Autor(es): Francisco Góes | Do Rio |
Valor Econômico - 25/07/2011 |
Mais de dois anos depois de ser constituído, em junho de 2009, no rastro da crise econômica, o Fundo Garantidor para Investimentos (FGI) começa a se consolidar. Administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o fundo foi criado para garantir o risco de financiamentos a micro, pequenas e médias empresas nas linhas do banco de fomento. De dezembro de 2010 até a semana passada, o FGI garantiu o risco de cerca de R$ 1,2 bilhão em 6,8 mil operações de financiamento. Isso corresponde a cerca 9% dos R$ 13 bilhões que o fundo tem condições de assegurar, levando-se em conta o patrimônio líquido atual, de R$ 800 milhões. Ou seja, há capacidade para garantir mais de R$ 11,5 bilhões.Além do BNDES e do Tesouro, que juntos aportaram R$ 680 milhões, o FGI conta outras 17 instituições financeiras cotistas, que colocaram R$ 18,7 milhões. O patrimônio serve como lastro das garantias dadas aos empréstimos. O FGI cobre até 80% do risco dos financiamentos. A garantia é dada ao agente financeiro do BNDES como forma de facilitar o acesso das empresas menores. Até o fim do ano a expectativa é de que FGI garanta cerca de R$ 1,5 bilhão em financiamentos, estima Marcelo Porteiro, chefe da área de crédito do BNDES. Do total de R$ 1,2 bilhão de financiamentos garantidos até a semana passada, 92% corresponderam a empréstimos para pessoas físicas do segmento de transporte rodoviário de cargas e microempresas. E 8% para pequenas e médias. Da quantidade liberada, 53% ficaram com empresas que nunca tinham recorrido ao BNDES. Porteiro espera que mais instituições comecem a usar a garantia do fundo neste e no próximo ano. Isso porque dos 17 cotistas do FGI, 12 estão ativos e cinco devem iniciar as operações a partir deste semestre: Itaú Unibanco, Santander, Banco Ribeirão Preto, CNH Capital e Banco do Nordeste do Brasil (BNB). Ele explica que o fato de o fundo ter começado a operar maiores volumes só recentemente tem relação com as adaptações tecnológicas que os bancos precisaram fazer. Sérgio Guimarães, gerente-executivo da área de produtos do BNB, confirma que o banco está fazendo ajustes em sistemas e a previsão é começar a operar com o FGI em um mês. O foco será garantir empréstimos a médias empresas, já que para micro e pequenas o BNB conta com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). Para Guimarães, o FGI preenche uma lacuna para as empresas de menor porte, em geral sem capacidade para apresentar garantias reais num financiamento. O FGI aumenta o custo final para o tomador do empréstimo em 2% ao ano considerando-se que o fundo garanta até 80% do risco da operação. Se o percentual coberto for de 50%, o custo adicional representado pela garantia do fundo cai para 1,3% ao ano, quantifica Porteiro, do BNDES. O custo extra não diminui o interesse dos micro e pequenos empresários, segundo Luiz Henrique Bevilaqua, diretor de operações da Investe Rio, agência de fomento do Rio de Janeiro, cotista do fundo. "Em função das dificuldades que muitas empresas de menor porte têm de apresentar garantias reais, o fundo, mesmo com um encargo adicional, acaba sendo atrativo." A Investe Rio habilitou-se ao FGI em fevereiro e até aqui contratou dez operações com tíquete médio de R$ 20 mil. Os encargos do FGI variam de acordo com o prazo e o valor garantido. Em um financiamento com prazo igual ou menor a 108 meses, o encargo do FGI é de 0,1% em relação ao valor garantido. Acima de 108 meses, o encargo do fundo cai para 0,05%. |
terça-feira, 26 de julho de 2011
Fundo a pequena empresa pode garantir mais R$ 11,5 bi
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