Autor(es): César Felício e Murillo Camarotto | De Belo Horizonte e Recife |
Valor Econômico - 02/05/2011 |
As restrições para o financiamento de veículos não tiveram impacto algum para a montadora Fiat este ano, segundo dados de vendas consolidados até 25 de abril. O acumulado de vendas da empresa no quadrimestre atingiu 218.978 automóveis e veículos comerciais leves. De janeiro a abril do ano passado, o total foi de 226.361 unidades. Como o emplacamento diário médio da Fiat é de 3,1 mil automóveis, a empresa deve registrar aumento de 3% nas vendas Os dados de produção da Fiat seguem a mesma tendência, já que a empresa está aumentando tanto as importações quanto as exportações para a Argentina. A montadora de matriz italiana ajustou o seu crescimento ao longo de 2010, com o fim da redução de IPI sobre os veículos. O aumento de produção no ano passado já foi considerado moderado. Ao longo de 2010, a Fiat produziu 757.418 unidades, crescimento de 2,8% em relação a 2009, praticamente idêntico ao registrado neste início de ano. Para impedir um impacto maior do aumento do IPI, a empresa manteve relativamente estável os preços das versões básicas de seus modelos mais vendidos. O Uno Mille básico oscilou de R$ 23.160 a unidade para R$ 23.220 entre abril de 2010 e este ano. O Palio Fire básico caiu de R$ 25.770 para R$ 25.390. Com a relativa estabilidade de preços, a expectativa do setor automotivo como um todo é de crescimento maior de vendas este ano. O mercado de automóveis no Brasil cresceu 3,2% em 2010. Para 2011, a expectativa é que as vendas subam de 4% a 5%, mesmo diante das restrições ao financiamento de veículos. A comparação dos dados de produção e vendas mês a mês este ano é dificultada pela sazonalidade atípica. Ao contrário do que costuma ocorrer, o Carnaval não caiu em fevereiro, e a produção naquele mês com mais dias úteis subiu 16% em comparação com 2010. Já março deste ano foi impactado com o feriado. Em Pernambuco, a fabricante de baterias Moura chegou a trabalhar com um cenário de desaceleração de demanda, mas também acabou mantendo as estimativas. Em abril, a empresa produziu 5% mais do que em março, alta explicada pelo início de um período sazonal que se estende por todo o segundo trimestre até agosto. Nesse intervalo há um movimento importante de acumulação de estoques de baterias, cujas vendas crescem durante o inverno da região Sudeste. Na comparação com abril do ano passado, a produção avançou 13%, sinal de que o mercado de veículos novos resiste à restrição de crédito. "O efeito prático das medidas já pôde ser sentido no varejo de usados, mas se considerado todo o conjunto, ainda não fomos afetados", afirmou o diretor financeiro da Moura, Thiago Passos. Ele lembra que as montadoras têm apresentado uma postura bastante agressiva na concessão de financiamentos. "O governo aperta e o mercado reage", diz. A Moura espera fechar 2011 com um crescimento de 11% a 13% em relação ao exercício anterior, mesma projeção calculada no início deste ano. |
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