quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Com seis anos de atraso, favela ganha coleta de lixo


São Paulo, quarta-feira, 21 de setembro de 2011 
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Prefeitura pagará mais a empresas por três novos serviços previstos desde 2004

Novidades, como mais centrais de triagem para reciclagem, não foram implantadas devido a briga política 

EVANDRO SPINELLI
DE SÃO PAULO

Seis anos após prazo previsto em acordo entre prefeitura e empresas, as favelas de São Paulo começarão a ter coleta de lixo. Para isso, a prefeitura pagará um adicional.
No total, a gestão Gilberto Kassab vai pagar mensalmente R$ 10,8 milhões para as duas empresas, um aumento de 21% sobre os valores atuais.
Previstos no contrato feito em 2004, três novos serviços custarão R$ 1 milhão por mês: a coleta nas favelas, a criação de 17 centrais de triagem de lixo reciclável -hoje são 20 na cidade- e campanhas de educação ambiental.
Esses serviços não foram implantados até hoje devido a uma briga política. Em 2005, o então prefeito José Serra (PSDB) afirmou que os contratos, da gestão Marta Suplicy (PT), estavam superfaturados e decidiu reduzir em 18% os pagamentos.
Um estudo da Fipe encomendado pela prefeitura, porém, concluiu que o valor original era correto. Decidiu-se, então, suspender as novas atividades das empresas.
Em 2007, já no mandato de Kassab, foi assinado o acordo. Kassab pagou o que Serra devia e nenhum novo serviço foi incluído. Agora, novo estudo da Fipe aponta que os valores estão defasados em 12% e devem subir mais 2% para incluir os novos serviços. Além disso, para haver coleta aos domingos -hoje o serviço vai de segunda-feira a sábado-, devem ser incluídos mais 7%.
As empresas concordam com os valores. O impasse agora é sobre os atrasados. O contrato de 2004 previa reequilíbrio econômico-financeiro a cada cinco anos para avaliar a tarifa calculada.
A Folha apurou que o secretário de Serviços, Dráusio Barreto, promotor de Justiça, acredita que o pagamento retroativo é necessário. Já o secretário de Finanças, Mauro Ricardo Machado Costa, indicado por Serra, é contra. A prefeitura espera concluir a negociação até o início de outubro.

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