-impactos-sobre-o-real

Os impactos futuros do pânico que domina os mercados financeiros nos últimos dias sobre o Brasil têm interpretações variadas. A maioria dos especialistas concorda que o país está mais preparado para crises externas, mas duvida que passará ileso a um novo terremoto nas bolsas. Na avaliação do professor de Economia da Universidade de São Paulo (USP) Simão Davi Silber uma desaceleração dos países desenvolvidos pode desvalorizar o real, como pôde ser percebido na sexta-feira passada, quando o dólar voltou a se aproximar de R$ 1,60.
"Por um lado, é bom para a economia do país, sobretudo para os exportadores, porque perderam competitividade com a moeda forte. Mas também haverá pressões inflacionárias. Os juros deverão continuar subindo para conter a inflação uma vez que a demanda interna ainda permanecerá aquecida. E é aí que mora o perigo", comenta. "Para o Brasil, não há saída. Por mais que o país esteja preparado para uma guerra, ele vai tomar uns tiros", brinca Silber. "Haverá queda nos preços das commodities porque os países ricos irão demandar menos matérias-primas brasileiras assim como manufaturados. A demanda externa vai diminuir", diz.
O diretor para a América Latina do Deutsche Bank, Frederick Searby, concorda com Silber e destaca ainda que a crise de crédito na Europa pode afetar o sistema bancário. O Brasil, entretanto, deverá sentir menos do que os vizinhos da região. "Alguns países sentirão mais do que outros a fuga de recursos de bancos na região tentando socorrer as matrizes. As instituições financeiras espanholas, por exemplo, representam 10% dos ativos no Brasil. Mas no México e Chile vão de 25% a 30%" comenta.
Searby não aposta, contudo, numa grande entrada de investidores em busca das ações de empresas brasileiras. "A economia brasileira ainda é fechada, mas a Bovespa não reflete o PIB brasileiro e praticamente metade do volume das negociações envolve exportadoras de commodities, como Vale e Petrobras. "Quando há temor no cenário global, os investidores estrangeiros não virão para cá. Procurarão empresas de setores da velha economia e com mais liquidez. Como as de telecomunicações, energia e de saúde que estão listadas nas bolsas dos EUA. Lá existe mais solidez e mercados mais consolidados", explica.
O economista e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV-SP) Ernesto Lozardo lembra ainda que as exportações brasileiras têm superavit significativo graças às commodities, que são o fator que mais pesam na balança comercial hoje. Mesmo assim, o país ainda tem condições de atravessar essa crise sem muitos solavancos. "Os bancos europeus não têm recursos para socorrer os países do Velho Continente, o que existe hoje é o Risco Europa e não mais o Risco Brasil. O Brasil está estruturado economicamente, mas será afetado."

Oriente Médio: bolsas desabam

Autor(es): agência o globo:Daniela Kresch
O Globo - 08/08/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/8/8/oriente-medio-bolsas-desabam
 

TEL AVIV. A crise deflagrada com o rebaixamento dos EUA atravessou o Atlântico e o Mediterrâneo e desaguou como um tsunami no Oriente Médio. A Bolsa de Valores de Tel Aviv, que funciona domingo - dia útil em Israel - fechou em queda de 6,99%, num dos pregões mais dramáticos dos últimos três anos. Foi só o pregão abrir para que fosse registrada perda de 5%. As negociações chegaram a ser suspensas algumas vezes, mas não evitaram a queda da Taxa Maof, que mede a performance das 25 maiores empresas do país.
A última vez que a bolsa israelense registrou queda semelhante foi na crise econômica de 2008. No dia 21 de setembro daquele ano, o mecanismo do circuit breaker suspendeu a compra de venda de ações assim que a queda superou os 12%. O ministro das Finanças do país, Yuval Shteinitz, afirmou que o rebaixamento "é uma luz vermelha" para relembrar o fato de que a economia mundial continua passando por uma turbulência.
- O rebaixamento dos EUA coloca mais óleo na fogueira da histeria e do pânico dos mercados - opina Eldad Tamir, diretor da financeira Tamir Fischman, uma das maiores do país. - Os papéis americanos têm subido nos últimos tempos de maneira radical porque representam um porto seguro do mundo. Mesmo que esse lugar seja um pouco menos seguro hoje, ainda é o mais seguro do mundo.
O governo de Israel encara manifestações há mais de um mês. No sábado, mais de 300 mil manifestantes foram às ruas das principais cidades para protestar contra a alta no custo de vida, em especial os preços de aluguéis e imóveis.
Há três semanas, milhares de ativistas acampam na Avenida Rotschild, no centro de Tel Aviv, pedindo educação gratuita a partir dos três meses de idade (hoje é apenas a partir dos três anos), aumento de salários e menos impostos. Eles se dizem inspirados nos "indignados" da Espanha e nos jovens que deram origem à "Primavera Árabe" - a série de revoltas populares que já derrubaram alguns dos principais ditadores da região. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu prometeu mudança profundas na economia, mas avisou que não vai poder agradar todo mundo.
Outros países do Oriente Médio sentiram o peso do rebaixamento do status dos papéis americanos. A bolsa da Arábia Saudita, a maior da região, viveu um fim de semana dramático. Única a abrir no sábado, caiu 5,45%. Ontem, registou mais uma queda, mesmo que mais branda, de 0,08%. O Índice DFM, de Dubai, caiu 3,7% e a bolsa de Abu Dhabi, 2,5%. As bolsas do Egito, do Qatar e de Oman também sofreram com quedas de mais de 4%.
- Neste momento, é difícil prever quando os mercados vão se recuperar - disse Saleem Khokhar, do Banco Nacional de Abu Dhabi.

G-20 decide manter títulos americanos

Autor(es): Assis Moreira | De Genebra
Valor Econômico - 08/08/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/8/8/g-20-decide-manter-titulos-americanos
 

Crise fiscal: Brasil, quarto maior credor dos EUA, concordou em não vender papéis após rebaixamento

Os países do G-20, reunindo as maiores economias desenvolvidas e emergentes, se coordenaram para avisar aos mercados que não vão alterar a gestão de suas reservas internacionais por causa do rebaixamento da nota de crédito dos Estados Unidos pela agência de risco Standard & Poor"s.
O Brasil, quarto maior credor dos EUA, com US$ 211 bilhões até maio, concordou que não há razões para vender títulos do Tesouro americano, apesar da saída americana do clube das nações mais confiáveis para o investidor. "Nenhuma alternativa fornece tal estabilidade e liquidez", disse um representante da Coreia do Sul, ontem em Seul. No total, quase US$ 5 trilhões estão nas mãos de detentores estrangeiros, incluindo bancos centrais.
Os vice-ministros de finanças do G-20 tiveram reunião telefônica no sábado à noite para examinar as consequências da crise da divida na Europa e nos EUA, em meio a crescente temor de nova recessão.O G-20 aguarda maior volatilidade e incertezas no mercado nos próximos dias, ainda mais no rastro da semana de inferno que causou perdas de US$ 2,5 trilhões nas bolsas, pelas estimativas de Reuters. O Valor apurou que o representante americano, porém, minimizou o impacto da degradação, estimando que a medida já tinha sido antecipada pelo mercado e as reações não vão durar muito.
No G-20, estão os principais credores externos americanos, a começar pela China, com US$ 1,15 trilhão, seguido pelo Japão, com US$ 812,4 bilhões.
A China não falou quase nada na reunião do G-20. Mas, publicamente, soltou a bateria contra Washington, cobrando mudanças na economia americana. Disse que a redução do rating poderia ser seguida por "mais cortes devastadores de rating de crédito" e turbulência financeira global se os EUA não controlarem suas finanças. Pequim defendeu uma nova divisa de reserva internacional estável para "prevenir uma catástrofe causada por um único país".
Com as atenções concentradas também na crise da divida soberana na Europa, representantes europeus prometeram no G-20 que querem implementar rapidamente o acordo dos países da zona do euro para reforçar o mecanismo de resgate europeu a até 440 bilhões de euros para emprestar a países sofrendo problemas de liquidez. Mas as férias de verão e as incertezas sobre o voto dos Parlamentos alimentam a desconfiança de investidores.
No centro da crise, a Itália e a Espanha deram explicações. Os italianos detalharam a aceleração de um plano de austeridade com um ano de avanço sobre o calendário inicial, para alcançar o equilibrio orçamentário na Itália em 2013 e reduzir a pressão sobre a divida, que é de US$ 1,8 trilhão, equivalente a 120% do PIB. O Parlamento será convocado desde que volte das férias para aprovar as medidas, que inclui abrir setor de serviços e cortar até subsídios para partidos políticos.
A Espanha também acenou no grupo com medidas adicionais de austeridade, com as autoridades insistindo, em todo caso, que a crise é global e não apenas da periferia europeia.
O mercado continua na expectativa de o Banco Central Europeu (BCE) comprar títulos da divida italiana e espanhola para reduzir a diferença de preço com os papéis mais seguros da Alemanha, mas o tema continua dividindo as autoridades europeias.
No G-20, alguns países insistiram que os EUA e a Europa precisam tomar medidas adicionais para evitar a prolongação do pânico nos mercados e evitar que a crise atual se transforme em nova recessão mundial.
Os anúncios de rebaixamento devem continuar hoje. A S&P já havia avisado de que reduziria a nota de agencias garantidas pelo governo federal como Fannie Mae, Freddie Mac, Federal Home Loan Bank e Federal Farm Credit System Banks para corresponder à nota da divida governamental.

Fundos 'money market' fogem e BCE dá liquidez a bancos

Valor Econômico - 08/08/2011
http://clippingmp.planejamento.gov.br/cadastros/noticias/2011/8/8/fundos-money-market-fogem-e-bce-da-liquidez-a-bancos
 

O Banco Central Europeu (BCE) aumentará a liquidez na zona do euro a partir de hoje, com empréstimos ilimitados, de seis meses, aos bancos, para que superem as dificuldades de "funding". A medida será importante, principalmente para as instituições da periferia da eurozona, que continuam a depender fortemente dos empréstimos do BCE.
No rastro dos testes de estresse, as preocupações persistem sobre "funding" para os bancos europeus, ainda mais que os principais fundos de "money market" dos Estados Unidos eliminaram sua exposição a Grécia, Portugal e Irlanda e cortaram significativamente os recursos para Itália e Portugal, em meio aos temores sobre a crise da dívida soberana.
Esses fundos são considerados cruciais fornecedores de recursos de curto prazo para bancos europeus, mas diminuíram sua exposição, inclusive para mercados com posição menos desconfortável como a França.
Um problema é que a estrutura da zona do euro encoraja o sistema financeiro a ser fortemente dependente de funding de curto prazo, como mostra um estudo do Peterson Institute for International Economics, de Washington.
Os testes de estresse, concluídos no mês passado, revelaram necessidade de refinanciamento de US$ 5,4 trilhões de débitos nos próximos dois anos, equivalentes a 45% do Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia (UE).
Como nota Gillian Tett, no "Financial Times", até recentemente era fácil para os bancos rolar esses débitos porque havia a noção implícita de que ninguém iria fazer default na zona euro. Com a Grécia, essa certeza virou pó.
No caso dos fundos de "money market" americanos, sua exposição total junto aos bancos europeus atingia US$ 675 bilhões, ou 43,5% do total de ativos sob gestão, ao fim de junho. A retirada dos papéis de curto prazo dos bancos europeus foi acelerada nas últimas semanas.
Numa ilustração de como o mercado tem dificuldades de identificar qual país ou instituição tem menos risco no atual cenário da economia global, o Bank of New York Mellon anunciou que a partir desta semana vai cobrir a taxa dos clientes que mantêm grandes depósitos em seus cofres.
O banco disse ter recebido enormes depósitos em dólar nas últimas semanas, com investidores e empresas saindo dos mercados financeiros em meio à crise na Europa e ao debate sobre a dívida americana.

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