Autor(es): agência o globo:Geralda Doca |
O Globo - 16/09/2011 |
Emprego reduziu pobreza, diz Ipea BRASÍLIA. O mercado formal de trabalho foi o principal responsável pela redução da pobreza no Brasil entre 2004 e 2009, segundo estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O aumento do salário mínimo e os benefícios da Previdência Social aos idosos, atrelados ao piso, também tiveram papel fundamental. Já o Bolsa Família não conseguiu fazer as famílias saírem da extrema pobreza, especialmente com mais de três filhos e sem outra fonte. - Quem soube aproveitar o crescimento da economia e a geração de empregos de qualidade (formais) conseguiu sair da pobreza. O Bolsa Família sozinho, sem outra fonte de renda para a família, é insuficiente - disse o pesquisador do Ipea Rafael Guerreiro Osório. Com base na Pesquisa Nacional Por Amostra de Domicílios, do IBGE, o estudo dividiu a população em extrema pobreza (renda mensal de até R$67); pobres (entre R$67 e R$134) e vulneráveis (entre R$134 e R$465). Em 2004, os trabalhadores com carteira assinada representavam 2,2% dos extremamente pobres e em 2009, 0,4%. O percentual caiu entre os pobres. A pobreza em que vive as pessoas que não têm renda ou vivem de trabalho precário, mesmo recebendo o Bolsa Família, é "mais resistente". Segundo a pesquisa, a parcela de desempregados e inativos entre os extremamente pobres subiu de 42% para 51% no período. A distribuição espacial da pobreza não mudou. Os mais pobres continuam em pequenos municípios de Norte e Nordeste. Apesar disso, o perfil da pobreza nacional melhorou, com redução em todos os segmentos analisados, sobretudo, no pobre. Entre 2004 e 2009, o Índice de Gini, que mede a desigualdade e quanto mais perto de zero melhor, caiu 5,6%, de 0,565 para 0,538. A parcela de famílias que vivem com um mínimo per capita subiu de 29% para 42%, entre 2004 e 2009 e o número de trabalhadores ganhando o piso subiu de 51,3 milhões para 77,9 milhões. No período, 18,3 milhões deixaram a pobreza. |
16/09/2011 http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=10477&catid=10&Itemid=9 |
Estudo detalha processo de redução da pobreza O aumento real do salário mínimo teria sido um dos maiores responsáveis por essa queda, segundo o Ipea Nesta manhã desta quinta-feira, dia 15, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada apresentou o Comunicado nº 111 – Mudanças recentes na pobreza brasileira. Rafael Osório, técnico em Planejamento e Pesquisa da Diretoria de Estudos Sociais (Disoc) do Ipea, explicou o estudo. Segundo ele, a política de valorização do salário possibilitou que famílias de trabalhadores que recebem salário mínimo ou aquelas beneficiárias da previdência saíssem da pobreza por causa do aumento real de rendimento. “A política de valorização do salário foi um dos grandes fatores de redução da pobreza nos últimos anos”, constatou Rafael Osório. Ele também destacou o fato de que cada vez menos a pobreza é determinada por baixa remuneração pelo trabalho e cada vez mais pela desconexão com o mercado de trabalho. Em relação ao Bolsa Família, o técnico falou que o programa não tem sido tão efetivo quanto poderia. Embora haja uma cobertura bem expressiva – quase todas as famílias pobres ou extremamente pobres recebem o benefício –, como os valores transferidos são muito baixos, nenhuma família sai da pobreza ou da extrema pobreza somente com o programa. A pesquisa também mostrou que nas áreas rurais a incidência da pobreza é significativamente maior, mas isso não quer dizer que não existam muitas pessoas pobres nas regiões urbanas. “Como nas áreas rurais a população é menor, quando se calcula percentualmente as pessoas que são pobres nessas áreas, a percentagem é muito grande”, afirmou Rafael Osório. Ele acrescentou, no entanto, que no total do país, há uma enorme quantidade de pessoas extremamente pobres vivendo em áreas urbanas e nas grandes regiões metropolitanas do país. Também participaram da apresentação, no auditório do Instituto, em Brasília, Jorge Abrahão, diretor de Estudos e Políticas Sociais do Ipea, André Calixtre, da Assessoria Técnica da Presidência do Ipea. |
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