domingo, 24 de julho de 2011

Na safra, os preços diminuem até 63%

Correio Braziliense - 23/07/2011
 

CONSUMIDOR

Ao ir às compras, priorize os produtos da estação, que ficam mais baratos. Avalie a qualidade dos itens vendidos fora de época
Na entressafra, os consumidores sofrem com o aumento do preço de alguns produtos, principalmente frutas, legumes e hortaliças. Uma alternativa para driblar a inflação característica de cada estação é escolher os alimentos próprios do período. Os resultados são bons para o bolso do brasileiro. O mamão, por exemplo, teve redução de 63% — a fruta custava R$ 3,24 o quilo e, neste mês, é encontrada por R$ 1,20. Com baixa de 53,5%, o limão também é uma boa pedida, pois seu valor caiu de R$ 1,40 para R$ 0,65.

Laranja, limão, tangerina e lima da pérsia estão em alta em julho. Essas frutas precisam de temperatura mais amena e chuva controlada. Por isso, apresentam melhor rendimento e produção nesta época do ano. O economista da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp) Flávio Godas destaca que o consumidor deve observar, além do preço, a qualidade do alimento. “Na safra, o produto fica mais barato e mais gostoso”, disse.

Priscylla Lacerda, 23 anos, concorda com o especialista. A estudante costuma analisar a aparência das frutas e acompanhar aquelas que estão na estação. “Consumimos muito e procuramos pagar menos e comer melhor. Caqui, mexerica e morango, por exemplo, só compro em julho”, ensinou. Ela nota uma grande diferença de preços em alguns itens. “A abóbora fica bem mais barata neste período. Já o alface, não sofre muita alteração.”

A aposentada Magda Januzi, 67 anos, tem o mesmo cuidado. “Preocupo-me mais com a qualidade do que com o preço. Só de olhar dá para ver se a fruta está ou não na estação. Comprar folhas na época de chuva não adianta”, afirmou. Ainda assim, em sua casa, com ou sem safra, não falta banana. “É uma fruta curinga e as minhas netas, Giulia e Nina, ambas de 8 anos, adoram.”

Godas assegura que o consumo de alimentos em plena safra ajuda a controlar a inflação. “Assim, as importações diminuem e o preço das frutas não sobe tanto”, explicou. As hortaliças tiveram salto por conta das geadas no sudeste do país. “A abobrinha está com o valor acima do normal, assim como a vagem e a beringela.”

Facilidade

O agrônomo Bernardo Altoé esclarece que produtos em safra são mais baratos pela facilidade de produção. “Aqueles que não estão na época certa têm produção mais cara e em menor escala”, afirmou.

Ele aponta, entretanto, alguns legumes que não são tão afetados nesta época. “Cebola e alho, por exemplo, podem ser estocados. Então, não têm muita variação, diferentemente das folhas.”

As estações do ano também mexem com o mercado de pescados. Quem aprecia frutos do mar, como camarão, e peixes, como tainha, atum, sardinha e salmão, podem encontrá-los mais baratos nas prateleiras. Para o economista da Ceagesp, a tendência é que o preço desses produtos continue despencando até dezembro. “Depois, há uma inversão”, salientou.

Godas garante que, na próxima estação, será a vez das frutas com caroço, como pêssego, nectarina, ameixa, além das importadas, como maçã, ficarem mais baratas. “Recebemos frutas de 18 países, de vários continentes. Por isso, os produtos que vêm do exterior são bem representativos no mercado. O dólar baixo também influencia no preço dessas frutas”, lembrou.

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