Atualmente o Brasil importa, em média, 65% do necessário para a agricultura
Os investimentos feitos no setor de fertilizantes no país ainda vão demorar a refletir no aumento da oferta de produto, na avaliação do diretor executivo da Associação dos Misturadores de Adubos do Brasil (AMA Brasil), Carlos Eduardo Florence.
– Não devemos ver aumento de oferta nenhuma este ano ou no ano que vem – previu.
Segundo ele, o Brasil importa hoje, em média, 65% da necessidade de fertilizantes para a agricultura. A maior demanda é por potássio, já que 90% do produto vem de fora. No caso de fósforo, a importação chega a 49% e no de nitrogênio, a 65%.
– Nem daqui a 10 anos o Brasil será autossuficiente em adubos – considerou o diretor da AMA Brasil.
Até porque, lembrou Florence, a demanda de produtos vem crescendo acima da oferta e os investimentos no setor precisam de um prazo longo para maturar.
De qualquer forma, na avaliação do diretor, um aumento da produção doméstica não será suficiente para jogar os preços dos fertilizantes para baixo, pois, assim como soja e milho, tratam-se de commodities, cujos preços sofrem interferência dos mercados internacionais.
– Há um pouco de fantasia a respeito disso – observou.
A maior redução que pode ocorrer para o agricultor é que ele deixará de pagar o preço do transporte que vem embutido no valor do produto importado, avalia o executivo.
O aumento dos preços dos fertilizantes nos últimos 12 meses ainda não fez acender a luz amarela para os produtores, como ocorreu em 2008, porque a atual situação no campo é bem distinta da que era verificada há três anos.
– Hoje, a situação está muito mais confortável, pois o agricultor está menos endividado do que naquela época, tem mais caixa e condição de negociar – comparou.
Ele lembrou que, nos dois momentos, a tendência dos preços das commodities alimentícias era de alta.
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