domingo, 24 de julho de 2011

E agora, Obama?

Nº EDIÇÃO: 720 | Capa | 22.JUL.11 - 21:00 | Atualizado em 23.07 - 10:02

Com uma dívida de US$ 14,3 trilhões, do tamanho do próprio PIB, o país mais rico do planeta tenta um complexo acordo político para evitar um calote e, por consequência, estragos catastróficos para a economia global

Por Denize Bacoccina e Hugo Cilo
Confira entrevista com o editor-assistente de Economia da DINHEIRO, Hugo Cilo

O presidente Barack Obama, primeiro negro a ocupar o Salão Oval da Casa Branca, a sede do Executivo americano, vive sua hora da verdade. Com a popularidade em queda – há seis trimestres consecutivos abaixo dos 50% de aprovação –, Obama, que assumiu o comando da nação mais poderosa do planeta com a economia abalada pela crise financeira de 2008, enfrenta a batalha decisiva do seu primeiro mandato, cujo desfecho é condição necessária para sair vitorioso em sua campanha pela reeleição no próximo ano. O presidente precisa desesperadamente chegar a um acordo com o Congresso para elevar os limites do endividamento do Tesouro dos Estados Unidos, até o dia 2 de agosto. 

O desafio de Barack Obama: cortar gastos sem comprometer sua popularidade e a reeleição em 2012
Às voltas com uma dívida astronômica de US$ 14,3 trilhões, seu governo simplesmente não terá como pagar os credores e continuar funcionando, a menos que recorra ao velho e surrado calote, como se a maior potência econômica do mundo fosse uma simples republiqueta bananeira. Diante da gravidade do momento, o próprio presidente tomou as rédeas das negociações com o presidente da Câmara dos Deputados, o republicano John Boehner, com quem esteve reunido na quarta-feira 20, em busca de uma solução. Esta viria sob a forma de um pacote, que reduziria em US$ 3 trilhões o passivo do governo.  
O presidente tem consciência da urgência de sua missão. “Se o governo, pela primeira vez, não puder honrar suas obrigações, as consequências para a economia dos EUA serão significativas e imprevisíveis”, afirmou recentemente Obama. “Todas as dificuldades que já estamos vivendo, no que se refere à recuperação, ficarão piores.” O presidente sabe que, para chegar ao acordo com os republicanos, o governo terá de impor sacrifícios à população, como cortes de benefícios sociais. “Precisamos estar dispostos a tomar decisões difíceis e ir contra a vontade dos eleitores”, afirmou. 
 
O poderoso, e cabisbaixo, Timothy Geithner: o secretário do Tesouro americano tem a difícil
missão de apresentar um plano de recuperação que convença o Congresso a um acordo 
 
De olho em novembro de 2012, porém, Obama tentou minimizar a profundidade das medidas, cuja intensidade estaria bem distante das propostas para as economias combalidas de países da zona do euro. “Não somos a Grécia nem Portugal”, disse. Para ele, o que levou o país a essa situação-limite teria sido a redução de impostos, ao longo dos últimos anos, o que provocou um enxugamento do caixa, enquanto novas despesas surgiam. “Acabamos de implementar novos programas, como o que subsidia medicamentos para idosos, estivemos envolvidos em duas guerras e tivemos uma recessão violenta que requereu medidas de recuperação e despesas de reestruturação financeira e auxílio aos Estados”, enumerou. 
 
Sem mencionar diretamente, o diagnóstico de Obama remete à origem da crise de capacidade de pagamento dos EUA, o que se poderia chamar de “herança maldita” legada a ele pelos adversários republicanos. Há pouco mais de dez anos, na eleição para escolher o sucessor do presidente democrata Bill Clinton, o principal tema dos debates eleitorais nos Estados Unidos era o que fazer com o superávit fiscal. O país tinha dinheiro de sobra em caixa e poucos problemas a resolver. Na época, os economistas do departamento de orçamento público, em Washington, estimavam que, entre 2009 e 2012, haveria um saldo positivo de US$ 850 bilhões. 
 
O retrato da crise: desemprego recorde nos EUA, atualmente em 9,2%, casas à venda e
longas filas em agências de seguridade social espelham a desastrosa política de gastança do governo nos últimos dez anos 
 
Clinton sugeriu, inclusive, pouco antes de deixar a Casa Branca, que o débito fosse totalmente pago ao longo da década e enumerava as vantagens de um país sem dívida: redução na taxa de juros, aumento dos investimentos, mais bem-estar para a população. Em vez de quitar a dívida, o sucessor George W. Bush escolheu o caminho da gastança. Reduziu os impostos para os ricos e, contrariando a cartilha do seu partido, o Republicano, aumentou os gastos públicos. Entre 2001 e 2009, as despesas do governo aumentaram de 18,2% para 24,7% do PIB, enquanto a carga tributária caiu de 19,5% para 14,8% do PIB.
 
A conta da gastança, que inclui as guerras bilionárias no Afeganistão e no Iraque, já era alta quando veio a crise de 2008. Bancos e empresas quebraram, milhões perderam seus empregos e não conseguiram pagar hipotecas de suas casas. Mas a crise que ajudou a eleger Barack Obama não foi embora quando ele começou a despachar na Ala Oeste da Casa Branca. Depois de gastar bilhões de dólares para tentar tirar a economia do crescimento medíocre em que ela se mantém após a recessão de 2009, o governo americano encontra-se na encruzilhada para honrar uma dívida equivalente a 102% do PIB e é financiada pelos maiores países do mundo, especialmente a China e o Brasil (leia os quadros a seguir).
 
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Do outro lado do Atlântico, o clima econômico é mais preocupante. Espanha, Itália, Portugal e Irlanda sofrem com os estrondos da crise na Grécia, que ameaça a unidade do euro e parece estar longe do fim. Na quinta-feira 21, em uma cúpula histórica para a União Europeia, chefes de Estado anunciaram o segundo programa de socorro à Grécia, no valor total de € 159 bilhões (R$ 355 bilhões), e criaram uma versão europeia do Plano Marshall para resgate dos países superendividados. “Criamos uma força-tarefa para dar assistência técnica à Grécia e ajudar a implementar reformas nos países que vivem situação semelhante”, disse o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso.
 
Entre as medidas de salvação da zona do euro estão um aporte de € 109 bilhões em recursos do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira e do Fundo Monetário Internacional. O fato inédito foi uma redução na dívida de € 37 bilhões, até 2014, por meio da contribuição direta e “voluntária” dos credores privados, que não tinham saída melhor. Embora seja considerado um alento ao bloco europeu, esse acordo foi considerado pelas agências de risco um “default seletivo” – ou seja, um calote parcial. No caso dos Estados Unidos, o esforço de Obama é para aumentar o limite legal de endividamento, atingido em maio, até o fatídico dia 2 de agosto. Sem acordo com o Congresso, o calote é certo no dia 3. Obama enfrenta o desafio extra da eleição presidencial de 2012. Com maioria no Congresso, os republicanos resistem em ampliar o limite de gastos e tentam esticar a corda ao máximo. 
 
"A economia mundial passa por um período delicado, mas estamos fazendo a nossa parte" - Hu Jintao, presidente chinês
  
Querem que Obama concorde com um corte severo de gastos, que seriam implementados em plena campanha eleitoral, significando desgaste garantido para o presidente. Mas, se carece de apoio político, Obama mostrou que ainda tem suas habilidades de negociador. Nas últimas semanas, assumiu pessoalmente as negociações e pediu um esforço bipartidário para chegar ao consenso, cortar gastos e aumentar os impostos para os mais ricos e empresas de alguns setores. “Temos a responsabilidade – e uma oportunidade – de reduzir nosso déficit ao máximo e solucionar o problema de modo amplo e definitivo”, afirmou na semana passada. 
 
Seja qual for o resultado, porém, o estrago já está feito. As agências de classificação de risco ameaçam rever as notas da dívida americana, atualmente no nível AAA, o mais seguro. O rebaixamento pode ser apenas uma questão de tempo, pois o perfil de risco aumentou. O risco de o Tio Sam entrar para o time dos caloteiros espalhou pânico pelo mundo – e promoveu uma corrida sem precedentes em tempos de paz às aplicações no velho e seguro ouro, cujo preço vem batendo recordes sucessivos nas últimas semanas. O secretário do Tesouro, Timothy Geithner, descarta a hipótese de calote unilateral da dívida. “Está fora da mesa de negociações e não é uma opção”, afirmou na segunda-feira 18. Mesmo assim, na avaliação de analistas, a simples hipótese de ruptura já afeta a credibilidade de Washington. 
 
"A economia americana tem plenas condições de controlar a dívida e voltar a crescer" - Naoto Kan, premiê japonês
 
“Mesmo que uma sequência de pacotes para estender o limite da dívida seja obtida e o governo consiga evitar um calote, existe a possibilidade de rebaixamento por parte das agências de risco”, disse à DINHEIRO o economista William Cline, pesquisador do Instituto de Economia Internacional, em Washington. O que surpreende Cline é que a percepção e a preocupação dos mercados não correspondam à gravidade da crise. Mas uma ameaça de calote não é algo que um governo possa brandir sem consequências. “O rei estava nu faz tempo, mas parece que não tinham percebido e agora todo mundo viu”, diz o economista Ricardo Amorim, da Ricam Consultoria, que viveu nos Estados Unidos, nos anos 2000. O economista Bernardo Stuhlberger Wjuniski, responsável pela América Latina na consultoria Medley Global Advisors, de Nova York, concorda. “A percepção mudou. Agora se sabe que existe algum grau de risco embutido na dívida americana”, afirma Wjuniski.
 
Mesmo se o teto da dívida subir antes do dia 2, o que se espera – desde 1960, esse limite já foi elevado 78 vezes –, o acordo não sairá barato para os americanos. Prevalece a máxima de que “não existe almoço grátis”, atribuída a Milton Friedman, o sumo sacerdote do liberalismo americano. O Congresso dificilmente concordará com um pacote que não inclua pesados cortes de gastos. E essa hipótese, embora menos catastrófica do que um calote, também tem seus pontos negativos. Significa a retirada dos estímulos que garantiram a recuperação da economia. Embora fraco, o resultado dos últimos trimestres foi bem melhor do que o desempenho nos meses seguintes à crise de 2008, quando a economia americana esteve em recessão por três trimestres seguidos. 
 
"A Europa e os EUA estão unidos na busca de uma alternativa para o endividamento" - David Cameron, premiê britânico
 
Agora, com crescimento de apenas 1,9%, entre outubro e dezembro do ano passado, e desemprego de 9,2%, economistas preveem uma volta àquela situação. “É certeza que vai haver uma nova recessão”, diz Amorim. “Ela será provocada pela retirada dos megaestímulos que sustentaram a economia nos últimos anos.” Alguns economistas também acham que a crise atual é o prenúncio de uma nova era para a economia mundial, na qual os Estados Unidos deverão ocupar um papel de menor importância, o dólar cederá cada vez mais espaço a outras moedas e os títulos americanos pagarão mais do que hoje. 
 
Atualmente, os Estados Unidos captam recursos no mercado pagando cerca de 3% ao ano para papéis de dez anos, enquanto o Brasil paga cerca de 4% nas emissões em dólar. “Se o limite da dívida não for alterado por um longo período, haverá um impacto na economia”, diz o economista Michael Mussa, do Instituto de Economia Internacional, de Washington. Com a crise,também do euro, a tendência é de que outras moedas ganhem mais espaço. Na semana passada, a Austrália, que exporta grandes quantidades de minério para a China, fez um acordo para efetuar transações em renmimbi, a moeda chinesa. O Brasil também está negociando um acordo semelhante com a China e já faz operações em moeda local com a Argentina.
 
"Buscar uma solução é urgente. A crise de 2008 continua a causar problemas aos Estados Unidos" - Dilma Rousseff, presidente
 
Se, por um lado, o cenário de recessão americana alimenta os temores de uma nova crise global, por outro, pode sinalizar uma janela de oportunidades para o Brasil. O esperado aumento dos impostos e o corte nos investimentos, inevitavelmente, colocarão uma bola de ferro no tornozelo do mercado dos Estados Unidos – afinal, mais impostos e menos dinheiro em circulação significam um ritmo mais lento de expansão do consumo. Além disso, o encarecimento do custo de vida no país, que servirá para cobrir o rombo das contas públicas, afetará o consumo das famílias, o que sustentou o crescimento da economia americana nos anos de bonança anteriores a 2008. Traçado esse cenário, as empresas tendem a buscar mercados alternativos, especialmente emergentes como o Brasil, a China e a Índia. 
 
“As multinacionais americanas deverão olhar com mais carinho para os países que têm se destacado em crescimento e consumo”, afirma o economista Renato Rosenberg, especialista em comércio internacional na Universidade de São Paulo (USP). “É uma chance para atrair investimentos e aprimorar a concorrência no mercado brasileiro.” Poucos empresários aguardam com tanto otimismo a definição de um acordo sobre a dívida americana quanto os do setor agrícola. Pela proposta inicial apresentada pelo governo Obama ao Congresso, a agricultura perderá investimentos e subsídios de US$ 11 bilhões nos próximos cinco anos, o que daria maior competitividade aos produtos brasileiros no mercado americano. “Não esperamos nada além do fim dos subsídios”, afirma Marcos Jank, presidente da Unica, associação que representa o setor sucroalcooleiro. 
 
“Essa política cria distorções na troca comercial entre os dois países e reduz nossa vantagem competitiva.” Ele torce para que ocorram mudanças que beneficiem não apenas o etanol, mas abram ainda um gigantesco mercado para a soja, a carne e uma centena de outros produtos brasileiros. Os empresários do setor de carne estão nesse grupo. “Apostamos em um acordo, pois os americanos são especialistas em fazer acordos casados”, diz Antonio Jorge Camadelli, presidente da Abiec, que representa os grandes frigoríficos exportadores.
 
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A maior empresa exportadora privada do País, a Vale, também não teme que a esperada desaceleração dos EUA afete seus negócios. Para Guilherme Cavalcanti, CFO da mineradora, o impressionante ritmo de crescimento do mercado chinês – que comprou 42,9% de todo o minério de ferro produzido pela Vale no ano passado – garante ao Brasil uma situação mais confortável, caso o mercado americano coloque o pé no freio.“Nossas exportações estão indo para ajudar o processo de urbanização da China, que levou nos últimos anos mais de 400 milhões de pessoas do campo para as cidades”, diz Cavalcanti.
 
Na avaliação da Câmara Americana de Comércio (Amcham), uma eventual desaceleração da economia interna fará as empresas buscarem oportunidades em outras regiões – e isso poderá ser positivo para o Brasil. Desde a crise de 2008, vem se intensificando o processo de migração de filiais americanas do México e da Argentina para o Brasil. “A corrente comercial entre Brasil e Estados Unidos atingirá um novo recorde em 2011, com aproximadamente US$ 58 bilhões, e a tendência é de que o comércio continue sendo ampliado”, diz Gabriel Rico, presidente da Amcham. A afirmação de Rico se baseia em um único pilar: a volta da credibilidade na maior economia do mundo. “Feito o acordo no Congresso, as empresas americanas, que têm um alto nível de liquidez, ficarão mais confiantes para promover seus investimentos”, diz Rico. “Isso é bom para os Estados Unidos e excelente para o Brasil”. 
 
Sorriso amarelo: o francês Nicolas Sarkozy, a diretora-geral do FMI, Christine Lagarde, e a alemã Angela Merkel celebram ajuda à Grécia
 
Mas a hipótese de descolamento não está garantida. Para Robert Johnson, diretor sênior do CFA Institute, consultoria de pesquisas econômicas baseada em Nova York, a possibilidade de não ser feito um acordo para o aumento do teto da dívida americana é remota – e é mesmo. Mas, caso não ocorra, os mercados emergentes poderiam ser drasticamente afetados, a seu ver. “Os mercados se tornaram interligados nos últimos anos”, afirma Johnson. “Por isso é tão necessário um acordo bipartidário para cortar gastos e resolver o problema no longo prazo.” No governo brasileiro, impera o otimismo. “É inevitável que o Congresso dos Estados Unidos acabe aprovando o aumento do limite da dívida. Duvido que haverá um rebaixamento dos títulos”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, na quarta-feira 20. 
 
“Não haverá consequências para o Brasil.” Segundo Mantega, na crise de 2008, as medidas de estímulo adotadas pelo governo brasileiro foram eficientes para que os efeitos sobre a economia fossem moderados. Em 2009, esse padrão voltou a se repetir: enquanto o PIB americano encolheu 2,6%, o brasileiro contraiu-se apenas 0,6%. No ano seguinte, cresceu 7,5%. Nos últimos anos, o País incorporou 30 milhões de novos consumidores. O desemprego de apenas 6,2%, o menor da história, e o aumento real da massa salarial contribuem para o círculo virtuoso, apesar da ameaça de inflação e da necessidade de elevar os juros para esfriar a economia e combatê-la. O Brasil não está imune ao que acontece nos países mais desenvolvidos, mas já provou que é capaz de atravessar crises externas e está mais preparado para atenuar seus efeitos.
 
 
 
Cresce a influência chinesa

País deixa de comprar títulos do Tesouro, mas coloca dinheiro em bancos dos EUA
 
Quem mais torce por um acordo rápido entre o Congresso e a Casa Branca são os chineses. Oficialmente, o país tem US$ 1,16 trilhão em títulos do Tesouro americano em suas reservas de US$ 3,3 trilhões. É o maior credor externo, de uma lista que tem o Japão em segundo lugar, com US$ 912 bilhões, o Reino Unido em terceiro, com US$ 346 bilhões e o Brasil em quarto, com US$ 211 bilhões. Mas, na avaliação do economista Derek Scissors, especialista em Ásia no centro de estudos The Heritage Foundation, em Washington, o gigante asiático possui mais de US$ 2 trilhões aplicados em dólares, dos quais US$ 1,6 bilhão em título, parte deles comprados em operações de triangulação envolvendo outros países, para esconder a real titularidade dos papéis.
 
 
“Com medo de uma moratória, especialmente de uma ação diretamente voltada aos títulos comprados por eles, o governo chinês tem preferido comprar papéis americanos por meio de bancos estrangeiros ou simplesmente deixar os dólares que recebe no comércio internacional parado nos bancos”, diz Scissors. Segundo ele, o investimento direto estrangeiro chinês, entre 2005 e junho deste ano, chegou a US$ 263 bilhões e deve se estabilizar num patamar em torno de US$ 60 bilhões por ano. Depois de investir US$ 56,4 bilhões na África e R$ 51,7 bilhões no leste da Ásia, no ano passado, a China voltou suas atenções para a América do Sul. Scissors contabiliza US$ 18,3 bilhões para comprar ou montar empresas no Brasil e US$ 14 bilhões aplicados na Argentina

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