24/09/2011 - 14h17
WASHINGTON, EUA, 24 Set 2011 (AFP) -Países desenvolvidos e emergentes protagonizaram um diálogo de surdos neste sábado, no encerramento da Assembleia Bianual do Fundo Monetário Internacional (FMI) sobre uma solução para a instabilidade mundial.
Apenas um ponto registrou unanimidade: a gravidade da crise da dívida na Zona Euro, que pode torpedear um crescimento mundial ainda sólido graças aos países emergentes, e arrastar o mundo para uma segunda recessão.
Os dirigentes europeus em Washington descartaram a possibilidade de uma suspensão de pagamentos da Grécia, boato constante nos mercados, e pediram paciência a seus sócios do G20 (países ricos e emergentes).
"Os problemas soberanos e bancários na Europa são atualmente o risco mais sério que enfrenta a economia mundial", afirmou o secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, ante o Comitê Financeiro e Monetário do FMI.
Apesar de os compromissos assumidos pelas nações membros da Eurozona nos últimos 18 meses terem sido "impressionantes", é preciso fazer mais, enfatizou.
"Ainda é necessário adotar medidas para aumentar a efetividade desses compromissos, a fim de criar uma barreira para que o contágio não se estenda", acrescentou.
Geithner pediu aos governos europeus que trabalhem junto ao Banco Central Europeu a fim de mostrar um "compromisso inequívoco" para evitar que os problemas da dívida da Grécia, Irlanda e Portugal causem uma falência global.
Os rumores de uma próxima nova intervenção do Banco Central Europeu (BCE) para dar liquidez aos bancos da zona ajudaram nesta sexta-feira os bancos a fechar com leves altas.
O preço do petróleo e de algumas matérias-primas começa a baixar de forma acentuada, o que também suscita preocupação em alguns países emergentes exportadores.
"Os países ricos já não podem gerenciar sozinhos os riscos da estabilidade econômica mundial", declarou o ministro da Fazenda do Brasil, Guido Mantega.
"É responsabilidade dos dirigentes europeus garantir que os problemas da Zona Euro não se propaguem para fora de sua região", alertou ainda.
Os membros da zona monetária europeia acertaram, em 21 de julho passado, uma nova ajuda para a Grécia e uma ampliação de seu fundo de emergência que ainda deve ser aprovado pela maioria dos respectivos parlamentos.
"Confiamos que todos os Estados membros da Zona Euro ratifiquem o acordo", declarou o comissário europeu de Assuntos Monetário, Olli Rehn.
Mantega também elogiou as recentes propostas do Estados Unidos, cujo governo quer que o Congresso aprove um amplo plano de luta contra o desemprego e de cortes de impostos avaliado em 447 bilhões de dólares.
A Alemanha criticou, no entanto, o plano de Obama e enfatizou que os déficits públicos como o americano também são a causa dos problemas no mundo.
Mantega atacou a política de taxas de juros quase zero em quase todos os sócios desenvolvidos dos G20 (Estados Unidos, Zona Euro ou Japão).
Esse tipo de política em países cujas moeda é utilizada como reserva pelo resto do mundo, ou seja, os Estados Unidos, "fez pouco para apoiar sua recuperação econômica, mas causou consideráveis dores de cabeça para os mercados emergentes", explicou.
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FMI: dialogue de sourds à Washington
Un dialogue de sourds s’établissait samedi entre les Etats membres du Fonds monétaire international, appelés à établir un «diagnostic commun» sur la crise économique et financière qui agite la planète et singulièrement l’Occident.
Entre les Européens qui assurent avoir la bonne stratégie contre leur crise de la dette, les Américains qui veulent qu’ils en fassent plus et le Brésil qui décrivait les uns et les autres comme démunis, le consensus était mince.
«Les tensions sur la dette publique et bancaires en Europe sont les risques les plus sérieux auxquels est confrontée l’économie mondiale», a affirmé le secrétaire au Trésor américain Timothy Geithner devant l’assemblée semestrielle du Comité monétaire et financier international (CMFI), l’instance qui définit les orientations politiques du Fonds monétaire international.
Parlant au nom de l’Union européenne, le commissaire aux Affaires économiques Olli Rehn a nuancé le tableau.
«Les perspectives actuelles sont incertaines au vu des inquiétudes persistantes sur le risque de la dette publique, du ralentissement économique marqué aux Etats-Unis, et des hausses brutales de l’aversion au risque et de la volatilité sur les marchés financiers», a-t-il dit devant la même assemblée, selon le texte de son discours publié par le FMI.
Il a trouvé «regrettables» les conséquences de l’aggravation de la crise en Grèce. Car les deux autres pays alimentés par des prêts du FMI et de leurs partenaires européens, l’Irlande et le Portugal, envoient, selon le commissaire européen, des «signaux positifs».
Les Etats-Unis sont pour leur part persuadés que l’incendie va s’étendre bien au-delà, et pressent la zone euro de «trouver une solution définitive aux problèmes de la région».
«Des mesures supplémentaires pour accroître la capacité effective de ces engagements sont toujours nécessaires afin de créer un pare-feu contre une contagion plus grave», a insisté M. Geithner samedi.
«La menace de défauts de paiement en cascade, de ruées sur les banques et de risque de catastrophe doit être écartée, sinon cela sapera tous les autres efforts à la fois en Europe et mondialement», a-t-il poursuivi, selon le texte de son discours transmis à la presse.
Au milieu de cette joute transatlantique, la directrice générale du FMI Christine Lagarde, une Européenne qui inspire la confiance aux Etats-Unis, a appelé à trouver un terrain d’entente.
«Mon espoir est qu’à l’occasion de ces assemblées annuelles nous ne résolvions pas nécessairement tous les problèmes, car nous ne pouvons pas décider de tout, mais que nous nous rassemblions efficacement pour établir un diagnostic commun», a-t-elle dit vendredi devant le conseil des gouverneurs du Fonds.
L’Organisation de coopération et de développement économiques (OCDE), club de pays riches, penchait plutôt pour la vision pessimiste américaine.
Son secrétaire général Angel Gurria souhaite «d’importantes ressources supplémentaires et des mécanismes plus crédibles (…) pour éviter la contagion et faire en sorte que les difficultés budgétaires de certains pays ne sapent la stabilité de toute la zone».
Le Brésil espérait pour sa part que la zone euro se rende compte de son «rôle crucial». Son ministre des Finances Guido Mantega a estimé que les programmes du FMI avaient «échoué».
Et il a laissé entendre qu’il donnait peu de chances de réussite à une proposition américaine, préconisant une plus grande intervention de la Banque centrale européenne. «Des politiques monétaires obstinément prodigues dans les pays qui émettent les monnaies de réserve ont peu fait pour soutenir leur reprise économique», a-t-il souligné alors que le CMFI doit publier dans la journée une déclaration commune.
(Source AFP)
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