Camila Queiroz
Jornalista da ADITAL
Adital
A maior mineradora transnacional do mundo, presente em 15 países, com 25 projetos, e um longo histórico de violações ao meio ambiente, é, novamente, alvo de sérias críticas no informe "Barrick: Mineração responsável por destruir as geleiras”, publicado pelo Greenpeace, ontem (19). De acordo com o relatório, a ação da empresa canadense já comprometeu em até 70% geleiras no Chile e na Argentina, onde mantém dois projetos – Veladero (província de San Juan) e Pascua Lama, fronteira com o Chile.
"O projeto Pascua Lama incluía o traslado de três geleiras do lado chileno (Toro 1, Toro 2 e Esperanza), mas o plano foi proibido e se obrigou a empresa a mudar o projeto para não intervir nelas. No entanto, em uma relatório técnico do ano 2005 se adverte que a superfície das mesmas diminuiu entre 56% e 70% devido às atividades realizadas por Barrick. Em fevereiro deste ano se sancionou a empresa por continuar afetando-lhes”, denúncia o documento.
Nas etapas de pesquisa e exploração mineira, a mineração afeta as geleiras por meio da sua remoção, construção de caminhos, perfuração e uso de explosivos, levantamento de pó (que acelera derretimento), e pela cobertura das geleiras com material de descarte, segundo o informe.
"Com mais de 200 novos projetos mineiros na zona andina central da Argentina (somente San Juan tem mais de 150), o impacto cumulativo sobre geleiras e ambiente periglacial pode ser catastrófico se antes não se realizar o inventário estipulado pela Lei de Geleiras”, alerta.
O Greenpeace chama atenção para o fato de que 75% do território argentino é árido ou semiárido, o que o tornaria mais vulnerável frente a uma mudança climática. O caso da província de San Juan é ainda mais delicado, pois a região de Cuyo, onde está localizada, depende em grande parte dos degelos dos Andes, afetados pelos projetos da Barrick Gold.
Apesar da degradação já ter sido denunciada em outras ocasiões, em novembro de 2010 um juiz suspendeu a Lei das Geleiras na província de San Juan, atendendo a um recurso judicial da Barrick Gold. Ele alegou que a norma atrapalha a mineração, trazendo prejuízos econômicos.
Com a decisão judicial, impede-se que seja realizado o inventário das geleiras (previsto pela lei) na área do projeto da Barrick Gold, e, consequentemente, que sejam comprovados os danos da mineração às geleiras. Para o Greenpeace, este recurso judicial "autoincrimina” a mineradora.
A organização cita ainda o informe "Tribunal da Mineração Transnacional: o caso da Barrick Gold Corporation na América Latina (Chile, Peru e Argentina)”, que revela omissão da existência de geleiras no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da Barrick Gold no projeto de Veladero.
"A empresa ocultou a existência de geleiras no estudo de impacto e depois foi denunciada pela afetação pela abertura de caminhos (de até 35 metros de largura) na geleira Conconta (ou Vallejos)”, denunciam.
Além de destruir as geleiras, a mineração contamina a água de San Juan.De acordo com outro relatório citado pelo Greenpeace, estudiosos constataram aumento da quantidade de metais pesados comochumbo, mercúrio, alumínio e arsênico nas fontes de água da província, evidenciando contaminação. "(as amostras) demonstram elevados níveis que excedem os limites permitidos pela lei e/ou excedem de maneira preocupante a linha de base estabelecida para o ambiente local”, destacam.
Para o projeto de Pascua Lama, cuja extração terá início em 2013, a previsão também não é nada boa, com alto nível de degradação ambiental. "Cada grama de ouro extraído em Pascua Lama precisará remover 4 toneladas de rocha, e consumir 380 litros de água, 43,6 kWh de eletricidade (similar ao consumo semanal de um lar argentino médio), 2 litros de diesel, 1,1 kg de explosivos e 850 gramas de cianureto de sódio”, revelam.
O informe está disponível no link http://www.greenpeace.org/argentina/es/informes/barrick-responsable/
"O projeto Pascua Lama incluía o traslado de três geleiras do lado chileno (Toro 1, Toro 2 e Esperanza), mas o plano foi proibido e se obrigou a empresa a mudar o projeto para não intervir nelas. No entanto, em uma relatório técnico do ano 2005 se adverte que a superfície das mesmas diminuiu entre 56% e 70% devido às atividades realizadas por Barrick. Em fevereiro deste ano se sancionou a empresa por continuar afetando-lhes”, denúncia o documento.
Nas etapas de pesquisa e exploração mineira, a mineração afeta as geleiras por meio da sua remoção, construção de caminhos, perfuração e uso de explosivos, levantamento de pó (que acelera derretimento), e pela cobertura das geleiras com material de descarte, segundo o informe.
"Com mais de 200 novos projetos mineiros na zona andina central da Argentina (somente San Juan tem mais de 150), o impacto cumulativo sobre geleiras e ambiente periglacial pode ser catastrófico se antes não se realizar o inventário estipulado pela Lei de Geleiras”, alerta.
O Greenpeace chama atenção para o fato de que 75% do território argentino é árido ou semiárido, o que o tornaria mais vulnerável frente a uma mudança climática. O caso da província de San Juan é ainda mais delicado, pois a região de Cuyo, onde está localizada, depende em grande parte dos degelos dos Andes, afetados pelos projetos da Barrick Gold.
Apesar da degradação já ter sido denunciada em outras ocasiões, em novembro de 2010 um juiz suspendeu a Lei das Geleiras na província de San Juan, atendendo a um recurso judicial da Barrick Gold. Ele alegou que a norma atrapalha a mineração, trazendo prejuízos econômicos.
Com a decisão judicial, impede-se que seja realizado o inventário das geleiras (previsto pela lei) na área do projeto da Barrick Gold, e, consequentemente, que sejam comprovados os danos da mineração às geleiras. Para o Greenpeace, este recurso judicial "autoincrimina” a mineradora.
A organização cita ainda o informe "Tribunal da Mineração Transnacional: o caso da Barrick Gold Corporation na América Latina (Chile, Peru e Argentina)”, que revela omissão da existência de geleiras no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da Barrick Gold no projeto de Veladero.
"A empresa ocultou a existência de geleiras no estudo de impacto e depois foi denunciada pela afetação pela abertura de caminhos (de até 35 metros de largura) na geleira Conconta (ou Vallejos)”, denunciam.
Além de destruir as geleiras, a mineração contamina a água de San Juan.De acordo com outro relatório citado pelo Greenpeace, estudiosos constataram aumento da quantidade de metais pesados comochumbo, mercúrio, alumínio e arsênico nas fontes de água da província, evidenciando contaminação. "(as amostras) demonstram elevados níveis que excedem os limites permitidos pela lei e/ou excedem de maneira preocupante a linha de base estabelecida para o ambiente local”, destacam.
Para o projeto de Pascua Lama, cuja extração terá início em 2013, a previsão também não é nada boa, com alto nível de degradação ambiental. "Cada grama de ouro extraído em Pascua Lama precisará remover 4 toneladas de rocha, e consumir 380 litros de água, 43,6 kWh de eletricidade (similar ao consumo semanal de um lar argentino médio), 2 litros de diesel, 1,1 kg de explosivos e 850 gramas de cianureto de sódio”, revelam.
O informe está disponível no link http://www.greenpeace.org/argentina/es/informes/barrick-responsable/
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