sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Estudo mostra como ficou a terra depois do desmatamento


Na sexta-feira, em Brasília, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com a Embrapa, lançam o TerraClass.
Que 18% da Amazônia foi desmatada, todo mundo sabe - o que não se sabe é o que aconteceu com a terra depois disso. Na sexta-feira, em Brasília, pesquisadores do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com a Embrapa, lançam o TerraClass, um estudo que mapeia, em cada um dos nove Estados da região, o que ocorreu depois que a floresta sumiu - se a área foi ocupada por pecuária, por agricultura, se uma nova floresta tomou o lugar da original.

"Trata-se de um instrumento que qualifica o desmatamento", diz Eduardo Assad, secretário de Mudança Climática e Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente. "É um salto muito importante no que se fez até agora."

O TerraClass analisou e classificou informações do desflorestamento que aconteceu até 2008 e que foram conseguidas pelo Projeto de Monitoramento do Desflorestamento na Amazônia Legal (Prodes), do Inpe. O projeto tem o apoio do ministério e verba do PPG-7, o Programa Piloto para Proteção das Florestas Tropicais do Brasil, com financiamento dos sete países mais ricos do mundo, mais Holanda e Comissão Europeia, e gestão do Banco Mundial.

A partir do TerraClass será possível entender melhor o número do desmatamento divulgado todos os meses, há anos, pelo Inpe. "Qualificar o desmatamento significa entender o número, ou seja, entender se o desmatamento foi indevido ou não, se era corte raso (desmatamento total), quanto significa em termos de emissão de gases-estufa, se ocorreu regeneração da vegetação ou não", explica Assad. "Com esse tipo de tecnologia ficaremos ainda mais qualificados para monitorar o desmatamento."

Ao classificar o uso da terra e acompanhar o desmate, o poder público reune informações para sustentar suas ações. "Podemos punir os ilegais e incentivar quem está trabalhando legalmente", diz Assad. "E criar mecanismos de incentivo para o bom uso da terra. Quando isso acontecer, certamente a agricultura deixará de ser emissora e passará a ser sequestradora de carbono."

Espera-se para os próximos dias o anúncio do desmatamento na Amazônia no último ano. "Este ano vimos algo bem impressionante em abril, quando o desmatamento cresceu demais, principalmente no Mato Grosso", lembra Assad. "Mas em julho tivemos uma redução importante." A expectativa é que o desmatamento consolidado seja maior que no exercício anterior.
(Valor Econômico)

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