domingo, 24 de julho de 2011

Vale investirá R$2 bilhões em mais um projeto de fertilizantes em MG

Autor(es): Danielle Nogueira, Vivian Oswald e Paulo Justus
O Globo - 23/07/2011
 

Empresa e Petrobras têm 40 dias para chegar a acordo sobre mina em SE

RIO, BRASÍLIA e SÃO PAULO. Enquanto Vale e Petrobras tentam acertar os ponteiros para ampliar a produção de potássio em Sergipe - a presidente Dilma Rousseff deu 40 dias para as empresas chegarem a um acordo -, a mineradora se prepara para ampliar os investimentos na exploração de outro importante insumo para a indústria de fertilizantes, o fosfato, do qual o Brasil também é dependente de importações. A Vale vai investir cerca de R$2 bilhões no Projeto Salitre, a ser implantado na cidade mineira de Patrocínio, onde prevê produzir 2,2 milhões de toneladas de fosfato a partir de 2013 ou 2014. O anúncio será feito no mês que vem.
O protocolo de intenções para o início do projeto seria assinado entre o governo de Minas Gerais e a Vale na última quarta-feira, em Belo Horizonte. Por causa de um contratempo na agenda dos executivos da empresa, o evento foi cancelado. Ontem, o governador Antonio Anastasia viajou em missão internacional e só deve voltar em agosto, razão pela qual o anúncio será mês que vem.
Além do investimento da Vale, está previsto R$1,4 bilhão da iniciativa privada e dos governos estadual e municipal. Segundo o secretário de Desenvolvimento de Patrocínio, Thiago Oliveira, os recursos são para infraestrutura e unidades industriais de outras empresas que produzirão fertilizantes. Segundo a Vale Fertilizantes, subsidiária da Vale, o projeto Salitre - herdado da Fosfértil, comprada pela Vale em 2010 - ainda será submetido ao conselho de administração, mas fontes disseram que ele está "tecnicamente aprovado".
Vale diz que está pronta
para investir US$4 bi em SE
Quanto à exploração de potássio em Sergipe, a Vale terá que apresentar, por determinação do Palácio do Planalto, um cronograma para a exploração das novas minas, de modo a garantir que os investimentos serão feitos. Um impasse entre Vale e Petrobras vinha impedindo a mineradora - que arrenda a mina de Taquari-Vassouras da estatal há 20 anos - de fazer novos investimentos em ampliação.
A mina é a única produtora de potássio do país. O entendimento final depende do novo valor que Petrobras cobrará da Vale. A Petrobras detém a concessão de lavra de Taquari-Vassouras, que chegou a ser explorada por sua antiga subsidiária Petromisa. Com o fechamento desta no governo Collor, a área foi repassada à Vale - quando ainda era estatal - por um preço "entre irmãs". A demora das duas empresas para se chegar a um entendimento irritou o Planalto, que considera a exploração de potássio estratégica. Dilma chamou os presidentes das duas companhias em Brasília esta semana para cobrar o acordo.
Em São Paulo, o presidente da Vale Fertilizantes, Mário Barbosa, disse que a empresa está pronta para investir US$4 bilhões em Taquari-Vassouras. Ela quer renovar o contrato com a Petrobras, que vence 2017, por 35 anos, ampliando a produção anual de potássio de 700 mil de toneladas para 2,4 milhões de toneladas em quatro anos:
- A gente acredita que até setembro haja uma solução.
Ontem, a Vale fechou parceria de R$3,5 bilhões com o governo de São Paulo para ampliar um terminal no Porto de Santos e a malha ferroviária do estado. Os investimentos, sujeitos à aprovação do conselho, serão feitos com parceiros comerciais.

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