Autor(es): Gabriel Caprioli |
Correio Braziliense - 01/09/2011 |
Apesar da reação ensaiada ontem, os pregões ao redor do mundo amargaram o pior agosto dos últimos anos. Bovespa perdeu 3,95% no mês O rastro de incerteza e pânico que dominou a economia global nas últimas semanas se traduziu em maus negócios para os investidores em agosto. Aqueles que apostaram em ativos ligados ao vai e vem das bolsas de valores — fundos de ações e compra direta dos ativos — sofreram os maiores impactos, refletindo as perdas dos pregões mais importantes. O Ibovespa, indicador que compila os principais papéis da BM&FBovespa, fechou a quarta-feira de negociações com alta de 2%. Apesar de positivo, o resultado foi insuficiente para evitar a queda de 3,95%, nos últimos trinta dias, e amargar o quinto mês consecutivo de deterioração — o pior agosto desde a crise de 2008. Segundo o ranking de investimentos da Associação Brasileira das Entidades do Mercado de Capitais (Anbima), os aplicadores que mantiveram seus recursos nos fundos de renda fixa e fundos DI conseguiram acumular rentabilidade de 1,17% e 1,04%, respectivamente. Outras aplicações consideradas seguras, como o CDB e a Poupança, também registraram ganhos (veja o quadro). Os ativos conhecidos como reserva de valor — dólar e ouro — dispararam em agosto, refletindo a preocupação dos agentes do mercado em resguardar seus rendimentos. A moeda norte-americana avançou 2,51% em agosto, apesar de manter a desvalorização de 4,38% no ano, ante o real, enquanto a cotação do mineral subiu 7,93% no mês e 15,83% desde janeiro. Na Europa, as bolsas de valores tiveram desempenho semelhante à brasileira. O principal indicador da região avançou 2,96% no pregão de ontem, mas registrou perdas de 10,9% em agosto, maior retração desde outubro de 2008. O repique nas negociações de ontem, segundo os analistas, foi motivado pela expectativa de que o Federal Reserve (Fed) anuncie novos estímulos para ajudar a economia norte-americana. Em Nova York, o mercado também fechou o dia em alta (0,46%), mas a bolsa americana teve o pior agosto dos últimos 10 anos, com queda de 4,28%. Eurozona No positivo desempenho de ontem, a bolsa de Madri liderou as altas europeias, com 3,24%, seguida de Paris (3,07%) e Milão, com incremento de 3,02%. Frankfurt avançou 2,50% e Londres subiu 2,39%. Para o estrategista-chefe de investimento da Aegon Asset Management, Bill Dinning, qualquer novo estímulo à economia norte-americana deve resultar em reações fortes no mercado europeu. Segurança Renda fixa e ouro seguem como boas apostas no ano Fundos DI Mês 1,04% Ano 7,67% Renda Fixa Mês 1,17% Ano 8,06% Fundos de ações Mês -8,45% Ano -23,07% Poupança Mês 0,71% Ano 4,97% Ibovespa Mês -3,95% Ano -19,24% CDB Mês 1,07% Ano 7,73% Ouro Mês 7,93% Ano 15,83% Dólar Mês 2,51% Ano -4,38% Saída de US$ 2,3 bi A economia brasileira registrou a retirada de US$ 2,357 bilhões na quarta semana de agosto, segundo divulgou ontem o Banco Central. A maior parte desse dinheiro deixou o país por meio da chamada conta financeira, que inclui as aplicações financeiras e as remessas de lucros. No balanço entre a entrada e saída de recursos, US$ 2,143 bilhões foram remetidos ao exterior em transações desse tipo. Outros US$ 213 milhões deixaram o mercado interno por meio do segmento comercial, que registra operações de exportação e importação. Comércio Em agosto, até o dia 26, o fluxo cambial permanecia positivo em US$ 5,404 bilhões, graças a um superavit de US$ 6,446 bilhões nas operações comerciais. No ano, o país registra entrada líquida de US$ 61,062 bilhões. Boa parte dos recursos que rumaram para o exterior entre 22 e 26 de agosto foram sacados de aplicações na Bolsa de Valores de São Paulo, a Bovespa. Esse movimento refletiu as turbulências que agitam as finanças globais, mas não pode ser tomado como indicação de fraqueza da economia brasileira. Um estudo divulgado ontem pela consultoria de comunicação Financial Dynamics (FD) mostra que o Brasil é o país preferido entre os Brics por investidores norte-americanos no mercado acionário. Cerca de 60% dos gestores de investimento baseados nos Estados Unidos colocam o Brasil como principal destino de recursos entre os emergentes. A China aparece em seguida, com 27%. |
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Investidor no prejuízo
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