sexta-feira, 29 de julho de 2011

Petrobras posterga projetos de fertilizantes no Espírito Santo e em Minas Gerais

Estatal contatou que os estudos não ficariam prontos nos prazos previstos anteriormente

Agência Estado
Vistas como estratégicas para garantir mercado para o gás natural quando as termelétricas estiverem desligadas, duas das três novas instalações de fertilizantes foram postergadas pela Petrobras no Plano de Negócios 2011-2015. A estatal optou por modificar o cronograma dos novos projetos ao constatar que os estudos não ficariam prontos nos prazos previstos anteriormente.
– São tecnologias que não conhecemos e há um processo de desenvolvimento das fábricas. Do ponto de vista técnico, vimos que não era possível cumprir os cronogramas desse processo – disse o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, em apresentação do plano em São Paulo.
Até 2020, a estatal prevê construir três novas fábricas de fertilizantes. Dessas três, apenas a unidade de Três Lagoas (MS) segue com o cronograma inalterado, prevista para entrar em operação em setembro de 2014. Já a fábrica de Linhares (ES) foi postergada de dezembro de 2015 para junho de 2017 e a unidade de Uberaba (MG) foi adiada de dezembro de 2014 para setembro de 2015. Essas novas instalações irão produzir, prioritariamente, amônia e ureia, insumos dos quais o Brasil é altamente dependente das importações para atender a demanda interna.
Apesar da postergação no cronograma dos projetos, Gabrielli afirmou que o Brasil irá se tornar autossuficiente em amônia em 2015. No ano em questão, a expectativa é de que a companhia produza 813 mil toneladas do produto. Hoje, a produção anual é de 291 mil toneladas, e o país importa 53% do volume total de amônia consumida. No caso da ureia, a dependência externa do Brasil será reduzida dos atuais 53% para 28%, em 2015, e para 22%, em 2020.
Consumo
Além de reduzir a dependência externa de fertilizantes, as três novas fábricas cumpririam outro objetivo estratégico para a Petrobras: atuar de maneira complementar à operação das térmicas. Como o consumo para geração elétrica é sazonal, dependendo do regime de chuvas, a companhia precisa garantir um mercado consumidor firme para o seu gás.
A alternativa encontrada para resolver esse problema é a construção das novas instalações de fertilizantes, que irão operar a plena carga quando as termelétricas não estiverem funcionando - no momento que as usinas precisarem entrar em operação, o gás é desviado das unidades de fertilizantes para gerar energia elétrica.
– O gás tem um problema que é a impossibilidade de ser estocado. Isso é equacionado com as fábricas de fertilizantes, ao transformamos o insumo em ureia e amônia – comentou Gabrielli, lembrando que essas unidades serão 100% Petrobras para garantir a flexibilidade almejada pela companhia no mercado de gás.
Hoje, as instalações de fertilizantes da estatal consomem três milhões de metros cúbicos por dia. Em 2020, esse volume subirá para 13 milhões de metros cúbicos por dia.

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